OS ATUAIS INIMIGOS DA MAÇONARIA



Antes, há muito tempo, todos os Maçons se precaviam e se protegiam contra inimigos externos.

O Clero, governos extremistas e outras forças ameaçavam, constantemente, a sobrevivência da Instituição, perseguindo, prendendo e julgando os maçons como criminosos.

Estes tempos já passaram o que não quer dizer que não poderão voltar.
A inquisição dorme apenas, daí a necessidade de permanente vigilância.

Se analisarmos, com isenção, o quadro atual, aceitaremos sem reservas que os maiores inimigos da Maçonaria, hoje, são os próprios Maçons.

Mal selecionados, não convictos e invigilantes, legam perigo constante à nossa Ordem.

A falta de instrução e de estudos maçônicos, portanto, o desconhecimento de nossa Filosofia dificulta ou até mesmo impedem, a reforma íntima de cada um, prevalecendo "vícios" como vaidade, orgulho, arrogância e tantos outros.

A indisciplina tem causado sérios problemas em Loja.

Alguns Irmãos se dão ao luxo de ignorar Leis e Regimentos Internos.

A omissão, a conivência e a tolerância excessiva têm feito da Moral um código adaptável ao momento, às circunstâncias e às conveniências de cada um.

Há a necessidade de uma conscientização intensa e geral.

Entramos para a Ordem por vontade própria.

Não fomos obrigados a nenhum juramento.

Quando o fizemos não foi sem antes nos oferecerem inúmeras oportunidades de recuo.

Ainda há tempo para uma atitude menos indigna: se nos sentirmos decepcionados, desiludidos ou desapontados afastemo-nos da Maçonaria com a mesma espontaneidade com que entramos.

Se, decididos a continuar, lembremo-nos de todas as nossas obrigações, especialmente a de cumprir e fazer cumprir a obrigação jurada.

Convençamo-nos, somos os atuais inimigos da Maçonaria.

Reformemo-nos, eliminando em nós próprios muitos dos inimigos internos da nossa Instituição e, assim, estaremos combatendo, natural e intensamente, os inimigos externos.

Lembremos e pratiquemos todos os nossos deveres maçônicos.
Afastem-se os derrotistas, os omissos e os acomodados.

*LUTEMOS, TODOS, POR UMA MAÇONARIA DE MAÇONS!*

(Extraído do livro "Maçonaria, uma Esperança", de Armando Righetto)

"Ser *Perfeito* é a meta; ser *Justo* é o meio para alcançá-la!"



SE QUISERES BEM EMPREGAR A TUA VIDA, PENSA NA MORTE!




Na câmara de reflexão existem vários simbolismos. Entre eles, a figura do galo, por conceito é o que anuncia um novo dia, ou seja, um novo ciclo, e, assim, simboliza o nascimento de uma nova era para o profano, que deixa a vida material nascendo para uma vida espiritual, voltada ao culto das virtudes e á busca constante da verdade, e que o tornará um cidadão útil á sua família, á pátria e á sociedade;

O nascer para as virtudes, e o morrer para a vida profana, nos remete a pensar acerca da vida, do nosso tempo em vida, e meditar também sobre a morte.

Os maçons conhecem bem a frase inicial, faz parte do simbolismo de nossa ordem, convido-os a deixar esse simbolismo tornar-se vivo em nossa vida, lembremos da morte, para aproveitarmos bem a vida, pensemos que o Grande Arquiteto do Universo nos deu um tempo limitado e recheado de incertezas para que pudéssemos tomar as rédeas de nossos destinos, cometendo erros e acertos e com isso aprendendo a evoluir, partindo de nossas próprias experiências.

 Quando aqui entrei, na sublime ordem, tive o privilégio de ver essa expressão escrita na câmera de reflexão.

