CONSTRUÇÃO DE TEMPLO DE SALOMÃO


 

O rei Salomão começou a construção do Templo de Jerusalém no ano 960 a.C., quatro anos após ter sido coroado rei (965 a.C.), ele reinou até 931 a.C., ano da sua morte.

A edificação do templo durou sete anos e terminou em 953 a.C.. A construção começou 480 anos após a saída do Egito do povo de Israel, no mês de Ziv, segundo mês do ano (designado pelo calendário judaico de liar, que começa em meados de Abril a vai até meados de Maio). Sete anos após ter lançado os alicerces, onze desde que Salomão tinha começado seu reinado, no mês de Bul, que é o oitavo mês (designado pelo calendário judaico Marchevan, começa em meados de Outubro e vai até meados de Novembro), foi dado como concluído a construção do Templo.

Estava em pleno período Monárquico, que sucedia ao período designado de Período dos Juízes. O período Monárquico iniciou-se em 1037 a.C., com o rei Saul, tendo sucedido lhe Ishaal e depois David, que reinou durante 40 anos. Em 1010 a.C., David é coroado Rei, inicialmente só de Judá, porém, em 1006 a.C., conquista Jerusalém, e torna esta cidade capital do reino sendo logo depois coroado Rei de Israel.

“Após o inicio conturbado de reinado de David, e com a acalmia das guerras, o Rei David, recebe indicação através de Natan (promessa de Deus a David) que o Senhor lhe concede uma vida tranquila”, livrando-o de todos os seus inimigos, se construírem uma casa para ele que serviria também para guardar a Arca da Aliança que até aí, era guardada em tendas. “David não consegue concretizar essa construção, pois morre em 965 a.C., tendo sucedido lhe o seu filho Salomão, que reinou de 965 a.C., até 931 a.C., David deu a Salomão” os planos do pórtico, das construções, das salas do tesouro, dos aposentos superiores e inferiores e da sala do propiciatório (vaso sagrado em que se oferecem sacrifícios a deus), esses planos tinham sido mostrados pelo Senhor, através da sua mão a David”. (citação retirada do Primeiro Livro das Crônicas capitulo 28, versículo 19, do Antigo Testamento, Bíblia)

Em 930 a.C., um ano após a morte de Rei Salomão, o Templo é saqueado pelo Faraó Sheshonq I ou Sesac I, mas suas campanhas na Palestina.

Em 587 a.C., o Rei Babilônio, Nabucodonosor, invade a Palestina e saqueia o Templo, e o incendia, tendo partido Colunas de bronze e o Mar de bronze, a fim de serem levados para a Babilônia como metal. Todo o povo que não foi morto foi levado, cativo, para a Babilônia.

O Templo de Jerusalém foi construído em 960 a.C., e destruído em 587 a.C., ou seja, o Templo de Jerusalém, também conhecido pelo Templo de Salomão teve 373 anos de existência.

DESCRIÇÃO DO TEMPLO

Todo o material, a pedra, a pedra, os metais as madeiras, foram preparados nos estaleiros longe do local de edificação do templo, de tal forma que no estaleiro de construção não se ouvia o barulho infernal que costumava acontecer nesses locais.

O Templo era constituído por três partes, o Pórtico, o Templo e o Santuário.

O Templo tinha 60 côvados (cada côvado antigo media 45 cm, outros 52.5 cm, optei por arredondar para 50 cm), de comprimento (30 m), 20 côvados de largura (10 m), e 30 côvados de altura (15 m).

Aparentemente esta dimensão era muito pequena, se compararmos com muitas das Catedrais que vem a ser edificadas mais tarde, porém não nos podemos esquecer que o Templo não tinha como função ser frequentado por todos aqueles que o desejassem, mas só por aqueles que eram iniciados nos mistérios.

O PÓRTICO

O Pórtico media 20 côvados de largura, 10 côvados de comprimento (5 m) e 30 côvados de altura (15 m), porém no Livro Segundo das Crônicas é referido que o Pórtico tinha uma altura de 120 côvados, o que daria uma altura quatro vezes superior á referida anteriormente e que é retirada do Primeiro Livro dos Reis. Parece ser demasiado exagerada a altura de 120 côvados que daria uma altura de 60 metros, sendo que o resto do templo tinha uma altura de 15 m.

Este espaço estava revestido por dentro de ouro puro.

Existiam colunas com capitéis em forma de lírio, que mediam 4 côvados (2 m), porém não existe qualquer referencia onde estavam colocadas a altura das colunas e quantas existiam.

O Pórtico também chamado de Vestíbulo e era designado em hebraico de (Luam).

Era aí que se reunia e organizava a Assembleia que ia participar nos atos sagrados.

A SALA GRANDE OU CORPO CENTRAL DA CASA

A segunda parte era o corpo central da casa, o templo, também designado em hebraico de (Hekal). Era neste espaço que os Sacerdotes desempenhavam as suas funções.

Tinha a altura de 15 m, ou seja, 30 côvados, e tinha o comprimento de 15 m, que era 30 côvados.

A largura era igual á do Pórtico, ou seja, tinha 10 m (20 côvados).

Existiam no seu interior perto do teto, janelas com grades de madeira, não existe qualquer referência ao número das janelas, ao seu tamanho ou á sua localização. As paredes estavam cobertas com placas de cedro e o chão recoberto com placas de cipreste. Existiam nas paredes palmeiras, querubins, pequenas correntes esculpidas e estava adornado com pedras preciosas. As portas, umbreiras e as traves estavam revestidas a ouro.

Estava de tal modo coberto que não se conseguia observar qualquer pedra.

SANTUÁRIO OU SANTO DOS SANTOS

A terceira parte do Templo era o Santuário.

Este espaço também designado de Santo dos Santos ou sala de propiciatório. E em hebraico chamava-se Debir.

Era o recinto sagrado, onde se guardava a Arca da Aliança, e aí só poderia entrar o Sumo Sacerdote uma vez por ano, no dia da Expiação. A esta Expiação ou do Grande Perdão (Yom Kippur). O Yom Kippur é utilizado para os Judeus efetuarem um balanço das suas vidas e tomarem a decisão de fazer boas ações, para que lhe sejam apagados os pecados do Livro da Vida, onde Deus aponta as faltas humanas. Esta festa ocorre no 7° mês, que se chama Tisri, e que vai de meados de Setembro até meados de Outubro.

Este recinto sagrado media de altura, largura e cumprimento, sempre 10 m (20 côvados).

Tinha o teto, chão e paredes revestidos a ouro. Estava nesse espaço guardado a Arca da Aliança e á sua frente existia um altar feito de cedro e também ele revestido a ouro, existia ainda a toda a volta do santuário uma corrente de ouro, até os pregos eram de ouro.

