Este trabalho Maçônico
não visa discutir de quem ou quais Landmarks estão certos ou errados para a
Ordem Maçônica.
Alguns autores maçônicos
dizem que, para que uma norma maçônica seja considerada um verdadeiro limite,
ela deve ser imemorial, espontânea e universalmente aceita.
Para nós o que importa é
a obediência às Leis da Potencia Maçônica a qual nós pertencemos.
O intuito é adquirirmos
um pouco de informação sobre o que é, e como surgiram os Antigos Landmarks da
Ordem.
Antigos Landmarks da
Ordem
Numa tradução livre
temos: marco de limite, ou seja, o ponto máximo que não se deve ou não se pode
ultrapassar. (Livro Cultura Geral Maçônica do Ir. Hailton Meira da Silva pág.
175); ou,
Segundo o Livro “O Delta
Luminoso” de Rizzardo da Camino na pág. 75: “Landmark, constitui o marco
escrito que fixa o ponto de partida para que a Maçonaria seja considerada
Regular e aceite em todo o mundo”.
Como surgiram os
Landmarks?
Com efeito, a expressão
“Landmarks”, tem significado, ao pé da letra, na língua inglesa, de ”marcação
de terra” (land = terra e mark = marca para limites entre duas ou mais áreas de
terra).
Esta nomenclatura foi
inspirada no Velho Testamento – Provérbios, 22,28 e 23,10:
“Não removas os antigos
limites que teus pais fizeram” e “não removas os antigos limites nem entre nos
campos dos órfãos”. Deuteronômios, 19,14: “não tomarás nem mudarás os limites
do teu próximo que os antigos estabeleceram na tua propriedade”
Esta palavra surgiu pela
primeira vez na compilação dos Regulamentos Gerais de 1721, incluídos na
Constituição de James Anderson.
1° – Os processos de
reconhecimento são os mais legítimos e inquestionáveis de todos os
Landmarks. Não admitem mudança de qualquer espécie.
Comentários: Desde
o primeiro Landmark notamos que a obediência deve ser uniforme e global. Todos
os 25 Landmarks devem ser respeitados e obedecidos, a violação de um só
Landmark equivale à desobediência de todos eles.
2° –
A Maçonaria Simbólica é dividida em três graus imutáveis que são
os de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Comentários: Este
Landmark define uma Maçonaria com três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre,
inspirando-se na construção do Templo de Salomão. Podemos afirmar também que o
sistema de três graus parte do ano de 1723 com o Livro das Constituições, pois
na Idade Média a Maçonaria classificava os seus membros em Aprendizes e
Companheiros e o grau de Mestre era dado ao dirigente.
Com as sucessivas
eleições passou assim a constituir um grau à parte e hoje é dado o nome de
“Mestre Instalado”, ou “Past Master” aqueles que exerceram a Venerança.
3° – A lenda do terceiro
grau deve ter a sua integridade respeitada. Qualquer Ritual que a excluísse ou
que a alterasse cessaria por isso mesmo de ser um Ritual Maçônico.
Comentários: A
lenda do 3° Grau só foi introduzida depois da criação da Primeira Grande Loja,
a partir de 1724, é universalmente aceita e origina-se de uma lenda cujos
fundamentos são encontrados na História Sagrada quando da construção do Templo
de Salomão.
4° – O governo da
fraternidade é presidido por um Oficial
denominado Grão-Mestre, eleito pelo povo Maçônico. Se o atual sistema
de governo legislativo por Grandes Lojas fosse abolido, sempre seria mister a
existência de um Grão-Mestre.
Comentários: Com a
fundação da Primeira Grande Loja em 1717, foi eleito o primeiro Grão-Mestre
Anthony Sayer. Antes da Primeira Grande Loja, as Lojas eram livres, trabalhando
independentemente umas das outras e eram dirigidas cada uma delas por um Máster.
Agora vamos a uma
citação do Livro “O Delta Luminoso” de Rizzardo da Camino pág. 89:
…Desde o início
verifica-se que a atuação do Grão-Mestre não depende de outra autoridade.
Enganam-se os que julgam
que a Maçonaria foi ou deva ser um governo democrático, assim como são os
governos civis na sua grande maioria.
