UMA FÁBULA DE PEDREIROS LIVRES



Era 12h em ponto e o sol estava a pino quando mandou os obreiros ao trabalho, o irmão 2° Vig., e a grande obra banhava mais um dia de suor e labor daqueles valorosos e dedicados obreiros. 

Como de costume o canteiro estava impecável a peça terminada rapidamente se recolhia ao seu lugar e dava lugar a outro trabalho e de tão dinâmico se dava o movimento, foi fácil para alguns perceberem um jovem irmão que destoava dos demais por estar impavidamente imóvel defronte a uma pedra milimetricamente esquadrejada e de tal forma polida que como um espelho este podia avistar a todos os que estavam ao seu redor, apenas no fitar de suas quatro faces.

Envolvidos em suas atividades individuais, muitos soa irmãos se quer lhe davam atenção, porém do oriente ele estava sendo observado, extasiado com aquela construção, estático, como quem espera os louros de uma grande conquista.

Percebendo isso, muito dos mestres o ignoravam, não lhe daremos atenção, dizia um mestre a outro, para que não fique cheio de si, sussurravam. 

Mas um dos irmãos, o mais sábio por sinal, portando um livro aberto sobre um fundo radiante foi ter com este irmão companheiro.

Boa tarde meu querido irmão, mas que bela obra tens aí!

Ao que lhe respondeu o jovem companheiro:

E não o é! Poucas vi iguais, com tamanha precisão e tão perfeito esquadramento. Acho até que deveria ser exposta como exemplo, para todos pudessem ver que beleza é esta obra.

Sem duvida, concordou o Orador, e acrescento, uma construção tão bela precisa ser imortalizada, pois a que outra pedra restaria á honra de ser a base, no angulo Nordeste de tão promissora construção que erigimos aqui?

Logo aquela conversa suscitaria a atenção de outros irmãos, pois afinal, não era todo dia que a sabedoria do irmão orador estava ao alcance de todos no ocidente.

Por fim acabaram-se amontoando vários irmãos para admirar aquela cena e muitos se deram conta daquele trabalho justo e perfeito, que por tanto tempo, apenas aquele companheiro olhava e observava.

Muito feliz por tanta atenção conquistada, disse aquele jovem irmão.

Perfeitas as suas palavras meu sábio irmão orador, e a propósito, visto que tão perfeita obra produzi, já é tempo de ser reconhecido meu valor meu valor nesta oficina, inclusive, desafio-os a encontrar alguém que obra tão bela quanto esta tenha esquadrejado, e como é certeza não encontrarás, exijo por tê-la feito, meu aumento de salário.

O irmão orador, sem que sequer tremesse seu semblante, assentiu com a cabeça, neste momento já observado por toda a loja que simplesmente parou, serenamente lhe respondeu.

Mais uma vez tendes razão, e todos os fitaram com surpresa, porém ele continuou, e acerto está o seu desafio, adverti-lo-ei. Entretanto, que uma obra não pode ser considerada completa e perfeita, apenas ao olharmos sua casca, pois assim como a romã é sustentada internamente por suas sementes, a retidão e a justiça somente serão sustentadas por fortes princípios internos, que não se podem ver a olho nu. Mas veremos ao nosso redor.

Com tantos irmãos olhando o que vinha acontecendo, poucos ainda estavam trabalhando, porém ao olhar no topo da coluna nordeste, lá estava um pequeno aprendiz, com uma pedra tão perfeita quanto à do companheiro, e que por tão concentrado em seu trabalho, sequer levantou a cabeça quando aquela turba foi ao seu encontro.

Ao perceber enfim o Orador a sua esquerda e o companheiro á direita o aprendiz os reverenciou e feliz por sua presença lhes recepcionou.

A que devo tanta honra meus irmãos virem observar-me no trabalho?

Ao que o companheiro sem sequer lhe responder já começara a medir a pedra do aprendiz como que a procurar alguma imperfeição, enquanto este conversava como o irmão Orador. Que bela obra tens ai irmão aprendiz, ao que lhe respondeu:

Trabalho nela há muito tempo meu irmão e sempre que me deixo pensar que está completa, procuro e encontro alguma imperfeição começando novamente o trabalho alegremente, pois não é o fim que procuro, mas um eterno recomeço. 

Sem ouvir-lhe como deveria, o companheiro diz, pois então, acho que não deves mais se preocupar com isso, pois inspecionei sua obra e, é claro que não está tão boa quanto a minha, mas está quase perfeita, acho até que deves exigir também aumento de salário, e permito-lhe até que ponha tua pedra logo acima da minha, como base no ângulo Nordeste da obra que sobre elas será levantada, mas o nome. Insisto que seja posto somente na minha, pois venci o desafio.

Fitando-lhe com feição de dúvida, olha-lhe com ternura ao irmão aprendiz.

Meu irmão companheiro, com todo o respeito não entendo, como posso eu vangloriar-me desta obra se não fui quem a construiu.

Mas como, se vejo teu avental assim como toda a tua vestimenta lavada em pó de pedra e tu mesmo disseste que há tempos vem trabalhando nesta obra? Questiona-lhe enfaticamente o companheiro.

E não é isso por fim que viemos fazer aqui? Interrompe-lhe educadamente o Orador, ou julgas que gastamos em vão nossas forças?

Ao ouvi-lo pacientemente, pede a palavra ao irmão aprendiz..

