A RELIGIÃO E A MAÇONARIA


Até hoje ouvimos questionamentos a respeito da nossa religiosidade, ou por outra, qual é a religião que professamos; muitos de nós maçons não estamos adequadamente preparados para responder a este questionamento de modo convincente, porém, acho que podemos e devemos dizer com toda tranquilidade:
– Maçonaria não é religião e não existe nenhum dogma religioso que force os seus membros a aceitá-lo; nós maçons simplesmente acreditamos na existência de um Ser Supremo, independente da crença de cada um dos seus membros.
A maçonaria, com suas milhares de lojas, esta presente em quase todos os países do mundo e desde o inicio da sua existência comprovada e documentada (1717) ela nunca foi sectária com qualquer religião e nunca promoveu ou aceitou que uma crença religiosa seja superior a outra.
Não existe um Deus maçom, para nós ELE é o Grande Arquiteto do Universo, que reverenciamos, porém, sem sectarismo, não oferecemos plano de salvação da alma após a morte; a maçonaria é uma invenção humana e nunca tivemos a pretensão de que as nossas cerimônias sejam guiadas pelas mãos de Deus.
Se acreditamos em um Ser Supremo, estamos descartando a presença de uma pessoa ateia em nossos templos, pois, ao pretender iniciar na nossa Ordem, o candidato precisa confirmar esta sua crença pessoal em um Deus Supremo; nenhuma loja maçônica regular pode abrir seus trabalhos sem que a Bíblia ou outro livro sagrado adotado por seus membros, esteja aberto no altar; assim como nominamos Deus com a expressão GADU, o livro que é aberto no altar é denominado Livro sagrado da Lei que, dependendo do local onde está sendo realizada a sessão, poderá ser A Bíblia Cristã, O Corão – Muçulmano, Tanach – escrituras Hebreias, Veda- Indu, ou mesmo os provérbios de Confúcio; em Israel são abertos três livros simultaneamente: a Bíblia, o Tanach e o Corão.
Todos os maçons são obrigados a fazer os juramentos que forem necessários, colocando a mão sobre um destes Livros Sagrados; se um indivíduo não acredita em um poder maior que ele mesmo, o juramento não terá nenhum significado para sua consciência.
Em algumas partes do mundo, Escandinávia, por exemplo, algumas lojas maçônicas exigem que os membros sejam cristãos e no Grande Oriente da França, considerada irregular por quase todas as potências maçônicas do mundo, é permitida a presença de ateístas como membros das lojas; alguns graus do Rito York e do Rito Escocês, apresentam temas Cristãos, usando como exemplos o Novo Testamento; embora nestes graus tenhamos lições de moralidade,  não existe a necessidade de se acreditar no Cristianismo, pois muitos Judeus maçons frequentam estes graus, sem no entanto serem crentes de Cristo.
A Maçonaria e os Evangélicos
Não existe dúvida que a maçonaria nos Estados Unidos é constituída, em sua imensa maioria de membros, de Protestantes Anglo-saxônicos, aliás, em quase todos os países de língua inglesa o fenômeno se repete; a maioria absoluta dos corpos dirigentes dos protestantes nos Estados Unidos não faz objeção a que seus membros sejam maçons, embora, eventualmente surjam vozes discordantes, como o ocorrido recentemente na Convenção da Igreja Batista do Sudeste, a maior associação de Batistas dos Estados Unidos que anunciou que a maçonaria é inconsistente com a crença que professam.
Na verdade o grande problema existente entre a maçonaria e os protestantes é a presença de grupos fundamentalistas e estes fazem objeção que os seus membros frequentem a maçonaria; a razão é o fato de que alguns dos seus ministros encorajam seus membros a “revelarem” sua fé em qualquer lugar e a qualquer hora; como na loja maçônica não há espaço para esta atividade, pela proibição de se fazer pregação sobre qualquer religião, torna-se impossível a pretendida pregação.
Sabemos, juntamente com alguns milhões de homens, através de mais de três séculos, que se tornaram membros desta Ordem Fraterna e dezenas de milhares deles eram Ministros religiosos, Rabinos, Bispos ou outros teólogos, que nenhum deles (que foram membros) confirmaram estas mentiras.
Há alguns anos, um irmão mestre maçom, da nossa Loja pediu “quit-place” e tive a oportunidade de conversar com ele, indagando-lhe a razão daquela atitude, respondeu-me que a igreja a que ele pertencia (não sei qual, porém, tenho certeza que era uma destas fundamentalistas que citei acima); não desejava que ele continuasse na Ordem; por que? Quis saber.
Ele então me respondeu, com toda sinceridade:
– Existem segredos na Ordem que só são revelados para os que atingem o grau 33 em uma cerimônia satânica de iniciação, ali são revelados o real desiderato da Ordem: dominar o mundo, impedindo o progresso da minha religião e o fato de nenhum membro poder expor sua fé e revelar para os outros irmãos o caminho da salvação dentro da Loja, mostra o poder deste segredo que não é revelado para todos os outros irmãos.
A Maçonaria e os Judeus
A maçonaria não tem nenhum conflito com o judaísmo; os primeiros judeus a iniciarem em uma loja maçônica fizeram em Londres por volta de 1721, justamente em uma época em que a sociedade européia se recusava a aceitar os judeus no seu meio, impedindo-os, inclusive, de assumir qualquer nacionalidade.
Voltando um pouco na história é preciso se lembrar da Peste bubônica que dizimou quase um terço da população européia no ano de 1.300 e os Judeus foram considerados culpados por este acontecimento, estes e outros eventos semelhantes deixaram marcas indeléveis na vida deste povo.
Ao serem aceitos na Loja maçônica, sentiram o fato como o símbolo da liberdade e da igualdade, em contraste com a sociedade que lhe afligia restrições; a loja foi o lugar onde Cristãos e Judeus sentaram-se lado a lado em igualdade de condições.
Alguns de nossos rituais levam-nos ao Velho Testamento, cujo conteúdo podemos dividir com os Judeus os ensinamentos dalí emanados, principalmente nossos primeiros três graus, que fazem referências a construção do templo de Salomão, construído pelos judeus.
Apesar de assistirmos, imobilizados, mais de seis décadas de violência no Oriente Médio, provocada pela criação do Estado de Israel em 1948, a maçonaria é muito forte em Israel, existindo ali cerca de 50 lojas, com Judeus, Cristãos e muçulmanos trabalhando juntos; o selo oficial da Grande Loja de Israel inclui a estrela de David, a Cruz Cristã e a lua crescente dos muçulmanos.