Entre Altar e a Arca das Alianças existia um véu de púrpura, violeta, carmim e linho fino, bordado com querubins.

ANDARES LATERAIS

Ao entrarmos no Pórtico do seu lado direito existia uma porta que dava acesso aos andares laterais. Depois de se passar a porta existia uma escada em espiral que dava acesso ao primeiro andar, e continuando dava também acesso ao 2° andar.

Estes andares envolviam todo o Templo pelo Sul, Oriente e Norte, ou seja, cobriam o templo por todos os lados exceto pela frente.

Estes andares tinham cada um deles 5 côvados (2 m) de altura o que perfazia 15 côvados (7.5 m) de altura, ficava mais baixo que o Templo, pois este media 30 côvados (15 m) de altura. Porém a largura destes andares já era variável, pois no andar térreo a largura era de 5 côvados (2.5 m), no piso de cima a largura era de 6 côvados (3 m), e no último piso a largura era de 7 côvados (3.5 m). Esta diferença de larguras originava uma espécie de escada que servia para suportar as vigas de cedro, que eram embutidas na parede do templo.

DESCRIÇÃO DAS COLUNAS

Eram feitas em Bronze e mediam 18 côvados de Altura (9 m).

Cada coluna era constituída por duas colunas uma envolvendo a outra.

A de fora para rodeá-la era preciso um fio de 12 côvados (6 m).

Sendo o perímetro 6 m, para se poder obter o diâmetro têm que se dividir por 3.14 e obteremos 1.91 m.

Estas medidas partem do pressuposto de 1 côvado é igual a 50 cm, porem se 1 côvado for igual a 42,3385563 cm, multiplicando este valor por 12 côvados obtemos o valor de 5.08062676 m, e dividindo esse valor do perímetro por 3.14 iremos o diâmetro de 1.618034, curiosamente obtemos o número de ouro.

Nunca saberemos se tal não era a medida do diâmetro das colunas, ou seja se a simbologia delas não começaria nas suas próprias dimensões, pois o côvado é à medida que era usada e que correspondia á distância que ia do côvado até á ponta da mão. Quer o mestre responsável pela obra quer o rei Salomão podia ter essa medida, e tal servir de medida para toda a construção.

As colunas tinham capitéis de bronze, mediam 5 côvados de altura (2.5 m).

Eram ornamentados com : rede de malha de grinaldas em forma de cadeia, em número de 7; Existiam duas fileiras de romãs em volta das redes para cobrir os capitéis; Em redor existiam 200 romãs dispostas em circulo; Colocou remates em forma de lírio.

ESTILOS ARQUITETÔNICOS

Na maçonaria temos muitas vezes a tentação de querermos recriar o passado, ou seja, olhamos para o passado com a mentalidade do século XX, sem nos questionarmos. E o bom exemplo é o que se passa em relação ao tipo arquitetônico das colunas do tempo de Salomão.

Enuncio alguns tipos, ou ordem arquitetônica, no que concerne aos capitéis, de forma a se poder comparar com as colunas do templo.

Por exemplo, vejamos:

Capitel Dórico, formado por uma moldura, sobrepujado por uma pedra quadrada (ábaco) em que se apóia a arquitrave.

Capitel Jônico, é caracterizado por ter duas volutas ligadas por uma moldura (equino) em óvulos por baixo de um delgado ábaco.

Capitel Coríntio, que se assemelha a certo longo do qual tivesse crescido um acanto. Capitel Toscano, que é um abastardamento do dórico.

Capitel Compósito, confusão do jônico e do coríntio.

Como se pode constatar por este pequeno exemplo o estilo das colunas que o Rei Salomão mandou erigir não se enquadram em qualquer um destes tipos, tanto mais que as colunas do Templo não têm qualquer função arquitetônica prática, mas tinham outras funções que analisarei a seguir.

As colunas do Templo de Jerusalém mandado erigir por Salomão tinham um estilo próprio.

LOCALIZAÇÃO DAS COLUNAS (J)

Na Ordem Maçônica o ponto de maior divergência entre o Regime Escocês Ratificado e os outros Ritos é o relativo a localização da Coluna ”J”.

No Regime Escocês Ratificado esta coluna encontra-se á direita do Templo, no Norte, e Por quê?

Todo o Templo Maçônico pretende ser uma recriação do Templo de Salomão, como tal se nesse Templo uns dos seus elementos fundamentais eram as suas colunas também tais elementos são fundamentais no nosso espaço sagrado.

A descrição das Colunas do Templo de Salomão estão contidas e dois livros do Antigo Testamento, no Primeiro Livro dos Reis e no Segundo Livro das Crônicas.

No primeiro Livro dos Reis quem o escreveu começou por descrever a edificação do Templo, partindo das dimensões do mesmo, depois passa pela descrição do pórtico, segue descrevendo o corpo central da casa, e termina descrevendo o santuário.

Depois descreve os Querubins e a construção do palácio e só depois fala das duas colunas. Fala destas colunas como se a descrição tivesse sido interrompida para falar da construção do palácio, e voltasse a trás.

Toda a descrição é feita como sendo uma viagem em que entramos no Templo, passamos pelo pórtico, paramos por instantes no corpo central da casa para admirar e a seguir vamos ver o santuário e os querubins, depois voltamo-nos para ocidente e sem sair de dentro do Templo temos a descrição das colunas e é indicada a sua localização.

“Colocou estas duas colunas junto do pórtico do templo, á da direita chamou Jaquin e á da esquerda” (o nome que só os companheiros e mestres conhecem). – Antigo Testamento, Primeiro Livro dos reis, capítulo 7, versículo 21.

No Segundo Livro das Crônicas, o autor ou autores, segue o mesmo estilo, não tão rico nos detalhes, do autor ou autores do Primeiro Livro dos reis. Fala do Templo, começando pelo pórtico, passa pelo corpo central da casa e acaba no santuário, descreve também os querubins e fala das colunas, tornando-se aí mais perceptível a tal descrição de alguém que esta dentro do Templo.

O Segundo Livro das Crônicas refere da seguinte forma a localização das colunas:

“Levantou as colunas, uma á direita e outra é esquerda da fachada do templo: chamou Jaquin á da direita e (o nome que só os companheiros e os mestres conhecem) á da esquerda. – Antigo Testamento, Segundo Livro da Crônica, Capitulo 3, versículo 17.

Depois do exposto é fácil de perceber o porquê da Coluna ”J” estar no lado Norte, e de se referir que o regime Ratificado reunir dentro do Templo enquanto os outros reúnem fora do Templo, pois se reunissem dentro também teriam a Coluna ”J” do lado direito, na Coluna Norte.

Falta só referir que em quase todas as Bíblias, Jaquin é traduzido para ”Ele estabelece firmemente” este dado fica só como nota de curiosidade para se poder comparar mais á frente como o que é referido no nosso Ritual.

