Nascemos na Terra para realizar experiências que nos possam
graduar. Por isso, todo o mal e todo o bem que fizermos neste mundo ficará como
experiência fortalecedora.
Enquanto estamos na Terra, ao fazer o mal e o bem, não podemos
aquilatar com justeza do valor de cada um dos nossos atos. Mas depois de
terminar a nossa existência terrena vamos examinar sozinhos, tudo o que fizemos
e avaliá-lo totalmente.
A vida não para! Ao morrer neste mundo nascemos para o mundo
espiritual; ao nascer neste mundo morremos para o mundo espiritual. Nascemos na
Terra para realizarmos experiências, aprender a dominar a matéria.
E para que não percamos essas experiências e com elas
aumentarmos a consciência do que somos ao morrer neste mundo levamos conosco um
filme de tudo quanto fizemos aqui. Dele tiraremos o que convém à organização do
programa ou Destino que vamos realizar na próxima volta à Terra.
E como este filme é gravado no éter contido num átomo que está
no ápice do ventrículo esquerdo do coração e por ele conter o que vamos ser na
futura volta à Terra, chamamos-lhe átomo-semente.
O oposto da morte não é a vida, mas o nascimento. Morrer faz
parte do nosso nascimento. Não podemos razoavelmente aceitar o nascimento de
nosso corpo sem aceitar sua morte. A recusa a morrer vem de outro lugar, de
outra fonte, de outra voz, de nossa profundidade, chama-nos a tender para o
aperfeiçoamento infinito como se a única finalidade da vida fosse tornar-se
mais humana, de completar o homem no Homem. Essa é nossa liberdade.
No nascimento, deixamos para trás uma existência, outra
realidade, outra maneira de nos expressar, de ser, portanto, morremos e, quando
morremos, deixamos essa existência física, para tomamos outra mais sutil, mais
leve e simples, pois nascemos de novo. A morte é uma fronteira que
constantemente atravessamos, é um limite que sempre nos transforma e muda todo
o nosso ser em nós." O homem pode nascer, mas para nascer deve primeiro
morrer, e para morrer deve primeiro acordar.
BUDISTA
O Buda disse que o maior ensinamento de todos é a impermanência.
Sua expressão final é a morte. A morte é uma forte mensageira, uma professora
exigente. Em resposta à mensagem da morte, nós poderíamos nos fechar e
tornarmo-nos mais rígidos. Ou nós poderíamos nos abrir e nos tornarmos
mais livres e amorosos. Nós poderíamos tentar evitar a sua mensagem de todas as
formas, mas isso exigiria muito esforço, pois a morte é uma professora
persistente.
A Professora Morte encontra-se conosco no minuto em que
nascemos, e está ao nosso lado em todos os momentos de nossa vida. O que a
morte tem a nos ensinar vai direto ao ponto. É profundo e ao mesmo tempo
íntimo.
A morte é uma parada completa. Ela interrompe as desilusões e os
hábitos mentais que nos aprisionam em pensamentos pequenos e restritos. É uma
afronta ao ego.
Cada um de nós possui sua própria e única relação com a morte,
nossa própria história e circunstâncias particulares, mas de uma maneira ou de
outra, nós todos nos relacionamos ela. A pergunta é: como nos relacionamos com
essa realidade e como isso colore nossas vidas?
É possível reconciliar-se com o fato da morte de uma forma que
isso enriqueça nossas vidas, mas para aprender com a morte, nós devemos estar
dispostos a adotar um olhar não passional sobre nossas experiências e preconceitos.
Através da meditação e do desenvolvimento de uma consciência
ininterrupta da morte, nós podemos mudar a nossa relação com a morte e, assim,
mudar nosso relacionamento com a vida. Nós podemos enxergar que a morte não é
somente algo que surge ao fim da vida, mas que é inseparavelmente atrelada a
nossa vida momento a momento, do começo ao fim.
Nós podemos ver que a morte não é somente uma professora final.