Em São Paulo existe uma loja maçônica quase que exclusiva de Judeus, o venerável da mesma é um médico cirurgião do aparelho digestivo e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, meu amigo Dr. Bruno Zilberstein.
A Maçonaria e o Islamismo
Como ocorre com o judaísmo e o Cristianismo, a maçonaria não tem conflito com o Islamismo, embora, no momento, apenas o Marrocos, Líbano e Turquia, dentre os países muçulmanos, aceitam as lojas maçônicas no seu território; em vários países Islâmicos, ser maçom pode resultar em sentença de morte
Há cerca de quatro anos estive em Istambul na Turquia, quando tive a oportunidade de visitar uma loja maçônica, onde fui recebido com enorme carinho por dois maçons que lá estavam; mostraram-me o interior da loja, onde fui fotografado em frente ao altar.
A história da relação da maçonaria com a Turquia é um capítulo à parte, a Ordem teve no passado grande dificuldade naquele país; tudo começou com o Papa Clemente XII que, como sabemos, excomungou a nossa ordem em 1738; naquela época era Sultão do Império Otomano, Mahmut I que, por conveniência política, seguiu à risca a bula Papal, proibindo a presença da maçonaria em todo o Oriente Médio e na África do Norte.
Na década de 1920 iniciou-se a chamada guerra pela Independência Turca, que foi um conjunto de levantes militares e políticos, capitaneados pelo maçom Mustafá Kemal Atatuk e que culminou com a dissolução do Império Otomano em 1922.
Logo após assumir a presidência do país em 1923, Atatuk iniciou o processo de separação entre a religião e o Estado ( O Islamismo deixou de ser religião do Estado em 1928), da generalização da instrução, permitindo o voto à mulher (aliás, antes de Portugal) e a incorporação do alfabeto latino, em vez do Árabe (hoje o árabe é utilizado apenas para assuntos religiosos, pois o Alcorão é escrito em Árabe); além disto ele aboliu a obrigatoriedade do uso do véu pelas mulheres.
Estas movimentações iluministas possibilitaram o retorno da maçonaria ao território turco, hoje com muita atividade laborativa; pelas pesquisas que efetuei, fiquei sabendo que ele, Atatuk, pertenceu a Loja maçônica “Italiana Macedônia Resorta Veritus” de Ancara.
Atatuk governou a Turquia por 15 anos, hoje existe um museu e Mausoléu em Ancara (capital da Turquia) em sua homenagem, ocupando uma área de 750 mil metros quadrados; em quase todas as cidades turcas existem monumentos em sua homenagem, tive a oportunidade de ver uma sua estátua em Istambul, a maior cidade da Turquia, situada no estreito de Bósforo.
A maçonaria e o catolicismo
Sabemos que temos alguma dificuldade de relacionamento com a cúpula da igreja católica, tudo começou com o Papa Clemente XII que editou, em 1738 uma bula, ameaçando com excomunhão qualquer católico que aderisse à maçonaria, várias outras bulas foram editadas tendo como foco a maçonaria, porém, a mais violenta delas foi a do Papa Leão XII em 1882 (Humanum Genus). Ele dividiu o mundo em dois reinos, de Deus e de Satã e a maçonaria foi incluída no reino de Satã.
Embora o Canon católico editado em 1983, não faça referência explícita à maçonaria, coisa que acontecia nas outras bulas (consideravam, todas elas, a maçonaria uma instituição subversiva, sob o ponto de vista político e religioso); levou muitos católicos sinceros na fé, a procurar as lojas maçônicas para se iniciarem, porém, no mesmo ano de 1983, o Cardeal Ratzinger, que depois tornou-se o Papa Benedito XVI, na época presidente da Sacra Congregação para a Doutrina da Fé, fez um esclarecimento, dizendo que não houve nenhuma mudança e que se um católico se tornar um maçom, poderá não receber a comunhão da igreja.
Embora no Brasil, especialmente em Goiás, não tenhamos, como instituição, nenhuma dificuldade na convivência com a igreja católica, a situação continua um pouco confusa, se formos observar o que existe de documentação. O maçom sabe que não existe conflito entre a sua religião e a nossa fraternidade, frequenta as duas instituições sem nenhuma crise de consciência.
Como maçom e católico considero uma grande pena estes acontecimentos, pois, no passado tivemos (figuras eclesiásticas da igreja católica e a maçonaria) relacionamento que permitiu algumas epopeias da história do Brasil; aproveitando a aproximação da data da nossa independência, para apenas referir a um acontecimento, está registrada na historiografia (nada pode mudar estes fatos), que vários padres ombrearam com a nossa instituição na luta pela Independência.
Um dos locais, considerado o Centro da Conspiração do movimento da Independência, era o Convento de Santo Antonio, no largo da Carioca no Rio de Janeiro, onde vivia o maçom, membro e ex-orador da Loja Comércio e Artes, Frei Francisco Sampaio; ali se reuniam, junto com Frei Sampaio, dentre tantos outros, os maçons Gonçalves Ledo, Cônego Januário Barbosa, José Joaquim da Rocha.
Se quisermos basear em informações divulgadas por historiadores não maçons, basta consultar “João Dornas Filho- Os Andradas na História do Brasil” para se inteirar da sua afirmativa: “A Lêdo e ao Cônego Januário se deve a proclamação ao Imperador, forçando-o ao Fico” ; precisa mais evidência para esta combinação de esforços entre a Igreja católica e a maçonaria?
Tivemos sob nosso teto, como maçons convictos, uma grande quantidade de padres, cônegos e frades, inclusive dois bispos – Dom Azeredo Coutinho, de Olinda e Dom José Caetano da Silva Coutinho, Bispo da Diocese do Rio de Janeiro.
Na atualidade, como assinala o escritor maçom João Bosco Corrêa, o grande acontecimento foi a missa celebrada por Dom Avelar Brandão Vilela, na Grande Loja Liberdade, no natal de 1975, com grande repercussão, tanto no Brasil como no exterior.
Tivemos no passado, na época do Império, uma grave crise entre a Igreja católica e a Maçonaria, porém, acredito que este poderá ser assunto para outra oportunidade, uma vez que alongamos mais do que devíamos esta exposição.
HÉLIO MOREIRA
Membro da Loja Maçônica Asilo da Acácia 1248
Academia Goiana de Letras, Academia Goiana de Medicina,
Academia Goiana Maçônica de Letras