ORIGEM E FUNÇÃO DAS COLUNAS

Mas afinal de onde surge a ideia destas colunas e para que serviam elas no Templo de Salomão? É a resposta a estas questões que tentarei abordar a seguir e para tal encontrei quatro teses.

Tese do Êxodo das colunas de fumo e de fogo;

Tese do Egito (Alto e Baixo) União por Salomão dos Reinos de Jerusalém e de Judá;

Tese da Energia – Cabala (árvore)

Tese do Êxodo das colunas de fumo e de fogo

Outra tese é a que se sustenta no Livro do Êxodo, do Antigo Testamento.

O Êxodo contra a travessia do deserto. Esta passagem conta as provações vencidas desde a saída do Egito até á chegada Prometida. No plano simbólico, trata-se de provações a viver r de etapas a vencer desde a saída da escravatura até á conquista da liberdade, por meio do ”enraizamento” numa identidade nova.

O tema da Coluna intervém a partir desse momento.

“O Senhor caminhava diante deles durante o dia, numa coluna de nuvem para conduzi-los na estrada, e de noite. A coluna de nuvem não retirou de diante do povo durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite”

Antigo Testamento, Livro do Êxodo, capítulo 13, versículos 21,22

Durante a travessia do deserto, os Hebreus constroem, transportam e honram a Arca da Aliança, que contém as Tábuas da Lei. Mais tarde, fixados na Terra Prometida, os nômades se sedentarizaram e constroem um Templo em Jerusalém. À entrada do Templo figuram as duas colunas.

TESE DO EGITO (ALTO E BAIXO)

O Egito era um reino constituído por alto e baixo Egito. Esta divisão chegou a ser dois reinos completamente distintos, mas com a unificação os egípcios edificaram duas enormes colunas uma no Alto Egito e outra no Baixo Egito, que simbolizavam a união de todo o Egito.

União por Salomão dos Reinos de Jerusalém e de Judá

Jerusalém e Judá eram dois reinos distintos que foram unificados por David e que curiosamente se separam no ano e seguir á morte de rei Salomão, em 930 a.C., e vivem divididos até 690 a.C., e ficam unidos até á invasão de 586 a.C., Curiosamente e apesar de eles terem estado afastados durante algum tempo os Reinos de Judá e Jerusalém acabaram quando o templo é destruído em 586 a.C., Será que estas Colunas também significavam a união do povo de Israel?

TESE DA ENERGIA – CABALA (ÁRVORE)

Como foi já referido no primeiro Livro dos Reis e no Segundo Livro das Crônicas estão descritos as colunas, e referem que as colunas eram em bronze e eram ocas. Por outro lado eram decorativas. Sobrepujadas por romãs, não suportavam o teto. Enquadravam entrada e o seu sentido exclui-se do contexto utilitário.

O simbolismo da Coluna é o do Eixo, e era oca isto é, eram o lugar em que circulava a energia. Existe vida a partir do momento em que haja circulação de uma energia no interior de um tubo oco. As veias, as artérias, a uretra, todas as vísceras, são tubos, ”colunas” que permitem a circulação, a transmissão, a absorção e a excreção no interior de um corpo vivo.

A COLUNA É A ESTRUTURA QUE PERMITE A TRANSFORMAÇÃO.

A vida, a Evolução, o movimento, funcionam por meio de ”tubos” ocos, que religam os começos e os fins. A coluna simboliza tudo o que assegura a circulação, desde a Árvore até ao fio elétrico.

Sendo que a Cabala é a maneira de olhar o mundo. De se olhar e ver o mundo. Esta ”maneira” é original, porque associa a espera de uma revelação fulgurante (a via mística, ou intuitiva) ao estudo paciente (a via racional)

Depois de tudo o que ficou exposto só acrescentar que nas lojas do RER existem três colunas, a coluna do meio a coluna Norte e a coluna Sul, e através delas circula energia.

TESE DA BÍBLIA, QUE SERVIAM DE CALENDÁRIO AGRÍCOLA

Em geral todas as Bíblias tem uma nota em que referem que as colunas do templo de Salomão não tinham qualquer função prática do ponto de vista arquitetônico e como tal elas só deveriam servir como calendário litúrgico e agrícola., pois cada uma representaria o lugar da observação dos dois solstícios do Verão e do Inverno. Seriam uma espécie de ”portas do sol”, como acontecia noutros templos da antiguidade. Ou seja, para esta tese as colunas não passariam de um mero adorno.

Por outro lado, não é mais credível que as colunas servissem como calendários agrícolas gigantes, tanto mais que só tinha acesso a elas os sacerdotes pois o templo situava-se no espaço do palácio e nessa altura as questões de segurança já eram reais. Sendo o Templo um espaço só acessível aos sacerdotes (iniciados) só eles é que poderiam consultar esse dito calendário, não parece que os sacerdotes fossem muito adeptos da agricultura, tanto mais que passavam muito do seu tempo entre as cerimônias e as conspirações políticas.

GEMATRIA

O costume de estudar o sentido de uma palavra, tendo em conta o valor numérico das letras, já era conhecido no tempo dos babilônios e dos gregos.

A palavra hebraica guematriah é a transição fonética do grego Gema tria, de onde provém a palavra ”geometria” (medida da terra).

Por outro lado sendo que ”aos números são a máscara mais transparente que encobre o rosto da Divindade”.

J. G.

 

O MESTRE HIRAM ABIFF E O SEU SIGNIFICADO NA MAÇONARIA


Como todos os maçons sabem, a Lenda de Hiram Abiff é a principal alegoria iniciática da Maçonaria. Os elaboradores desta alegoria tiveram uma excepcional inspiração ao introduzi-la nos rituais de passagem do companheiro a mestre, pois este personagem, aqui visto como sendo o arquiteto construtor do Templo de Salomão, é um arquétipo de grande apelo místico, cuja tradição é cultivada em praticamente todas as antigas culturas, na forma do herói sacrificado.

Simbolicamente, o seu sacrifício representa a transição do profano para o sagrado, do técnico para o cientifico, do reino grosseiro da matéria para o reino subtil do espírito. Neste rito de passagem, pelo fenômeno da simbiose, o companheiro rebelde, que vivia no domínio inferior da consciência, reconcilia-se com o substrato superior, e adquire agora da forma correta (e não pela violência), a sua passagem de grau.

A Loja Maçônica, observadas as devidas proporções, representa o Templo de Salomão como sede do respeito e veneração ao Supremo Arquiteto do Universo, que por sua vez pode ser comparada ao corpo do homem místico que se estende do Norte ao Sul e do Oriente ao Ocidente em correspondência aos quatro pontos cardeais, uma vez que o Ser Humano é a unidade indivisível do Universo.

