A TRADIÇÃO PAGÃ NA MAÇONARIA


Os ensinamentos maçônicos trazem a herança dos primórdios da civilização, preservando a tradição longínqua da evolução do espírito humano.
A maioria de nós, ao adentrar na Ordem, ao mesmo tempo em que sente um profundo respeito e admiração pelos trabalhos Maçônicos, também fica surpresa e embaraçada pela forma com que a Maçonaria apresenta seus ensinamentos.
A começar pela recepção do candidato à Iniciação, depois, nos próprios trabalhos no Templo Maçônico, tudo parece estar encerrado em pesados véus de simbologia a desvendar.
O próprio ritual traduz pormenores e alegorias que, para os menos atenciosos, não passam de palavras estranhas, a representar algo não muito definido para seu entendimento.
Vamos tecer alguns comentários que poderão ser úteis no entendimento do sistema de trabalho ritualístico Maçônico.
Como sabemos, a Maçonaria remonta a idades sem conta, e traz em seus ensinamentos a herança dos primórdios da civilização humana. O homem primitivo vivia e convivia em meio à Natureza, dela participava e dela sofria as adversidades de suas intempéries.
 Fácil é de se concluir que seus sentimentos e pensamentos achavam-se diretamente relacionados com os fenômenos da Natureza.

Da Natureza dependia sua sobrevivência, quer fosse das plantações como das criações, e, paulatinamente, percebeu quão importante seria poder conhecer seus mistérios, pois poderia melhor aproveitar de seus benefícios e evitar suas adversidades.
Assim, ao mesmo tempo em que surgiram sentimentos de grande respeito e adoração aos Espíritos que comandavam a Natureza e os elementos que influenciavam sua vida, surgiram também indagações e consequentemente observações dos fenômenos da Natureza. Esforços foram despendidos para seminimizar os efeitos adversos.
Dentre os diversos elementos da Natureza que o rodeava, um sem dúvida alguma, era o maior responsável pelas mutações naturais: o Sol.
O Sol marcava sensivelmente sua vida, já por ser o responsável pelos ciclos dos dias e das noites, da luz e das trevas, mas também pelo ciclo das estações que afetavam suas culturas de sobrevivência. Com isto, seria de grande valia e importância que o homem soubesse quando os cicios iriam ocorrer para poder rogar aos Espíritos diretores da Natureza, a proteção e a fartura de suas culturas nos ciclos que se descortinassem. Do Arquétipo dos Sábios à Alegoria da Construção
Diversos cultos surgiram em adoração ao Sol e a seus ciclos, decorrentes da observação do levantar e do por do Sol, bem como de suas posições de apogeu diário. Surgiram monumentais construções astronômicas na antiguidade para melhor compreensão dos mistérios celestes, como Stonehenge, a grande pirâmide de Gizeh, Chitzen Itza, Machu Pichu e outros.
Os antigos tinham a Natureza como se fosse um grande templo onde habitava o Grande Regente, o Grande Espírito Diretor, que castigava ou premiava seus vassalos de acordo com seus méritos.
Com a evolução da arte da construção, os homens passaram a representar a Natureza e seus fenômenos em sua arquitetura e em seus ritos.
As construções sagradas sempre procuraram exaltar e representar a Natureza com suas leis e princípios. Através da Geometria Sagrada, os construtores iniciados da antiguidade, procuravam em suas obras manter a harmonia e a beleza que existe na Natureza, resultado da obra do Grande Arquiteto do Universo.
Esses construtores constituíram um grupo especial dentro da sociedade comum, pois detinham os grandes conhecimentos das leis naturais e sabiam como aplica-Ias em suas obras.
Sob o arquétipo dessa classe de sábios iluminados é que a Maçonaria fundamentou sua doutrina, através da alegoria da construção do Templo de Jerusalém, idealizado por David e executado por seu filho Salomão, com a cooperação dos artífices fenícios, donde apareceram as figuras de Hiram, Rei de Tiro, e do arquiteto Hiram Abiff.
Como consequência imediata, todos esses elementos vieram a ser agrupados na Maçonaria Especulativa, para simbolizar o grande trabalho que o Maçom, como construtor de si mesmo, deve realizar.
Vemos que a Maçonaria é uma das ordens rituais que preservou esta tradição da longínqua e trabalhosa evolução do espírito humano, desde seu primórdio na Terra.


Ir.’.  Alberto Henrique da Cruz Feliciano

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