AS SETE ARTES LIBERAIS


Ao começar meus estudos sobre a Arte Real, especificamente sobre o Painel de Aprendiz, fiquei maravilhado frente ao oceano de significados que um simples ponto pode representar.
Fato este que deixaria, sem sombras de dúvidas, qualquer grande autor dos tratados de semiótica, como, por exemplo, o afamado Humberto Eco (autor do renomado livro “O Nome da Rosa”), estimulado. E se este mesmo autor analisasse as colunas B e J?
As características arquitetônicas, filosóficas e maçônicas de cada parte destas colunas?
Pois é, foi com esta curiosidade que me deparei com a corda de 7 nós, também presente no painel de aprendiz.
Daí a primeira pergunta: por que sete nós?
Comecei a pesquisar. Daí a minha primeira dificuldade, pois a maioria dos autores compulsados não falava tudo, sempre deixando alguma coisa no ar como se nos induzisse a procurar mais.
Procurei em outros, mais um pouco de respostas, mas, ainda, com dúvidas. Isso não é bonito?
Pensei, como é perfeita a maçonaria, mesmo nos respondendo nos estimula a procurar mais, por que as respostas nem sempre estão juntas. Mas por que sete nós e não quatro, dois, nove ou outro número?
Assim, nesta odisséia de pesquisa, enviei um e-mail ao Ir.’. José Castellani indagando sobre os sete nós. E como não poderia ser diferente, o mesmo deu-me pistas para eu mesmo procurar as respostas. O sete, por ser um número cabalístico, nos induz a pensar em muitos significados…
Foi na obra “Curso de Maçonaria Simbólica”, do Ir.’. Theobaldo Varoli Filho, que pude encontrar uma adequada explicação, no que se refere aos sete nós.
Tudo teve início nas ordens monásticas medievais, ou seja, o ensino era gratuito (como ainda hoje é preconizado pela nossa Or.’.) e a disseminação da cultura era muito estimulada entre os mesmos, sendo esta última enfatizada pelos Beneditinos.
Cassiodoro(468-561), após ter sido primeiro ministro do rei ostrogodo Teodorico, fundou um convento e agregou monges, cujas principais obrigações eram a de reproduzir manuscritos e a praticar algumas artes ditas como liberais. Liberais por ser dignas de um homem livre e totalizavam sete, ou seja, gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, música e astronomia.
Todavia coube a Boécio, um filósofo, poeta e estadista contemporâneo de Cassiodoro, a distinção das sete artes liberais em TRIVIUM ( gramática, lógica e retórica) e QUADRIVIUM(aritmética, geometria, música e astronomia), o que correspondia a uma divisão de estudos em dois ciclos.
Estas sete artes representavam, em razão direta, as artes que o Aprendiz tinha que dominar para ascender na Esc.’. de Jacó, ou seja, era necessários sete anos de estudos, uma arte por ano, para que um Apr.’.M.’. passasse a Comp.’.M.’. Isto ainda ocorria nos primórdios da maçonaria especulativa.
Ainda hoje, encontramos no ritual do grau 1o. do REAA, que o Apr.’. deve procurar dominar as Sete Artes Liberais.
E por gramática entende-se que é a sistematização dos fatos da linguagem, por retórica a arte de bem dizer e de exprimir, lógica a ciência da verdade e do método (aqui cabe um parêntesis: ainda no referido ritual do Grau 1o., cabe ao maçom, discípulo de liderança, o dever de falar e escrever com correção e verdade, e, acima de tudo, falar pouco e dizer muito); por aritmética a ciência dos números, geometria é o estudo das medidas e extensões, e além dos ensinamentos simbólicos e filosóficos que proporciona, a geometria ensina, aos obreiros da Arte Real, a contar e medir seus próprios atos; por música, além de demonstrar a exatidão dos números de vibrações por segundo (frequência) dos sons realmente afinados, inspira a grandes emoções e a harmonia, haja vista a presença desta importante coluna representada pelo M.’. de Harm.’., que, inclusive, é o propósito de outro trabalho já concluído; e, por último, a astronomia – que além de seus ensinamentos científicos, mostra ao Maçom a sua insignificância diante da obra do GADU, e que o maçom, sendo o microcosmo, procura inteirar-se da grandeza do macrocosmo. Para aqueles IIr.’ que queiram aprofunda-se no conhecimento destas artes, cito a tese do Ir.’. Carvalho Nunes, publicada pela Ed. A Trolha, intitulada “As artes liberais e a Maçonaria”.
Por fim, espero, que, com este simples trabalho, eu tenha contribuído ao enriquecimento dos conhecimentos maçônicos dos IIr.’. participantes desta Lista, especificamente no que se refere à corda de sete nós que adorna o painel do grau de Apr.’.M.’.
TFA.
Mauro Tavares. (Dotô)


NO QUE OS MAÇONS ACREDITAM?


Como utopia pessoal, cada maçom propõe elevar seu status para ser social, na medida das suas próprias competências, guiado por uma escola iniciática que foi fundada sobre princípios morais.

Acredita na necessidade de tolerar a opinião contrária, respeitando a diversidade de crenças religiosas e diferentes filosofias de vida.

Então, acredita em tolerância como resseguro à liberdade de pensamento, ela age como uma rede de contenção nos debates e teste, tornando-se permanentemente formado, Maçom em um homem com a capacidade de ouvir, compreender e agir.