O Venerável (no Oriente) representa cabeça que se expande aos mundos superiores, se converte em sabedoria Espiritual, é o Salomão (o Saber), que constrói um Templo para a Glória do Grande Arquiteto do Universo.

O baixo ventre (o Ocidente) o lado direito (o Sul) e o lado esquerdo (o Norte) são representados pelos Vigilantes os obreiros responsáveis pelo aprimoramento dos Aprendizes e Companheiros.

Quando olhamos os conceitos filosóficos da Maçonaria Operativa vemos que nossos antepassados tinham por objetivo principal espiritualizar o ser humano e fazer dele um super-homem, intelectual e espiritualmente, com completo domínio de si mesmo.

Na lenda de Hiram Habiff nos diz a dificuldade de penetrar na caverna,seja pela escuridão, seja porque coberta de espinhos, representa os riscos e o trabalho que temos todos nós de penetrar em nós mesmos, para descobrir os sentimentos negativos que devem ser extirpados, retirados do local, submetendo-os ao "julgamento", ou seja, esclarecer como devem desaparecer para que nos sintamos livres e purificados.

As terras más onde, lançadas, as sementes não podem vicejar, ficando sufocada se perecendo, como muito bem explanou Jesus na parábola do Semeador.

Qual era o dever de Stolkin? Procurar e vencer os assassinos de Hiram. Stolkin será cada um de nós, no momento em que nos dispomos à Grande Busca; a busca de uma finalidade gloriosa: encontrar e vencer os assassinos que estão em nós, aqueles que "matam" as Virtudes e nos faz homens inúteis e nocivos.

A Caverna representa a Consciência Humana, a parte que é invólucro; a
abóbada, sempre escura, representa o nosso íntimo, consciência ou inconsciência. Para vencer os assassinos devemos sobrepujar as dificuldades representadas pelos espinhos, e penetrar em nós mesmos. Do lado de fora nada podemos realizar.

Devemos vencer todo egoísmo, para podermos empregar a força onipotente do Amor. O Amor nunca pode conviver com o egoísmo, porque este trata sempre de matar em nós outros a Fé e a Esperança. Somente o Amor nos pode ressuscitar da morte para a verdadeira vida. Somente esta faculdade nos pode regenerar, quando nos encontramos livres do egoísmo. Então, a Palavra Sagrada é a essência da Fé, da Esperança e do Amor.

Por outro lado, devemos reconhecer que não foi só na Palestina que a Luz das Luzes trabalhou para conduzir os homens do Inferior ao Superior, mas que também em terras longínquas outros Profetas do Altíssimo, usando Ritos e costumes similares, os enobreceram e transformaram em um meio de expressar à humanidade, pela alegoria e pelo símbolo, profundas verdades espirituais e morais.

No curso da nossa obra, traçaremos a origem de aspectos tão peculiares como a Pata do Leão Garra, a Garra da Águia, as duas Colunas, o Rebento da Acácia, o ato de passar por cima de um túmulo aberto e também da luminosa Estrela da Manhã, a qual traz Paz e Salvação à multidão, embora, de modo inflexível e terrível, traga morte ao homem solitário. Em retrospecto, passarão diante de nós Ritos de Iniciação, de 12 Quem Foi Hiram Abiff? Morte e de Ressurreição, que existem em todas as partes do mundo e a partir deles muito aprenderemos que nos ajudará em nosso estudo.

Quando o homem render-se-á à Razão, deixando os preconceitos múltiplos, materiais e corriqueiros, para segui-la e alcançar o objetivo de sua vida?O homem teima em confiar em sua Inteligência, quando essa, apenas, cria os problemas; teima em não saber que é a Razão quem soluciona os problemas criados pela Inteligência!Todos os presentes continuam a Lenda, ofereceram-se para igual empenho, ou seja, para ir à busca dos assassinos.

Isso é muito comum; quando alguém se apresenta na condição de líder todos querem usurpar da mesma condição.

Todos seguimos, como primeiro impulso a liderança. O desconhecido ou nosso "EU" passa a adquirir instantaneamente, opositores,pois todos pretendem superá-lo e sonhar com o êxito do seu trabalho; são os nossos múltiplos sentimentos representados pelos noventa ou mais Mestres, que se põem campo para diminuir e desvalorizar o trabalho da Razão, ou do nosso "Eu".

Com a alegórica representação da Lenda, a Maçonaria dá uma lição aos Neófitos de como pode um verdadeiro Maçom, colher a oportunidade que lhe é apresentada de possuir a coragem de "matar" um assassino, mas não como ser humano, como semelhante; será um assassino encontrado na "Caverna" de nossa própria consciência; a supressão do defeito, do erro e da ignorância.

Os "golpes de punhal" que a Maçonaria pede aos seus adeptos, são endereçados a pequenas coisas triviais: uma pequena parte do tempo; a supressão de alguns prazeres;um óbulo para a causa geral. São essas pequenas perdas em benefício do todo.

Os "manes" de Hiram significam a sua "alma"; a sua presença e memória. Infidelidade, a infração e a transgressão, não serão, propriamente à personalidade de Hiram Abiff, mas, ao que ele significa dentro da estrutura arquitetônica espiritual e social da Maçonaria, tendo como causa última a conclusão da construção do Grande Templo que somos nós mesmos.

A formação de um Maçom há de torná-lo um vencedor; quando conquistada pelo seu valor e capacidade uma posição de mando na Sociedade, ele deverá provar que é um caráter incorruptível; assim a Maçonaria terá nele concluído o seu trabalho; a honestidade, a justiça e a firmeza de decisões, a tolerância e o amor fraterno serão sementes que a Maçonaria lançou em terra fértil. Será o prêmio que os componentes da Loja de onde emergiu aquele bom Maçom receberão pelos longos trabalhos executados no decorrer de anos de sacrifício e destemor.

A Maçonaria estimula o pensamento e o talento de cada um. Daí resulta que os homens de valor nela estão, sempre, em evidência; daí resulta que, inevitavelmente, ela pode servir de instrumento à ambição, que não será legítima se for desonesta e que será útil se for modesta. Entretanto, não se pode negar que onde começa um simples impulso de ambição pessoal, aí começa, também, a desfalecer o Espírito Maçônico.

“A Maçonaria é uma Instituição perfeita, formada por homens imperfeitos"! Cabe a nós, os de visão mais profunda, influirmos nos demais para que valorizem aqueles que, realmente, são os mais capazes e que o conhecimento não seja, apenas, um item de um programa, mas uma realidade. "Toda vida útil é curta, dure embora, um século; mas a vida do homem laborioso é sempre longa”. 

