Retirar pedras de lugar,
e pedras grandes, não é fácil.
Maçons são como
rochas.
A Ordem Maçônica surgiu como uma associação de construtores de igrejas. Os maçons, simbolicamente, portanto, são as pedras que sustentam o templo, o material que constrói e dá solidez ao sagrado.
Por isso, ainda hoje lembram aquelas primeiras guildas que se reuniam para comer e beber após um estafante dia de trabalho, de trabalho físico não espiritual e muito menos intelectual.
Faço estas considerações para concluir que, fora honrosas exceções como José Catelani e Nicola Aslan, e até Rizzardo Del Camino, os maçons não foram feitos para a reflexão filosófica.
Gostam de pensar que sim.
Gostam de se imaginar filósofos e pensadores.
Só que este não é o fato.
Não que isto os diminua
que isto deponha contra a Maçonaria. Não. Só que os nichos de ação de cada
grupo devem ser compreendidos para não cometermos equívocos e exigirmos do
arqueiro que domine a arte da espada, ou ao espadachim que seja hábil no manejo
da catapulta.
Cada um tem seu papel neste exército e o papel do maçom não é refletir ou pensar. É agir.
Também não quer dizer que dentro de uma Loja Maçônica não encontremos vários Irmãos que não queiram se dedicar a reflexão filosófica ou ética.
Só que esta não é a natureza da Ordem Maçônica.
Embora como Rosa cruz eu ame a reflexão e a busca do Cálice Sagrado dentro do meu coração, o “Hole Graal” da mitologia britânica, como maçom reconheço que é necessário que algum grupo cuide da construção do ambiente físico em que serão feitas as preces que prepararão o espírito para este encontro com o Sagrado.
Esta é a função da Maçonaria.
Mesmo assim, todos os
Veneráveis mestres devem insistir em propor aos seus Irmãos questões de caráter
moral e ético, pois a Maçonaria, como Ordem de construtores sociais, deve ser
uma escola de líderes, e líderes devem saber como liderar, devem saber que para
liderar primeiramente devem ser capazes de liderar sua própria língua, devem
ser capazes de influenciar multidões com discursos que possuam valor moral, com
imagens claras, e antes de tudo isso, precisam ter o desembaraço de manifestar
com coragem e convicções suas ideias e destacar-se em uma multidão apática e
sem rumo como pessoas seguras de seus pontos de vista, ao ponto de poderem catalisar
transformações importantes para este grupo.
Na educação desses líderes maçons é preciso que exista um currículo mínimo. O problema é que não existe consenso sobre que currículo mínimo é este.
As lojas funcionam de modo mais ou menos improvisado neste campo, com um protocolo formal rígido, mas sem a mesma rigidez para o conteúdo educacional.
Trabalha-se pelo método de tentativa e erro, experimentando-se aqui e ali maneiras de atingir o coração desses Irmãos com alguma provocação que os mobilize que os faça pedir a palavra e opinar com paixão e convicção.
Às vezes parece pura perda de tempo.
Paciência. Uma hora as pedras se encaixam.
É preciso polir e polir até que esse encaixe seja perfeito.
Trabalhemos com paciência e calma.
O que importa é que ao final tenhamos uma construção sólida.
Esta é a Alquimia da
Pedra.
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