Acredita na democracia como uma teia onde as diversas formas de pensamento e de crenças que estão interligadas dentro de que, tendo respeito pelos outros e tolerância de divergência, como propõe uma sociedade fraterna e progressista.

Eu, Mestre Maçom acredito na ciência, como representante do progresso, mas guiada por valores eternos como a igualdade de Justiça;lealdade sobre a igualdade de oportunidades.

Acreditar na liberdade e fraternidade como utopias que homem deveria propor e funciona dentro do templo, através do estudo das normas morais e em favor de uma atitude ética consistente em todas as áreas onde atuam.

O Maçom acredita na razão que lhe permite descobrir a natureza das coisas, compreendê-los e respeitá-los, mas ao mesmo tempo, ele acredita na importância das doutrinas religiosas e tradições culturais como formadores do homem Sentimental.

Acredita na possibilidade de um novo humanismo capaz de priorizar, acima de pessoal, corporativa e os interesses nacionais, a preservação do habitat de todos os seres.

Acreditar nos meios pacíficos de resolução de conflitos, o Maçom opôs-se ao fanatismo político ou religioso em todos que colocam em risco a vida das pessoas.

Maçom acredita e é guiado por duas trilogias fundamentais que sintetizam seu intelecto: ciência, justiça e trabalho e na liberdade, igualdade e fraternidade.

Por isso Sou Maçom


Pedro Abreu, 

M.’.M.’. da RLMAD

PS: Texto da autoria do Pedro Abreu, Mestre Maçom, pertencente ao quadro de obreiros da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5


A SIMBOLOGIA DO SOL NA ARQUITETURA E NOS TRABALHOS


O Templo Maçônico é a representação da Natureza, e seus rituais estão repletos da simbologia pagã dos fenômenos da Natureza. A orientação do Templo se faz de acordo com os pontos cardeais, e em referência com o nascer, zênite e por do Sol.
Os oficiais dirigentes de uma Loja são denominados Luzes, como verdadeiros representantes do Sol em seus diferentes pontos na evolução diária. Estão colocados nos pontos cardeais correspondentes ao nascer, no Oriente ou Leste; no o acaso, no Ocidente ou Oeste; e no seu apogeu ou zênite, no Sul.
Cabe aqui uma explicação. Como a Maçonaria originalmente se desenvolveu no hemisfério norte do planeta, o Sol em sua caminhada diária pelo céu, levanta-se no leste, passando pelo Sul, de quem se acha no hemisfério norte, para ir se por no oeste. Por esta razão que o Norte é considerado como região das trevas ou menos iluminada no Templo, e ai não se encontra nenhuma das luzes.
Astronomicamente, a região menos iluminada para nós, que estarmos no hemisfério austral, é o Sul. A Maçonaria no hemisfério Sul conserva o simbolismo como no hemisfério Norte, uma vez que de lá herdamos suas tradições.
Os antigos observaram também que o Sol não nascia todos os dias, durante o ano, no mesmo lugar. No transcorrer do ano nascia em posições diferentes, como que num bailado ou serpenteado em torno de um ponto central.
Marcaram com colunas de pedra os pontos de maior afastamento que o Sol alcançava de um lado e de outro, resultando imediatamente o ponto central do bailado do nascer do orbe solar. Através destas colunas, podia o observador verificar as estações do ano e os pontos de solstícios e equinócios e, assim poder rogar aos deuses do período a proteção às suas famílias e criações.
A tradição dessas duas colunas está também em nossos Templos nas colunas J e B, que representam os pontos solsticiais. Por entre elas passam todos aqueles que, ansiosos pela Luz ou conhecimento solar, procuram, no espelho da natureza templária, identificar-se com os mais altos princípios do Universo.
Os trabalhos Maçônicos começam ao meio dia e terminam à meia noite, sendo mais uma alusão ao princípio da Luz e Trevas que está sob a influência solar. Há uma antiga tradição que nos fala que Zoroastro utilizava este sistema de trabalho em sua escola, começando ao meio dia e, terminando à meia noite. Convém lembrar que Zoroastro, ou o Zero Astro é o mesmo Sol, que tem seu fulgor máximo ao meio dia e sua decrepitude máxima a meia noite.
Os antigos consideravam o período do meio dia à meia noite propício as coisas do espírito, enquanto que da meia noite ao meio dia, propício para as cousas da matéria. Isto porque da meia noite ao meio dia cresce a influência objetiva do Sol, enquanto que do meio dia a meia noite cresce a influência subjetiva do Sol, propiciando assim os estudos espirituais.
O Sol está representado em nosso Templo e rituais sob muitas formas e maneiras, cada qual se referindo a um de seus aspectos. Temos o Sol no altar do Venerável Mestre, como no teto da Loja, como está implicitamente, representado na circulação do Mestre de Cerimônias em Loja.
No altar do Venerável Mestre, acha-se o Sol acompanhado de sua parceira a Lua. Neste assunto existem muitas controvérsias sobre qual a posição correta de cada um dos luminares em relação ao trono.



A RELAÇÃO ENTRE MAÇONARIA E PRESBITERIANISMO


Ao se tomar conhecimento da trajetória da Maçonaria, pode-se perceber que ela está e sempre esteve presente na maior parte dos acontecimentos históricos. Talvez a Revolução Francesa venha a ser o exemplo mais destacado, uma vez que os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade eram comuns aos revolucionários e aos maçons.

Além disso, tendo por objetivo unir todas as religiões do mundo, a Maçonaria entra em conflito com a Igreja Católica, e, como resultado deste conflito, surge o primeiro documento a estabelecer o distanciamento entre as duas instituições: a Constituição Apostólica (Bula Papal) In eminenti apostolatus specula, do Papa Clemente XII (1730-1740), datada de 28 de abril de 1738, que afirma em parte de seu texto
:

Por isto proibimos seriamente, e em virtude da Santa obediência, a todos e a cada um dos fiéis de Jesus Cristo, de qualquer estado, grau, condição, classe, dignidade e preeminência, que sejam laicos ou clérigos, seculares ou regulares, ainda os que mereçam uma menção particular, ousar ou presumir sobre qualquer pretexto, [...] entrar nas ditas sociedades de francos-maçons ou as chamadas de outra maneira. 
(COLUSSI, 2002, p.13)

Esta Bula Papal foi suficiente para difundir uma imagem e um conceito subversivos a respeito da Maçonaria, fato que ocorre até os dias atuais. 

