OS LANDMARKS


As leis naturais são imutáveis, perfeitas, e valem em qualquer tempo e lugar. Seja lá qual for a crença pessoal de cada um, é praticamente consenso e bom senso que “alguém” é o responsável por toda a criação e este “alguém” possui todas as perfeições e nenhum defeito. Consequentemente, tudo que Ele/Ela criar também estará sujeito a toda esta perfeição.

O Criador não somente produziu o universo como também todas as perfeitas leis que regem tudo que aqui se passa. Essas são as “Leis naturais”, perfeitas, independentes e inexoráveis. Elas valem em todo tempo e lugar, sem necessidade de correções e ajustes.

Em contrapartida às leis naturais, e como pálido espelho delas, existem as “Leis humanas”, criadas pelo homem para regular a vida em sociedade. Já que estamos condenados à vida gregária, é fundamental que existam normas e regulamentos para reger as relações entre os Homens, a fim de evitar conflitos e permitir a coexistência de maneira pacífica e construtiva. Se assim não fosse, seria simplesmente a lei do mais forte e ainda estaríamos numa fase selvagem da nossa evolução.

Porém, diferentemente das leis naturais, as leis humanas são mutáveis e tem que ir se ajustando à própria evolução da sociedade. À medida que o homem evolui os seus usos e costumes, as suas regulamentações também vão se moldando a este novo padrão evolutivo a fim de acomodar e ajustar a estas novas práticas.

Por isso, de tempos em tempos, a sociedade tem que fazer um novo pacto de convivência e atualizar as suas leis.

Isso é natural e desejável.


Se assim não fosse, ainda haveria escravidão, as mulheres não teriam direito de votar, a América do sul ainda estaria dividida pelo tratado de Tordesilhas e outras bizarrices que, na sua época eram lógicas e razoáveis, mas que hoje simplesmente soam como absurdas.

As leis se modificam e se atualizam à medida que a sociedade evolui.

A Maçonaria é uma sociedade de homens. Portanto, ela esta sujeita às mesmas condições de qualquer outra sociedade humana.
As leis maçônicas forçosamente têm que evoluir e se acomodarem aos novos tempos.

O bom senso, a lógica e a razão assim o ditam.

Porém, a própria maçonaria acabou se colocando numa armadilha, pois definiu que o seu conjunto de leis básicas chamado de “Landmarks” são imutáveis.

Quando se estabeleceu os tais Landmarks há alguns séculos, não se levou em conta que a evolução natural da sociedade e a consequente necessidade de acomodar as leis intestinas a esta nova realidade.

É evidente que uma entidade milenar como a maçonaria tem que ter uma base doutrinária, filosófica e organizacional muito forte, sólida e consistente, pois se assim não fosse não poderia resistir à passagem do tempo e certamente já teria sido extinta.

Dai, pode-se compreender a intenção dos codificadores da legislação maçônica em criar um código de leis rígido, que não pudesse estar sujeito a modismos, vaidades e caprichos pessoais dos dirigentes maçônicos.

Porém entre cláusulas rígidas e cláusulas imutáveis há uma diferença abissal.

Insistir em leis imutáveis é praticamente condenar a maçonaria á implosão ou a hipocrisia, pois à medida que algumas cláusulas dos Landmarks forem se tornando impraticáveis, os maçons simplesmente irão parar de segui-las, mesmo sem anunciar publicamente.

E qual a solução para isso?

Os grandes dirigentes maçônicos têm que se reunir e admitir que isso precisa ser mudado. De alguma forma ele tem que, com o respaldo de toda a comunidade maçônica,  estabelecer um mecanismo de revisão periódica dos Landmarks, a fim de acomodá-los à nova realidade e à nova moral.

Evidentemente isso não pode ser uma coisa banal, e o mecanismo de revisão dos Landmarks tem que ser rígidos amplos e complexos, para evitar casuísmos e oportunismos. Porém não se pode ficar como está, sob pena de esvaziar completamente a verve maçônica, pois ninguém terá coragem de defender cláusulas tão anacrônicas e fora de propósito.

Em tempo, é evidente que não se quer virar a maçonaria do avesso e nem se mudar tudo. Basta somente AJUSTAR os Landmarks à nossa nova realidade, mantendo os princípios e a razão de ser da entidade.

Abraham Lincoln disse, muito sabiamente, que não há nada mais poderoso do que uma ideia cuja hora tenha chegado.


Pois agora é uma hora tão boa quanto qualquer outra para a  maçonaria incorporar algumas novas ideias no âmago da sua essência, revisando os Landmarks.

