Talvez o mais conhecido dos
símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um esquadro, com as pontas
viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.
Como normalmente sucede várias
são as interpretações possíveis para estes símbolos.
É corrente afirmar-se que o
esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser apanágio do maçom. Retidão
porque com os corpos do esquadro se podem traçar facilmente segmentos de reta e
porque reto se denomina o ângulo de 90 º que facilmente se tira com tal
ferramenta.
Da retidão geométrica assim
facilmente obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a característica
daqueles que não se "cosem por linhas tortas" e que, pelo contrário,
pautam a sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética.
Esta característica deve ser apanágio do maçom, não
especialmente por o ser, mas porque só deve ser admitido maçom quem seja homem
livre e de bons costumes.
É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça.
É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça.
Porque o compasso serve para traçar circunferência,
delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se
transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do
limite fixado pela Ética e pela Moral.
Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado
com equilíbrio, a ponta de um braço
bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o
movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém,
firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao
braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de
variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de
equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade,
equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento.
Porque o círculo
contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é
exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado,
o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.
Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente perceptível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente.
Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente perceptível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente.
Por outro lado, o
compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?)
arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a
elipse.
É, portanto, o
instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em
desvendamento.
Daí a sua
associação ao Espírito, algo que permanece para muitos, ainda misterioso,
inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo.
A matéria vê-se e
associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se,
intui-se, descobre-se e associa-se, portanto, ao instrumento mais complexo, ao
que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para
além delas - o compasso.
Cada
um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio vê
nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes,
ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de
tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas
direitas, claro, visível, sem desvios.
O
compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao
tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de
vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam
ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos
círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele mais
sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo
o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento (entre um e
outro dos espaços).
E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!
O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro.
E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!
O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro.
O
esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com
as pontas para baixo.
Ambas
as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a
maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço.
A
oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de
cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à
influência do outro instrumento.
Assim
também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele
próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as
suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas
perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas...) a modificação, a
melhoria, de todos os demais.
Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns.
Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns.
Cada
um é livre, se quiser, de colocar na caixa de comentários, o seu entendimento
do significado destes símbolos, em conjunto ou separadamente, ou apenas de um
só deles.
Todos
os significados simbólicos são bem conclusões que nesse momento tire.
Tão
respeitável é uma como outra das posições. Este espaço é livre e de culto da
Liberdade. Afinal de contas, tanto o esquadro como o compasso estão abertos...
abertos às livres opções, entendimentos e escolhas de cada um!
Rui Bandeira
Rui Bandeira
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