O presente artigo não visa defender e nem atacar os maçons e simpatizantes da Sublime Ordem, mas promover um pouco mais de conhecimento a todos os que se interessam pelo assunto e mostrar que a Maçonaria, com a proposta de unir os homens e as religiões, contribuiu para o avanço e fixação de um ramo do Cristianismo em solo brasileiro: o Presbiterianismo.

Desta forma, amparados em fontes secundárias, abordaremos a “Relação entre Maçonaria e Presbiterianismo”, apresentando algumas das várias formas em que, amigavelmente, a Maçonaria contribuiu para a inclusão desta tradição reformada no Brasil do século XIX. 

Sabe-se que a Maçonaria tem por objetivo levar adiante o seu lema: Igualdade, Liberdade e Fraternidade. Assim, propomo-nos a apresentar neste artigo alguns fatos históricos que comprovam a relação amigável entre a Maçonaria e o Presbiterianismo neste Brasil do século XIX. 

Ao analisarmos o trabalho presbiteriano em solo brasileiro, sem dúvida alguma, não podemos desconsiderar a relação e a contribuição que a Maçonaria ofereceu para a inclusão do Presbiterianismo no Brasil. Em carta datada de 03.02.2007, endereçada ao presbítero Athos Vieira de Andrade, o pastor presbiteriano Waldyr Carvalho Luz diz:

[...] forçoso me é reconhecer que a maçonaria deu aos pregadores, nos primórdios da Igreja Presbiteriana do Brasil, preciosa cobertura e apoio, quando forte era a oposição e hostilidade por parte da Igreja dominante e das autoridades adversas 
(apud, ANDRADE, s/d, p. 22).

Esta contribuição tornou-se bastante estreita, e não passou desapercebida ao clero católico da época, que se opôs à inclusão das novas religiões – no caso, o Presbiterianismo – em solo brasileiro. 

Quando o primeiro pastor presbiteriano Ashebel Green Simonton (1833-1867) chegou ao Brasil, em 12 de agosto de 1859, encontrou, na província de São Paulo, cerca de 700 alemães protestantes. Com a preocupação de reuni-los, Simonton procura um salão para a prática de trabalhos religiosos, porém sem sucesso.

Chega a negociar o salão da Loja Maçônica Amizade. Mas, por dificuldades financeiras, desiste de usar o local. Porém, os maçons paulistas insistem para que Simonton continue a realizar os trabalhos religiosos, e oferecem a ele o salão da Loja gratuitamente. Andrade, citando a obra de Descartes de Souza Teixeira, faz o seguinte relato:

[...] .Estudos e pesquisas recentes, revelando a história da mais antiga das Lojas Maçônicas da cidade de São Paulo, “AMIZADE”, realizados por  José Catellani e Cláudio Ferreira, permitiram extrair preciosa informação sobre os cultos dos protestantes em São Paulo. 

A Ata da Sessão da Loja, datada de 15 de maio de 1858, contém a seguinte informação, aqui destacada “in verbis”:

“...O tronco de propostas produziu uma peça de arquitetura propondo que se empreste, para os domingos, aos nossos irmãos Protestantes, para celebrarem os atos de sua religião, as salas externas deste Templo.
Requerida e concedida foi a proposta aprovada... e dando a palavra a bem da ordem em Geral e da Loja, o Ir. H. Schroeder agradece à Loja o empréstimo das salas aos nossos IIr. Protestantes, ao que respondeu o Ir. Venerável...”.

“...O episódio em si mesmo é testemunho exemplar da convivência fraterna existente entre os maçons e protestantes da época. É especialmente revelador denominar os “Irmãos Protestantes”. 

A Loja, além de contar com vários clérigos católicos,conforme o registro de Catellani, contava com  “Irmãos Protestantes” também. Esse relacionamento estendeu-se por longo tempo, atravessando mesmo o período inicial da República. Os maçons prosseguiram oferecendo apoio 
à expansão do protestantismo no Brasil. 

Pastores e leigos, protestantes (presbiterianos e episcopais) integravam muitas Lojas Maçônicas” 
(apud, ANDRADE, 2004, pp. 55-56).

Através do registro acima, vemos a Maçonaria se relacionando de forma amigável e contribuindo para a inclusão do Presbiterianismo, cedendo seu salão para a realização das reuniões religiosas dos presbiterianos. Além deste episódio, outros fatos da História oferecem informações sobre o relacionamento entre Maçonaria e Presbiterianismo.

Um dos grandes nomes que aqui citamos, e que fez parte do quadro de pastores da Igreja Presbiteriana, é o de Miguel Rizzo Júnior, filho de imigrantes italianos, que chegou ao Brasil ainda adolescente. Por volta de 1880, o missionário Rev. John Boyle (1845-1892) chega à cidade de Cajuru, onde encontra forte oposição, por parte do catolicismo, para desenvolver seu trabalho religioso.

Por onde quer que passasse, o Rev. Boyle não teria sucesso, pois o padre da cidade proibiu o povo de dar ouvidos, atender ou se comunicar com “um certo pregador visitante”. Com medo das advertências, a população obedeceu e ignorou o Rev. Boyle.

Porém, o Rev. Boyle encontra o maçom Miguel Rizzo, que lhe deu toda a atenção. E este maçom cedeu-lhe seu auditório para a realização dos serviços presbiterianos. Esta amigável acolhida resultou na conversão do maçom ao presbiterianismo, que, posteriormente, viria a se tornar o respeitável Pastor Presbiteriano Miguel Rizzo Júnior.

O estado do Paraná também é palco do histórico relacionamento entre a Maçonaria e o Presbiterianismo. Guarapuava foi o local das pregações Presbiterianas realizadas pelo Rev. Roberto Lenington (1833- 1903), em maio de 1886. Estas pregações eram realizadas na casa do maçom Francisco de Paula Pletz. Mais uma vez, vemos o presbiterianismo iniciando na casa de um maçom. 

