AS VIAGENS DO COMPANHEIRO MAÇOM


Através de símbolos a maçonaria, que é uma escola filosófica, nos conduz a um continuo processo de evolução. Quando iniciamos a construção do nosso templo interior somos submetidos às provas das antigas iniciações: a terra, o ar, a água, e o fogo.

Desejando passar de grau e continuar no crescimento pessoal, nos apresentamos à porta do templo, prestes a iniciar as novas viagens.

A viagem dos sentidos, os cinco sentidos do homem: Visão, Audição, Olfato, Tato, e Paladar. O vocábulo “Sentido” é derivado do latim ‘sentire’ e se aplica a qualquer uma das aptidões da alma.

Através dos sentidos, o corpo humano estabelece um relacionamento perfeito com o mundo exterior, a percepção pelos sentidos “convencionais”, à razão do viver. Contrário ao homem isolado, encarcerado, tendo perdido seus sentidos, aproxima-se muito do ser inanimado o qual passa a ter uma vida vegetativa, quase que a definição da morte.

Esta viagem simboliza o período que devemos nos aperfeiçoar na prática de desbastar, utilizando os instrumentos de corte e de polimento. Quando o Apr.’., busca a perfeição, deve lembrar que sozinho não pode terminar a obra, que o eleva A.’.G.’.D.’.G.’. A.’. D.’.U.’. Isto exige um duro e penoso trabalho, não se desviando do traçado que os mestres desenharam.

A viagem da Arquitetura: Objetiva o estudo das cinco ordens da arquitetura:
• Dórica que significa União e representa a Inteligência;
• Jônica que significa Beleza e representa a Retidão;
• Coríntia que significa Grandeza e representa o Valor;
• Compósita que significa Força e representa a Prudência;
• Toscana que significa Perfeição e representa a Filantropia.

Estas ordens formam a base simbólica da maçonaria, pois além de considerar a arte de construir um princípio operativo, considera um conjunto arquitetônico a formação da personalidade humana, incluindo o seu caráter, seus aspectos moral, intelectual e essencialmente espiritual.

A Régua, adotada pela maçonaria simboliza o dia com as suas 24 horas. Filosoficamente, o maçom deve pautar sua vida dentro de uma determinada medida, ou seja, deve programá-la corretamente e não se afastar dela. Nada mais é que o símbolo do qual o apr.’. deve adquirir os elementos práticos da maçonaria, a arte de traçar linhas sobre os materiais desbastados e aplainados.

A viagem das artes liberais, concebidas na época do surgimento do REAA: gramática, retórica, lógica, musica e astronomia. Evidentemente hoje teríamos uma gama bem diferente a considerar, pois a evolução da tecnologia ensejou o surgimento de novas profissões, nem imaginadas na época. Esta viagem simboliza o ano no qual se confia ao Apr.’. a direção, o transporte e a colocação de materiais trabalhados.

Simbolicamente este instrumento representa a força da inteligência subjugada pela vontade do homem. Basta-lhe um ponto de apoio para erguer um peso enorme sob a simples pressão muscular de um braço.

Arquimedes dizia: "Dai-me um ponto de apoio que erguerei o mundo". Quando nos deparamos com algum obstáculo a ser removido, aparentemente impossível, o maçom deve buscar esse "ponto de apoio". 

A solução pode estar bem perto de nós e não visualizamos porque nossa atenção está voltada somente para o grande obstáculo.

Não há peso que não possa ser removido. Existindo o problema, ao lado estará à solução, basta encontrá-la. Devemos aprender a usar esse poder que a maçonaria propicia.

A viagem da filosofia, essencialmente dedicada à memória dos grandes filósofos: Solon, Sócrates, Licurgo e Pitágoras. Utilizada para transformar, desbastar, ou polir devidamente o maçom, tornando-o útil a construção.

O ângulo reto nos ensina a retidão de nossas ações. O maçom, em sua linguagem simbólica, diz que pauta a sua vida "dentro do esquadro", querendo dizer que tudo está na dependência da retidão, tanto na horizontalidade como na verticalidade. Ainda, teremos dois caminhos que vão se afastando, se nossa vida for pautada de forma correta encontraremos o caminho da verticalidade espiritual e o da horizontalidade material.

Este símbolo deve ser utilizado principalmente na elevação do edifício em direção ao seu todo, verificando a colocação de materiais reunidos para terminar a obra maçônica. Ele ensina que só a aptidão, o zelo e a inteligência demonstrados em vossos trabalhos podem nos elevar acima dos menos instruídos e zelosos.

A viagem da glorificação, do trabalho: significa que, tendo terminado a sua aprendizagem material, em que ele conduziu o instrumento de trabalho, pode almejar alguma coisa além do plano físico do Aprendiz, pronto para a transição do plano físico ao espiritual, ou cósmico. Esta viagem mostra que o Apr.: suficientemente instruído nas práticas manuais deve, durante do último ano, aplicar-se ao estudo teórico.

Não basta estar no caminho da Virtude para nela nos conservamos e chegarmos à perfeição. São necessários muitos esforços.

Conclusão: A evolução maçônica depende de muito trabalho e dedicação, e nos anos que ainda teremos pela frente na busca da evolução. Disto dependerá ser a nossa obra terminada e perfeita.

As viagens nos mostram que sem o trabalho, seja bruto ou intelectual, e sem o uso adequado dos instrumentos a sua transposição será difícil e talvez até incompleta. Por isso devemos realmente nos dedicar a aprender dia a dia, hora a hora grau a grau.

Fontes: GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO. Ritual de Companheiro Maçom – Rito Escocês Antigo e Aceito. GOSP; CAMINO, Rizzardo da; Simbolismo do segundo grau: Companheiro; 3. Ed. São Paulo: Madras, 2009; SANTOS, Sebastião Dodel dos – Dicionário Ilustrado de Maçonaria.



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