O equilíbrio contém certos atributos que se caracterizam pela integração dos instintos animais inferiores (irracionais) e superiores (racionais). É a através desta integração entre o pensamento e as atitudes que o ser humano vai adquirindo uma consciência transcendental.
Muitas vezes para se alcançar o equilíbrio é preciso estabelecer
um novo padrão de pensamento (NPP) ou novo padrão mental (NPM).
Faz-se necessária a aquisição de um NPM, para alcançarmos a paz
e a felicidade porque o presente é consequência de programação mental passada
e, o futuro é consequência do presente.
Daí a importância de nos organizarmos, quer na vida pessoal,
emocional, quer na vida financeira, profissional. Pois, são estes os eixos que
nos auxiliam na caminhada em busca à harmonia espiritual. Uma vez que, o
contrário, podem levar-nos ao desequilíbrio, que encontra origem na ansiedade,
nas preocupações e na ausência de fé ou de confiança em si mesmo.
Não vale a pena sofrer por antecipação. Aquele que sabe
programar bem o que tem a resolver, não precisa de se preocupar, pois a
solução, em algum momento, aparecerá.
Na busca do equilíbrio defrontamo-nos com duas palavras
extremamente significativas. São elas: necessidade e carência. A
necessidade significa o essencial inevitável e muitas vezes até vital; a
carência tem significado relativo e pode ser passageira. A necessidade é
absoluta e, geralmente, encontra-se fora de nós, ou seja, é encontrada com
terceiros; a carência, ao contrário da necessidade, pode ser preenchida por
algo que pode ser encontrado em nós mesmos. A percepção de ambos passa pelo
autoconhecimento.
O exercício da paciência e da tolerância geram confiança e
segurança. Todavia, o principal instrumento para se chegar ao equilíbrio é a
oração ou a meditação. Nesta linha de pensamento, já dizia um ilustre pensador:
“Em qualquer circunstância, seja na vitória ou no fracasso, na
paz ou no combate, entre amigos ou sitiado por adversário, jubiloso ou em lágrimas,
recolha-se à oração e à paciência”.
A própria natureza ou a ciência da vida ensina-nos que devemos
viver em paz, e, ao mesmo tempo, deixar os outros também viverem as suas vidas
com tranquilidade.
Há um processo simplista que, se observado, poderá levar-nos ao
equilíbrio. Vejamos:
“Primeiro, façamos o melhor para nós mesmos; em seguida, para os
outros, sem nos preocuparmos se eles estão ou não a ser-nos gratos”.
Este desprendimento vai atuar como um canal aberto em conexão
com o universo.
Vale lembrar que, tanto a busca pela harmonia quanto pelo
equilíbrio requerem que se dê uma especial atenção ao nosso corpo físico. Por
exemplo: tratá-lo adequadamente; não sobrecarregá-lo com alimentação imprópria
ou pesada; fazer exercícios físicos, conforme a capacidade de cada um; evitar
fumo e bebidas alcoólicas, enfim, respeitar o seu corpo, porque assim você
estará respeitando a si mesmo, e não correrá risco de ver alguma área ou órgão
do seu corpo ficar sem trabalhar em busca da SABEDORIA DIVINA, que é consequência
do equilíbrio e da harmonia.
Desta forma, lembre-se de que tanto o equilíbrio como a harmonia
dependem diretamente das suas escolhas internas ou externas. Ou seja, prefira
suprir, primeiramente, as suas necessidades para que a sua energia vital fique
cada vez mais ativada e, consequentemente, em harmonia com o universo ou com a
sabedoria cósmica.
Por outro lado, registe-se que o verdadeiro equilíbrio terá
sempre como consequência um agir com mais eficiência e eficácia necessárias
para que se possa dar solução aos possíveis problemas que lhes são
apresentados. Esta solução deve ocorrer na medida certa, nem mais nem menos,
tudo de forma equilibrada. Corroborando esta afirmação dizia
Confúcio: “ultrapassar o alvo é tão incômodo quanto não o atingir”.
É muito frequente estarmos cultivando a nossa própria ansiedade
que, via de regra, a projetamos para o futuro e sempre carregada de certos fatos,
muitas vezes indesejáveis, tristes e infelizes. Esta carga negativa, causada
por essa ansiedade, se não for revertida a tempo, estará à nossa espera um
pouco mais adiante.
Há uma afirmação bastante usada pelos esotéricos, com vista a
facilitar a abertura do canal para alcançarmos o equilíbrio: “integro e
combino diversas polaridades da minha vida para gerar o equilíbrio, a unidade e
a harmonia ao criar o que sou e ao manifestar o que faço”.
O Caminho da Espiritualidade, segundo a Teosofia
Segundo alguns esotéricos, para alcançar à espiritualidade é
preciso conhecer as sete Voltas da Chave Espiritual, as quais poderão facilitar
a abertura do canal de comunicação com o Divino. Elas são basicamente
representadas da seguinte forma:
Compaixão (amor): Significa sentir a dor do outro;
Verdade: Deve-se evitar toda e qualquer mentira, até mesmo
as pequeninas;
Simplicidade (humildade): A sociedade consumida afasta-nos
sempre da simplicidade natural, por isso, devemos estar sempre atentos.
Todavia, ser simples ou humilde não significa ser subalterno;
Ordem (equilíbrio): Temos que estar sempre em ordem para
darmos equilíbrio a nossa vida. A desordem externa representa a desordem
interna, causadora de tantos males;
Contentamento: Devemos procurar viver em estado de graça ou
de alegria;
Paciência: Significa tolerância, ou seja, a ciência da paz
(paz + ciência); e
Compreensão: Trata-se do amor que sentimos por nós mesmos
e, ao mesmo tempo, o que é/ deve ser projetado para os nossos semelhantes.
Portanto, concluímos refletindo sobre as seguintes frases,
inerentes à sabedoria cósmica: “Orai e vigiai, porque o temor me sobrevém”
e “Não faça força, deixe que a força cósmica faça por você”. Pois, como as
palavras de um sábio: “se pretendemos ser os arquitetos e atores da nossa
própria caminhada evolutiva é mister que cuidemos do nosso equilíbrio
espiritual, escolhendo quando e como sintonizar com as vibrações alheias, seja
numa conversa, num convívio mais íntimo, numa palestra, enfim, numa simples
leitura, como é o caso que ora ocorre, pois, até o que lemos pode ser-nos
motivo de enriquecimento ou de desarmonia interior, já que é vibração que nos
penetra a alma”.
Aildo Carolino
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