Ela está disponível para nos ensinar aqui e agora.
Contemplar a morte não é uma prática fácil. Não é meramente
conceitual. Ela agita as coisas. Ela evoca emoções de amor, mágoa, medo e
ansiedade. Ela traz à tona raiva, decepção, arrependimento e falta de chão.
O quão suave é refletir sobre as muitas perdas que nós experimentarmos
e que iremos experimentar no futuro? O quão áspero é refletir sobre a qualidade
efêmera da vida?Nesta prática, nós deliberadamente trazemos a nossa atenção, de
novo e de novo, para o nosso relacionamento com a morte. Nós examinamos aquilo
que entendemos a respeito da morte e o que isso nos traz.
Refletimos sobre as nossas experiências e sobre as nossas
reações a essas experiências. É um pouco como ir a uma terapia de casal.
“Quando vocês dois se conheceram? Conte-me um pouco sobre a história de vocês.
Vocês passam muito tempo juntos? O que foi aquilo que te ofendeu nele ou nela?
Como vocês vêm o seu relacionamento seguindo adiante?”. Você poderia dizer que
a morte é a sua parceira mais íntima. Está com você o tempo todo, completamente
embrenhada nas suas atividades diárias. Sendo esse o caso, não valeria a pena
criar um relacionamento com ela?
Mas o nosso relacionamento com a morte não é assim tão simples.
À procura de entendê-la, nós precisamos desacelerar e sistematicamente
examinarmos nossas ideias sobre ela, o que ela faz emergir e o que ela
significa para nós. A morte traz à tona todo tipo de pensamentos.
E escondida em meio a essas nuvens de pensamentos está uma
pequena, não falada, profundamente enraizada e ainda persistente noção de que
nós passaremos por ela intactos, como se pudéssemos ir ao nosso próprio
funeral.
Quanto mais perto você olha para todas essas ideias, mais você
enxerga a quão inadequada a mente conceitual é em frente a morte. Não obstante,
como nós pensamos sobre a morte importa. Afeta como nós vivemos nossas vidas e
como nós nos relacionamos uns com os outros.
A prática contemplativa nos desafia a olharmos profundamente
para dentro dos nossos pensamentos e crenças, fantasias e presunções,
esperanças e medos. Desafia-nos a separarmos aquilo que nos foi dito daquilo
que nós mesmos pensamos e experimentarmos.
Nós temos todo o tipo de pensamentos a respeito daquilo que
acontece quando morremos e de como nós e os outros deveriam relacionar-se com a
morte, mas, através da meditação, aprendemos a reconhecer os pensamentos como
pensamentos. Nós aprendemos a não confundir esses pensamentos e ideias sobre a
morte com o conhecimento direto ou a experiência. Aprendemos a não acreditar em
tudo aquilo em que pensamos ou em tudo aquilo que nos foi dito.
A morte vem a ser a professora que nos liberta do medo. Ela é a
professora que abre nossos corações para um amor e uma apreciação pela vida e
pelos outros mais livres e fluídos. Quando nós ficamos presos em nossa auto-importância
e seriedade, a morte aparece. Quando nós somos apanhados por auto-piedade, a
morte aparece.
Quando nos tornamos complacentes e tomamos as coisas como
garantidas, a morte aparece. A morte nos incentiva a ir em frente num sentido
de urgência e coloca nossas preocupações em perspectiva. A morte torna nossos
apegos mais leves e zombados nossas pretensões. A morte nos acorda. Ela é nossa
professora mais confiável e nossa companhia mais constante.
ROSACRUZES
A expressão "morte" refere-se somente à forma. O
espírito é imortal. Nascimento e morte são, também, termos relativos; o que
chamamos morte é, realmente, um nascimento no mundo espiritual, e o que
chamamos nascimento é temporariamente, uma morte, no mundo espiritual.