Entendo a dúvida do nosso irmão companheiro, porém, ainda assim, não me sinto proprietário de tal obra apenas por que trabalhei nela, e estendendo em suas mãos o maço e o cinzel disse, sinto-me por fim nesta construção como estas ferramentas, que nas mãos de Deus, dão forma ao que o GADU projetou para minha vida e para vida daqueles ao meu redor residem.

E completou como poderia eu roubar a glória do Grande Arquiteto, pois se for de sua vontade sequer levanto de minha cama pela manhã, sequer respiro o ar que a todos é facultado gratuitamente. 

Mas como o coração endurecido o companheiro pôs-se a exigir a promessa do Orador e um grande brado se fez ouvir do trono de Salomão.

Fazei cumprir o que foi prometido ao irmão companheiro – Era a voz do Venerável Mestre – porém é minha a honra de escrever o que lhe cabe em sua pedra.

Feliz que não cabia em si, o companheiro viu sua pedra ser posta no topo da coluna Nordeste e várias pedras serem colocadas sobre ela, e quanto mais pedras eram colocadas mais ele vibrava, porém, começou-se a perceber um problema. Por mais que os mestres tentassem, mais ele vibrava, porém, começou-se a perceber um problema. Por mais que os mestres tentassem, não se conseguia manter estrutura firme e a beleza daquela obra não se sustentava, até que pararam de construí-la, pois material estava sendo gasto e nada dava certo.

Indignado com o que ocorrer, o irmão companheiro acompanhado do Orador e do irmão arquiteto foram vistoriar a construção.

Só podem estar querendo me boicotar, disse o irmão companheiro, como pode uma pedra tão perfeita ser base para uma construção tão imperfeita?

Sem nada dizer, os irmãos orador e arquiteto se puseram a esperar, aguardando que algo fosse percebido pelo companheiro e em verdade, o foi.

Ao olhar com a devida atenção, o irmão companheiro percebeu que o V.’.M.’. não havia escrito seu nome na pedra, MS havia gravado uma palavra, lá estava escrito VAIDADE.

Então ele tudo entendeu, e chorando, tornou-se para o irmão aprendiz e pediu-lhe desculpas. Com os olhos também marejados o irmão Orador lhe deu um abraço e antes que ele também se desculpasse com ele, deu suas considerações.

A mais bela obra sustentada sobre a vaidade é oca e sem destino, morre em si mesma e mata tudo que se aproxima dela. Acrescentando que a vaidade é oca e sem destino, morre em si mesma e mata tudo que se aproxima dela.

Acrescento que a vaidade é o pior dos vícios, pois é inimiga da inteligência visto que o vaidoso acha que já não tem mais nada a aprender, relegado ao ostracismo e a solidão, pois por se achar tão melhor que todos, se isola no próprio ego. A vaidade já destruiu impérios, e até universos, pois quando uma loja morre por vaidades, é um conjunto de galáxias que se perde, concluiu o orador.

O V.M. ao ver que ainda não tinha conseguido se recuperar da lição que havia aprendido, se dirigiu ao companheiro em suas palavras finais.

Anima-te irmão companheiro, pois agora é à hora de aprender, tenho certeza que a partir desta lição, serás, no tempo certo, um mestre mais preparado, do que teria sido se por tudo isso não tivesses passado, e acrescentou, de toda obra de tuas mãos, dá graças ao Grande Arquiteto, pois é dele que vem o que querer e o realizar, agradecendo, sobretudo, por estares aqui e por seres maço e cinzel em suas mãos, a construir um novo mundo, que a partir de hoje tem uma pedra mais desbastada, que é você, a fazer parte desta construção.

Que horas são irmão 1° Vig. Bradou do trono de Salomão, meia noite em ponto, respondeu-lhe o irmão 1°Vig.

E mais um dia de trabalho se passou naquela oficina, com a certeza de que os trabalhos transcorreram J.’. e P.’., e mais um pequeno passo se deu para evolução do Gênero humano, pois afinal, o que viemos fazer aqui?

"Uma mente que se abre a uma nova ideia, nunca mais torna ao seu tamanho original." 
 Albert Einstein.

A ORIGEM DO REAA


O Rito Escocês Antigo e Aceito nasceu na Franca, como "o rito dos Stuart, da Inglaterra e da Escócia" tendo sido a primeira manifestação maçônica em território francês (1649), antes mesmo da fundação da Grande Loja de Londres (1717). Desde a criação da Grande Loja de Londres em 1717, apareceram na França dois ramos distintos da Maçonaria.

Um dependente da Grande Loja de Londres e outro (escocês) autônomo que não estava ligado a nenhum sistema de obediência.

Viviam sob o antigo preceito maçônico de que os maçons tinham o direito de constituir lojas sem prestar contas de seus atos a uma autoridade ou poder supremo ("O Maçom Livre na Loja Livre").

As Lojas Escocesas eram maioria, na França. Até 1766, somente três Lojas, entre as 487 Lojas existentes, tinham patente da Grande Loja de Londres. Em 1758, foram criados no escocesismo os altos graus (25 graus do chamado rito de Héredom) que, no entanto, só foram plenamente estabelecido 1801 com a fundação em Charleston (Estados Unidos), do primeiro Supremo Conselho do Mundo do chamado Rito Escocês Antigo e Aceito.

A DOUTRINA INICIÁTICA DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
Os principais pontos da Doutrina do Rito Escocês Antigo e Aceito estão contidos nas instruções dos três Graus Simbólicos. 