Penso que a morte se trata de uma passagem, o corpo inerte fica esquecido, é como se deixássemos um pequeno objeto para trás, e a partir daí exercitássemos a consciência, ou a nossa espiritualidade. Assim, ao iniciar nesse plano, com novos aprendizados, estaríamos unidos também com os irmãos de que outrora partiram dessa vida terrena.

Uma vez ouvi de uma pessoa que existem dois planos, o AQUI e agora, e o ETERNO. Quando alguém morre nessa vida, entra para o plano eterno. O que é o aqui e agora diante do eterno? O pra sempre? A imensidão do tempo?  Onde não há como apagar jamais.

Então dessa forma, quem escapará da morte?

Quem de nós não quer entender que um dia chegará nosso derradeiro instante?

Preparemo-nos, pois viver em abundância e também pensar no final de tudo isso que vivemos aqui agora.
     
O que quero chamar atenção meus irmãos, é da necessidade de vivermos com paciência, dia após dia, com dignidade entre as pessoas, em paz consigo, viver com tranquilidade, sem pensar em fortunas. Seria muito bom, se todos no mundo fossem afortunados, milionários, mas, e daí?  Isso não é necessário, nada adianta viver muito bem com dinheiro se você não tem amor no coração, paz e sossego na alma, no dia a dia.
       
Um dia , quando a gente sentir que é chegado a nossa hora de partir, não há como levar nada pra nova morada, teremos que deixar tudo. Sonhos incompletos, desejos, planos, projetos, tudo ficará por aqui, partiremos sem levar nenhum bem ou coisa qualquer. Somente o que temos em nossos corações. Por isso é importante ter sempre o amor e a bondade dentro de nós.

Deixaremos aqui nossos pensamentos, nossos filhos e amigos. E que eles lembrem com carinho de nós como pessoas pacíficas e boas. Que nossos filhos assimilem um dos mandamentos. Honrar pai e mãe, e tentem agir melhor que nós. Sigam em frente levando o legado que os deixaremos. Não podemos deixar espaço para o egoísmo, o rancor e a vingança, pois, tudo isso é perca de tempo.

Nossa caminhada é efêmera, deve ser feita com observação. Se estivéssemos em uma nave com vista panorâmica, não devíamos perder a vista tudo que se passa lá fora com problemas internos. Sendo que ao chegarmos ao nosso destino, nossas lembranças da viagem é o que vai ficar para nós, como lembrança e aprendizado.
    
Então meu irmão, daqui a algum tempo, nenhum de nós estará por aqui, só as pessoa que nos conheceram falarão de nós, nossa família, nossos amigos, mais precisamente nossos filhos. Falarão de como fomos, como vivemos, de como nós os amamos e dedicamos ás pessoas que convivemos, este é o nosso legado. 

Deixemos um rastro de amor e paz, entre as pessoas, sejamos lembrados por boas condutas, boas conversas e atitudes, sejamos lembrados por boas idéias e sorrisos. Assim estaremos muito bem no lado de LÁ, o lado da eternidade.

Devemos, pois encarar a morte, em vida, é pensando no agora que devemos também pensar, que tudo é passageiro dessa forma pensar em viver em paz, na caminhada rumo ao nosso encontro com o Grande Arquiteto, com sabedoria de que tudo passa. 

Precisamos viver a cada dia como se fosse o último, amando nossos semelhantes, praticando o bem, promovendo a paz, semeando o amor, sem temer o findar de nossos dias. Temos a certeza que não caminhamos sozinhos, nosso criador está sempre conosco e nos aguarda em sua morada.
   
Eu os convido meus queridos, façamos um breve instante de pause, pensemos!
     
Estamos em paz?

Nossa caminhada está sendo executada com amor?

O que deixaremos para nossos semelhantes?  Para as pessoas mais próximas de nós?

Vamos viver com bondade no coração!

Temos parentes, amigos, filhos, todos esperando o melhor de cada um de nós. E somos detentores da sábia premissa, que tudo passará.