Quando esgotamos as possibilidades de uma vida, é necessário
passar a esferas superiores pelo processo da morte, tão geralmente temida sem
razão. O chamado Átomo-semente do Corpo Físico está localizado no coração. Este
Átomo-Semente chama-se na linguagem Rosa-cruz, "O Livro de Deus",
porque todas as experiências de nossas vidas passadas estão nele inscritas.
Este átomo especial é permanente e será levado conosco através,
de todas as existências futuras, formando a base da nossa individualidade por
toda a eternidade. A morte é ocasionada pela ruptura da união entre o
Átomo-Semente e o coração.
Depois da morte as forças inerentes ao Átomo-Semente e aos
veículos superiores, como o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente,
abandonam o Corpo Denso, pelo alto da cabeça. Contudo, o Espírito e os veículos
superiores permanecem em contato com o Corpo Físico, por meio do Cordão
Prateado, durante uns três dias e meio aproximadamente.
O Cordão Prateado é tríplice: um segmento e constituído de éter,
outro de matéria de desejos e o outro de matéria mental. Esses segmentos estão
ligados aos Átomos-Sementes dos respectivos corpos. A ruptura entre o
Átomo-Semente do corpo denso e o coração ocasiona a sua paralisação (morte
clínica), mas o corpo ainda não está morto: a morte sobrevirá depois da ruptura
do Cordão Prateado.
Neste lapso de tempo, efetua-se um processo importante: a
retrospecção do panorama da vida recém finda e a conseqüente gravação no corpo
de desejos das imagens contidas nesse panorama. Durante a vida o éter refletor
do corpo vital age como uma placa sensível em que são registrados todos os
pensamentos, emoções, incidentes e circunstâncias da vida.
O éter inspirado na respiração leva consigo estas imagens que,
por meio do sangue, se imprimem no corpo vital. Elas constituirão a base da
experiência depois da morte.
Durante um período de uns três dias e meio depois da morte, o
Ego se concentra neste panorama que se desenrola perante ele, mas em ordem
inversa, isto é, os incidentes da última parte da vida são os que aparecem primeiro
no panorama.
Se a concentração do Ego é profunda e não perturbada por ruídos,
ou incômodos de nenhuma espécie, o registro é feito de modo profundo e claro e
o espírito estará em situação de assimilar a totalidade do valor espiritual da
vida que acaba de terminar.
Porém, se o Espírito é perturbado pelas emoções, prantos ou
lamentações de parentes, ou pelo tumulto de um campo de batalha, sua
concentração é perturbada e as experiências da vida gravam-se ligeiramente ou
deixam mesmo de gravar-se totalmente no corpo de desejos.
Neste caso, esta vida fica praticamente perdida, ou seja,
perdem-se as experiências que, normalmente, teriam sido adquiridas. Devemos ter
o máximo cuidado de cercar o recém desencarnado de um ambiente de tranquilidade,
de maneira que não se perturbe essa retrospecção do panorama de sua vida, uma
vez que dela dependerão o desenvolvimento da consciência e o incentivo para uma
boa conduta nas vidas futuras.
Outro processo que ocorre simultaneamente é a separação dos
éteres. Os dois éteres superiores, o Refletor e o de Luz, designados pela
Filosofia Rosa-cruz como Corpo-Alma, separam-se dos inferiores, o éter químico
e o de vida. Ligam-se aos veículos superiores e atravessam com estes, os mundos
mais elevados, atuando como base da consciência nesses mundos, enquanto, os
éteres inferiores ficam com o corpo físico, desintegrando-se com ele. Quando há
perturbação em volta do corpo, durante o período da retrospecção da vida, esta
divisão dos éteres não se efetua convenientemente.
Não se deve dar estimulantes aos moribundos porque estes lhe
causam sofrimentos. Estes estimulantes fazem voltar violentamente para dentro
do corpo os veículos superiores e mantém a agonia do indivíduo durante horas e
dias, quando de outra maneira, podia deixar o corpo sem maior sofrimento. Nunca
se deve empregar estimulantes nos casos em que se vê, claramente, que a vida
não pode se prolongar mais que algumas horas, ou dias.