O nome de Hiram está conectado com a ciência, com o conhecimento dos segredos da natureza, com a energia que transforma os metais. Ele conhece, domina o fogo, transmuta os elementos. É uma lenda que serve tanto ás tradições alquímicas, cuja obra consiste na obtenção da pedra filosofal, sintetizando o processo pelo qual a natureza produz os elementos químicos, como á Cabala, prática esotérica que busca o segredo do universo através da síntese do número, (que corresponde ao Verdadeiro Nome de Deus); serve também ás tradições iniciáticas antigas, que procuram a integração dessa energia numa união final com Deus, o Principio Criador do universo; por fim, atende igualmente aos próprios anseios dos filósofos iluministas, religiosos ou não, que acreditavam na construção de uma sociedade justa e perfeita através de uma educação orientada para a prática das virtudes éticas e morais, já que para isso, era preciso criar um espírito novo, livre de preconceitos, dogmas e vícios deformadores do caráter humano. (Um renascimento cultural)

Tudo isso equivalia a uma “depuração” da alma pelos mesmos processos utilizados pelas sociedades iniciáticas. Os “homens novos” que dai resultariam ergueriam “templos á virtude e cavariam masmorras ao vicio”, construindo uma sociedade ideal, semelhante ás utopias sonhadas pelos filósofos.

Hiram representa a inteligência que percebe a Verdade; a Liberdade sem a qual a inteligência é impotente, ou seja, a compreensão de Verdade através da Razão.

ORIENTE DO RIO DE JANEIRO, RJ.

A.·. R.·. L.·.M.·. FLAUTA MÁGICA DO RIO DE JANEIRO, Nº 170

M.·.M.·. SANDRO PINHEIRO 

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O GRANDE SEGREDO MAÇÔNICO


A história que vos vou contar aconteceu há muito tempo. Tinha-se acabado de criar a primeira Loja Maçônica. Era agora necessário encontrar um local seguro para esconder de forma duradoura o grande segredo da Maçonaria. Os oficiais, então, reuniram-se em loja para decidir sobre o local.

O primeiro a pedir a palavra foi o Secretário, que disse: “Eu sou a Lua, eu reflito o Sol, eu simbolizo o lado feminino, a memória, o escutar. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso“

O segundo a pedir a palavra foi o Mestre de Cerimônias. Disse: “Eu sou Mercúrio, símbolo do movimento, da comunicação e do saber. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso“

O terceiro a pedir a palavra foi o Experto. Afirmou: “Eu sou Saturno, símbolo do conhecimento, do trabalho e dos Antigos. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso.“

O quarto a pedir a palavra foi o Segundo Vigilante, que disse: “Eu sou Vênus, símbolo da harmonia, do relacionamento e do equilíbrio. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso.“

O quinto a pedir a palavra foi o Primeiro Vigilante. Disse: “Eu sou Marte, símbolo da força, mas também da ação e do compromisso. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso.“

O sexto a pedir a palavra foi o Orador. Afirmou: “Eu sou o Sol, símbolo do espírito, do esplendor, da força vital e da energia. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso.“

O sétimo e último a falar foi o Venerável Mestre. Cheio de sabedoria e humildade, disse “Embora eu esteja associado a Júpiter, o maior planeta do sistema solar, um símbolo de prosperidade, não estou certo de ser o melhor refúgio para o nosso segredo. Voltarei em Três dias, para vos dizer onde é o melhor esconderijo.“

Os trabalhos foram suspensos; o Venerável Mestre fechou-se três dias e três noites na Câmara de Reflexão que o viu nascer. Saiu iluminado e sereno. Os trabalhos puderam então ser retomados.

Todos os olhos dos oficiais da loja estavam fixos nos lábios do Venerável Mestre. Este, olhando com amor e benevolência para cada um dos seus Irmãos e Irmãs disse: “Usei a sabedoria do Grande Arquiteto do Universo para responder à nossa pergunta. Proponho esconder este segredo no fundo do coração de cada profano que bater à porta do nosso Templo. Este será, sem dúvida, o último lugar em que irão procurar” Esta proposta foi aceite por unanimidade.

Esta tradição parece ter-se perpetuado por séculos. Infelizmente, nem todos os Maçons foram informados e alguns continuam a procurar fora de si.

Franck Fouqueray

 

A IMPORTÂNCIA DA MAÇONARIA NOS DIAS ATUAIS


 

Meus Irmãos, ao sermos iniciados nos augustos mistérios nos deparamos com uma infinidade de símbolos e escritas, que rementem a muito o tempo de outrora, muitas coisas que aparentemente estão fora de uso a gerações, pois bem, em um momento de reflexão como vários outros que tenho, estava pensando no sentido disso tudo, assim como no objetivo crucial de vencer nossas paixões e os vícios, que se tornam uma coisa básica, desde que conheçamos nossas paixões e vícios, mas então pensei, e nas quais não conhecemos?

E daí começa uma coisa muito natural que muitos irmãos mais graduados nos dizem, o sentido da maçonaria além de amplo é muito pessoal, apesar de termos vários caminhos e sentidos para atingir o mesmo objetivo, o eterno aperfeiçoamento do ser humano.

Estava refletindo e hoje após algum tempo desfrutando de ensinamentos e conversações com muitos irmãos, percebi que os grandes rivais da maçonaria universal e que muito é mencionado em nossos estudos: a tirania, que é o abuso de poder que o criador nos deu a indiscrição e a meu ver a pior delas, a vaidade, a silenciosa vaidade que nos penetra mais sinceros e vis pensamentos e sentimentos do ser humano, que acredita veementemente estar agindo pela razão e bem maior, quando na realidade está dominado pelo seu próprio ego, satisfazendo os mais caprichosos desejos vis de sua vaidade.

Muito tempo atrás, nossos antigos irmãos que hoje já passaram para o oriente eterno, travaram muitas batalhas, não somente no campo espiritual como também no físico, verdadeiras batalhas pela luta, de não tão somente sua existência como também pelo direito de sua liberdade, principalmente da palavra!

Refletindo sobre todo esse passado sombrio, mas também glorioso, vejo que hoje a Maçonaria se torna verdadeiramente mais importante como nunca esteve antes!

Pois os maiores perigos que corremos podem acontecer quando estamos desprevenidos, mas e qual é esse maior perigo? A falta de policiamento próprio! A nossa ordem, quanto mais o tempo passa, se torna mais importante, e com a importância, aumentam nossas responsabilidades como irmãos, de carregar a risca essa tradição, assim como fazer a Maçonaria continuar atingindo seu princípio crucial, que é continuar levando luz onde existe completa escuridão, aliás, os grilhões da inquisição estão apenas Adormecidos, podendo um dia acordar, e nisso, nossa Grande e Augusta Ordem Universal, continua sempre a trabalhar na pedra principal da grande obra.

