O MAÇOM DESNECESSÁRIO

Há umas semanas, estive em visita numa loja maçônica, visivelmente em reconstrução, abalada por seus irmãos descumprirem e desrespeitarem as obrigações que os cargos de loja os necessitam. Foi quando ouvi a seguinte frase:

Eles eram desnecessários para a Loja.

Aquilo ficou batendo na minha mente e fazendo-me ter reflexões de como um Maçom se tornaria desnecessário, se uma vez o aceito, sempre carregará a importância de ser Maçom, além da importância, carrega consigo o compromisso de estar sempre em prontidão para o que a ordem lhe necessitar.

Não é fácil entender, como um Maçom, aceito, regular, pode ser desnecessário para a Ordem.

Porém, penso, somos corpo e pensamento, matéria e espírito, todos somos iguais perante o Grande Arquiteto do Universo, devemos ser e ter, conosco mesmo, o compromisso e honra de carregar consigo essa notoriedade de ser Maçom.

Tendo isso como primeira conclusão, penso que o Maçom não se torna desnecessário para com a loja, torna-se desnecessário para consigo, pois dentro de cada um de nós existe um templo interior, que necessita ser edificado dia a dia, então me perguntei, como alguém pode ser desnecessário na parte material, sem antes estar sendo depreciador no seu templo interior? Pois antes de se tornar inútil para com próximo, se torna inútil para consigo mesmo.

Serão os vícios?

Serão as paixões?

Aqui respondo, com muito respeito que é de tudo um pouco, mas principalmente, a falta de entender o próximo, a falta de lealdade para com os seus irmãos, a falta do “semancol”, o famoso se manca que estás sendo inconveniente, se manca e olha à tua volta, os teus irmãos estão te dando sinais de que você está se deixando levar para um lado que não nos é digno.

A parábola dos dois lobos traz-nos um exemplo claro:

Todos temos dentro de nós dois lobos completamente diferentes. Um deles é mau, e representa todos os sentimentos ruins que podem existir em um ser humano: as paixões, a raiva, a inveja, o ciúme, o ego, o orgulho, o ressentimento, os medos, a mesquinhez, a culpa, e a arrogância. No entanto, o outro lobo, é exatamente o oposto, representa tudo que é bom numa pessoa: a bondade, o amor, a esperança, a generosidade, a alegria, a paz, a igualdade, a fraternidade, a fé e a verdade.

Eles vivem numa briga constante, a todo o momento, trazendo uma confusão de um misto de liberdade e escravidão.

O Lobo que vence é aquele a que a todo o momento lhe oferecemos alimento, não é uma guerra onde só um vence, pois não somos só um dos Lobos o tempo todo, portanto, seguir a alimentar o lobo bom é uma qualidade dos sábios.

Quando optamos por alimentar o lobo ruim, estamos deixando o nosso templo interior ser tomado com coisas que não edificam a nossa caminhada, todos sabemos que a caminhada do Maçom é na retidão, na busca pela verdade, e quando estamos saindo do caminho, vemos os sinais, e eles vem do templo externo, da loja, dos irmãos.

O Salmo 119:37 diz-nos:

“Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho.”

Portanto meus irmãos, sejamos necessários, sejamos edificadores do nosso templo interior, saibamos ouvir, respeitar, e quando estivermos vendo sinais de que estamos sendo, ou inconvenientes, ou tornando-nos desnecessários, que saibamos, que estamos a alimentar o lobo errado, e todos sabem como alimentamos estes dois lobos.

Nós alimentamo-los com as nossas ações, positivas e ou negativas.

Nossa, como é simples alimentar o lobo bom, eu sendo amável, respeitoso, caridoso, tratando a todos com igualdade, tudo isso é puro alimento a nossa alma. Mas sabemos o quanto isso é difícil, num lugar onde temos tantas cabeças pensando diferente, e alimentando lobos diferentes.

Que prevaleça sempre o amor.

Mateus Hautt Nörenberg, C. M. – CIM 26414 – Loja Hiram Abiff 535, GORGS, POA, REAA

Bibliografia

  • Bíblia BKJ

 

 

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