ENTRADA NO TEMPLO


Exortações Iniciais
Meus Respeitáveis Irmãos, antes de ingressarmos neste Augusto Templo, meditemos e nos preparemos para, ao atravessar este umbral, também ingressarmos ao nosso TEMPLO INTERIOR - mergulhando num oceano de tranquilidade, deixando os pensamentos comuns, os dissabores, as angústias e os problemas do cotidiano, para trás.
Nosso objetivo é completarmos a edificação do Templo da Virtude, embelezando-o com os nossos propósitos de aperfeiçoamento.
Cada Irmão somará ao que lhe estiver ao lado,  as vibrações benéficas, a consideração do amor fraternal e a harmonia, com o coração desprendido e verdadeiro, visando "encontrar a paz que tanto necessitamos”.
Que as emanações do G:.A:.D:.U:. (S:.A:.D:.U:.na dicção do Rito Brasileiro) ilumine nossa alma e oriente nossos passos rumo à virtude, para que sejamos úteis à evolução da humanidade.
Assim seja!
ÁTRIO
Antes de adentrarmos ao nosso Templo, para iniciarmos uma Sessão Maçônica, nos reunimos no Átrio. O Átrio é uma antessala reservada à preparação psicológica dos Obreiros. É no átrio que o Maçom organiza o seu traçado pessoal, inspiração individual que antecede o início dos trabalhos de uma Oficina Maçônica, cuja concentração possibilita ao Iniciado afastar da sua mente tudo o que existe de profano, tudo quanto existe de não sagrado, criando desta forma, um ambiente psicológico de transformação do intelecto e de desconexão da mente humana, do mundo objetivo dos instintos, das necessidades fisiológicas, para ingressar no mundo subjetivo do espírito, da evolução da alma.
O Átrio é um compartimento místico, onde na glória do silêncio o Iniciado tem a primeira oportunidade de aliviar a sua mente da pressão cotidiana. Trata-se de um exame moral e ético, a fim de tornar apto ao propósito de alcançar níveis mais elevados de sua consciência, para poder atingir mais profundamente a grandiosidade de sua alma e melhor compreender a natureza do corpo. De acordo com as observações de Confúcio, filósofo chinês, “....quando se examina como se deve agir, pode-se alcançar o objetivo”.
O átrio é um ponto do Universo que serve a quietude e serenidade do intelecto, dando início ao processo de meditação, fase que antecede o despertar maçônico, força que transmuta a alma do homem do plano material para o plano espiritual.
CORTEJO DE ENTRADA
O CORTEJO DE ENTRADA é sempre acompanhado de peça musical adequada, e tem o propósito de servir de instrumento para auxiliar o Obreiro a tranquilizar a sua mente e harmonizar o seu espírito. Assim, o deslocamento ritmado dos corpos em marcha, conduzidos por almas espontâneas, de homens livres e de bons costumes, em um ambiente impregnado por uma atmosfera repleta de harmonia, fraternidade e sabedoria, se constitui em uma ação regular de preparação do homem ao processo de formação da egrégora maçônica, cujo intento repousa e busca infinita do ideal de “...tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade....”.
O Mestre de Cerimônias rompe a formação e dá início à entrada sempre com o pé esquerdo, por ser este a extremidade que fica mais próximo do coração. Deve agir desta forma como que a indicar que toda atividade de progresso do Maçom deve inspirar-se e basear-se na lei do amor, a mais poderosa força do Universo.
Encerrada a entrada, o comando “...em loja meus Irmãos...”, significa que o Maçom deve recolher-se e ficar em repouso.
No universo da sabedoria maçônica, a expressão “sentemo-nos” indica que o corpo físico do Maçom deve tomar a posição de esfinge. A esfinge é a chave velada da ciência oculta. A esfinge é uma alegoria que faz referência a um conjunto de quatro Símbolos ligados na sua unidade. O corpo do touro, as garras do leão, as asas da águia e cabeça do homem.
Este conjunto encerra o quaternário oculto, o saber, o querer, o ousar e o calar; assim representado: o saber pela cabeça humana, o querer pelo corpo do touro, o ousar pelas garras do leão e o silêncio pelas asas da águia repousadas sobre o flanco do touro. De acordo com Santo Agostinho, primeiro pensador a desenvolver a noção de interioridade, em seu tempo. Ele já dizia “...no interior do homem habita a verdade...”.