Mas a contribuição da Maçonaria não para aí. A relação que a Maçonaria desenvolveu com o Presbiterianismo foi além do que imaginamos. Dois anos após a organização da Igreja Presbiteriana de Guarapuava, as instalações locais se encontravam em péssimas condições. Observando o que se passava, o maçom e membro da igreja Francisco de Paula Pletz encaminha solicitação à Loja Maçônica Philantropia Guarapuavana para o uso de suas dependências com fins religiosos. A igreja é atendida.

Em Minas Gerais, a cidade de Cabo Verde, especialmente, nos apresenta a relação e a contribuição que a Maçonaria amigavelmente realizou. A Loja Maçônica, Aug. Resp. e Sub. Loj. Deus e Caridade contribuiu e presenciou a instalação do Presbiterianismo naquela cidade.

Em 20 de agosto de 1870, chega a Cabo Verde o missionário presbiteriano Rev. Jonh Boyle. A Loja acompanhou as dificuldades enfrentadas pelo pastor missionário, e não fugiu à sua responsabilidade, cedendo uma sala para a realização das reuniões presbiterianas.

Conclusão
Gostaríamos de citar aqui todos os fatos, mas não o faremos para que o curioso espírito de pesquisa seja despertado no leitor. Entretanto, cremos que os relatos aqui expostos já são suficientes para demonstrar que a maçonaria se relaciona muito bem com instituições religiosas. E, de acordo com o que pudemos pesquisar, observamos que tanto a Igreja Presbiteriana como a Maçonaria se relacionam para o desenvolvimento das religiões cristãs em solo brasileiro.

Desta forma, baseados na história, podemos afirmar que a Maçonaria foi a grande amiga e a grande auxiliadora das novas ideias, inclusive religiosas, sobretudo quando a Igreja Presbiteriana se viu perseguida pela Igreja Romana.

*Wilson Ferreira de Souza Neto é Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Bacharel em Teologia e Mestre em Ciências da Religião pela 
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo-SP.



A TRADIÇÃO PAGÃ NA MAÇONARIA


Os ensinamentos maçônicos trazem a herança dos primórdios da civilização, preservando a tradição longínqua da evolução do espírito humano.
A maioria de nós, ao adentrar na Ordem, ao mesmo tempo em que sente um profundo respeito e admiração pelos trabalhos Maçônicos, também fica surpresa e embaraçada pela forma com que a Maçonaria apresenta seus ensinamentos.
A começar pela recepção do candidato à Iniciação, depois, nos próprios trabalhos no Templo Maçônico, tudo parece estar encerrado em pesados véus de simbologia a desvendar.
O próprio ritual traduz pormenores e alegorias que, para os menos atenciosos, não passam de palavras estranhas, a representar algo não muito definido para seu entendimento.
Vamos tecer alguns comentários que poderão ser úteis no entendimento do sistema de trabalho ritualístico Maçônico.
Como sabemos, a Maçonaria remonta a idades sem conta, e traz em seus ensinamentos a herança dos primórdios da civilização humana. O homem primitivo vivia e convivia em meio à Natureza, dela participava e dela sofria as adversidades de suas intempéries.
 Fácil é de se concluir que seus sentimentos e pensamentos achavam-se diretamente relacionados com os fenômenos da Natureza.

Da Natureza dependia sua sobrevivência, quer fosse das plantações como das criações, e, paulatinamente, percebeu quão importante seria poder conhecer seus mistérios, pois poderia melhor aproveitar de seus benefícios e evitar suas adversidades.
Assim, ao mesmo tempo em que surgiram sentimentos de grande respeito e adoração aos Espíritos que comandavam a Natureza e os elementos que influenciavam sua vida, surgiram também indagações e consequentemente observações dos fenômenos da Natureza. Esforços foram despendidos para seminimizar os efeitos adversos.
Dentre os diversos elementos da Natureza que o rodeava, um sem dúvida alguma, era o maior responsável pelas mutações naturais: o Sol.
O Sol marcava sensivelmente sua vida, já por ser o responsável pelos ciclos dos dias e das noites, da luz e das trevas, mas também pelo ciclo das estações que afetavam suas culturas de sobrevivência. Com isto, seria de grande valia e importância que o homem soubesse quando os cicios iriam ocorrer para poder rogar aos Espíritos diretores da Natureza, a proteção e a fartura de suas culturas nos ciclos que se descortinassem. Do Arquétipo dos Sábios à Alegoria da Construção
Diversos cultos surgiram em adoração ao Sol e a seus ciclos, decorrentes da observação do levantar e do por do Sol, bem como de suas posições de apogeu diário. Surgiram monumentais construções astronômicas na antiguidade para melhor compreensão dos mistérios celestes, como Stonehenge, a grande pirâmide de Gizeh, Chitzen Itza, Machu Pichu e outros.
Os antigos tinham a Natureza como se fosse um grande templo onde habitava o Grande Regente, o Grande Espírito Diretor, que castigava ou premiava seus vassalos de acordo com seus méritos.
Com a evolução da arte da construção, os homens passaram a representar a Natureza e seus fenômenos em sua arquitetura e em seus ritos.
As construções sagradas sempre procuraram exaltar e representar a Natureza com suas leis e princípios. Através da Geometria Sagrada, os construtores iniciados da antiguidade, procuravam em suas obras manter a harmonia e a beleza que existe na Natureza, resultado da obra do Grande Arquiteto do Universo.
Esses construtores constituíram um grupo especial dentro da sociedade comum, pois detinham os grandes conhecimentos das leis naturais e sabiam como aplica-Ias em suas obras.
Sob o arquétipo dessa classe de sábios iluminados é que a Maçonaria fundamentou sua doutrina, através da alegoria da construção do Templo de Jerusalém, idealizado por David e executado por seu filho Salomão, com a cooperação dos artífices fenícios, donde apareceram as figuras de Hiram, Rei de Tiro, e do arquiteto Hiram Abiff.
Como consequência imediata, todos esses elementos vieram a ser agrupados na Maçonaria Especulativa, para simbolizar o grande trabalho que o Maçom, como construtor de si mesmo, deve realizar.
Vemos que a Maçonaria é uma das ordens rituais que preservou esta tradição da longínqua e trabalhosa evolução do espírito humano, desde seu primórdio na Terra.