Sem ser despótico, o
governo maçônico apresenta-se como uma autoridade hierárquica. …Nenhuma Loja e
nenhum Maçom poderá ser considerado regular se não se submeter às determinações
do seu Grão-Mestre.
…A obediência passa por
escalões hierárquicos, sendo assim, um membro de uma Loja, que não ocupe
qualquer cargo, receberá as determinações de um superior hierárquico que por
sua vez já as cumpriu e tem a experiência necessária para esclarecer o modo do
cumprimento para que qualquer dúvida já esteja dirimida e para que não haja
dificuldade para o Aprendiz em obedecer.
5° – É prerrogativa
do Grão-Mestre presidir todas as reuniões maçônicas ocupando
o trono quando se ache presente.
Comentários: Vamos
a mais uma citação do Livro “O Delta Luminoso” de Rizzardo da Camino pág. 90:
…Trata-se de um direito
decorrente da posição hierárquica. Sendo o Grão-Mestre a mais alta autoridade maçônica,
é obvio que quando presente, a ele deva ser entregue a direção da Loja e dos
trabalhos, que, contudo, poderá agradecer e devolver.
Seria impraticável uma
reunião não presidida pelo dirigente máximo, estando ele presente; haveria uma
diminuição de autoridade e uma subversão da ordem hierárquica, como também, um
desrespeito à autoridade constituída.
Quando um Grão-Mestre
entrar, no início ou durante os trabalhos, nem sequer aguardará o convite para
assumir o “malhete”, pois sua prerrogativa autoriza tomar o lugar do Venerável,
espontânea e automaticamente.
Nas cerimônias de Iniciação,
Regularização, Exaltação ou Elevação, bem como da formação de uma Cadeia de
União, ou qualquer ato festivo ou litúrgico, quando presente o Grão-Mestre e,
assim o desejando ele, os trabalhos, pelo mesmo serão dirigidos.
Caso outras autoridades maçônicas
acompanhem o Grão-Mestre, estas ocuparão imediatamente os lugares que lhes
pertencerão por força das suas posições hierárquicas.
6° – É prerrogativa
do Grão-Mestre conceder licença para conferir graus em tempos
anormais, os estatutos maçônicos exigem um mês ou mais para o tempo que deve
transcorrer entre a proposta e a recepção do candidato.
O Grão-Mestre, porém, tem o direito de pôr de lado ou dispensar essa
exigência e permitir a iniciação imediata.
Comentários: Este
Landmark desrespeito ao interstício que são regulamentados e dependem das
próprias disposições das Lojas quanto em avaliar a preparação do Maçom para o
aumento de salário, contudo em casos especiais, e em face de necessidade que
possa surgir, o Grão-Mestre, a pedido, poderá por meio de “placet”, dispensar o
prazo intersticial.
7° – É prerrogativa
do Grão-Mestre dar autorização para fundar e manter Lojas. Em virtude
dela, pode conceder a um numero suficiente de Mestres Maçons o
privilégio de se reunir e conferir graus. As Lojas assim constituídas são
chamadas “Lojas Licenciadas” e, qualquer que seja o prazo da sua existência,
podem ser dissolvidas por ato seu.
Comentários: As
denominadas “Lojas Licenciadas”, são fundadas no período desejado pelo
Grão-Mestre, que autoriza um grupo de Irmãos a trabalharem, conferirem graus e
administrarem instruções. Muito raro é ver uma “Loja Licenciada”, mas isso
poderá ocorrer em tempos de calamidade pública, guerras ou perseguições.
8° – É prerrogativa
do Grão-Mestre criar Mestres Maçons por sua deliberação.
Para tanto, o Grão-Mestre convoca em seu auxílio seis outros MM∴ MM∴ pelo menos, forma
uma Loja e, sem nenhuma prova prévia, confere os graus aos candidatos. Feito
isto, dissolve a Loja e despede os Irmãos. As Lojas convocadas por esse meio
são chamadas “Lojas Ocasionais ou de Emergência”.