Precisamos dar valor á nossa família, nossos amigos, e a nossa união. É pensando na morte, que evitamos pensar em perder tempo com o nosso aqui e agora. Podemos durar ou não muitos anos, mas que esses anos aqui sejam de muita paz e união.

Quero ainda conviver com vocês por muito tempo, tentando o meu melhor, dedicando com amor, a minha família, amigos e a vocês meus irmãos.

E pra pensar na vida, os convido a celebrarmos de hoje em diante os nossos melhores momentos como irmãos. 
Que assim seja!


Ir.: m.: m.: Marcelo Nunes Bezerra
Loja Maçônica Onofre de Castro Neves - 2555
Oriente de Carangola - MG


O SÍMBOLO E O RITO MAÇÔNICO DA CADEIA DE UNIÃO



A cadeia de união é sem dúvida alguma um dos símbolos mais significativos de entre todos os que decoram a Loja maçônica.

Trata-se de um cordão que rodeia todo o templo na sua parte superior.

Esta situação no “alto” lhe dá uma conotação celeste, confirmada pelos doze nós que aparecem de trecho em trecho ao longo de todo o cordão, os quais simbolizam os doze signos do zodíaco.

Estes nós correspondem, além disto, às doze colunas que exceto pelo lado de Oriente também rodeiam o recinto da Loja. Cinco dessas colunas estão situadas no lado do Setentrião, outras tantas ao Meio-dia, e as duas restantes – as colunas J e B – no Ocidente.

Para compreender esta simbólica teríamos de ter em conta que a Loja é, antes de tudo, uma imagem do mundo, e como tal deve existir nela uma representação do que constitui o próprio “marco” do cosmos, que é propriamente o zodíaco.

Muitos recintos ou santuários sagrados – do mesmo modo que as cidades edificadas segundo as regras da arquitetura tradicional -, sendo a projeção na terra da ordem celeste, estão de uma ou outra maneira “marcados” pelas constelações zodiacais.

É o caso, por exemplo, do Ming-Tang chinês, do Templo de Jerusalém (e o seu arquétipo, a Jerusalém Celeste), de muitas fortalezas templárias, e de construções tão antigas como é o cromlech megalítico de Stonehenge.

Desta forma, os maçons operativos, e em geral os artesãos construtores de qualquer sociedade tradicional, serviam-se de um cordão para determinar a posição correta dos templos ou catedrais, que sempre, e de forma invariável, estavam orientados segundo as direções do espaço assinaladas pelos quatro pontos cardeais, exatamente igual à Loja.

Pois bem, como menciona René Guénon “… entre as funções de um “marco” quem sabe a principal seja manter no seu lugar os diversos elementos que contém ou encerra no seu interior de modo a formar com eles um todo ordenado, o qual, como se sabe, é a própria significação da palavra “cosmos”.

Este “marco” deve, pois, de certa maneira, “ligar” ou “unir” esses elementos entre si, o que está formalmente expresso pelo nome de “cadeia de união”, e inclusive disto resulta, no que se refere a ela, o seu significado mais profundo, pois como todos os símbolos que se apresentam em forma de cadeia, cordão ou fio (todos eles símbolos do eixo) referem-se definitivamente ao sütrâtmâ”.

 Por conseguinte, a cadeia de união maçônica viria a significar, considerada do ponto de vista metafísico, exatamente o mesmo que a “cadeia dos mundos”: um símbolo que resume o conjunto de todos os estados, seres e mundos que formam a manifestação universal, os quais subsistem e estão ligados entre si pelo “fio de Atmâ” (sütrâtmâ”), ou seja, pelo seu hálito ou espírito vivificador.

Por outro lado, a cadeia de união é também a corda com nós (ou houppe dentelée) que aparece figurada nos “quadros de Loja” maçônicos, mais concretamente nos pertencentes aos graus de aprendiz e de companheiro.

