SINDICÂNCIA! UMA AFRONTA À NOSSA INSTITUIÇÃO


 

INTRODUÇÃO – O trabalho fundamenta-se no importante processo da escolha do candidato com o desígnio de ingressar na Ordem Maçônica.

A MAÇONARIA – Também chamada de Franco-Maçonaria, pelos seus adeptos auto classificada como uma “sociedade fechada ou secreta”, agrega na sua longa existência uma coleção de definições:

É um belo sistema de moralidade velado em alegorias e ilustrado por símbolos.

É um sistema regular de moralidade, concebido numa tensão de interessantes alegorias, que desdobra as suas belezas ao requerente sincero e trabalhador [1].

No seu sentido mais amplo e abrangente, é um sistema de moralidade e ética social, é uma filosofia de vida, de carácter simples e fundamental, incorporando um humanitarismo amplo e, embora tratando a vida como uma experiência prática, subordina o material ao espiritual; é moral, mas não farisaica; exige sanidade em vez de santidade; é tolerante, mas não indiferente; busca a verdade, mas não define a verdade; incentiva os seus adeptos a pensar, mas não lhes diz o que pensar [2].

É, pois, um sistema e uma escola, não só de moral como de Filosofia social e espiritual, reveladas por alegorias e ensinadas por símbolos, guiando os seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do homem cidadão, patriota e soldado [3].

e etc.

Segundo o Pequeno Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse (RJ): sindicância (s. f. Inquérito, investigação). Sequenciando temos o sindicante (adj. Que faz sindicância; encarregado de sindicar, ou seja, o que coleta informações).

Sindicância ainda pode ser um conjunto de atos por meio dos quais são reunidas informações, inquirições, investigações, em cumprimento dos dispositivos legais.

Na Maçonaria a citada palavra impregna status essenciais à estrutura organizacional de uma Loja Maçônica. Proporciona a sindicância como privilégio de ser o caminho legal para que “alguém” venha ser um Maçom.

Partindo desta premissa, a tríade de irmãos indicados pelo Venerável Mestre deve ter bastante “experiencias”, para sindicar um candidato – assumem uma grande e real, responsabilidade quando sindicante -, até por perceber “que pode ser ELE o seu irmão”.

Nesta fase os irmãos devem investigar o candidato levando em conta as normas e instruções definidas pela Loja Maçônica e a sua Potência. É prudente que no diálogo com o mesmo procurem avaliar predicados outros tais como: vivência em grupo social, comportamento em família e outros mais.

Concluindo o ciclo da sindicância sempre devemos ter em mente de que “ELA” deve ser bem-feita – pois contrariando estes raciocínios: da não excelência do pleito supra referendado – teremos sérios perigos para a célula Loja Maçónica e a Maçonaria no geral.

INICIAÇÃO (evento) – de um candidato na execução em curso da sua evolução, principia a certeza de que está internalizando a emoção de um momento único – transluzindo para aos demais irmãos momentos de alegrias e satisfações.

Logo, centrado neste evento, o clima da reunião necessita de uma execução exemplar, atentando-se, contudo, para a não existência dos excessos.

Pondo fim, com a iniciação conclusa: colocamos na Ordem Maçônica um Aprendiz Maçom (novato) … cheio de perspectivas e ao mesmo tempo com insegurança do proceder.

Sobrepondo cabe-me alertar: que neste estágio o Aprendiz Maçom torna-se vulnerável, por ser considerado presa fácil aos chamados goteiras e irmãos irregulares que surge do nada, sem que percebamos.

São factos preocupantes que ameaçam a nossa Maçonaria. Mesmo compreendendo que muitos não oferecem nenhum risco aos nossos mistérios, devemos ter uma atenção cuidadosa, pois correm sérios riscos de serem divulgados vulgarmente por alguém ou mesmo pela sua família, que participava conosco das atividades maçônicas.

Como exemplo: podemos citar Cunhadas e Sobrinhos, a quem nunca foram dadas explicações, porque o seu “Mando / Pai”, foi excluído da Maçonaria e passaram a ter verdadeira aversão, que acaba sendo gratuita, pela Maçonaria.

Esta célere ameaça, acontece porque praticaram algo contra os princípios da Ordem Maçônica ou (contra aos seus próprios), ou porque apenas, certificaram-se de que aqui não é o ambiente que pensavam ser e foram desligados ou placetados.

Se foram excluídos por questões de ordem moral, ou de desrespeito às Leis da Maçonaria e são inconformados com a decisão da Loja Maçônica, muito embora tenham o amplo direito, assegurado por lei, de defesa e não o fizeram, trazem grandes imponderações para a Ordem Maçônica; se a exclusão aconteceu, apenas por fatos simples, como sendo de indolência a inadimplência, esses são inócuos.

Atualmente, há outros que realmente não são confiáveis no aspecto de informações, de divulgação dos nossos mistérios, da falta de respeito para conosco, para com as nossas cunhadas, enfim, para com a família maçónica geralmente trata-se de ser imoral, de vida profissional e particular duvidosas. São relatos que não só preocupa, como deve ser vigiado, ainda mais quando estiver ingerindo bebidas alcoólicas.

O interessante: se é que podemos assim dizer, é que, muitas vezes, quem mais usufrui, quem mais tira proveito é esse a quem chamamos de “Mau Maçom” (termo que nem deveria existir entre nós), porque está sempre envolvido em problemas e sempre que recorre à Maçonaria é prontamente atendido. Resolvido o seu problema, retorna à vida de antes, sem ligar para a ajuda recebida.