Embora existam variações de Obediência para Obediência e de país para país, as linhas mestras de doutrina estão sempre presentes e podem servir para os ensinamentos em qualquer parte do mundo.

São elas: A maçonaria é uma associação íntima de homens  escolhidos, cuja doutrina tem por base o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus; como regra: a lei Natural; por causa: a Verdade, a Liberdade, a Fraternidade e a Caridade; por frutos: a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por finalidade: a felicidade de todos os povos, que ela procura, incessantemente, reunir sob sua bandeira de Paz.

Assim, nunca deixará a Maçonaria, de existir no gênero humano.


Pesquisa do irmão Paulo Edgar Melo

O OLHO QUE TUDO VÊ


Dentre os símbolos da maçonaria, ganha destaque o “Olho que tudo vê”, por se tratar de um símbolo muito antigo e, ao lado do Esquadro e do Compasso, ser o mais conhecido e identificado pelos profanos como símbolo maçom.
O Olho que tudo vê surgiu no Egito antigo onde também ficou conhecido como o Olho de Hórus. Hórus é uma divindade do Panteão Egípcio que compõe a Trindade, juntamente com seus pais:  Osíris e Ísis. Ele é personificado por um falcão e esta ave, como é sabido, é reconhecida pela sua excelente visão.
Segundo o mito, Hórus luta com Seth, a divindade do mal que matou seu pai. Nessa luta Seth arranca o Olho esquerdo de Hórus que simbolizava a Lua, enquanto o direito simbolizava o Sol. Esta é a razão porque o Olho que tudo vê, é um olho esquerdo. Anteriormente, ele foi chamado de o olho de Rá, simbolizando a realeza.
O Olho que Tudo Vê também era o símbolo da Casa da Luz, onde se praticava os mistérios, a religião esotérica dos egípcios. Os mistérios eram ensinados e praticados na Casa da Luz, onde se formava a casta sacerdotal.
A família real também era iniciada nos mistérios onde aprendiam a Arte Real, enquanto os sacerdotes aprendiam a Arte Sacerdotal. A importância do que ali se praticava nos é mostrado pela Bíblia Sagrada, Moisés por ter sido adotado por uma princesa, era membro da família real.
Nessa qualidade, ele foi iniciado nos mistérios, mas como não estava na linha sucessória, ele aprendeu os mistérios da Arte Sacerdotal. Durante o episódio conhecido como as Pragas do Egito, Moisés se apresenta perante o Faraó exigindo a libertação do seu povo.
Ele ameaça o Faraó e este para mostrar o seu poder chama o seu sacerdote. O sacerdote atira o seu cajado no chão e ele se transforma numa serpente, Moisés atira o seu cajado ao chão e ele se transforma numa serpente que engoliu a serpente do sacerdote. Perante a Bíblia, o ato do sacerdote é feitiçaria enquanto o de Moisés é milagre. Na verdade, ambos vieram da mesma escola e nela aprenderam a Arte Sacerdotal.
No Cristianismo e, especialmente na Igreja Católica, o  símbolo do Olho que tudo vê é estampado dentro de um triângulo, que simboliza a Santíssima trindade e é reconhecido como o olho de Deus. A identificação com o símbolo egípcio soa evidente!
Na Maçonaria este símbolo está dentro de um delta, conhecido como o Delta Radiante. Numa outra composição, o olho é substituído pela letra Yod, que é a inicial do nome inefável de Yahvé, ou Javé na forma aportuguesada. Javé é para nós o Grande Arquiteto do Universo e, sendo ele a sabedoria suprema, tem todo o conhecimento. Daí  porque a sua  substituição pela a do Olho que tudo vê representa a mesma coisa.
O supremo conhecimento divino é para os gregos a Gnose, o que nos leva à identificação dos símbolos: o Olho que tudo vê com  a letra G estampada dentro do Esquadro e do Compasso entrecruzados, simbolizando outro símbolo, o dos dois triângulos entrecruzados do axioma de Hermes Trimegisto, cuja tradução é: Assim como é em cima é em baixo; o microcosmo é como o macrocosmo. Isso nos lembra a semelhança da configuração do átomo (micro) e o sistema solar (macro): elétrons e nêutrons girando em torno de um núcleo e os planetas e satélites girando em torno do sol.

Também nos lembra a criação do homem, quando Deus diz: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, o micro (homem) semelhante ao macro (Deus). O que também é  dito no Livro dos Salmos 81:6 e confirmado por Jesus Cristo  no Evangelho de João 10:34: Vós sois deuses.