Autor: Ir.´. Alfredo Vicente Terçaroli Ramos
(membro ativo da ARLS Verdadeiros Irmãos, 669)


ONZE CONDUTAS MAÇÔNICAS DESEJÁVEIS



Onze condutas maçônicas que, certamente, contribuem positivamente e protegem a nossa ordem das ações e das influências dos infiltrados:

1) Sirva à instituição e não às pessoas;

2) Quando for divergir, seja de ideias, propostas e condutas, mantenha-se imparcial e com honestidade, deixando de lado simpatias ou antipatias pessoais;

3) Chame sempre para você a responsabilidade de proteger e defender a instituição, não esquecendo que os nossos maiores inimigos, infelizmente, vestem avental;

4) Não se venda por medalhas, títulos, cargos, alfaias e elogios;

5) Quando for indicar um candidato, não seja um corretor de avental, que seja pessoa que se amanhã for à bancarrota e você tenha necessidade de levá-la para dentro de tua casa, ela não ocasione problemas à tua família;

6) Seja parceiro fiel e leal da verdade e da justiça, assumindo a inteira responsabilidade do que falar, escrever ou fazer;

7) Nunca se esqueça que os exemplos falam mais do que palavras e que os Aprendizes, Companheiros e Mestres mais novos precisam de referências;

8) Não seja Maçom oportunista ou inconsequente, pois baixaria truculência e contestação infundada e mentirosa não são compatíveis com as nossas virtudes e princípios, maculando os Templos Maçônicos;

9) Não olhe para um Irmão como se fosse seu superior hierárquico, porém respeite as autoridades maçônicas legalmente constituídas, bem como, se for necessário, exija delas, usando os caminhos e meios legais maçônicos, que desempenhem os seus cargos com dignidade, probidade, humildade e competência, pois não estarão fazendo mais do que sua obrigação;

10) Seja um obreiro útil, humilde, dedicado, competente, de atitude e instruído nos augustos mistérios da Arte Real, pois, caso contrário, poderá ser manipulado e inconscientemente prestar serviços para aqueles pseudo maçons que representam a antimaçonaria.

11) Mas nunca se esqueça que você faz parte integrante da Instituição e é no conjunto de Irmãos que a Maçonaria vive e pulsa e só poderá alcançar seus altivos interesses quando todos de mãos dadas seremos um só corpo pensante.


COMO RECEPCIONAR IRMÃOS VISITANTES


Landmark 14. - O direito de todo Maçom visitar e tomar assento em qualquer Loja, é um inquestionável Landmark da Ordem. É o consagrado direito de visitar, que sempre foi reconhecido como um direito inerente que todo Irmão exerce, quando viaja pelo Universo. É a consequência de encarar as Lojas como meras divisões, por conveniência, da Família Maçônica Universal.

As Lojas Maçônicas devem ser lugares bem receptivos, onde novos Irmãos visitantes se sintam livres para explorar e fazer novos amigos.

Como faz algum tempo que muitos de nós fomos visitantes pela primeira vez, algumas Lojas esqueceram algumas formas básicas de se colocar no lugar do visitante e como fazê-los sentir-se bem vindos.

Aprendendo a receber novos membros da Ordem e apresentá-los à Loja, você pode tornar a experiência mais memorável e evitar erros comuns que afastam membros prospectivos para uma possível filiação e até regularização.

VAMOS A ALGUMAS DICAS:

O processo de recepção para visitantes começa assim que eles estão no estacionamento. Ir à Loja pode ser uma experiência intimidadora para muitos Irmãos (principalmente os aprendizes), então você quer se certificar de que os visitantes de primeira vez se sintam bem vindos.

Por esse motivo, é comum que as Lojas tenham Irmãos para recepcionarem no estacionamento, certificando-se de que os novos irmãos visitantes tenham uma ideia de onde eles devem estar e que não tenham medo antes de entrarem no Templo.

Escolha irmãos mais calorosos e amigáveis para isso. Pode ser uma forma excelente de dar para os membros mais alegres algo para fazer antes da sessão, ou para fazer os membros da Loja mais velhos se sentirem mais valorizados.

Certifique-se de que os irmãos da recepção evitem uma linguagem acusatória e não receptiva, como "O que você está fazendo aqui?" Em vez disso, apenas suponha que todo mundo está no lugar certo. Diga, "Olá! Meus irmão Bem Vindo! Como você está?" Ouça-o e ajude.

Apresente-se. Não coloque a pressão nos visitantes para se apresentarem, e faça o primeiro contato. Visitantes devem ficar confortáveis. Tire a pressão se apresentando e apresentando os irmãos da Loja, e pegando os nomes dos visitantes para o Ir.'. Chanceler.

Trate os visitantes como pessoas, não como "visitantes". Ninguém quer ir a lugar nenhum querendo ser bem recebido e na hora se sentir estranho ou em uma categoria separada. Faça perguntas a eles e aprenda sobre os visitantes para fazê-los se sentir à vontade. Procure um assunto em comum para discutir e ajude-os a se sentir como se estivessem em casa. É nessa hora que se checa o CIM  e discretamente colhem-se informações do “visitante”

Mostre a Loja para o visitante. Muitos membros da Maçonaria esquecem como é visitar uma Loja amiga pela primeira vez. A maioria dos visitantes de primeira vez não está interessada nos assuntos profundos – eles estão apenas procurando um lugar para estacionar e onde se sentar e ouvir a sessão. Eles só querem se sentir bem recebidos. Vá devagar e foque-se em ajudar os visitantes a ficarem confortáveis e torne a experiência fácil e sem estresse.

Certifique-se de que o visitante saiba onde pode estacionar, onde pode pegar uma xícara rápida de café, um copo de água e onde guardar sua bolsa.

Faça um tour rápido pelo prédio se o tempo permitir. Mostre aos visitantes o local onde a sessão será e outras partes atraentes, se eles estiverem interessados. Um pouco da história da loja também pode ser interessante para novos visitantes.