O Eclesiastes sabia bem quando registrava que tudo era vaidade, pois bem, somente refletindo muito sobre o assunto somos capazes de perceber o perigo da vaidade, pois ela atinge as pessoas mais graduadas e sábias, em qualquer deslize simples que cometamos não nos faltam exemplo disso em nossa vida, tanto Maçônica quanto profana, e de fato aprendemos que o aperfeiçoamento deve ser contínuo e incansável, aliás, nunca vi um bom maçom que mesmo após de décadas na ordem, não diz a cada dia estar aprendendo algo novo, então vejo que o caminho deve ser muito tranquilo, gradativo, sereno, porém impagável, pois não se tem uma linha de chegada, mas sim um objetivo.

O maçom vive todo dia uma batalha, a qual o Grande Arquiteto diariamente dá aspirações para que ele saia vencedor dessa batalha, e assim leve todo esse aprendizado para em comunhão para os irmãos e quem sabe assim cada um absorva um aprendizado distinto que lhe cabe sobre assunto? Essa a meu ver é a verdadeira Luz da Maçonaria, que é lhe dada no momento da iniciação, porém a cada dia nos é renovada e ampliada, para a glória de nosso criador.

Vagner Augusto Oliveira.

ARLS Fé, Amor e Liberdade 3447, Mendes, RJ, Brasil

GOB-RJ

 

ALERTA AOS QUE SONHAM EM ENTRAR PARA A MAÇONARIA


Se você quer saber mais sobre o que é a Maçonaria e o que fazem os Maçons, o primeiro passo é o interesse pessoal em pesquisar: talvez, conhecer um pouco mais, vai abrir a sua mente sobre o que é exatamente a fraternidade e vai até definir se é isso mesmo que você deseja para você.

O segundo passo é como e onde pesquisar. Já que existem em todo o mundo falsos maçons e golpistas de plantão, é viável buscar fontes conhecidas ou procurar Lojas Maçônicas reconhecidas: sugerimos, por exemplo, acessar o site do Grande Oriente do Brasil (www.gob.org.br).

Se você é uma pessoa que nada conhece da Maçonaria, admira ou sempre ficou curioso sobre o tema e tem interesse em saber mais ou até fazer parte um dia, observe estas informações importantes.

Não somos religião e não precisamos prometer salvação, prosperidade ou qualquer coisa parecida, por isso não temos a necessidade de divulgar convites online.

Para entrar na Maçonaria, o caminho adequado é que um maçom que te conheça, formule um convite formal (Pode ser um amigo, um parente ou até mesmo um colega de trabalho ou faculdade), mas, qualquer convite de desconhecido, por qualquer meio, não leve a sério, pois este não tem boas intenções.

A Maçonaria tem como objetivo o engrandecimento interior, a lapidação do caráter, a prática do bem, mas no fundo, tudo isso é uma busca individual de cada um (por isso a Ordem não promete prosperidade, possibilidade de bons negócios ou venda de qualquer coisa para ajudar a Maçonaria).

Existem maçons ricos e pobres. São condições que cada um chegou com seus esforços pessoais e não tem relação nenhuma com o fato de ser maçom.

Não precisamos de Coaching para anunciar o ingresso na Ordem, não temos interesse algum em convidar abertamente qualquer um, pois é um risco que correríamos de iniciar pessoas que tem um caráter incompatível com os preceitos da fraternidade.

Não se deixe enganar por golpistas que usam o nome da Maçonaria para enriquecimento próprio. Na dúvida, procure o Grande Oriente do Brasil. Maçonaria é coisa séria!

Estão avisados!

SIMBOLISMO DA ESCADA


O simbolismo da escada está totalmente relacionado com a relação entre o céu e a terra. Por excelência, a escada é o símbolo da ascensão e da valorização, associada também ao simbolismo da verticalidade. No entanto, a escada simboliza uma via de comunicação nos dois sentidos, tanto ascendente quanto descendente.

Tudo que o que simboliza um progresso de valor está relacionado à subida e ao crescimento, e tudo que simboliza uma perda de valor associa-se à descida. Na arte, por exemplo, a escada frequentemente aparece como um suporte imaginativo da ascensão espiritual. A linha do qualificativo e da elevação é vertical, por isso associa-se à simbologia da escada.

Um símbolo ascensional desta natureza indica uma hierarquia, um movimento. No princípio, temos a condição terrena; à chegada, o estado angélico. Entre os dois, os andares, com as suas etapas provisórias, que assinalam a beleza vislumbrada, a paz que começa a tranquilizar o viajante e que o encoraja a prosseguir o caminho, a fazer face às lutas que ele tem de aceitar.

A escada é também o símbolo da progressão em direção ao saber. Quando se eleva em direção ao céu, trata-se do conhecimento do mundo material ou espiritual. Quando penetra no subsolo, trata-se do saber oculto e das profundezas do inconsciente. Símbolo ascensional clássico pode designar não só a subida no conhecimento, mas também uma elevação integrada de todo o ser.

O caminho de todos nós, aprendizes da vida, e principalmente dos adeptos das ciências ocultas, consiste no aprendizado. Devemos aprender como as coisas funcionam em nós e no universo e por meio da observação, aprender as causas e os efeitos de tudo em nossa vida. 

Entretanto, esse aprendizado na maioria das vezes é gradual, obtido com um passo de cada vez, ou ainda, degrau por degrau. É então que nos vemos diante da escada que nos levará ao topo, onde está nossa recompensa.

 

Infelizmente, muitos adeptos das ciências ocultas perdem-se no caminho porque ignoram a importância de ir degrau por degrau, em cada um aprendendo o que ele lhe reserva. Como o alquimista que precisa de pausas na realização da Grande Obra, todos nós precisamos absorver de cada etapa do desenvolvimento aquilo que nos proporciona, e no tempo necessário.

SIGNIFICADO ESPIRITUAL DA ESCADA

A escada comunica o céu e terra, possui vários degraus que representam os diferentes níveis de consciência. Por essa razão, é um símbolo ascensional. Enquanto o discípulo ou iniciado conseguir ir até o mais alto degrau, o profano cheio de apegos mundanos mal consegue subir alguns poucos degraus.

Apesar de representar uma “subida para o céu”, é interessante observar que este símbolo está associado a uma vida de comunicação que ocorre nos dois sentidos: ascendente e descendente. Nesse sentido, tudo aquilo que está associado a um progresso de valor está ligado à subida, enquanto perdas de valor estão associadas à descida.

A escada também está relacionada ao simbolismo da verticalidade. Costumo pensar que a escada é o caminho do adepto. Como ela pressupõe ascensão, cada degrau representa um nível, pontos de passagem. Partimos da terra em direção ao céu. 

A escada é um símbolo carregado de significados, tanto espirituais, como mentais. Com seus muitos degraus simboliza os planos da mente e os planos de existência.