O  Olho Que tudo Vê,  ilustra o Grande Selo dos EUA e a cédula de 1 dólar. Nestes é visto uma pirâmide cortada no topo e mais acima um delta com o Olho Que Tudo Vê em seu interior.
O símbolo está a significar que a obra ainda não está concluída; a matéria ainda domina o espírito e só após a sua lapidação, livre das impurezas da matéria é que o homem poderá ascender, limpo e puro até a divindade de onde faz parte, unindo a pirâmide ao seu topo. Esta também é a obra que ficou inconclusa  na construção da Torre de Babel, quando o homem, ainda impuro, pretendeu ascender  até o Grande Arquiteto do Universo.
Na religião egípcia, o Deus Osíris presidia o julgamento dos mortos. Hórus era incumbido de lhe fornecer todos os registros dos atos daquela alma. Dessa forma, era possível sopesar o que ela fez de bom e o que fez de ruim durante a sua existência terrena. Isso iria decidir se a alma seria condenada ou estaria salva. O coração do falecido era pesado na balança de Osíris e o peso de suas más ações ou das boas decidiriam o seu destino final.
O Olho Que tudo Vê mantém os homens informados das ações escondidas dos seus semelhantes, tal fato se dá mediante o que nós conhecemos por intuição. Através dela, aquilo que é feito às escondidas acaba sendo descoberto e trazido à luz. Isso nos trás a certeza de que nunca estamos sós.
Na Maçonaria ele nos recorda a vigilância que é mantida sobre a nossa conduta. Ele nos esclarece que podemos enganar os homens, mas jamais enganaremos o Grande Arquiteto do Universo. O Olho Que tudo Vê nos acompanha, mantendo a vigilância sobre nós. Ele simboliza a Divina Providência e, por isso mesmo também registra o que fazemos de bom e vela pela nossa justa recompensa.
Maçonicamente falando, as nossas boas ações é que irão nos indicar para o aumento de salário como operários da grande obra do Grande Arquiteto do Universo.
Autor: Antônio Amâncio de Oliveira

A REFLEXÃO E A TRANSFORMAÇÃO

Lendo os documentos oficiais e reconhecidos como válidos da antiga Maçonaria inglesa e francesa, percebemos a simplicidade dos ritos de lojas independentes paulatinamente sendo sufocado pela pompa de obediências das mais diversas.

As reuniões davam-se em tavernas, alugadas para a sessão; os símbolos eram desenhados no chão e nas paredes; as comemorações seguiam-se ao encerramento ritualístico; a iniciação resumia-se a um conjunto de fórmulas básicas.

Os painéis do grau eram, na verdade, pedaços de couro adornado pelos irmãos mais habilidosos, assim como a habilidade era o prumo para o ingresso na Ordem. Na verdade, a instituição nasceu pobre e não se dava com dignidades e com a nobiliarquia que, progressivamente, foi incorporada às associações operativas.

Evidentemente, os "aceitos" introduziram uma gama de conhecimentos de origens mais diversas, confundindo o conhecimento essencialmente maçônico com tantas culturas transportadas para as Lojas, o que não pode ser considerado negativo. Todavia, surgiu daí as mais insólitas interpretações sobre paradigmas simbólicos que deveriam, por obrigação, ser muito simples.

Esse ocultismo inculcado no imaginário europeu ganhou ainda mais força com o estabelecimento das obediências. Deve-se rememorar que a Ordem, com seus séculos, nunca contou com Orientes centralizadores, cabalando irmãos nas localidades de forma primitiva. Contudo, tantos Supremos Conselhos, Consistórios, e outras pequenas e grandes burocracias contribuíram por distanciar as origens dos maçons operativos, enevoando as mentes com as insígnias mais do que a finalidade última da instituição.

O grau de mestre, os graus superiores ou filosóficos, os ritos antigos e aceitos, são inovações no final de contas. Mas o que mais chama atenção nesse mar de vaidades é o reconhecimento. Antigamente, falar-se em reconhecimento era desconsiderar completamente a irmandade maçônica. Hoje, o reconhecimento interno e externo fala mais alto do que o conhecimento havido pelo iniciado. Não importa saber o que o irmão sabe, pensa, sente e externa, mas sim se a potência é ou não licenciada conforme preceitua o órgão expedidor de certificação.

Toda aquela burocracia que sufocava instituições decadentes, das quais a Maçonaria sempre se destacou, agora insiste por afogar a própria Ordem. O objetivo dessa humilde prancha é chamar atenção de todos pela necessidade de despir-se de vaidades, de formalidades, de verdades estabelecidas em prol do resgate das práticas tão especiais que caracterizam a Arte Real. 

Humildade para reconhecer o saber alheio, para aprender conjuntamente, para não tolher o crescimento do irmão, para reconhecer como irmão quem foi iniciado, para acolher em Loja qualquer que se mostrar maçom, para abandonar os símbolos externos e internalizar o conhecimento nas atitudes do dia-a-dia. Não gostaria de admitir a Maçonaria como trincheira para nobres, aburguesados, ou qualquer reunião que exclua os talentos de cada irmão.

Nossa Ordem não pode se pautar pela aristocracia tão cara a Templos caiados de pompa. Não quero encontrar mestres, soberanos, ilustríssimos, sereníssimos, poderosos, sapientíssimos, quero conhecer irmãos simplesmente, porque acredito que quanto maior o mestre, menor deverá parecer. Mas irmãos de fé, de fato e de direito, este que é filho único na família profana. Quero sentir Maçonaria e não decorar fórmulas vazias.

São essas os anseios deste que assina e certamente da nossa humilde e unida Loja Renovação Cuiabana n. 08. Estamos irmanados para a edificação que permita a todos nossos queridos irmãos ter em Cuiabá-MT um refúgio, um porto seguro, braços estendidos, acolhida confortável com o carinho que os irmãos merecem.

A todos que tiveram condescendência com esse irmão mais novo em ler a prancha até o final, renovo meus votos de luz e paz a todos, abraçando nossos queridos irmãos da Glusa e de todas as demais potências maçônicas que, ao final de contas, unir-se-ão no Oriente Eterno, caso a iniciação tiver começado nos corações de cada um.

Encontrarei proximamente todos e cada um, na pessoa de nosso irmão mais velho Weber e, em seu nome, mandarei toda a vibração que move esse eterno neófito. 