Novos visitantes em uma Loja devem sempre conhecer o Venerável Mestre antes de irem embora, se estiverem interessados. Faça uma apresentação depois do sessão. Se os visitantes não estiverem interessados, não force nada.

Observações importante:

Visitante não apresenta trabalhos em Loja na qual visita,
Visitante não opina sobre assuntos da Loja,
Visitante não vota,
Visitante só vai para o Oriente se for convidado,
Visitante pode se telhado pelo VM e verificado documentos,
Visitante vai à Loja de terno completo,
Visitante que trabalhar e ocupar cargo, deve fazê-lo com zelo,
Visitante não fala demais na palavra a bem da ordem,
Visitante tem que ter educação, pois a Loja não é a dele, então...

Espero que essa dicas possam ajudar as Lojas.


Denilson Forato, M.I.

POR UMA MAÇONARIA MAIS JUSTA E PERFEITA!


Somos imperfeitos.

Uma eterna pedra bruta em processo de lapidação.

Ninguém é dono da verdade.

Errar é humano. Nossa ordem é composta por obreiros, homens livre e de bons costumes, mas mesmo assim sempre haverá falhas.

Todas as afirmativas que foram lidas são máximas que nos acompanham cotidianamente nas nossas oficinas, sempre estamos falando ou ouvindo alguém pronunciá-las. Todas elas carregam consigo a fragilidade humana, a necessidade de aperfeiçoamento.

Mostramos que devemos melhorar sempre, que de fato somos seres inacabados, pedras imperfeitas. Mas até quando usaremos estas máximas como escudos para as nossas eventuais falhas?

Até quando usaremos estas expressões para continuarmos denegrindo a instituição que participamos?

Até quando as usaremos para mantermos nossas lojas no submundo da injustiça e da imperfeição?

Se o ser humano é realmente um ser deplorável em todos os lugares deveria ser um péssimo lugar para se viver.

Nenhum lugar prezaria pela tentativa de se fazer as coisas certas, de procurarem o bem comum, de buscaram a justiça e a dignidade, de pelo menos tentarem transformar o local onde moram em um lugar decente.

Temos tantos exemplos que poderíamos seguir mundo afora. Existem povos que pelo menos buscam ser melhores.

Poderíamos citar os japoneses, finlandeses, noruegueses, canadenses, suecos, ingleses, alemães, australianos, enfim, são povos que conviveram com o caos e souberam dar a volta por cima, souberam construir nos seus países uma sociedade mais digna.

Se não são perfeitos, pelo menos procuram ser. É justamente este o grande dilema que deveríamos pensar.

Por que não tentamos também?

Se quisermos nós, brasileiros, poderemos construir um país mais justo e perfeito, grupos sociais mais justos e perfeitos, uma sociedade mais justa e perfeita.

Torna-se muito simples, mesmo dependendo de um constante esforço de cada um de nós. Muito pouco ou quase nada adiantará nossas reclamações, se nossas ações se escondem por detrás da máxima da imperfeição.

Sabemos que a imperfeição é real, mas ficar, como medíocres, se justificando através dela, aí já é demais. É querer sofrer, contentar com o caos, ver o fim de tudo que não deveria ter fim e não se importar.

Se existem exemplos bacanas é porque é possível o ser humano ser melhor. Caso contrário não restaria nenhum lugar que prestasse.

O que somos já diz tudo, somos seres humanos, que pensam, que amam, que têm compaixão, somos seres que podem melhorar sempre e isto é bom demais!

Por isso é preciso acreditar nisto, viver isto, e pautar nossas atitudes neste propósito na eterna busca de sermos justos e perfeitos. Quem sabe assim nossos dias se tornam melhores, nossas instituições, entre elas nossas oficinas, se tornam mais dignas e merecedoras de respeito.

E como sonhar não custa nada quem sabe nosso país se transforme naquilo que todos queremos, num país em que o povo procure ser justo e perfeito, que tenha coragem de lapidar a pedra bruta.


Walber Gonçalves de Souza

COMO É SUA MAÇONARIA? COMO É SUA LOJA


Um irmão me escreveu um e-mail recentemente preocupado com a falta de interesse dos maçons em estudar.

Essencialmente os maçons, dizem, são a ‘nata’ da sociedade. Ler livros, estudar, pesquisar, questionar, defender princípios éticos e morais e agir seriam alguns dos preceitos estritamente elementares e básicos de uma comunidade formada pela ‘nata’ da sociedade.

Salvo melhor juízo, o que vemos, contudo, é um conjunto de pessoas, bem intencionadas, boas de coração, mas completamente alienadas. Seguem o que mandam. Alguns, entretanto, abandonam o barco por se sentirem enganados pela ideia que a Instituição lhe vendeu. Outros, que insistem, são taxados de encrenqueiros ou que ‘não deixaram a maçonaria entrar em seu coração... ’

Avaliando tudo isso, podemos vislumbrar algumas questões.

São verdadeiras estas afirmativas?

Analisemos.
Onde começa a Maçonaria? Na Loja. Na Loja existe o ingrediente mais importante e basilar da Instituição: o maçom, o ser humano, o pensante, o agente.