A significação simbólica de tal corda é idêntica à da cadeia de união, mas, ao mesmo tempo, e vinculado especificamente com o simbolismo do quadro de Loja, teria de se considerar também outro aspecto importante dela: o que tem como função “proteger”, além de “unir” e de “ligar”, os símbolos e emblemas que aparecem desenhados no quadro, o que é considerado como um espaço sacralizado, e por tanto inviolável.

Neste sentido, a ideia de “proteção” está incluída no simbolismo dos nós e das ligaduras, que pelas suas respectivas formas relembram o traçado dos dédalos e labirintos iniciativos.

Na simbólica universal, o labirinto, além de estar relacionado com as “viagens” e as provas iniciáticas, também tem como função a defesa e proteção dos lugares sagrados ou centros espirituais, impedindo o acesso aos mesmos pelos profanos que não estão qualificados para receber a iniciação.

Porém a defesa estende-se igualmente (e poderíamos dizer que principalmente) a impedir o acesso às influências subtis do psiquismo inferior, que pelo seu caráter especialmente dissolvente representam um claro perigo que deve ser controlado e evitado a todo custo, pois por meio destas influências introduzem-se determinadas energias maléficas e caóticas destinadas a destruir, ou no melhor dos casos a debilitar, os próprios centros espirituais e as organizações tradicionais ligadas a eles, e consequentemente a impedir dentro do possível a comunicação com as influências verdadeiramente superiores, das quais esses centros e organizações foram – e são – precisamente, o suporte.

E ao fio desta última reflexão, quem sabe seria demais assinalar os perigos de dissolução (ou de petrificação, pois no caso dá no mesmo) que na atualidade espreitam a Maçonaria, já que é a todas as luzes evidente que esta organização tradicional se tem visto submetida a uma paulatina extirpação da dimensão iniciática e esotérica dos seus símbolos e dos seus ritos.

E o que é talvez mais lamentável seja que essa ação foi levada a cabo muitas vezes por maçons que não compreenderam que é precisamente graças a esses símbolos e ritos (revelados na origem e transmitidos ao longo do tempo) que a Ordem maçônica adquire o seu pleno sentido, pois eles constituem as suas senhas de identidade, o que tal Ordem é em si própria, e não poderia deixar de ser, a menos de seja para ficar totalmente desvirtuada e vazia de conteúdo essencial.

Para que esta situação não chegue a ser irreversível, pensamos que se faz necessário que os maçons de espírito tradicional (isto é, aqueles que consideram que a Maçonaria pertence e é uma ramificação da Tradição Primordial e, portanto uma via de realização do Conhecimento) restituam de novo o sentido cosmogônico e metafísico do seu legado simbólico-ritual, começando por considerar que a cadeia de união é efetivamente, o “marco” celeste que delimita, separa e protege o “mundo da luz” do “mundo das trevas”, o sagrado de o profano.

Além da corda com nós que rodeia a Loja e o quadro, existe um rito na Maçonaria que também recebe o nome de cadeia de união. Trata-se daquele que está constituído pelo entrelaçado que formam as mãos, com os braços entrecruzados, de todos os integrantes da oficina, o qual, precisamente, tem lugar ao redor do quadro da Loja e dos três pilares da Sabedoria, a Força e a Beleza, momentos antes de encerrar os trabalhos.

Em primeiro lugar, há que se dizer que é a cadeia de união é um dos ritos maçônicos que mais diretamente aludem à fraternidade maçônica, a qual, de fato, está sustentada nos laços de harmonia e concórdia que ligam todos os maçons entre si.

Daí o porquê de se denominar os nós da corda também de “laços de amor”, pois o amor, entendido na sua mais alta significação, é a força que concilia os contrários e resolve todas as oposições na unidade do Princípio.

Tal fraternidade representa, portanto, o próprio fundamento sobre o qual se apóia a própria organização iniciática e tradicional. Neste sentido, o entrelaçar de mãos e braços configura uma trama cruciforme que evoca a imagem de uma estrutura fortemente coesa e organizada.