Comentários: Este
Landmark também é conhecido como a prerrogativa do Grão-Mestre em Iniciar
Maçons “à vista” e também em conceder-lhes graus com a dispensa de cerimoniais,
a exemplo disso podemos dizer que um profano que sempre teve intenso desejo de
ser Maçom, vendo chegar à morte, chama o Grão-Mestre e lhe suplica receber o
juramento porque, o seu último desejo será morrer investido na qualidade de
Maçom. Na prática temos um caso bastante conhecido na Maçonaria que é a
Iniciação de D. Pedro I.
9°
– Os Mestres Maçons devem-se congregar em Lojas com o fim
de se entregarem as tarefas operativas. Antigamente, estas reuniões eram
ocasionais e esporádicas, sem lugar certo para a reunião. Convocadas
para assuntos especiais eram dissolvidas, separando-se os Irmãos para
de novo se reunirem em outros pontos e em outras épocas. O sistema de Lojas com
Cartas Constitutivas e regulamentos internos é de um
período mais recente.
Comentários: O
homem sente necessidade de viver em comunidade. O pior dos males que possa
ocorrer a alguém é a solidão. A finalidade da criatura humana é constituir
família para garantir a subsistência da espécie e viver agrupado. O termo Loja
deve ser entendido nos seus dois sentidos: o Templo material e o Templo
espiritual. O Corpo Místico da Loja, evidentemente, é a congregação dos seus
membros. O princípio do 9° Landmark, diz respeito a esta dupla definição.
Loja será a reunião de
maçons investidos nos seus cargos, desenvolvendo um ritual, obedecendo às normas
constitucionais e regulamentares, dentro de um Templo consagrado, o que conduz,
outrossim, ao entendimento de que o Maçom filiado a uma Loja tem a obrigação de
frequentar, sempre que possível, as suas reuniões. As tarefas operativas,
talvez não exigissem uma presença constante, mas nos dias atuais, as tarefas
especulativas conduzem a uma presença constante, porque o homem no mundo
moderno se desgasta rapidamente e as suas forças espirituais devem encontrar
renovação urgente.
10° – O governo da
Fraternidade congregada em Loja só é válido e legal quando exercido por um
Venerável e dois Vigilantes. Qualquer outra denominação desses três dirigentes
não confere à reunião o reconhecimento de Loja.
Comentários: A
forma de governo de uma Loja por um venerável e dois Vigilantes é tradicional.
Desde os tempos dos colégios romanos é conhecido que três ou mais formam um
colégio. É por isso que o mínimo de três elementos constitui uma das bases de
uma Loja e o 10° Landmark evidencia a necessidade de uma Loja possuir um
Governo e obviamente este Governo deverá estar presente às reuniões, bem como,
se pressupõe que o mesmo seja regularmente eleito.
11° – A Loja, quando
reunida deve estar a coberto. O Guarda do Templo deve velar para que o local
das reuniões esteja absolutamente vedado à intromissão de profanos. É seu
dever guardar a porta do Templo, evitando que se ouça o que dentro dele se
passa.
Comentários: O 11°
Landmark não deve ser compreendido, apenas, no sentido material, mas sim,
conjugado ao mais alto sentido espiritual, que surge misticamente, através de
um som musical, de uma luminosidade adequada e de odor de um incenso
apropriado.
12° – Cada Irmão
tem o direito representativo nas reuniões gerais da Fraternidade. Antigamente,
cada Irmão representava-se por si mesmo. Hoje, porém, nas Grandes Lojas, só tem
direito assistência os Veneráveis, sendo os Irmãos representados pelos seus
oficiais. Apesar dessa concessão, feita em 1717, nem por isso deixa de existir
o direito de representação.
Comentários: Nas
reuniões gerias outrora chamadas de Assembleias Gerais, todos os Irmãos,
inclusive Companheiros e Aprendizes, tinham o direito de presenciar as
Assembleias e votar, foi quando, ainda inexistindo um Constituição, o primeiro
Grão- Mestre Anthony Sayer estabeleceu a forma de representação que as Lojas
deviam ter nas Assembleias trimestrais, a fim de evitar a presença de todos os
maçons, limitando essa representação ao venerável e Vigilantes de cada Loja,
portanto trata-se de um Landmark moderno, mais um principio fundamental
estabelecido para a boa marcha administrativa. De qualquer forma, cada Maçom
encontra-se representado nas reuniões pelos seus Veneráveis, 1° e 2° Vigilantes
e ou Mestre Maçom da sua Loja.