A descida ao inconsciente e a ascensão sobre o consciente. Através dela é possível tanto subir, como descer. Assim como também é possível permanecer parado no mesmo degrau, sendo apedrejado pelos pilares do sedentarismo mental e/ou espiritual. A escada nos dá uma escolha, de subir ou não, de buscar ou não, de aprender ou não. O caminho do crescimento e pessoal

SIMBOLISMO DA ESCADA NA BÍBLIA

Na Bíblia, grande livro simbólico, a menção ao simbolismo da escada é feita em Gênesis:

“E Jacó seguiu o caminho desde Bersba e dirigiu-se a Harã, com o tempo atingiu certo lugar e se preparou para ali pernoitar, visto que o Sol já se tinha posto. Tomou, pois, uma das pedras do lugar e a pôs como apoio para a sua cabeça e deitou-se naquele lugar. E começou a sonhar, e eis que havia uma escada posta da terra e seu topo tocava nos céus; e eis que anjos de Deus subiam e desciam por ela. E ficou temeroso e acrescentou; “Quão aterrorizante é este lugar” Não é senão a casa de Deus e este é seu portão de entrada”

Como mencionado na passagem bíblica acima, a escada caracteriza-se como meio empregado pelos anjos para subir e descer dos céus. Essa escada com anjos subindo e descendo foi revelada em sonho por Jacó.

Tão marcante para o povo judeu e cristão já que também é interpretada pelos cristãos como a prefiguração de Jesus Cristo, pois ele dá acesso ao Pai em um Espírito (Efésios 2.18), que é o único “mediador entre Deus e os homens” a escada encontra analogia em todas as antigas iniciações. 

SIMBOLISMO DA ESCADA NA ICONOGRAFIA

Na alquimia a escada também representa ascensão, o caminho espiritual do alquimista. “A organização como que escalonada do macrocosmo correspondem, no homem, diversas faculdades do conhecimento ― percepção sensorial, imaginação, razão e análise. O último degrau é a compreensão direta da palavra divina pela meditação. A escada não vai mais além, porque o próprio Deus não podeser entendido.” (Alexander Roob – Alquimia e Misticismo)

“Na imagem, o intelecto encontra-se na base da escada da criação, que, partindo do reino mineral, e através de vários níveis das plantas, animais, homens e anjos, sobre até Deus, onde a Sophia, a sabedoria construiu a sua morada. A figura que simboliza o intelecto segura o instrumento que lhe permitirá subir e descer, um disco de arsgeneralis do filósofo catalão e místico cristão Rámon Llull (1235 – 1316).

“Llull concebeu este ‘conhecimento universal’ com o propósito de converter as duas religiões concorrentes do Cristianismo, o Judaísmo e o Islã, provando-lhe a superioridade das doutrinas Cristãs.” (Alexander Roob – Alquimia e Misticismo)

O Alquimista anda extraviado até que a lebre mercurial fugidia lhe indique a matéria original exata, por detrás de cujo aspecto rude, e atravessando os sete degraus do processo, um palácio será revelado. Aqui, os princípios do Sol e da Lua unem-se para formar o lápis, o mercúrio filosofal, que coroa a cúpula sob a forma de uma fênix. 

O Zodíaco indica que a obra começa em maio, no signo de Touro. Cada signo zodiacal corresponde a uma substância química. (Alexander Roob – Alquimia e Misticismo). Por enquanto, é o que temos sobre o simbolismo da escada. Obviamente não é nem o começo, dada às diversas tradições que carregam esse símbolo nos seus mistérios. Mas, esperamos que a leitura tenha sido útil e instrutiva.

 

SÃO JOÃO CLÍMACO E A ESCADA DO PARAÍSO

O que a vida e a obra de um monge eremita do século VI têm a ensinar ao homem do século XXI?

No último dia 30 de março, a Igreja no mundo inteiro recordava a memória de São João Clímaco. Do século VI, esse monge do Oriente é conhecido especialmente por sua obra “Escada do Paraíso”, na qual explica a vida monástica, desde o abandono do mundo até a perfeição na caridade.

João tornou-se monge no monte Sinai, onde foi discípulo do sábio abade Martírio. Aí, entregue à oração e aos cuidados deste mestre espiritual, pôde dedicar-se ao ofício de sábio, àquele que Santo Tomás identifica como “o mais perfeito, o mais sublime, o mais útil e o mais bem-aventurado” de todos os estudos humanos.

Entretanto, se é verdade que “é necessário passar por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (At 14, 22), a “escada do Paraíso”, antes de ser subida pelos homens, foi descida pelo próprio Deus. Foi o Senhor quem se inclinou ao homem e inclinou a escada dos céus, para que ele a pudesse subir mais facilmente. Ele, que “humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de Cruz” (Fl 2, 8).

De fato, antes que o homem desse o primeiro passo em direção ao Altíssimo, Ele mesmo saiu dos altos céus e veio em seu auxílio, com a Sua graça. Por isso, a resposta do homem a essa misericórdia de Deus só pode ser o amor – o amor de quem sobe uma escada firmando os “braços cansados” e “os joelhos vacilantes” (Is 35, 3), com o coração ansioso em contemplar o Senhor e possui-Lo plenamente na eternidade.

A “escada do Paraíso” é o itinerário para todos os cristãos, chamados que são ao amor. Que São João Clímaco, do Céu, ajude o homem do século XXI a atingir o clímax da caridade, como ele alcançou.

SIMBOLOGIA DA ESCADA DE RÁ

A simbologia da escada de Ra está profundamente ligada à intermediação entre o Céu e a Terra, à ascensão e à evolução de natureza espiritual. Os seus degraus sãos as várias etapas a ultrapassar para se atingir o divino, associadas a metais diferentes ou a vários tipos de exercícios espirituais ou a provas de iniciação esotérica Sinônimo de verticalidade, reatando uma harmonia que foi quebrada pela separação na gênese do mundo, a escada é um meio ou instrumento de evolução pessoal e de ascensão espiritual. 

No Egito, a escada do deus Ra ligava o Céu à terra segundo o Livro dos Mortos. O exemplo da escada também pode ser encontrado sob a forma de método na Igreja cristã, e que consiste numa série de trabalhos espirituais que têm de ser ultrapassados como degraus de uma escada.

O mais sublime de todos os sentimentos

O motivo de nossa existência

O sentido da vida e da morte

Razão pela qual praticamos a temperança, a fortaleza, a prudência, a justiça, a fé e a esperança

O estágio mais elevado da evolução o amor

O último degrau da escada de Rá.

SIMBOLOGIA DA ESCADA NA MAÇONARIA

A Escada de Jacó foi extraída de Gênesis 28:10-19. Pelo relato bíblico, essa escada significava o caminho que conduzia à morada de Deus e, de forma análoga, a Escada de Jacó presente no Painel, representa o caminho sagrado, o caminho do aperfeiçoamento moral e espiritual, o caminho da perfeição, que leva ao Grande Arquiteto do Universo.