Nas Lojas realmente estamos encontrando pessoas que questionam que pensam que estudam que agem? Ou são apenas mecanicistas e ‘agapistas’?

A inteligência está em repetir, repetir e repetir o que outros dizem serem cláusulas pétreas, ou está na capacidade de investigar, duvidar, questionar, propor, agir?

Qual a diferença entre uma pedra e um ser pensante? A pedra está ali, não se mexe, não pensa, não toma iniciativa alguma, segue o que propuserem a ela. O ser pensante incomoda o status quo, interage proativamente, propõe o novo, age, duvida, argumenta, reinventa e se reinventa.

A Loja, embrião da estrutura maçônica é de onde vêm as definições, as ordens. Não espera vir de cima, mas está acima. Como é a sua Loja? Onde, em que patamar se encontra? Está à altura do que se espera no ideário Maçônico? Ela tem opinião, faz ouvir e valer sua opinião, ou a sua opinião religiosamente coincide com o que vem ‘de cima’?

Se a Loja não tem posição ‘em cima’, é porque se acocora e espera. Espera a iniciativa de quem julga estar acima, espera ordens, espera decisões, espera a definição do que é certo e do que é errado. Quanto muito espera apenas para ratificar. Apequena-se. Não tem iniciativa, criatividade, força própria, argumentação. 

Não quer se incomodar. A rotina lhe é o sustentáculo da existência e finalidade.

E assim anda a Maçonaria, ou não?

Se quisermos saber sobre a Maçonaria, olhemos às nossas Lojas. Quais suas preocupações, quais seus planejamentos de curto, médio e longo prazo (ou sequer tem planejamento?). Tem feito diferença em sua área de ação e atuação junto à comunidade?

Qual a qualidade dos trabalhos que são apresentados? Estes trabalhos trazem novidades ou são repetições das repetições? O mesmo do mesmo? E assim está bom...

Os obreiros sabem da legislação da Loja e de sua Potência? Se sentem capacitados a avaliá-las e a propor mudanças, ou não estão nem um pouco interessados?

Na Loja o que é mais importante? O rito? A ritualística? Os graus? Entrar com o pé esquerdo? Chamar a atenção de um irmão que não fez à ritualística ‘perfeita’? Ou são as ações efetivas nas comunidades? Constitui a diferença ou não são nada, ou são os vaidosos e amigos dos amigos, que se favorecem? São os corruptos que só querem levar vantagens? Quem somos? Qual valor temos para a sociedade? Qual nossa utilidade para o progresso da humanidade? Vivemos da e na teoria ou agimos de fato? Qual é o histórico da Loja? Qual o currículo da Loja?

A porta do Templo é apenas mais uma porta?

O que é mais importante para o irmão da Loja? Ser grau 33 ou ser maçom? Se vestir de fantasias ou se despir de vaidades?

O Maçom morre para a Maçonaria quando acredita que o rito ou ritual é o fim e não o meio.

A Maçonaria morre para o irmão que torna a Maçonaria fim e não meio.

A Loja abate colunas quando abdica de ser a Potência.

Não raras vezes irmãos não dispõem de recursos para manter um plano básico de saúde para sua família, mas tem de sobra para participar e frequentar toda a espécie de atividade extra simbolismo. O fanatismo - não reconhecido pelo obreiro, entranha-se em sua existência como se oxigênio fosse. A cegueira é de tal ordem, que perde o bom senso, o equilíbrio, o contato com a realidade.

Quem é mais espiritualizado? O mendigo que reparte um pedaço de seu pão a um vira-lata a seu lado ou o Grande, "grau não sei quanto", vestido de Grande que é tão Grande, que não consegue enxergar o pequeno, pois seu peito estufado e cheio de troca-troca de condecorações impede de visualizar os mais humildes e necessitados?

A Maçonaria é o espelho dos maçons. Se estes são acomodados, vaidosos, medíocres, meras engrenagens mortas, isto será a Maçonaria, vivendo de um passado que um bom número de maçons, inclusive, desconhece e, em grande parte, fantasia para sonhar com a ideia de que são importantes e insubstituíveis...

Se as Lojas são um ‘monte’ de gente bem intencionada, amigões, trocadores de figurinhas, mas não vibra, não perturba, não incomoda não se posiciona de forma enfática, então não passa de um clubinho particular, cubículo de míopes, sonhando com hierarquia de reizinhos e súditos. Um teatro repetitivo, medonho, que vive da farta distribuição de bengalas e medalhas sem brilho.

Neste ambiente amorfo, ser Venerável Mestre é algo sem sentido maior. A história da Loja é um livro sem letras, ou um conjunto de auto-elogios sem significado e significância, característica de pompa entre espíritos pobres e sonhadores. A capacidade de vivenciar uma existência profícua se adstringe a uma fantasia mental e pequenez espiritual.

Como é sua Maçonaria? Como é sua Loja?

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”
Chico Xavier
Um fraterno abraço,
Nelson A. H. de Carvalho
BARLS Cidade de Viamão No. 99
MM - GLMRS / MI


O QUE É SER LIVRE?


O conceito de liberdade nem sempre é bem interpretado. Ser livre significa, de pronto, ter-se a faculdade de se poder fazer ou de se deixar de fazer alguma coisa. 