13° – O direito de
recurso de cada Maçom, das decisões dos seus Irmãos em Loja para a
Grande Loja ou Assembleia Geral dos Irmãos, é um Landmark essencial para a
preservação da justiça e para prevenir as opressão.
Comentários: Mesmo
que se possa considerar este Landmark como instituído após 1717, faz parte de
um todo admitido como regra áurea por todos os maçons e hoje os recursos
abrangem, não só, direitos individuais, mas posições administrativas, decisões
que digam respeito a ornamentações, festividades e outras que não envolvem
punições ou expulsões. As constituições e Regulamentos, obviamente, contem
dispositivos próprios neste sentido.
14° –
Todo Maçom tem o direito de visitar e tomar assento em qualquer Loja.
o consagrado “direito de visitar” sempre foi reconhecido como direito inerente
a todo Irmão em viagem pelo Universo. Desta Forma, as Lojas são encaradas como
meras divisões por conveniência da família maçônica universal.
Comentários: O
conceito de “visitar” deve ser interpretado como o direito de todo Maçom ser
recebido numa Loja. Este princípio decorre de que cada Maçom é um elo de uma
corrente e que tem o seu lugar não só assegurado como necessário em qualquer
Loja. Hoje apesar da grande tolerância existente, numa Loja regular, somente
são admitidos visitantes que se originem de outra Loja regular e que sejam, ou
portadores de documentos ou possuam a palavra semestral atualizada (15°
Landmark).
Esotericamente uma Maçom
pode estar presente numa reunião sem lá conduzir o seu corpo material, pois,
para o espírito, não poderá haver “porta” de entrada e nem proibições.
15° – Nenhum visitante
desconhecido dos Irmãos de uma Loja pode ser admitido como visitante sem que
seja primeiramente examinado conforme os antigos costumes. Este exame só pode
ser dispensado se o Maçom for conhecido de algum Irmão do Quadro que por ele se
responsabilize.
Comentários: É o
chamado “Telhamento”, mais conhecido como “Trolhamento”.
16° – Nenhuma Loja se
pode intrometer em assuntos que digam respeito a outras, nem conferir
graus a Irmãos de outros Quadros.
Comentários: A
obediência aos Landmarks e Preceitos Antigos não traduzem dependência, mas sim
princípios básicos. A obediência às Constituições (cada Grande Loja possui a
sua própria constituição) decorre que cada Loja aprovou a sua Constituição.
Este Landmark vem apenas lembrar-nos que as decisões das loja são soberanas,
apenas tendo os seus membros o direito de apelo a uma Autoridade Superior, em
casos previstos e aceito por todos. (13° Landmark).
17° – Todo o Maçom está
sujeito às leis e regulamentos da jurisdição maçônica em que residir,
mesmo não sendo membro de qualquer Loja. a não filiação é já por si uma falta maçônica.
Comentários: No
princípio cada Maçom era julgado pelos seus próprios pares dentro da sua Loja.
Com o surgimento das Grandes Lojas, além das decisões privadas de cada Loja,
passou o Maçom a contar com o recurso de um julgamento em segunda instancia
pela sua Grande Loja e este Landmark além de nos lembrar do 13° Landmark,
também evidencia a necessidade de todo Maçom está reforçando as colunas da
Maçonaria Universal, filiando-se em alguma Loja, seja como e onde estiver.
18° – Os candidatos a
iniciação devem ser isentos de defeitos físicos ou mutilações, livres de
nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado ou um escravo não podem ingressar
na Fraternidade.
Comentários: É
óbvio que este Landmark tinha foco para uma determinada época e é sabido também
que se tem admitido candidatos portadores de defeitos físicos que não
prejudiquem a ritualística e que esses mesmos resultam em maçons impecáveis,
mesmo assim nós não estamos aqui para questionar este Landmark, seja porque não
existem mais escravos ou porque a mulher tem conseguido bastante equiparação
social junto ao homem, nada disso nos importa e sim o cumprimento deste Landmark
conforme veremos mais adiante com 25° Landmark.