Depois da morte, o corpo, deveria ser colocado numa câmara
frigorífica, durante três dias e meio. Deveria evitar-se a embalsamação porque
ela perturba a retrospecção panorâmica. Igualmente, deveria evitar-se a
cremação neste período, visto o Espírito estar, ainda, em contato com o corpo,
por meio do cordão prateado e, até certo ponto, qualquer mutilação do corpo
provoca dor.
A cremação prematura dissipa os éteres e destrói a recordação
panorâmica que estes contém. Contudo, depois de três dias e meio, a cremação é
aconselhável porque desintegra o corpo físico, e os dois éteres inferiores, com
seu magnetismo residual, deixando assim, o Espírito em liberdade completa, em
seguir para os mundos supra físicos.
No caso de sepultamento, o magnetismo do corpo e os éteres
inferiores ligam o Espírito á terra, durante um tempo variável, geralmente até
que a decomposição chegue a um estado avançado, ou se complete. Isso retarda o
progresso do Espírito por alguns anos.
Conhecendo os fatos que se referem à morte, segundo determina a
Filosofia Rosa-cruz e utilizando devidamente este conhecimento, podemos prestar
grande serviço aos amigos e conhecidos que morrem antes de nós. Igualmente,
podemos deixar instruções para que os outros nos prestem este mesmo serviço
quando chegar a nossa hora de cortar as amarras que nos prendem à vida física.
MAÇONARIA
“Ninguém pode ser reconhecido como maçom enquanto continuar
servo das paixões, escravo das suas crenças e cego pelos bens desse mundo.”
Jean Mourgues. Nenhum maçom pode vencer a morte se não desbastar a pedra bruta
que há em si, ou seja, se ele não sepultar os estados aflitivos, os instintos
egoístas.
Para isso, terá que morrer para o mundo profano. A compreensão
do desbastar a pedra bruta significa lapidar-se; brilhar; fazer com que aflore
dentro de si os dons do espírito que estão adormecidos e sem brilho,
ocasionados pelo egoísmo, pelo orgulho, pela ambição e por tantos outros
defeitos, que o leva a temer a morte sem que perceba. Todos os maçons aprendem
a desbastar a pedra bruta usando o maço e o cinzel, mas não compreendem que
devem ir além desse gesto que há em cada iniciação de um profano.
Precisa-se trabalhar o seu interior no significado do VITRIOL,
na compreensão do lapidar até fazer brilhar o diamante que há em cada um de
nós. Que essa lapidação não seja só um gesto simbólico, mas uma busca incessante
pelo brilho da alma, aflorando do seu interior o amor, o perdão, a humildade, a
mansidão, a serenidade, a tolerância, entre tantas outras virtudes que emanam
de dentro de si, fazendo dele um homem polido e virtuoso.
Como já foi dito anteriormente, o medo da morte é causado pelo
apego incontrolável do homem pela vida, pelos bens materiais, esquecendo-se ele
de que nada se leva, ou seja, tudo o que construiu nesse mundo fica, nada é
dele, nada lhe pertence. Nasceu nu e nu voltará. Veio do pó e ao pó retornará.
O que se leva são as suas boas ações, as virtudes, os dons do espírito,
tornando-o um homem de paz e de luz.
Na Maçonaria, aceitar a morte não é difícil, pois nela se
procura desenvolver o homem espiritual que existe dentro de cada um. Isso torna
as coisas mais fáceis, mais doces; leva o maçom a tornar-se mais tenro,
tolerante e amável. A cada iniciação, o maçom morre simbolicamente para uma
situação anterior, de modo que possa viver uma nova vida num nível mais elevado
dali em diante.
Tem que haver resignação para aceitar a morte como algo natural,
e deduzir dessa experiência a importância de aprender a morrer em paz,
procurando viver sempre melhor. Tal desenvolvimento afasta o maçom do costume
de escamoteá-la, diante da dificuldade que ele sente em lidar com essa
realidade: ter que morrer um dia. Assim, ele se aproxima mais da possibilidade
de incrementar a capacidade de lidar com a vida, ajudando-o a discernir pela
sua elevação espiritual.