Ir.’.  Alberto Henrique da Cruz Feliciano

A NOBRE MISSÃO DE MAÇOM



Muitos ideais vicejam pelo mundo. Entre eles brilha o de ser Maçom, de pertencer a esta Sublime Ordem. 

A Maçonaria tem como alvo as mais elevadas aspirações destacando-se o amor, através de atitudes fraternais, como alimento da alma humana. O desejo máximo de todo o Maçom é transformar a fraternidade em felicidade. 

Ser Maçom é servir, é viver, é conviver com os outros. Para ser fraterno é preciso conhecer e amparar o outro, no lugar e na situação de necessidade em que ele esteja. 

A missão do Maçom resume-se numa palavra de entendimento, num gesto de acolhimento para o bem dos outros. Este gesto pode ser um olhar generoso, uma prece singela, um abraço fraterno, um aperto de mãos. Destas atitudes depende a missão do Maçom e o êxito do seu trabalho. 

A Maçonaria sempre foi praticada por pedreiros livres quer de ofício,  quer os aceitos; sua doutrina expressa no máximo de liberdade, na busca da verdade e os poderes humanos para impulsionar homens livres e de bons costumes em direção ao bem fazer. 

O Maçom está revestido de um ideal que exalta a cultura, com o objetivo de favorecer a educação de todos e avançar na realização dos ideais humanitários. 

O Maçom é consciente de que o martelo e buril, ou seja, o malhete e o cinzel são elementos que não só aperfeiçoam a pedra, mas, principalmente, aparam o caráter, para o Maçom trabalhar para o aprimoramento da alma do homem, que é o maior bem que o homem pode colher dos pedregulhos da terra.

Todo o trabalho, por menor que seja, é nobre e toda a renúncia é elevação e todo o gesto fraterno é consolidar a verdade. 

A Maçonaria nasceu nos séculos em que a humanidade só conheceu acúleos e estradas marginadas com espinhos, o solo calcinado pelos ardores de uma atmosfera inculta e selvagem e varada de dores acerbas.

O Maçom surgiu cultivando sentimentos avançados tendentes a eliminação da ignorância, prepotência, fanatismo e superstição.

O Maçom vive preocupado com o que deve fazer jamais com o que pensam os outros, porque sabe manter, no meio da comunidade, uma perfeita serenidade, uma independência em seus atos, prefere sempre a nobre missão de Maçom, a dignidade ao orgulho. Sua missão é ser humilde em casa, respeitoso no trabalho e leal para com todos.

A missão do Maçom é saber viver em sintonia com o bem comum, por ser a verdade mais bela que edifica o edifício da fraternidade que se constrói com a felicidade. Felicidade não está em viver, mas em saber viver.

Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive. A vida não mede o tempo, mas o que dela fazem. A missão do Maçom é ampliar as relações que promovem a solidariedade, a justiça e o bem.

Sabemos que quem pratica o bem coloca em movimento a força da alma. Todo o Maçom sabe que as facilidades nos impedem de caminhar e que as dificuldades e as críticas nos auxiliam a andar e a progredir nas sendas da virtude.

O Maçom que acredita na sua missão tem a certeza de que haverá deveres e obrigações a serem cumpridos. Esforça-se ainda mais para ser fiel aos compromissos que assumiu com o juramento iniciático. 

O Maçom que acredita na sua missão sabe que há uma diferença entre seu comportamento como Maçom e a de um profano. Esta diferença nasce de pertencer a uma Instituição que traz em sua bandeira a fraternidade, onde busca constante aprimoramento em suas atitudes, ações e palavras e cultiva em seu íntimo o papel de trabalhar para o bem da humanidade. 

O Maçom que acredita em sua missão reconhece os demais como seus Irmãos e, unido a eles, pratica a solidariedade em todas as ocasiões e a beneficência, cada vez que aparece uma oportunidade. 

O Maçom que acredita em sua missão sabe que na Ordem Maçônica se convive em Loja e que uma permuta, uma troca de virtudes, estimulam o interior espiritual e que nenhuma falha venha de encontro aos princípios que fizeram da Ordem uma Instituição universalmente reconhecida e que tem credibilidade universal. 

Poderíamos continuar a escrever sobre a missão do Maçom, mas estamos conscientes que não podemos ficar de braços cruzados diante de nossos deveres, que denominamos de RESPONSABILIDADE SOCIAL.

Ivo Reinaldo Christ (ARCBLM THEODÓRICA, Nº 154 – Oriente de Pequeri – Minas Gerais)


O HOMEM JUSTO


O homem justo quase sempre ao se deparar com a morte tem o sentimento de perda e frustração e nunca de renovação e transformação.
O homem, porém aparentemente justo, tem o seu entendimento condicionado apenas ao materialismo, por ele mesmo criado, passando a julgar a vida segundo uma ótica de perdas e ganhos sucessivos. 
O homem aparentemente justo, ainda acredita que o Grande Arquiteto do Universo, se comporta e julga como o homem, castigando os que permanecem com a ausência e saudade daqueles que fizeram a viagem para o oriente eterno.
A vida esta em constante progresso e faz parte de uma transformação incessante. Assim como energia emanada pelo G.'.A.'.D.'.U.'. em hipótese alguma jamais se dissipa ou muito menos se perde, mas apenas se renova e se transforma.
Ao observarmos as obras divinas logo constatarmos e testificaremos que na vida tudo é justo e perfeito, passando por vários processos de morte aparente, em renovação e transformação. 
O embrião transforma-se em uma criança a criança transforma-se em um jovem e o jovem em adolescente e o adolescente em adulto e assim cada fase deixa de existir para que a outra possa acontecer e possa haver a renovação e a transformação.
Na morte profana, o homem deixa de existir para que de forma justa torne-se perfeito permitindo que a plenitude do espírito possa de fato se manifestar e solidificar as experiências, instruções e conhecimentos aqui colhidos na busca incessante da sua ascensão a graus e patamares cada vez mais etéreos e perfeitos.
Não podemos nos deter ao fixarmos os pensamentos naquilo que foi deixado e perdido na vida profana,mas passar a observar o que se ganhou e constantemente ganhamos na vida justa.
Que possamos ter fé raciocinada e acreditar na sabedoria divina e possamos agir com disciplina, tendo em mente que quando o Grande Arquiteto do Universo determina, nada há que possa agir contra sua perfeita vontade.
José Bandeira.'.