19° – A negação da
crença no GADU é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação.
20° –
Subsidiariamente a esta crença é exigida a crença numa vida futura.
Comentários: O
candidato para ser admitido Maçom, presta juramento em obediência aos rituais.
Os juramentos são dirigidos a “algo” Superior, pois, sempre, o ser humano,
desde os nossos indígenas até as sociedades primitivas, colocava os seus
destinos e interesses aos cuidados de uma divindade.
A Maçonaria designa Deus
como o Grande Arquiteto do Universo, abrangendo assim, toda gama das
“personalidades” de Deus, como Ser criador e atuante, não só no mundo, como no
Universo todo e em todos os sentidos, portanto a adoção do 19° Landmark, não
diz respeito à aceitação do que não pode ser explicado, mas sim, como princípio
de “obediência” ao conjunto dos 25 Landmarks.
O candidato, sempre é
posto a par, isto antes de ser aceito e durante o cerimonial de iniciação, da
obrigatoriedade de obediência às Leis da Maçonaria. Nenhum candidato é obrigado
a entrar na Maçonaria, mas se assim deseja, deverá ou aceitar a crença em Deus
por convicção, ou em obediência às Leis da Maçonaria. Conjuntamente a este
sentido de que a Maçonaria não quer discutir a existência de Deus ou não,
também ela no 20° Landmark não quer discutir a reencarnação ou a ressurreição
numa vida após a morte e sim que o candidato encerrado na Câmara de Reflexão
possa encontrar os elementos da morte e penetrando nos seus mistérios analise a
retrospectiva do que fez e como usou a sua vida, para que morrendo
simbolicamente, possa renascer e retornar a vida como um verdadeiro Maçom.
21° – É indispensável à
existência no altar de um “Livro da Lei”. Não cuidando a Maçonaria de intervir
nas peculiaridades da fé religiosa dos seus membros, esse livro pode variar
conforme os credos.
Comentários: Este
Landmark fala-nos do Livro da Lei, porém na verdade é o Livro Sagrado ou Livro
da Lei Moral, Bíblia, Alcorão, Torá, Talmud, etc.…, pois mais adiante no mesmo
Landmark fala-se em fé religiosa e credos, portanto não caberia colocarmos como
Livro da Lei, por exemplo, a Constituição Federal do nosso país ou mesmo a
Constituição e Regulamento Geral da Grande Loja.
Cada povo terá a
presença do Livro Sagrado que representar a sua fé, pois a presença do Livro
Sagrado (Livro da Lei Moral) constitui a prova da liberdade de culto, porque em
cada país a Maçonaria terá o Livro da fé da maioria dos seus membros.
A leitura do Livro
sagrado e ou Livro da Lei, dentro dos nossos Templos, sempre constituiu parte
importante e altamente cerimoniosa, porque a “palavra” foi dada para ser
obedecida, e a renovação da sua leitura, sendo já conhecida por todos, no dia a
dia, assume novos aspectos despertando assim, o homem por um caminho tranquilo
e traçado em seu beneficio pelo Grande Arquiteto do Universo.
22° – Todos os MM∴ MM∴ São
absolutamente iguais dentro da Loja, sem distinção de prerrogativas
profanas, de privilégios que a sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela
nas reuniões maçônicas.
Comentários: Não
podemos confundir a hierarquia Maçônica com as prerrogativas profanas e nem com
os privilégios que a sociedade confere, posto que a existência desta hierarquia
Maçônica constitui a garantia da sua continuidade, todavia, realmente há, em
caso de proteção, de conjunto, de nomenclatura, igualdade entre os maçons, sem
distinção de graus, porém como poderiam existir Aprendizes sem os Mestres e
estes como se poderiam classificar sem um órgão superior a orientá-los?
Os Aprendizes têm o
direito de voto igual a todos; o direito de frequência e de participar em todos
os atos litúrgicos concernentes ao seu Grau, contudo, não se poderá admitir que
um Aprendiz recém advindo possa conhecer todos os aspectos administrativos da
Loja e possa tomar parte nas decisões relevantes.