T:.F:.A:.
Ir.·. Eduardo Mahon
A.·.R.·.L.·.S.·. Renovação Cuiabana 08.


A ESTRADA QUE NOS LEVA A VIRTUDE


Uma das estradas mais difíceis de trafegar é aquela que nos conduz a Virtude. Essa estrada que se caracteriza por diferentes obstáculos, por curvas acentuadas, por retas longínquas que parecem não ter fim, por aclives e declives que por vezes nos levam a exaustão e que em alguns casos nos faz quase perder a direção revela-nos inesperados cenários.

Essa estrada ganha denominações variadas conforme cada trecho de seu trajeto. Seu início é um tanto obscuro, é praticamente desabitado, onde mal conseguimos vislumbrar aquilo que nos cerca e enxergar o que está a nossa volta... Trafegar por essa estrada exige rigorosa disciplina, cuidado, abnegação, orientação e muita força de vontade para percorrê-la com sabedoria.

Porém, dificilmente consegue-se transitá-la sem passar incólume por algumas privações. Suas pistas, às vezes mostram-se extremamente escorregadias e leva-nos a certo grau de insegurança de como devemos desviar das inevitáveis surpresas. Deparamo-nos a cada pouco com novos Sinais que nos obrigam a mudar as Marchas, obedecendo a um novo critério para que a nossa empreitada ganhe maior sustentação e segurança.

A Luz da imensidão dessa estrada se revela paulatinamente, à medida que vamos nos aprofundando no caminho. É a Luz que nos traz a revelação de nossos Atos e sublima as nossas Atitudes. Trata-se de uma estrada que se pode percorrer em Três grandes Etapas ao redor do Mundo. Ao viajarmos por ela, seremos invariavelmente reconhecidos como pessoas Livres e de Bons Costumes, o que já é um bom começo para quem ainda precisará desvendar seus augustos mistérios.

Seja pela pista da direita, quando nossa tendência é trafegar mais lentamente, ou pela esquerda, quando somos instados a pisar mais fundo, o que vale mesmo é saber discernir o dualismo das pistas para que possamos continuar a percorrê-la dentro dos limites da Tolerância.

É claro que a sensação de Liberdade, de sentir o vento batendo no rosto e a sensação gostosa de superação interior a cada Pedágio vencido são sinônimos do êxito de nosso trajeto.

Estamos seguindo adiante, onde um Sinal nos mostra a Elevação de um trecho que exige mais cuidado, mais estudo de como percorrer com segurança. É o trecho das nossas transferências onde Matéria e Espírito começa a se interpor e mesclarem-se como fonte inovadora de nossas aspirações.

Segue-se mais algum tempo e após aferirmos com maior acuidade que estamos prestes a Exaltar a nossa jornada encontramos a placa que se divisa a nossa frente indicando um sinal M.´., que nesse nosso trajeto chamaremos de Moderação, de Maturidade e de Maestria pela maneira como estamos seguindo a estrada que nos conduz à Virtude...

Vamos parar por aqui. Há trechos ainda muito mais tortuosos e cheios de percalços a serem transpostos. Esperemos, pois, por uma próxima viagem.

Fraternalmente Ir.´. Newton Agrella                                                                                      M.´. I.´. Gr.´. 33 REAA


A MAÇONARIA E A NATUREZA HUMANA


Bem sabemos que a Maçonaria ou as doutrinas maçônicas estão sempre próximas da natureza humana. 

Todos sentimos desde a infância o desejo de entendermos o universo.

Todos pretendemos construir uma imagem deste Universo, de o ordenarmos ao nosso jeito, à nossa volta, construindo histórias, o gérmen da fonte criadora que culmina, sem o sabermos, na filosofia maçônica. Pelo simples fato que o homem nunca deixará de promover o desejo de conhecer, das exigências da ação, na busca incessante da Verdade.   

Se, para a Igreja a Verdade já existe, para a Maçonaria ela é uma busca incessante, absorvendo as necessidades do próprio espírito, sempre num esforço pessoal sobre o Mundo e o destino. Realizado ao longo da vida nas Lojas maçônicas, o maçom continua no seu esforço  à procura da Verdade, quer num inquérito pessoal, quer sobre o Mundo e o seu destino; inquérito silencioso cujas conclusões encontra no seu dia-a-dia, ou nos momentos de calma ou alheamento nas Lojas onde reúne, com mudanças interiores que ficam evidentes e profundamente meditadas.

Assim se manifesta a Maçonaria, um genuíno agente de progresso intelectual.                                                
Esta curiosidade superior é muitas vezes confundida com sentimento religioso. Mas ele constitui a aptidão que é própria da nossa espécie. Nela reside o sentimento maçônico, uma vida espiritual por mais humilde que seja é a derradeira ambição das criaturas humanas. 

A Maçonaria regular e tradicional não pode pois representar sentimentos religiosos e muito menos a religião, seja ela qual for. Nem confirmar ou definir a existência de uma crença ou de um criador. Mas representa o homem espiritual que se afirma por si mesmo numa procura incessante da Verdade.

Uma afirmação que faz progredir a ciência através de todas as formas e experiências. Que coloca as religiões como mais um ponto de partida. Mas esclarecendo que o esforço humano vai para além delas.

A consciência humana é a imagem de um Mundo por explicar.  Mas de que mundo falamos? Do Mundo material e do Mundo espiritual. 