Mas este rito realiza-se, fundamentalmente, para dirigir uma prece ou invocação ao grande Arquiteto, sendo nesta invocação onde reside o seu sentido profundo e a sua razão de ser. Por isto, prescindir da prece como sucede em muitas lojas atuais, pelo mero fato de ignorá-la ou por considerá-la um ultrapassado anacronismo, provoca inevitavelmente o empobrecer do próprio rito, ficando este, como consequência, reduzido praticamente a quase nada.

Não obstante, na antiga Maçonaria operativa, a prece e as invocações dos nomes divinos formavam parte constitutiva do rito e dos trabalhos simbólicos; e precisamente ela realizava-se na cadeia de união e ao redor do quadro da Loja, com o qual se confirma o papel verdadeiramente “central” que este último sempre desempenhou na Maçonaria.

De modo geral, a cadeia de união começa e termina no Venerável Mestre, e é ele, como a máxima autoridade da Loja, o que dirige a invocação ao grande Arquiteto. 

Vejamos a seguir um exemplo desta, segundo é ainda usado em alguns Ritos maçônicos que seguiram conservando parte do legado operativo:
“Arquiteto Supremo do Universo; Fonte única de todo bem e de toda perfeição; Oh Tu! Que sempre trabalhastes para a felicidade do homem e de todas Tuas criaturas; damos-te graças por Teus paternais beneplácitos, e te conjuramos para que os concedas a cada um de nós, segundo Tuas considerações e segundo as nossas necessidades. Espalhe sobre nós e sobre todos os nossos Irmãos a Tua celeste Luz. Fortifica nos nossos corações o amor pelas nossas obrigações, a fim de observá-las fielmente. Que as nossas reuniões possam estar sempre fortalecidas na sua união pelo desejo de Teu prazer e para nos fazer úteis aos nossos semelhantes.Que elas sejam para sempre a morada da paz e da virtude, e que a cadeia de uma amizade perfeita e fraterna seja sempre tão sólida entre nós que nada possa alterá-la. Assim seja”.

Por conseguinte, e segundo se depreende desta oração maçônica, a união encadeada e fraterna converte-se no suporte horizontal e psicossomático (terrestre), sobre o qual “descerão” – estimulados pela prece – os beneplácitos (bendições) da influência espiritual ou supra-individual -“Tua celeste Luz”-, possibilitando assim uma via de comunicação axial entre o céu e a terra, ou como se diz em linguagem maçônica, entre a Loja do Alto e a Loja de Baixo.

Quer dizer que através da invocação o que se pretende essencialmente é a comunicação com as energias celestes (as Ideias ou atributos criadores do Arquiteto universal) cuja ação espiritual conformou – e conforma permanentemente – a realidade simbólica e ritual (ou seja, cosmogônica e metafísica) da organização iniciática.

Ao mesmo tempo, no rito da cadeia de união concentra-se a entidade coletiva constituída por todos os antepassados que realmente participaram na Tradição e o seu conhecimento, e dos que se diz que moram no “Oriente Eterno” (a Loja celeste).

Tal entidade faz-se una em comunhão com os seus herdeiros atuais, isto é, com os maçons que, tendo recebido e compreendido (na medida em que for) a mensagem do seu legado tradicional, contribuem hoje em dia para mantê-lo vivo e atuante.

Neste sentido, a cadeia de união também está a simbolizar a cadeia iniciática da tradição maçônica (e por analogia a de todas as tradições), cuja origem é imemorial, como o é da mesma forma a mensagem que ela foi transmitindo ao longo do tempo e da história.

As individualidades, ou melhor, a ideia do individual e do particular que cada componente da cadeia pudesse ter de si mesmo, desaparece como tal para formar um só corpo que vibra e respira a uma própria cadencia rítmica.