Isso parece estabelecer o direito de cada um poder dispor de sua pessoa como bem entender, sem se sujeitar a qualquer tipo de imposição ou de coação física ou moral.

Mas, ao mesmo tempo, só é livre aquele que goza de sua plena dignidade como ser humano, pois ser livre não significa mudar de senhor, mas, sim deixar de ser escravo.

A vontade é um componente importante na manutenção de nossa liberdade. É ela que determina se seremos escravos de uma ideia, de um vício. E é ela que molda nossos atos, colocando-nos sob a proteção da lei ou sob sua mira punitiva. Enfim, ser livre é nunca dar a ninguém o direito de ferir nossa integridade moral.

Quando somos iniciados maçons, nossa Ordem sonda nossa alma, nosso caráter, nosso coração e nossa inteligência, procurando saber se somos realmente livres. 

Livres de preconceitos, da preguiça de trabalhar ou de procurar a verdade.

A Maçonaria não nos impõe sua verdade. Ao contrário, concita-nos a investigá-Ia, pois, sabiamente, nossa Instituição entende que cada um de nós procura a sua verdade pessoal. Nosso irmão, o grande poeta clássico alemão Goethe, informava-nos de que a verdade possui particularidades absolutamente individuais.

O Grande Arquiteto do Universo dotou-nos de livre arbítrio. A partir daí, somos livres para agir, sem nos esquecermos, é claro, de que a cada ação corresponde uma reação em sentido contrário e em igual intensidade. Destarte, procuremos nos lembrar sempre de que não podemos fazer tudo o que queremos, mas sim o que podemos ou devemos.

Imagine-se membro de uma orquestra. Você tem liberdade de executar seu instrumento, mas tudo dentro de um tempo e de um compasso estabelecidos anteriormente, além das notas que são escritas para sua participação.

Você pode desrespeitar tudo isso e tocar como quiser, mas estará prejudicando a todos, principalmente a você. Sua atuação correta, por outro lado, será benéfica a todos. A Maçonaria é uma floração mística da alma. E a mística maçônica é apoiada na razão. Por isso, sabemos que quem traz ganha; quem vem apenas buscar, perde.

A realidade é que o trabalho é um hino de amor à vida. Trabalharam-se, merecemos um salário. Não é por acaso que os maçons são chamados de obreiros. Prestamos um juramento de modo livre, sem coação, de combatermos a ignorância, os erros, a injustiça e de glorificarmos o amor, a justiça, o direito e a verdade.

Quando não trabalhamos por preguiça ou desinteresse, descurando-nos das tarefas que nos são cometidas, estamos nos esquecendo de parte do juramento que fizemos, qual seja o de respeitar aos que vierem a ser nossos superiores hierárquicos e agredimos à nossa própria razão.

E o que é pior: agredimos aos nossos irmãos, também. Gibran dizia que o culpado é, muitas vezes, a vítima do ofendido.

É melhor termos para receber do que para pagar. Afinal, somos livres ou escravos do descumprimento do dever? O homem livre encontra a paz no cumprimento do dever.

Nunca procuremos nos justificar por não termos realizado o que era de nossa obrigação fazer e que a preguiça ou o desinteresse não nos permitiu. Cada um de nós percebe quando os ouvidos e o coração ficam contentes ou não com o que ouvem da boca.

Nosso amado Mestre Jesus alertou-nos: conhecereis a verdade e ela vos libertará. E a maior verdade que precisamos conhecer é sobre nós mesmos.

Quantas faces da verdade sobre nós mesmos já procuramos conhecer?

Somos livres para amar, para sermos tolerantes, solidários, fraternos, leais. Nossos atos é que constituem o melhor ensinamento que poderemos transmitir aos nossos irmãos e semelhantes.

Bebamos mais um pouco da sabedoria de Gibran Khalil Gibran, orientando- nos sobre nossas preces a Deus: Nada Te podemos pedir, pois Tu conheces nossas necessidades antes mesmo que nasçam em nós. 

E continua o grande pensador libanês: Se penetrardes no templo unicamente para pedir, nada recebereis. É bastante que entreis no templo invisível. E Gibran maravilha-nos quando comenta a comunhão da abelha com a flor, falando-nos do prazer que a abelha sente em sugar o mel da flor. E a flor sente-se feliz por poder oferecer o mel à abelha, a fim de que esta possa levar lenitivo a quem sofre de amargura.

Aquele que vive escondido na sombra acaba tendo medo da luz. O Maçom deve dizer, sem medo de desagradar a seus ouvidos e a seu coração: Sou livre e honro o Criador, amando a criatura.

Faço isso livremente porque desejo viver um dia na luz plena, onde não haverá trevas nem amargura e onde todos serão verdadeiramente irmãos e bendirei todas as ações que desenvolvi, contribuindo para que nosso templo fosse sempre um reflexo da ordem e da beleza que resplandecem no trono do Grande Arquiteto do Universo.

Autor: Pedro Campos de Miranda


AS SETE CIÊNCIAS DO GRAU DE COMPANHEIRO

1. Introdução.

Este trabalho objetiva demonstrar aos amados IIr.'. as origens das Sete Artes Liberais e o seu simbolismo na Maçonaria.