O maçom, desta forma, começa por apresentar uma consciência humana de um mundo por explicar e parte desta forma completamente livre para a busca da Verdade.

Procura trazer a ânsia da sua curiosidade, da sua certeza intelectual e do seu prazer pela defesa da perfeição moral. Por este desejo de aperfeiçoamento moral e pela certeza intelectual da sua consciência na busca da Verdade, exprime-se conforme a sua época e civilização, sendo certo que deseja ver claro em si e à sua volta.                   

Amar a Maçonaria e defender a sua Escola equivale a adotar esta consciência e não se limitar às respostas passadas dos formadores maçônicos.

A resposta de cada maçom deve ficar dentro de cada um, mas antecipando-se ao futuro, para poder contribuir diretamente para a construção desse futuro e de forma sistêmica.  

Passo a passo a filosofia maçônica conquistará o desconhecido, ultrapassará  os limites do imediato, das certezas religiosas, promovendo o risco das nossas interpretações esotéricas e simbólicas que o espírito nos impõe.

Sempre frágeis nos primeiros passos de um maçom, mas proporcionais em compreensão e em função do esforço que o maçom lhe possa dedicar.  

Ao retomarmos o caminho das primeiras verdades promovemos o conhecimento e descobrimos novos horizontes.

A natureza humana transforma-se num apelo que move o coração de cada maçom. De coragem, de compreensão, de tolerância, rodeados de mistérios próprios da natureza humana sempre disponível para a investigação e que a Escola da Maçonaria Regular e Tradicional permite alcançar.

BIBLIOGRAFIA

Peça de Arquitetura dos IIrr.'. Álvaro Carva e José Prudêncio, ambos Obreiros da Grande Loja Nacional Portuguesa e membros do Supremo Conselho de Portugal do Rito Escocês Antigo e Aceito.


O APERFEIÇOAR MAÇÔNICO - MAÇONARIA É MOVIMENTO



É movimento no sentido de que os Maçons devem estar sempre se reciclando, lendo e procurando sempre melhorar a vida para ser sempre um exemplo vivo dentro da sociedade em que vive.

Há pouco tempo, em Loja de Aprendiz Maçom, o Irmão Arion Peixoto Gershenson apresentou uma Peça de Arquitetura (artigo) intitulada “Porque ainda estou aqui?”. Trata-se de uma Peça de Arquitetura, primorosa e perfeita, encaixada para os nossos dias e que nos levou a refletir sobre essa energia que devemos ter na Maçonaria.

Partindo de um convite para entrar para Maçonaria com a Iniciação e, depois executando as diversas tarefas maçônicas exigidas para o prosseguimento e permanência na Maçonaria, foi dada como um dos motivos porque estava na Maçonaria. 

E aí é o que vem o que quero falar, que foi inspirado pelas reflexões da Peça de Arquitetura: Disse o Irmão que “Aqui em nosso Templo, sempre observo os meus Irmãos, não consigo encontrar nenhum igual ao outro, todos são pedras, pedras diferentes, mas que em nossa construção vão se desbastando e encaixando-se perfeitamente”. 

É essa dinâmica de “pedras” diferentes que vão se amoldando para a construção e que está sempre em movimento para se encaixarem perfeitamente na construção do Templo da Humanidade. 

Cada um com suas peculiaridades e defeitos vão se talhando, uns se transformando em pedras grandes, outros em pedras menores, mas todas importantes para a construção. É essa energia constante que vai acionar o fogo da fraternidade e o trabalho em equipe para a consecução dos objetivos maçônicos. 

É como ele disse na Peça de Arquitetura, que lendo “um livro em que tinha uma citação sobre uma inscrição Persa que foi traduzida assim”: “Oh! Enquadra-te para ser utilizada; Uma pedra adaptada ao muro não fica abandonada no caminho”. Ou seja, trabalha, trabalha e trabalha, mas como Pedra “enquadra-te” e se junta com os outros para ser bem utilizada e energizada a fim de que não fiques para trás, jogada no meio do caminho ou abandonada. 

Como disse muito bem o Irmão no final de sua Peça de Arquitetura, de que a Maçonaria: “... entrega ao iniciado o ambiente a as ferramentas necessárias para seu aprendizado e desenvolvimento. E nós, os iniciados, temos o livre arbítrio, nós decidimos: Ser uma pedra desbastada ou uma abandonada no caminho”. 


E aí chegamos à conclusão de que a Maçonaria realmente é estímulo, é movimento, é ação constante para que a vida seja construída de homens dignos e dispostos a se enquadrarem na felicidade e no bem da Humanidade. 

Juarez de Oliveira Castro
Loja Simbólica Alferes Tiradentes nº 20


O SONHO E A ESCADA


Não sei se é costume em todas as regiões do Brasil, o maçom dizer que “subiu um degrau na Escada de Jacó”, para externar sua alegria em receber “aumento de salário”.

Aqui, na região em que vivo e tenho vinculação com a Arte Real, é rotina dizer-se esta expressão, tanto na revelação da felicidade de quem foi elevado de grau, como nos discursos de saudação aos beneficiados.

Entendo que deverá ser muito denso o significado deste símbolo na maçonaria (1), diante de tanta ênfase que se lhe dá em seu uso ou ao se fazer a sua exegese, por mais superficial que seja a abordagem.