A cadeia de união cria assim um círculo mágico e sagrado onde se concentra e flui uma força cósmica e teúrgica que assimilada por todos os integrantes lhes permite participar do verdadeiro espírito maçônico e da sua energia salutar e regeneradora.

Não é então de se estranhar que durante o transcurso do rito da iniciação, o neófito receba simbolicamente a “luz” integrado na cadeia de união, o que é perfeitamente coerente numa tradição na qual o rito e o trabalho coletivo desempenham uma função eminente como veículos de transmissão da influência espiritual.

Francisco Ariza
Tradução: Sérgio K. Jerez


NOTAS SOBRE A CONDUTA DO MAÇOM



O estado de ânimo do Maçom ao chegar à Loja:

Cumprimentar seus irmãos com alegria e ser amável ao abraçar cada um, demonstrando a satisfação por participar naquela reunião.

Se necessário, ajudar na preparação da loja e aproveitar a oportunidade para ensinar aos aprendizes os porquês de cada objeto e o seu significado.

Procurar cumprir e estimular os Irmãos para que a reunião tenha início no horário previsto.

Abandonar os problemas ditos “profanos” antes de entrar na sala dos passos perdidos.

Tudo o que for realizar, faça com amor e gratidão, pois muitos outros desejariam participar e não podem.

Recordar: MAÇONARIA ALEGRE E CRIATIVA DEPENDE DE CADA UM (SABER – QUERER – OUSAR – CALAR)

Pretende ir à Loja hoje?

A sua participação será sempre mais positiva quando os seus pensamentos forem mais altruísticos.

Participação positiva será a daquele que, com poucas palavras, conseguir contribuir muito para as grandes realizações.

Ao falar, passe pelo crivo das “peneiras”, seja sempre objetivo e verdadeiro no seu propósito. Peneiras:
Verdade
Bondade
Altruísmo.

Às vezes um irmão precisa ser ouvido; dê-lhe a oportunidade para se manifestar.

Falar muito cansa quase sempre os ouvintes e pouco se aproveita. Fale pouco para que todos possam absorver algo de importante e útil que tenha para transmitir.

Entendendo os irmãos:

Não podemos e não devemos fazer julgamentos precipitados daqueles que conosco convivem.

Estamos todos na escola da vida aprendendo a nos relacionar uns com os outros, e o discernimento é diferente de pessoa para pessoa.

Quanta diversidade existe nas formações individuais. Desejar que o um Irmão pensasse como nós, é negar a sua própria liberdade. Caso deseje fazer uma proposta, primeiro converse com o secretário da Loja e verificar se o assunto é pertinente no momento da Sessão.

Temos a obrigação de orientar, ensinar, mas nunca impor pontos de vista pessoais inerentes ao nosso modo de ver, sentir e reagir.

Não é por acaso que nos é sempre cobrada à tolerância. Devemos aprender a ser tolerantes primeiro conosco próprios e então, estendê-la aos demais.

Dia de Sessão. Sabe o que fazer?

Hoje é dia de reunião, Que tal reler o ritual para recordar os detalhes!

Mesmo que já saibamos de cor o ritual, não devemos negligenciar o nosso cargo ou função na Loja.

Se um irmão cometer alguma falha, corrija; se possível, com discrição, sem fazer disso motivo de chacota.

Quando a cerimônia é desenvolvida por todos de forma consciente e com amor, todo o ambiente reflete a atmosfera de paz e tranquilidade entre todos.

O ritual deve ser cumprido em todos os seus detalhes. Quando participado com boa vontade, tudo fica mais belo, sem falhas, sem erros, proporcionando um bem estar geral.

Como se apresentar em loja:

O templo é o lugar onde acontece a reunião dos Irmãos imbuídos do desejo de evoluir e contribuir para a evolução dos demais.

Valorize a reunião, apresentando-se com a sua melhor “roupa”, ou seja: despido de toda maldade, manter os pensamentos nobres e altruísticos, valorizando cada Irmão e cumprindo com todas as regras existentes.