Portanto, focado no relato acima delineado descrevo dois tópicos essenciais sobre sindicância.

A conjuntura desagradável de anormalidade de diversos irmãos, que, por motivo ignorado, se encontram ausentes dos quadros das Lojas Maçónicas.

Necessitamos afinal, estagnar e trabalhar as condições que causa aos irmãos ativos embaraço, quando não sabemos explicar, convincentemente, para os recém chegados os motivos que ocasionaram esses obreiros estarem irregulares, se de facto os instruímos que só existe …

“Um culto de amor ao próximo, uma constante prática de fraternidade, toda Loja deve ser um reino de harmonia, devemos ter confiança cega e absoluta no irmão, o modelo de um futuro mundo de paz, justiça e igualdade universal”.

Nesta complexidade: a luz do conhecimento, reporto a três perguntas que se faz necessário conhecer:

Saber dos irmãos irregulares: o que dizem da Maçonaria, ou dos irmãos que as dirigem?

Como reportam as suas opiniões em público, em relação à Maçonaria?

Aferem serem injustiçados pela Maçonaria ou por irmãos que a compõem.

São, pois, indagações que inquietam, que preocupam. Um comentário inconveniente e tendencioso de um Maçom, sobre a Maçonaria em público, causa prejuízos irreparáveis e irremediáveis.

Então partimos para a grande pergunta:

Como atingir os princípios morais e os objetivos da Maçonaria, se os integrantes não são suficientemente escolhidos para tal?

Logo, ficamos entre o dever de indicar e indicar bem, sob pena de vermos a Ordem Maçônica em decadência. É fato que em alguns casos, nem os nossos irmãos consanguíneos servem para ser nossos irmãos maçons!

O ponto ideal para evitar o processo de irregularidades, germina da excelência da “sindicância” com rigor.

Questões simples, no entanto, partem da importância de sermos criteriosos e voluntários. Apropriando-se de minúcias corretamente, a curto prazo, teremos corrigido as desistências crescentes e / ou da admissão de candidatos que nada têm a ver com a Ordem Maçônica nos seus princípios, ou que vieram, apenas, matar a curiosidade.

Embora, carecemos entender que para averiguar bem, não é necessário passar longo período com a sindicância nas nossas mãos, recorrendo de tempo para vigiar o suposto candidato. O coerente é aproximarmo-nos, conversarmos com o mesmo, em família, no seu trabalho, buscando informações dos seus superiores, com os seus amigos, vizinhos e possíveis inimigos, cartórios de protestos de letras, etc.

Aliás, para tudo isto prover eficácia, é preciso que tenha o seu padrinho feito uma pré-sindicância detalhando os seus vícios, virtudes, defeitos, generosidade, atividades (sombrio e embriagado, caso tome bebidas alcoólicas), personalidade (se arrogante, nervoso e irascível), do seu apego com valores materiais, da sua coerência e hostilidade etc.

Aconselha-se que se faça um trabalho consciente, com responsabilidade, honestidade e, sobretudo com hombridade, deixando o julgamento para a Loja Maçônica.

Devemos sempre visualizar e fixar nas nossas mentes de que estamos buscando um “cidadão”, que após ser iniciado (tornado Maçom) será nosso irmão e de outros milhares espalhados pela superfície da Terra.

Conclusão

É importante que conheçamos atentamente os” candidatos” que ora propomos iniciar na nossa Ordem Maçônica. Precisamos que sejamos fortes e conscientes na decisão da escolha de um suposto profano, ainda mais, se um dentre esses for um parente ou amigo (próximo) e que na sua sã consciência de sindicante, reconheça que o escolhido, não satisfatoriamente, preencha os quesitos que a Ordem Maçônica nos determina.

Percebe-se que em determinados processos (propostas) de indicação de candidatos levedados as Lojas Maçônicas pelos “padrinhos” sofrem uma abissal incoerência -, quando o sindicante o procura para um diálogo, consegue captar o desconhecimento parcial do sindicado ao atinar que “ele”: nem sabe o porquê realmente deseja ser aceito na Ordem Maçônica. Carecemos de desenvolver um sistema melhorado para realização das sindicâncias na Maçonaria.

Então, delibero aqui afirmar que se sofismarmos aos parâmetros supramencionados estaremos decidindo pelo lado emocional, deixando o fundamental. E, pondo certamente em risco a Maçonaria Universal, sujeitando-se ainda, a trazer para o seu meio uma “Ovelha Negra”

José Amâncio de Lima, M:. I:.

Notas

[1] PRESTON, William. Illustration of Masonry. New York: Masonic Publishing and Manufacturing Co., 1867. P.37.

[2] Coil’s Masonic Encyclopedia (COIL, Henry Wilson; BROWN, William Moseley. New York: Ed. Macoy 1961 p. 159

[3] BEHRING, Mário. Ritual do Grau de Aprendiz-Maçom. RJ: Typographia DELTA, 1928, p.9

Bibliografia

FORATO, Denílson [Arquivo de Palestra – Sindicância “Joio / Trigo”]

KENNYO, Ismail. Ordem sobre o caos. Editora no Esquadro. Brasília. 2020.páginas 300

HOUAIS, Antônio. Pequeno Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse. RJ. Páginas 1635

Revistas Maçônicas “A TROLHA”.

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