2. O Nascimento do Homem.

Em sua essência física, os homens nascem todos iguais, chegamos ao mundo nu, assustado, chorando, cada novo ser humano, porém, têm suas particularidades, uns serão no futuro mais inteligentes, outros mais humanos, alguns mais violentos, uns voltados par o bem de todos e outros voltados ao seu próprio bem.

Cada um com seus dons desenvolverão uma profissão, alguns não serão nada, outros ainda serão um peso a ser carregado pelos demais por ter enveredado pelos caminhos do vício e desperdiçado todos os dons que recebera. Embora sejamos todos física e organicamente semelhantes, cada homem tem suas particularidades intelectuais e sua consciência bem definida, cada qual estabelece suas prioridades de vida, uns desejam ser bons pais, outros desejam fortuna, uns se contentam em ter poucas posses e empregar todo seu tempo em ser mais sábio. seria a sabedoria um dom tão valioso que não poderia ser comprado nem vendido?

Nos primórdios da humanidade a situação era semelhante, os homens de modo instintivo foram vencendo as dificuldades e os perigos e vivendo, com o descobrimento do fogo, da roda, das ferramentas de pedra, dos metais, da fala e da escrita, através das gerações transferiram o lento conhecimento acumulado. Nos dias atuais, podemos aplicar diversos conceitos simples que nossos antepassados descobriram ao custo de muitos anos.apesar de elementares, estas grandes descobertas, foram basilares na evolução do homem e do conhecimento.


3. A Evolução do Conhecimento.

A Epistemologia ocupa-se da definição do saber e dos conceitos correlatos, das fontes, dos critérios, dos tipos de conhecimento possível e do grau de exatidão de cada um, bem como da relação real entre aquele que conhece e o objeto conhecido. Os sofistas gregos duvidavam da existência de um conhecimento objetivo e confiável, em contraposição Platão, e quase na mesma linha Aristóteles, afirmavam que era possível adquirir conhecimento com base na observação dos fatos, tomando como base o raciocínio abstrato da matemática e da filosofia (Platão) e que o conhecimento deriva da experiência e da aplicação da lógica (Aristóteles).

A partir do Séc. XVIII até o Séc. XIX, surgiram outros movimentos filosóficos como o racionalismo, o empirismo, o fenomenológico, os neo-realistas e os realistas críticos. Tantas vertentes sobre o mesmo assunto culminaram em tal emaranhado de conceitos resultando numa enorme confusão verbal.

Atualmente duas correntes filosóficas parecem se sobrepor à antiga epistemologia, trata-se do positivismo e da filosofia analítica, apostando numa só forma de conhecimento, o científico. Baseia seus trabalhos no conhecimento, na percepção e na probabilidade.

O fato de a história nos apresentar tantas correntes de pensamento filosófico, muitas vezes conflitantes, aqui brevemente comentado, nada mais serve para ilustrar quão importante é o exercício de usar o intelecto, cada uma destas correntes pode se apresentar obsoleta, gasta, atrofiada, porém, deu sua colaboração para atingir o atual estágio de conhecimento no qual hoje vivemos.

Alguns destes conceitos filosóficos foram à base dos ensinamentos ministrados nos antigos Gymnasium , centros de ensino de corrente humanista organizados a partir do Séc. XVI e quase sempre nas mãos da Igreja Católica ou por ela dirigidas. Em latim eram ministrados as ciências do Companheiro, conhecidas no mundo profano como as Artes Liberais.

O Trivium abrange os conhecimentos da Gramática, Retórica e da Lógica, e o formado nestas ciências recebia o título de diplomado. O Quadrivium outorgava o título de licenciado em artes, abrangia o estudo da Aritmética, Astronomia, Geometria (englobava o estudo da Geografia e da História Natural) e da Música.


3.1 O Trivium.
3.1.1 A Gramática.

Esta antiga arte liberal, etimologicamente oriunda da letra grega Grama, é arte de escrever de forma ordenada e qualificada, de forma a repassar o integral conteúdo do que se deseja transmitir a quem lê.

A Gramática pode ser considerada a base das demais ciências liberais e também das novas ciências, já que se torna necessário que o conhecimento tenha o ideal registro histórico através da escrita, para que as gerações acumulem os conhecimentos adquiridos em cada época.


3.1.2 A Retórica.

Muito parecida com a Gramática, a Retórica usa a oratória para repassar a ideia, o ensinamento, o conceito a quem se dirige à palavra. Não apenas com a simples comunicação, mas fazendo o uso da persuasão e da eloquência, tornando a fala elegante e comunicativa.

Falar bem é por si só uma forma de convencimento, e independe dos dons natos tratados no início deste trabalho como bem esclarece Rizzardo da Camino: “A Eloquência é a arte de bem falar, inata em alguns e cultivada em outros; pode ser o resultado de estudo, transformando-se em algo artístico, como também pode resultar de um dom natural”.

A Retórica pode ser conquistada por qualquer um, podendo ser comparada a pedra bruta quando mal sabemos nos comunicar, e a pedra cúbica quando por meio do exercício da leitura, da prática da escrita e do uso da reflexão convergimos o esforço no sentido de expressar o que desejamos corretamente e através da palavra.