AS PROVA E VIAGENS DOS MAÇONS


Sendo a maçônica, uma escola de filosofia e simbolismo, em seu processo de evolução, deve ser contínuo.  Ao iniciamos a caminhada na construção de nosso templo interior no momento de nossa iniciação onde somos submetidos as quatro provas, que representam as antigas iniciações as quais simbolizam a terra o ar a água e o fogo.

Quando nos apresentamos à porta desejando passar do prumo ao nível, e continuar no crescimento pessoal, está prestes a iniciar as novas viagens. Vamos falar de algumas delas.

- PRIMEIRA VIAGEM
A primeira viagem é consagrada aos cinco sentidos do homem, a Visão, a Audição, o Olfato, o Tato, e o Paladar. O vocábulo “Sentido” é derivado do latim sentire e se aplica a qualquer uma das aptidões da alma.

Através dos sentidos, o corpo humano estabelece um relacionamento perfeito com o mundo exterior, é a percepção pelos cinco sentidos “convencionais” sendo esta comunicação a razão do viver.

O homem isolado, encarcerado, tendo perdido seus sentidos, aproxima-se muito do ser inanimado o qual passa a ter uma vida vegetativa, quase que a definição da morte.

Substitui a Reg.’. pelo Pro.’. 

O Apr.’. lembrai-vos que sozinho não pode terminar a sua obra, que eleva A.’.G.’.D.’.G.’. A.’. D.’.U.’. exige um duro e penoso trabalho com o Maço e o Cinzel, não se desviando do que pelos mestres , lhe foi traçado.

- SEGUNDA VIAGEM
Objetiva o estudo das cinco ordens da arquitetura: Dórica que significa União e representa a Inteligência, Jônica que significa Beleza e representa a Retidão, Coríntia que significa Grandeza e representa o Valor, Compósita que significa Força e representa a Prudência e por fim a Toscana que significa Perfeição e representa a Filantropia, estas ordens formam a base simbólica da maçonaria, pois além de considerar a arte de construir um princípio operativo, considera um conjunto arquitetônico a formação da personalidade humana, incluindo o seu caráter, e seus aspectos moral, intelectual e essencialmente espiritual.


A segunda viagem nada mais é que o símbolo do segundo ano, no qual o Apr.’. deve adquirir os elementos práticos da maçonaria, isto é, a arte de traçar linhas sobre os materiais desbastados e aplainados, o que só consegue com a Rég.’. e o Com.’.

- TERCEIRA VIAGEM
A terceira viagem é dedicada às artes liberais concebidas na época do surgimento do REAA: gramática, retórica, lógica, musica e astronomia; Evidentemente hoje teríamos uma gama bem diferente a considerar, pois a evolução da tecnologia ensejou o surgimento de novas profissões, jamais imaginadas na época que surgiu o Rito. 

Arquimedes dizia: " Dai-me um ponto de apoio que erguerei o mundo" .
Em nossa vida quando no deparamos com algum obstáculo a ser removido e que expressa um esforço impossível, o maçom deve evocar a alavanca e buscar esse "ponto de apoio".

Às vezes, a solução está perto de nós e não visualizamos porque nossa atenção está voltada para o grande obstáculo. A lição da alavanca é que não há peso que não possa ser removido. Existindo o problema, ao lado estará a solução, basta encontrá-la. Devemos aprender a usar esse poder que só a maçonaria propicia.

Esta viagem simboliza o terceiro ano, no qual, se confia o Apr.’. a direção o transporte e a colocação de materiais trabalhados.

- QUARTA VIAGEM
Por ser esta viagem essencialmente filosófica está simbolicamente dedicação à memória dos grandes filósofos: Solon, Sócrates, Licurgo e Pitágoras.

O Esq.’. que forma um ângulo reto nos ensina a retidão de nossas ações; o maçom em sua linguagem simbólica diz que pauta a sua vida "dentro do esquadro" tudo está na dependência da retidão, tanto na horizontalidade como na verticalidade.

Seguindo-se as hastes do esquadro, teremos dois caminhos que vão se afastando, quando mais distantes seguirem; isso nos ensinará que se nossa vida se pautada de forma correta, encontraremos o caminha da verticalidade espiritual e o da horizontalidade material. 

Esta quarta viagem simboliza o quarto ano de um Apr.’. no qual ele deve ocupar-se principalmente na elevação do edifício na direção do seu todo, verificando a colocação de materiais reunidos para terminar a obra maçônica. Ela ensina que só a aptidão o zelo e a inteligência que tendes mostrado em vossos trabalhos, podem elevar-vos acima dos IIr.’. menos instruídos e zelosos do que vos.

- QUINTA VIAGEM
A quinta viagem é dedicada a glorificação do trabalho. Significa que, tendo, o candidato terminado a sua aprendizagem material, representada pelas quatro viagens, em que ele conduziu instrumento de trabalho, ele pode aspirar a alguma coisa além do que pode ser percebido no plano físico do Aprendiz. Ou seja, ele está pronto para a transição do plano físico ao plano espiritual, ou plano cósmico.

Transmite o seu significado, dizendo: esta quinta viagem mostra que o Apr.: suficientemente instruído nas práticas manuais, deve, durante o quinto e último ano, aplicar-se ao estudo teórico.

Não basta estar no caminho da Virtude, para nela nos conservamos e chegarmos a perfeição. São necessários muitos esforços. Segui, pois, o objetivo traçado e tornai-vos digno de conhecer os altos trabalhos maçônicos.

Por Cesar Guimaraes 


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