Traje limpo, com bom aspecto, revela a personalidade de quem o usa e influenciará diretamente no relacionamento entre os participantes daquela reunião. 

Sejamos, portanto cuidadosos!

Aquele que é fiel no pouco será fiel no muito, aquele que é infiel no pequeno será igualmente infiel no grande. Cuidado com os relapsos, já que não respeitam nem a si próprios.

Bom seria que todos fossem responsáveis; cabe a cada um de nós criticar construtivamente, visando sempre o progresso do Irmão imaturo cujo comportamento nos causa constrangimento.

Elegância:

Como é gratificante constatarmos a elegância de um Irmão; encontrar no seu comportamento a expressão de uma educação fina e irrepreensível.

É um dom que vai muito para além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

A elegância deve acompanhar-nos desde o acordar até a hora de dormir; devemos manifestá-la sempre, nos mais simples relacionamentos, onde não existam fotógrafos nem ninguém a ver ou a ouvir.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma chamada, não dificulta artificialmente o atendimento.

Se os amigos, os Irmãos, não merecem certa cordialidade, então os inimigos não a irão ter certamente. A educação enferruja por falta de uso. Já agora, detalhe, não é pormenor; É A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO…

O Iniciado:

Quando os vossos olhos se abriram para a verdadeira luz, uma infinidade de objetos, novos para o vosso entendimento, atraiu a vossa atenção.

As diversas circunstâncias que rodearam a vossa recepção, as provas a que fostes submetidos, as viagens que vos fizeram efetuar e os adornos do templo em que vos encontraste tudo isso reunido deveria ter excitado a vossa curiosidade, e para satisfazê-la não há outro caminho senão o da busca do conhecimento e da verdade.

A maçonaria, cuja origem se perde na noite dos tempos, teve sempre por especial objetivo, reunir todos os homens de boa vontade que, convencidos da necessidade de prestar um sincero culto à virtude, procuram os meios para propagar o que a doce e sã moral nos ensina.

Como estes homens desejam trabalhar nesta obra meritória com toda a tranquilidade, calma e recolhimento, reúnem-se para isso nos Templos Maçônicos.

Os verdadeiros Maçons trazem constantemente na sua memória não somente as formas gráficas dos símbolos maçônicos, como, e muito principalmente, as grandes verdades morais e científicas que os mesmos representam. 

Sejamos então todos verdadeiros!

Livre e de bons costumes:

Para que um candidato seja admitido à iniciação, a maçonaria exige que ele seja “livre e de bons costumes”.

Existindo os servos, durante a idade média, todas as corporações exigiam que o candidato a Aprendiz para qualquer ofício tivesse nascido “livre”, visto que, como servo ou escravo, ele não era dono de si mesmo.

De bons costumes por ter orientado sua vida para aquilo que é mais justo, mais elevado e perfeito.


Estas duas condições tornam o homem qualificado para ser Maçom e com reais possibilidades de se desenvolver, visando tornar-se um ser mais perfeito.

O Verdadeiro Maçom é “Livre dos preconceitos e dos erros, dos vícios e das paixões que embrutecem o homem e fazem dele um escravo da fatalidade.

O que não devo esquecer:

A maçonaria combate a ignorância, em todas as formas como se apresenta.

Devemos cultivar o hábito da leitura para enriquecermos em conhecimento.

Devemos estar atentos e lembrar sempre aos meus irmãos que um Maçom tem de ter uma apresentação moral, cívica, social e familiar sem falhas ou deslize de qualquer espécie.

Não esquecer: as palavras comovem, mas os exemplos arrastam! Tenho como Maçom que sou, de servir sempre de exemplo, em qualquer meio onde estiver.

Lutar pelo princípio da equidade, dando a cada um, o que for justo, de acordo com a sua capacidade, as suas obras e os seus méritos.

O tronco da Viúva:

Possui várias denominações, como: Tronco da solidariedade, da Beneficência, dos Pobres, da Viúva, etc.