Em particular, é importante aos Maçons o exercício da Retórica, pois se devemos servir de exemplo devemos cuidar especialmente do que proferimos a outrem, fazendo sempre o uso da verdade, e quando o fizer, tomar sempre o cuidado de fazê-lo com propriedade e buscando a verdade.

Deve ainda o Maçom, interpretar bem quando ouvinte, buscando decifrar os laços e armadilhas enrustidas em tão bem maquiavelicamente tramados discursos dos que fazem uso da retórica para alcançar objetivos muitas vezes escusos.


3.1.3 A Lógica.

A Lógica clássica ou tradicional foi enunciada pela primeira vez por Aristóteles, que determinou as leis para um raciocínio correto mediante silogismos .

Pode ser definida como a ciência que trata dos princípios válidos do raciocínio e da argumentação. Em síntese, a Lógica é o meio pelo qual se chega à conclusão baseadas em determinadas proposições ou premissas. É um conjunto de regras, ou normas que regulam e padronizam o pensamento em busca do correto, do verdadeiro, do certo, do justo.


3.2 O Quadrivium.
3.2.1 A Aritmética.

De origem árabe, os números são a representação de quantidade. Fazemos uso destas representações para realizar cálculos aritméticos, bem como de ciências correlatas como a Álgebra por exemplo. De um modo bem conpêndioso, é o domínio das quantidades, das operações básicas, adição, subtração, multiplicação e divisão.


3.2.2 A Astronomia.

Antes de qualquer coisa é preciso esclarecer a diferença entre Astronomia e Astrologia. Pesquisando o dicionário encontramos a definição de cada um: astronomia: S. F. Ciência que trata dos astros e de tudo que lhes é relativo. (do gr. Astronomia.); enquanto Astrologia é: S. F. Suposta arte de predizer o futuro pela observação dos astros. (do lat. Astron+logos.).

Desta forma, enquanto a Astronomia estuda os astros e corpos celestes tentando desvendar seus mistérios, descrever suas órbitas e movimentos, sua idade, sua luminosidade, a Astrologia fazia uso dos astros para fazer adivinhações.

A confusão em torno da Astronomia e da Astrologia advém dos tempos mais remotos, algumas civilizações antigas tinham nos astros, diurnos ou noturnos seus deuses, e a eles dirigiam suas celebrações rogando por boas colheitas, por vitórias nas guerras, etc.

Não passa de uma conjectura, porém, a partir desta ótica pode mesmo ser a Astrologia a grande motivação da Astronomia, já que, com a prática sequenciada da contemplação dos corpos celestes com fins religiosos e místicos, foi possível estabelecer relações dos astros com determinados comportamentos das colheitas, assim como do movimento das marés, mas repetindo, não passa de mera suposição particular ainda que com alguma validade, já que na literatura consultada nada consta nesse sentido. Desta forma, astronomia não pode ser declarada como uma ciência, mas sim como arte.

A Astronomia, esta sim uma ciência, teve grande importância no passado, e não se sabe os limites de sua expansão. Os antigos navegadores tinham como o instrumento de orientação o Astrolábio , inventado pelos gregos ou alexandrinos em 150 A.C. e posteriormente aperfeiçoado pelos árabes; este instrumento determinava a localização da embarcação e o rumo que devia tomar com base nos astros.

A Astronomia foi também motivo de disputas entre estudiosos e a igreja, resultando em algumas condenações e mortes na fogueira, num flagrante exemplo de intransigência e de censura à busca da verdade que se contrapõe a dogmas e esdrúxulos.

Por fim, apenas ensaiamos a conquista espacial, as dúvidas são muitas: estamos sós? Vamos colonizar algum planeta? Vamos conquistar outros planetas? Poderemos ser conquistados? Muitas verdades ainda virão à tona no campo da Astronomia.


3.2.3 A Geometria.

A Geometria é a parte da matemática que estuda as possibilidades métricas aplicadas a um espaço. A Maçonaria Operativa fez uso dos conceitos da geometria nas edificações por ela erigidas, e num breve olhar, veremos representados pelo Templo Maçônico veremos vários símbolos com ela relacionados, são triângulos, ângulos, retas, círculos, instrumentos necessários para traçar e medir estes espaços; todas essas referências tornam a geometria a ciência com maior representação simbólica no Templo Maçônico.

Cabe ainda chamar a atenção para a Letra G, que no Rito Moderno tem seu lugar no centro da Estrela Flamígera, com forte iluminação interna, a dois metros de altura ao lado da Coluna B. Esta letra representa entre outras coisas a Geometria, que é um dos fundamentos da ciência positiva, que vem nos ensinar “...a modelar os indivíduos no sentido de manter o seu lugar aqueles que lhes convier melhor, no edifício social”.


3.2.4 A Música.

É a combinação de sons de instrumentos ou vocalizados de forma harmoniosa e organizada resultando numa composição. Pode ser solo ou conjunta com outros instrumentos iguais ou diferentes, pode ser sacra ou profana.

A Música faz parte do folclore de cada região, podemos citar o Fandango de origem espanhola e regionalizado pelos gaúchos e nordestinos, o Repente e a Embolada, o Caipó, o Cateretê, Maxixe, Macule, para ficar somente no Brasil, mas cada época e cada região do mundo tem na música e por extensão na dança a representação da sua cultura.