A Aprendizagem deve ser
longa, isto em qualquer sector intelectual e prático e somente o conhecimento é
que fará do indivíduo um profissional competente, portanto, a diferença ou
discriminação diz respeito, apenas ao “tempo”, eis que, todo Aprendiz
consciente da sua responsabilidade, em tempo breve, atingirá os graus
necessários para a sua plenitude maçônica.
23° – Todos os conhecimentos
recebidos pela iniciação, tanto os métodos de trabalho como as lendas e
tradições devem ser conservados secretos e só podem ser comunicados a outros
Irmãos.
Comentários: A
Maçonaria não é uma sociedade secreta. O segredo maçônico deve ser entendido em
duas formas: o segredo da Instituição e o segredo dos Rituais. Hoje, a
Instituição não necessita mais manter-se no ostracismo, em secreto, hoje,
maçons desfilam paramentados, por ocasião de festividades pátrias e maçônicas,
porém, mantém-se o segredo, sobre as palavras de ordem, de passe, semestral, os
sinais, as saudações e as decisões que devam ser mantidas em reserva. O segredo
ritualístico deve ser mantido em obediência aos juramentos e esta atitude,
demonstra o fiel cumprimento deste Landmark.
24° – A Maçonaria
fundou-se em ciência especulativa segundo métodos operativos e o uso simbólico,
explicando estes métodos e os termos nele empregados com o propósito de
ensinamento moral. É indispensável à preservação da lenda do Templo do Rei
Salomão.
Comentários: A
Maçonaria atual é a que chegou até nós, após a sua reestruturação em 1717. Este
Landmark diz respeito a esta maçonaria relativamente moderna, por isto, coloca
a “moral” e a “religião” como resultado do trabalho operativo e especulativo.
O ensinamento moral e
religioso não deverá ser confundido com a moral comum ou com uma determinada
religião, pois a Maçonaria aceita nos seus ensinamentos um princípio religioso,
mas no sentido de religação, entre a mente humana e o Poder Supremo, portanto
diz-se com muita propriedade que os símbolos possuem a sua própria linguagem, e
que os símbolos falam, é preciso então desenvolver os sentidos de audição
espiritual, para ouvir a voz dos símbolos, e estes estudos, esta dedicação,
nada mais é que um acato e obediência ao 24° Landmark, onde a lenda da
construção do Templo de Salomão é rica simbolismo e ensinamentos filosóficos.
25° – O último Landmark
é o que afirma a inalterabilidade dos anteriores, nada lhes podendo ser
acrescido ou retirado, nenhuma modificação lhes podendo ser introduzida, dentro
da seguinte regra: “Assim como dos nossos antecessores os recebemos, assim os
devemos transmitir aos nossos sucessores.”
Comentários: Este
Landmark induz-nos para uma questão burocrática, querendo mostrar que não
podemos alterar acrescentar ou retirar qualquer coisa nos Landmarks anteriores,
mas se observamos bem resume todo ensinamento Maçônico, tanto operativo como
especulativo, pois a última frase indica verdadeiramente como devemos receber e
transmitir a boa herança da nossa Ordem seja na parte de liturgia, esotérica ou
administrativa.
Conclusão
Como a nossa Ordem tem
como fundamento básico a tradição, até hoje, esses “Landmarks” de Mackey são
rigorosamente observados e ninguém pensa em alterá-los. É verdade que, de vez
em quando, alguém revestido de vaidade e presunção apresenta teses para “atualizar”
os Landmarks, mas são pregadores do deserto que não conseguem ser levados a
sério.
Os 25 Landmarks
trazem-nos uma Ordem Maçônica completa, tanto sob o ponto de vista administrativo,
como litúrgico e místico.
Alberto Mendes, M∴ M∴
Bibliografia
Cultura Geral e Maçônica
no Brasil e no Mundo, Hailton Meira da Silva – Ed. Menthor Textual
O Livro Secreto da
Maçonaria, Lourivaldo Perez Baçan – Ed. Universo dos Livros.
O Delta Luminoso,
Rizzardo da Camino – Ed. Aurora.