É conduzido pelo Hospitaleiro, que também faz a recolha, obedecendo à hierarquia funcional; oferece a bolsa aos Irmãos sem olhar para a mão que coloca o óbolo.

Contribuir financeiramente para a beneficência é um dos deveres mais sérios de todo Maçom, uma vez que, em conjunto com o seu óbolo, lança os “fluídos espirituais” que o acompanham, dando afinal muito mais que os simples valores materiais.

“Mais bem aventurado é o que dá, do que o que recebe”, é um preceito bíblico que deve estar sempre na nossa mente.

Quando colocamos o nosso óbolo, devemos visualizar o destinatário, enviando-lhe nosso carinho e os nossos votos de prosperidade.

Simples, não? Porque é que alguns complicam tanto a nossa Sublime Instituição?

Adaptado de Autor Desconhecido
Malhete M Maçom

A TRILHA DO APRENDIZ



O caminho que o Apr.’. trilha é suado, sem contudo ser-lhe sacrifício. Diz-se “trilhado”, porque esse caminho é assim denominado porque o que o usa, passa e repassa pelos mesmos lugares, desvia das mesmas pedras, afunda seus pés na poeira, no barro, ou pisa em folhas secas, enfim, transpõe obstáculos.

Quem reside fora de um perímetro urbano, chegando a ter sua casa em zona semi-rural, se obriga a caminhar usando sempre o mesmo trajeto, a mesma estrada antiga, o mesmo caminho costumeiro ou a mesma “trilha”.

Passa-se o tempo e o andante não se dá conta de que o caminho lhe é familiar, pois dele sabe tudo, quando se aproxima o inverno, as folhas amarelecem, certas flores surgem periodicamente, enfim não encontra mais qualquer atrativo. Tudo é sempre igual.

Em Maçonaria, as coisas não são diferentes, e o Apr.’., passados os anos, crê que conhece tudo a respeito do seu Grau, entregando-se à monotonia que o conduz à indiferença e ao desinteresse.

Certamente, cumprido o seu tempo, passa para os outros dois graus do simbolismo, e após, pacientemente, um a um, percorrer as “trilhas” dos demais graus filosóficos.

O estágio que se obriga a fazer, contudo, lhe revela que naquele outro caminho também pelo contínuo transitar, passe a conhecer tudo. Mas não é bem assim.

Genericamente o Apr.’. trilha o caminho externo, de fora, aquele que vê e que pisa; seus pés sentem a pressão do peso do seu corpo.

Sempre e obstinadamente sempre, ao lado da “trilha” que julga conhecer, há outra, quase “GÊMEA”, que precisa trilhar.

É o caminho que o conduz para dentro de si mesmo, que não conhece porque não deve ser visto e sentido com os olhos e o tato humano, mas sim com os elementos espirituais que dispõe, que são justos, porque nasceram junto consigo, no mesmo dia em que veio ao mundo.

Busque o Apr.’. a conhecer “esse” caminho tão aparentemente
oculto.

A finalidade dos trabalhos em Templo, semanais, fixa-se justamente nisso: o oportunizar-se conhecer uma “nova trilha”, que não possui obstáculos, nem imprevistos, nem mutações, mas sim, uma permanente claridade, um Sol eterno e um Espírito que o conduzirá ao lado harmônico do G A D U.

Se o Apr.’. “aprender” isto, ficará ansioso para que o dia da sessão chegue; além de tudo, nesse “novo caminho” encontrará os llr.’. a lhe fazerem companhia.

Roseny Leite do Amaral Coutinho.

Postagem em destaque

AS ORIGENS DAS SOCIEDADES SECRETAS: MAÇONARIA E INFLUÊNCIAS ANTIGAS

O documento “As Origens das Ordens Secretas” explora o surgimento e a evolução das sociedades secretas, com foco especial na Maçonaria e na ...