Caso todos os maçons compreendessem essa verdade,
muitos perderiam o medo da morte. Entenderiam que ela é uma consequência da
vida. Essa fobia está exatamente na perda da vida e de não mais existir para
esse mundo, deixando de usufruir de todos os bens materiais que possuem. Só em
pensar que um dia vai morrer causa-lhe sofrimento.
É bem verdade que devemos preservar a vida enquanto podemos.
Mas, é um erro crasso preservá-la pensando que nunca vamos morrer. Ora, o tempo
é cruel para o nosso corpo e a nossa mente. Ele se encarrega de nos avisar,
através da debilitação corporal e mental, de que está chegando a hora.
Portanto, prepare-se, goze da sua saúde, da sua juventude com
toda lucidez possível e viva enquanto vida você tem. Viva bem e em paz consigo
mesmo. Sepulte todos os estados aflitivos a que Sidarta se referiu todos os
instintos egoístas de que o apóstolo Paulo nos fala, e seja um homem livre, e
de bons costumes, sem medo da morte.
Ao meditarmos sobre a nossa existência na câmara de reflexão,
isolado de todo o contato mundano, fazemos uma viagem profundamente
introspectiva ao nosso interior, buscando encontrar a lápide oculta, ou seja, a
busca pela pedra filosofal, eis aí o início da praticidade do VITRIOL na vida
maçônica. Em (João 12, 24), Jesus fala o seguinte: “Eu garanto a vocês: se o
grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz
muito fruto.”
Ao ser lançado na terra, o grão de trigo tem que germinar,
abrindo o caminho para a luz; para uma nova vida. Nessa concepção, devemos
entender que, ao superarmos a prova da terra, descemos ao seu interior.
Entendemos, também, que devemos retificar a nossa forma de ver,
pensar e agir, Só assim encontraremos a pedra filosofal, essencial na nossa
própria transmutação.
Portanto, para
edificarmos a nossa interioridade é necessário darmos bons frutos. Mas, para
isso tem que morrer o “eu inferior”, sendo integrado e alinhado ao “Eu
Superior”, queimando de vez o Karma (dever a ser cumprido no SOU), que se
tornará Dharma (realidade). Chegará o momento de sair da roda de Samsara
(ignorância), pois terminará o ciclo das reencarnações, em que a jangada, após
atravessar o rio, permite ao passageiro alcançar o Nirvana para os budistas, o
Reino de Deus para os cristãos.
Mas, o desconhecido nos leva a temer a morte. Por isso, ela é
fonte natural de receios e angústias. Porém, quando a compreendermos, estaremos
a compreender a nossa existência. Nesse caso se faz necessário que todo maçom
pratique um seppuku, tirando de suas entranhas todos os instintos egoístas, os
estados aflitivos, para então nascer para uma nova vida, sem necessariamente
ter que perdê-la; sem ter que temer o que não se conhece. Essa atitude interior
nos permite a entender que não é o fim, mas, sim, o começo.
Com essa prática a Acácia florescerá onde for plantada, e viverá
numa profunda e eterna paz, dando muitos frutos. Não podemos ir de encontro com
as Leis do Universo meus irmãos, a morte é um fato inconteste. Nada pode
evitá-la. Então, preparem-se para ela. Assim como nascemos, todos nós
morreremos.
Devemos entender que a vida é um processo contínuo de morte. A
cada dia que se passa em nossa vida, morremos um pouco. Tomando conhecimento
dessa verdade o maçom não deve temê-la. Quando formos capazes de entender todo
o processo da iniciação, ficaremos despojados do medo da morte e compreenderemos
melhor a oração de São Francisco de Assis, que diz “... é morrendo que se vive
para a vida eterna”.