Não quero falar que a Escada de Jacó é importante, por haver sido admitida no Simbolismo Maçônico e, coincidentemente, ao mesmo tempo em que se inaugurava o primeiro Templo Maçônico, construído como tal e para esta finalidade – o Freemason’s Hall – inaugurado em 1776 (2), no oriente de Londres.

Nem desejo registrar, mas já registrando, a sua importância, porque esteja configurada no Painel da Loja de Aprendiz, elaborado por Willian Dight, em 1808 (3), onde a Escada de Jacó aparece, partindo da Bíblia aberta sobre o altar e alçando-se ao céu, que o alcança no clarão de uma estrela de sete pontas.

Todavia, como se percebe, mesmo sem querer me referir a uma Escada, já falei de duas. Uma a do sonho de Jacó, cuja descrição vem do Velho Testamento (4). Outra, desenhada por Dight, que se reporta à primeira, mas com omissões e algumas inserções. Na Escada do sonho, ela está ligando a terra ao céu, e anjos, sobem e descem. Na Escada do Painel, ela está ligando a Bíblia do altar ao céu, sem anjos, mas com a introdução de fortes símbolos do cristianismo, quais sejam: a cruz da fé, a âncora da esperança, e o cálice do amor (o sangue do Filho de Deus, derramado em face do amor pela humanidade). (5)

O sonho, que teve Jacó, e está totalmente narrado no Gênesis. O Senhor, na oportunidade, fala a Jacó de tudo de bom que lhe está reservado, tanto a Jacó quanto à sua descendência – o povo de Israel, nome este que substituiu o de Jacó, após sua luta com o anjo, episódio de que a Bíblia se ocupa no livro de Gênesis (6)

A conversa havida ao pé da Escada inspira o entendimento de uma contrapartida de Jacó e descendentes ao que o Senhor, seu Deus, lhe estava a garantir. Que aquele povo desse à vida o destino de encaminhar-se ao Altíssimo: (7) “uma peregrinação de retorno à Casa do Pai”, como séculos depois, Santo Agostinho ensinava a respeito da vida. 

Parece-me não causar arrepios dizer que a maçonaria pensa desta forma, quando proclama a “prevalência do espírito sobre a matéria”. Pensamento este muito bem retratado na composição do compasso e esquadro, sendo este a matéria e aquele o espírito. 

A vida, em seus aspectos menos tangíveis, é o mote principal da Ordem. O aperfeiçoamento do iniciado e seu exemplo na comunidade em que habita.. O cuidado com o bem-estar do próximo. O zelo pela família. A dedicação às coisas do amor fraternal. O adepto da maçonaria deve apresentar-se pelo bem que pode fazer.

A Escada de Jacó indica esta trajetória. No que se refere ao sonho, ela é utilizada pelos anjos (seres plenos de virtudes) em sua movimentação. O maçom deverá ser um construtor de templos à virtude. Ele mesmo será uma pedra que se poliu para ocupar espaço na construção. Ascender mais um degrau na Escada é estar mais perto do Criador. Significa dizer: possuir mais virtudes. A contrapartida ao que o Senhor ofertou a Jacó.

A Escada de Jacó, na concepção de Dight, que contém os símbolos da fé, da esperança e do amor, tem o chamamento do maçom a seu próprio aperfeiçoamento.

Se o maçom diz que subiu um degrau na Escada, tem convicção do que está dizendo, e acredita nisto, ele está declarando seu compromisso com esta prática de amar a Deus, pois está em seu caminho; de aperfeiçoar-se, porque é destinado a ser templo de Deus (8); e de amar ao próximo que é um estágio da Escada, que se encontra mais aproximado do Altíssimo.

Que o Grande Arquiteto do Universo conceda, sempre, aos irmãos maçons a força e o vigor suficientes para subirem, não somente um, porém vários degraus nesta desafiadora “escada”, com a qual sonhou Jacó e na qual a maçonaria se inspira a cada instante.  

Sobre o autor: Antonio do Carmo Ferreira é Grão Mestre do Grande Oriente Independente de Pernambuco (COMAB), Presidente e fundador da Associação Brasileira de Imprensa Maçônica (ABIM) e um dos mais fecundos escritores maçônicos da atualidade entre outras..

RECURSOS BIBLIOGRÁFICOS

(1) “A Escada de Jacob é alegoria de origem bíblica e designa a escada que Jacob viu em sonho, a qual simbolizava a providência e cuidado especial de Deus por Jacob; os anjos levavam suas orações e necessidades ao trono de Deus e desciam com as bênçãos divinas; em Maçonaria ela é representada sobre o círculo entre paralelas verticais e tangenciais, tendo no topo, uma estrela de sete pontas, como símbolo da ligação do iniciado com Deus, através da ascensão na escada iniciática”. José Castellani, no livro Dicionário Etimológico Maçônico, vol. DEFG, pág. 59, Editora A Trolha, Londrina/PR.. 

(2) “Naquele ano foi pintado um Painel... tudo leva a crer que o irmão Pintor... acrescentou também a Escada de Jacó, que desde alguns anos antes já vinha sendo ensinado nas Lojas. Lendo Machey, vemos que no rito de York, a Escada não era um Símbolo original, tendo sido introduzido por Dunckerley em 1776, época em que Priston iniciou suas LEITURAS. O que vem a comprovar, é que, até aquela data, a Escada de Jacó ainda não era um Símbolo Maçônico. No Rito Escocês Antigo e Aceito, ela entrou pelas mãos de Miguel André de Ransay, que era um ardoroso defensor dos Stwarts, transformando em símbolo maçônico a Escada Mística dos Mistérios Mitraicos.” Francisco de Assis Carvalho no livro “Símbolos Maçônicos e suas origens”, págs. 135, 136 e 137, Editora A Trolha, Londrina/PR.. 