Na Maçonaria, assim como, na vida, nos encontramos em planos diferenciados de evolução, somos muitos em várias potências e obediências, mas não formamos um só corpo, não formamos uma escada, não formamos uma unidade.

Os caminhos para o aperfeiçoamento são vários, são constituídos por vários acessos: Instituições filosóficas, instituições filantrópicas, religiões, escolas, etc. Temos que ter consciência que não existe o certo e o errado, existem caminhos mais curtos e mais longos, não existe o “regular” e o “irregular”, todos levam a apenas um objetivo final o Aperfeiçoamento.

Variadas são as interpretações do sonho de Jacó, e, especialmente sobre o significado da Escada. A mais comum é que cada degrau simboliza o esforço que ao Maçom cumpre executar para ascender até a Perfeição. Etapas vencidas e iniciações ganhas. Os degraus simbolizam os diversos planos do Universo. No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Escada teria 33 degraus, correspondendo cada degrau a um Grau Maçônico.

Ainda de acordo com aquele Ritual, as três principais virtudes são a Fé, a Esperança e a Caridade, representadas nos degraus da Escada de Jacó, respectivamente, pela Cruz, pela Âncora e pelo Cálice ou Taça com a mão em atitude de alcançá-la.

A Fé representa o primeiro degrau da escada de Jacó, pois ela é a sabedoria do espírito, sem a qual o Homem nada levará a termo.

A Esperança representa os degraus intermediários, pois ela ampara e anima o espírito nas dificuldades encontradas no caminho.

A Caridade representa o último degrau, que só será atingido praticando-a, pois ela é a própria imagem dos mais puros sentimentos humanos, onde no seu ápice uma estrela de sete pontas.

A subida dos degraus da Escada de Jacó é penosa e lenta, os degraus estão em níveis e espaços variados, mas, o importante é que eles estejam unidos por duas hastes laterais bem fortes, que possam lhes dar sustentação, a escada, por sua formação é um símbolo de união.

Somente quando pudermos entender isso, e pudermos viver em paz, harmonia e união, poderemos nos considerar como uma unidade estaremos, assim, cavando masmorras aos vícios e levantando templos às virtudes, só então, tudo estará Justo e Perfeito.

INTERPRETAÇÃO ROSA- CRUZ DA ESCADA DE JACÓ

A Rosa-Cruz nos apresentam os degraus da escada como se cada um deles estivesse relacionado com uma montanha que aparece em sete episódios históricos vividos pelo povo judeu. Melhor dizendo, a história judaica, desde o episódio de Noé até a chegada de Jesus, teria requerido dos povos judeus sete grandes esforços evolutivos, que todo homem tem que passar em sua existência.

Os degraus corresponderiam aos montes Ararat, Moriá, Sinai, Tabor, Gólgota e Oliveiras.    No primeiro degrau, depois de um dilúvio devastador, Noé, reuniu todos os seus bens e chegou ao monte Ararat, onde encontra refúgio. Dali soltou depois uma pomba que voltou com um ramo de oliveira no bico. Isto lhe revelava: As terras não estavam mais cobertas pelas águas, estavam lhe esperando para fazer um novo plantio.

Também nós quando, por erros nossos passamos por problemas devastadores, recebemos de Deus uma nova oportunidade de recomeçarmos levando conosco os bens espirituais que já tenhamos conquistado.  Depois, Abraão dirigiu-se ao monte Moriá. Neste episódio lhe era requerido por Jeová um sacrifício. Sacrificar num holocausto seu único filho Isaac. Ele o pôs então sobre o altar do sacrifício, mas, por sua grande Fé, Deus o poupou.

Este é o degrau da fé em Deus, da certeza de que os nossos sacrifícios serão compensados.   O terceiro degrau da escada evolutiva refere-se ao episódio de Moisés subindo o monte Sinai. Ali ele receberia o Decálogo, um código de leis. Ninguém se adianta se não tiver disciplina, da obediência.  Geralmente quando, falamos em obediência não sabemos o que é sermos obedientes aos princípios divinos. Como exemplo, poderíamos citar o que fazemos com um animal que tem demasiada energia, tem capacidade para correr em grande espaço.

 Então, desobedecendo as leis de seu corpo, o pontos numa jaula minúscula onde ficará cerceado de sua verdadeira natureza.  No quarto degrau encontramos os judeus, após atravessarem o deserto, vindos de uma escravidão no Egito, chegando ao monte Carmelo. Ali encontraram verdadeiros e falsos profetas. Como distinguir os falsos?

É o degrau dos conflitos íntimos entre as nossas duas vozes internas Ele são nossos verdadeiros e falsos profetas. É o degrau do discernimento. Como exemplo podemos citar a dificuldade que os estudantes esotéricos encontram em distinguir entre psiquismo e espiritualidade.    Só após passar o degrau do discernimento poderemos subir o monte Tabor.

Ele é o monte da Transfiguração de Jesus. È o degrau do nascimento espiritual. Neste monte Jesus leva consegue representa a obediência aos princípios divinos, Tiago representa a valentia e João é o amor.    Depois desta transfiguração, onde transcendeu todas as diferenças religiosas e culturais, o homem terá que subir o monte do Gólgota. É o calvário da sua solidão, da incompreensão por parte de todos que o cercam. Mesmo estando em meio a um grande grupo, se sentirá só. Terá que persistir em seu ideal sem ajuda.

È o teste de sua persistência e a renúncia a reconhecimentos. Como exemplo, temos o caso de Jesus seus discípulos Pedro, Tiago e João. Para transportá-lo somos ajudados por 3 forças superiores simbolizadas nas características dos discípulos. 

Pedro subindo sozinho o Calvário, incompreendido e abandonado.    

Porém, o último degrau refere-se aos momentos de maior paz e felicidade que um homem pode atingir. É o momento da entrega total. É Jesus no Monte das Oliveiras, onde ele se abastecia na unidade com Deus.

ORIENTE DO RIO DE JANEIRO, RJ.

A.·. R.·. L.·.M.·. FLAUTA MÁGICA DO RIO DE JANEIRO, Nº 170

M.·.M.·. SANDRO PINHEIRO

 

BIBLIOGRAFIA

http://www.maconaria.net/portal/index.php

https://lidianefranqui.com.br/qual-o-simbolismo-da-escada/

https://www.dicionariodesimbolos.com.br/escada/

https://misericordia.org.br/formacoes/sao-joao-climaco-e-a-escada-do-paraiso/

http://ocultafilosofia.blogspot.com/2014/02/o-simbolismo-das-escadas.html

http://ordemrosacruzjequie.blogspot.com/2014/07/a-escada-de-ra-os-sete-degraus.html

http://sendadomestre.blogspot.com/2017/08/a-escada-de-jaco-interpretacao-rosa.html

 

 


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