Esse entendimento somente será completo quando abrirmos os olhos
e compreendermos que até uma morte intelectual; uma morte mental;
uma verdadeira iniciação, onde enterramos alguém que nunca fomos, mas que
nos permite nascer de novo e nos dá a oportunidade de começar a nos conhecer e
ser quem realmente somos, realizando nossos próprios sonhos, realizando nossas
próprias realizações e superando nossos próprios objetivos. A partir desse
momento, você será uma nova pessoa no mundo e tudo ao seu redor morrerá por
você.
“LUZ É DADA DEPOIS DA MORTE”, e “QUE SE FAÇA A LUZ”
KARDECISMO
O Espiritismo traz uma mensagem capaz de amenizar as angústias relacionadas à
morte, uma vez que encontramos em seus preceitos básicos a informação de que
todos somos almas imortais, reencarna neste planeta, com o propósito de
evolução individual e coletiva.
Ademais, através de sua ciência e filosofia, traz evidências
robustas de que aqueles que se amam tornam a se encontrar, seja no mundo
espiritual ou mesmo no físico, em novas experiências no corpo. Desta forma, a
morte nada mais é que a finalização de mais um ciclo, uma passagem para outro
estado, outra dimensão.
A alma continua viva, mas livre, mantendo sua identidade, dando
continuidade ao seu processo de aprendizagem, em constante relação com outros seres.
Entretanto, devemos levar em conta que mesmo os Espíritas são
herdeiros de uma cultura de negação da morte, no Ocidente, e muitos, embora
consolados por estas informações, não lidam de forma apropriada com o tema em
questão, deixando de dialogar a respeito nas mais variadas oportunidades, ou
mesmo sem ter recursos apropriados para darem conta das inúmeras demandas que
surgem durante o próprio processo de morrer ou o de pessoas significativas.
Quando mudamos de um lugar para outro continuamos a ser o que
somos, apenas nos desfazemos do que não é necessário. Assim, também, quando
desencarnamos, continuamos a ser a mesma pessoa, mas, nos desfazemos do corpo
físico, pois não é necessário no mundo espiritual.
EGITO ANTIGO
Os egípcios acreditavam que o ser humano era formado por Ka (o
corpo) e por Rá (a alma). Para eles, no momento da morte, a alma (Rá)
deixava o corpo (Ká), mas ela podia continuar a viver no reino de Osíris ou de
Amon-Rá. Isso seria possível somente se fosse conservado o corpo que devia
sustentá-la.
Daí vinha a importância de embalsamar ou mumificar o corpo para
impedir que o mesmo se descompusesse. Para assegurar a sobrevivência da alma,
caso a múmia fosse destruída, colocava-se no túmulo estatuetas do morto.
O processo de mumificação acontecia da seguinte
maneira: o sacerdote abria o corpo do morto ao meio tirando seus órgãos moles
(os órgãos que apodrecem rápido). Depois cortava o nariz de forma que pudesse
retirar o cérebro com um gancho especializado. O sacerdote colocava dentro do
corpo do morto alguns medicamentos. Após todo o ritual, o sacerdote amarrava
uma espécie de pano que ajudava a conservar o corpo.
Anúbis era o deus egípcio associado a mumificação e rituais
fúnebres; aqui, ele atende a uma múmia. Dentro das pirâmides ficavam os bens do
morto. Os egípcios colocavam nas pirâmides tudo que eles achavam que poderiam
reutilizar na outra vida (móveis, jóias, etc.).
O túmulo era como uma habitação de um vivo, com móveis e
provisões de alimentos. As pinturas das paredes representavam cenas do morto à
mesma, na caça e na pesca. Eles acreditavam nos poderes mágicos dessas
pinturas, pois achavam que a alma do morto se sentia feliz e serena ao
contemplá-las.
A alma do morto comparecia ao Tribunal de Osíris, onde era julgado
por suas obras, para ver se podia ser admitida no reino de Osíris.
SE QUISERES BEM EMPREGAR A TUA VIDA, PENSA NA MORTE!