(3) “Willian Dight, um maçom inglês, pintor, em 1808 elaborou três Painéis sobre lona, como era de uso na época.” Rizzardo Da Camino no livro “Os Painéis da Loja de Aprendiz” pág. 109, Editora A Trolha. Na pág. 110 da mesma obra está reproduzido o painel onde se encontra o desenho da Escada de Jacó.
(4) Gênesis 28:10 – 17
(5) I Cor 13:13
(6) Gênesis 32: 28
(7) Gênesis 28:20 – 22
(8) I Cor 6: 19


O FOGO, A CHAMA E A LUZ


Na Maçonaria, assim como em outras instituições iniciáticas, místicas, esotéricas, filosóficas ou religiosas, o fogo, a chama e a luz são símbolos de profundo significado.
Nas iniciações, um dos batismos do candidato é feito pelas chamas do fogo, simbolizando a queima das impurezas que a água não consegue tirar.
“Nos livros sagrados de todas as religiões, temos centenas de citações sobre o fogo, a chama e a luz, no início da Bíblia em Gênesis – 1: 3 a 5 – Deus disse: “Haja Luz. E houve luz. Após a criação dos céus e da terra, a primeira manifestação foi a criação da luz. O grande cientista Albert Einstein disse que a luz é a sombra de Deus.”
“Nos rituais religiosos, se acendiam lamparinas com óleo de oliva virgem e límpido, no fogo se queima o incenso com aromas perfumados para agradar a Deus. O profeta Isaías – 5: 25 – “Pelo fogo se acendeu a ira do senhor… .” Também dizia: “A violência de sua cólera.” A chama de um fogo devorador. “Inflamam as árvores das florestas e as videiras.”
Quando o ser humano aprendeu a se utilizar do fogo, para cozinhar os alimentos, se aquecer nos dias e noites frias, ele passou a se diferenciar dos outros animais, na realidade, a maior contribuição para a formação da civilização foi a utilização do fogo.
“Ele é citado em Gênesis – 15: 17 – “E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão; e eis um forno de fumo, e uma tocha de fogo, que passou aquelas metades.”

As velas do altar simbolizam que a luz pode vir de fontes diferentes, mas a sua função é iluminar, o maior ensinamento é que elas sempre formam uma unidade, que a doação também significa recebimento, ao doarem a sua luz para o acendimento de outra vela, elas não perdem a sua luz, na realidade a luz é multiplicada, quanto mais se doa, mais se tem.

“A presença de Deus sempre é anunciada por trovões, relâmpagos e nuvens luminosas; ou mesmo como “sarça ardente”; temos também a carruagem que elevou Elias ou quando ele estava no monte Horeb e escondeu o rosto ante o sopro de Deus; as visões de Ezequiel; Moisés que se viu face a face com Deus desce do Sinai com o semblante resplandecente.”

No salmo 136: 7, 8 e 9 “Aquele que fez os grandes luminares…”

No Novo Testamento, Jesus, o Cristo, é a luz, o fogo interior, o amor, o conhecimento; “a lâmpada não está mais sob o alqueire, mas, sobre a mesa.”
Temos a luz como a interiorização do conhecimento “A lâmpada de teu corpo é teu olho.” “E se teu corpo estiver na luz, ele estará todo na luz.”
O livro todo de João é considerado como o Evangelho do Espírito – 1: 1 a 8 – Temos a repetição da criação. Com o fracasso de Adão e tantos outros que não foram ouvidos, Jesus, o Cristo, teve que ser enviado, que após passar pela purificação pela imersão na água teve o batismo pelo fogo divino.
Com essa visão parcial da Bíblia, tivemos uma caminhada pouco a pouco mais espiritualizada da luz sombria da matéria para a pura luz. Podemos perceber que a vida tem um propósito, que a luz que tem sido preservada através das eras pode ser alcançada.
Sabemos que a luz da maioria dos seres humanos não passa de mera obscuridade, mas existem aqueles que se tornam espiritualizados. Eles já não se contentam com as sombras, pois, a presença da luz provoca uma débil reação em sua mente e seu coração.
Na Maçonaria devemos deixar de lado, as tolas vaidades, as brigas pelo poder, as tristes divisões e buscarmos alcançar o ápice da pirâmide para nos tornarmos verdadeiramente evoluídos e aperfeiçoados, nos transformarmos em verdadeiros líderes e instrutores da sociedade menos esclarecida. Como disse o célebre maçom Mário Leal Bacelar “Vamos nos dar as mãos”. Devemos formar uma unidade, assim como, as velas brilham separadas e com a união fornecem mais luz, assim o verdadeiro maçom deve fazer, não importa onde está o conhecimento, pois, ele pode estar em todos os lugares, o importante é que o divulguemos, formando uma só família.
Quando passamos a entender que a criação é um processo contínuo; que ela não ocorreu instantaneamente, mas, por estágios e, que ainda fazemos parte desse processo. Só então compreendemos o verdadeiro significado da primeira criação: “Das trevas do abismo, o invisível e incognoscível Deus moveu-se sobre a face das águas e disse: “Faça-se a Luz.”
 Ir.’. Pedro Neves • M.’.I.’. 33.’. • MRA


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