As musicas tem como função, o entretenimento, auxílio ritualísticos profanos ou religiosos inclusive os fúnebres. Pode ainda manifestar movimentos e apelos sociais como na música Brasil – mostra a tua cara (que devia neste período de moléstia em que vivemos na política brasileira se transformar em nosso hino). E num sentido amplo, a música representa os valores centrais de uma sociedade.


3.3 As Ciências Derivadas das Artes Liberais.

Se nos remotos tempos onde os conhecimentos eram transmitidos no Gymnasium as artes restringiam-se apenas a Sete Ciências, estas formam a síncope de todo o conhecimento moderno, do rudimentar tambor que marcava a marcha dos guerreiros ou ecoava avisos partimos para as orquestras que reúnem dezenas de músicos afinados e harmonizados em uma mesma construção musical.

A Geometria pode não ter evoluído muito, mas a sua aplicação parece não ter limites, por ela podemos fazer a distribuição da nossa sala de estar e é o instrumento pelo qual arquitetos e engenheiros erguem pontes, viadutos, represas, arranha-céus.

Se a Astronomia era o grande meio de orientação nas navegações na idade média, foi ela que proporcionou o novíssimo GPS (Global Positioning System) por meio do entendimento dos movimentos terrestres e da órbita. Assim como a Geometria a Aritmética quase não mudou com os tempos, embora alguns matemáticos cada vez mais criam fórmulas complexas buscando através da Matemática comprovar suas teorias; também a Aritmética não tem limites à sua aplicação.

As ciências do Trivium, Retórica, Lógica e a Gramática, seguem esta mesma linha, sua aplicação é universal, e até quem não as conhece faz uso delas sem saber que um dia foram disciplinas das mais importantes.

As Artes Liberais, ou Ciências do Companheiro, são o ponto de partida da evolução, do detalhamento de cada uma destas ciências, surgiram às ciências modernas, e o modo que vivemos atualmente. O conhecimento humano analisado graficamente segue em uma progressão geométrica infinita, onde a cada período o nosso conhecimento é elevado ao quadrado. Poderia a Matemática provar que nosso conhecimento é finito? Graficamente, o conhecimento humano poderia ser representado em uma linha reta (ápice do conhecimento)? Fica a questão para ser respondida por quem entende de Matemática, ciência na qual nunca passei de Aprendiz.


4.0 O Nível e a Alavanca.

A Terceira Viagem na Iniciação do Aprendiz a Companheiro é dedicada às ciências, ou artes liberais. O iniciando caminha pelo Ocidente segurando na mão esquerda uma Alavanca apoiada sobre o ombro esquerdo, na mão direita retém o Nível. O Ir.'. 1° Experto conduz o candidato a Companheiro até próximo do triângulo do Secr.'. onde lê a placa com os dizeres as ciências.

O simbolismo da Terceira Viagem vem nos ensinar sobre as dificuldades e como suplantá-las, a Alavanca, símbolo do esforço e da força, é o instrumento pelo qual devemos nos inspirar a não nos reter em contemplar os problemas, devemos partir para ação, para a execução, para a materialização; por outro lado o Nível, simbolizando a ciência, transmite o conceito de que o esforço deve ser malhado pelos golpes do conhecimento, de forma a não desperdiçar nossa força.


5.0 Conclusões.

O conhecimento humano não tem limites, comparando as Artes Liberais com o atual estágio do nosso conhecimento, talvez não fossem estas mais do que algumas páginas de uma volumosa enciclopédia; difícil mensurar, da mesma forma não há como relegar a sua importância por dois motivos: formam a base do conhecimento e tem aplicação comprovada até nossos dias.

A Terceira Viagem vem corroborar alguns dos fins da Maçonaria, o progressismo e o evolucionismo. Oras, como maçons devemos ainda abraçar a causa da evolução e do conhecimento verdadeiro, e, portanto defender as cores da evolução e do progresso, sem, no entanto nos atermos simplesmente com a força da alavanca, antes de tudo, humildemente, é preciso que vistamos o manto do saber procurando nos instruir.

Por fim, o saber mais não deve ser nunca motivo de superioridade, devemos nos lembrar de que, apesar de progressistas e evolucionistas os Maçons combatem a ignorância, que é: “...saber pouco, saber mal o que sabe, e saber coisas outras que deveria saber...", portanto, quem tem o saber deve antes de tudo, usando a Aritmética, somar o seu conhecimento com os IIr.'., multiplicando o saber e dividindo trabalhos, para que se diminuam os obstáculos.



6.0 – Fontes Bibliográficas.

1. O Companheirismo Maçônico, Rizzardo da Camino, Edição Digital, Livraria Maçônica Paulo Fuchs.
2. Ritual do Grau de Aprendiz, Grande Oriente do Brasil, Edição de 1999.
3. Ritual do Grau de Companheiro, Grande Oriente do Brasil, Edição de 1999.
4. O Companheiro no Rito Moderno, Melkisedek – A Gazeta Maçônica (em revisão).
5. Enciclopédia Microsoft Encarta,


Postagem em destaque

MAÇONARIA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO: O MAÇOM DENTRO DO CONTEXTO HISTÓRICO

Introdução A Maçonaria Operativa teve vários períodos que a precederam que se poderia intitulá-los de fase pré-operativa. Esta fase acontece...