Há um provérbio Budista que diz: “...se seus pensamentos são sábios, suas ações e decisões, necessariamente serão sábias...”. eis o grande mistério pelo qual o Iniciado deve dar início ao trabalho de construção do Templo Sagrado pela reflexão, ou seja, pela harmonização do espírito e pelo alinhamento dos pensamentos aos sãos princípios da moral e da razão.
ABERTURA DOS TRABALHOS
Mentes livres, corpos relaxados, espíritos elevados, o ambiente está perfeito para a realização do Ritual de ABERTURA DOS TRABALHOS. Para isto, primeiro o Venerável determina se o Templo está a coberto. Este sutil simbolismo nos revela que ao empreendermos um importante trabalho é fundamental que haja concentração.
Do mesmo mo que os oficiais verificam se o Templo está a coberto, o espírito humano invoca a inteligência que o enlace com as energias do mundo interior, cobrindo assim o seu templo astral, para resistir aos impulsos das emoções e manter puro e elevado o seu espírito.
O Maçom deve aprender Cobrir seu Templo contra todas as fases do egoísmo, manifestadas na inveja, no ciúme, no orgulho desmedido e na intolerância.
ABERTURA DO LIVRO DA LEI
Assim como a vida na terra tem origem com o raiar do sol, a vida no Templo tem início no momento da abertura do Livro da Lei, com o Sol ao meio-dia, sem sombras, com vigor para dissipar as trevas de nosso espírito. Quando o ORADOR abre o Livro da Lei e coloca sobre suas páginas o esquadro e Compasso, esse Mestre, por intermédio da escada de Jacó, traz à Loja a luz simbólica para que o Maçom possa estabelecer a união da sua mente com seu eu interior e, especialmente, com a sabedoria Divina, na figura do Grande arquiteto do Universo.
A sabedoria está no cimo dos Montes de Sião. Para desfrutar dela é necessário subir a montanha, pela senda da virtude. A partir deste momento, forma-se no ambiente uma concentração energética de forças astrais e espirituais, originárias do agrupamento de mentes livres com sentimentos e pensamentos unidirecionados pela ação Divina do Criador, com capacidade de influir no todo.
JORNADA DE TRABALHO
A JORNADA DE TRABALHO de uma Loja vai do meio-dia à meia-noite. O simbolismo da jornada solar indica que os trabalhos maçônicos são abertos quando o Sol físico encontra-se a pino (no zênite), justamente quando sua força é maior, sua luz mais resplandecente, dotado de vigor para germinar a terra e produzir benefícios à natureza. Assim como o Sol renasce com todo o seu esplendor, os Maçons dever estar preparados para os seus trabalhos filosóficos, num eterno nascer, viver e morrer.
...Só há uma parte do universo que você é capaz de aperfeiçoar, você mesmo...
LEITURA DO BALAÚSTRE (ATA)
O venerável Mestre ao pedir a atenção de todos para a LEITURA DO BALAÚSTRE (ATA), aglutina todas as mentes presentes no ambiente em um só corpo. Essa estrutura tem poder para transportar a energia positiva de uma Sessão para outra, pois é o intelecto da Loja que se faz presente em todas as Sessões.
A aprovação do Balaústre Maçônico representa, exatamente, que os Obreiros despidos de suas vaidades pessoais, movidos por uma sinergia mística, se fundem em um só corpo, em uma só energia, para realização de um objetivo comum, que somado à força divina forma uma das maiores fontes de energia do universo.
EXPEDIENTE
O EXPEDIENTE Maçônico é o vigor da luz que provém do Oriente e se ramifica na direção de todos os astros que circundam o sistema solar, num processo contínuo de socialização de energias, energias que se propagam em benefício da informação; em favor do direito de possuir conhecimento sobre os acontecimentos da vida social; do compartilhar da energia cósmica que o relacionamento com o ambiente externo proporciona ao homem Maçom.
É o exercício da inteligência humana, faculdade que permite ao homem relacionar-se, de forma lógica e estruturada, com o mundo que o rodeia, a fim de estabelecer o equilíbrio entre o lógico e o divino.
SACO DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES
SACO DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES simboliza a reunião do conjunto das percepções mentais ou unificação da consciência coletiva da Loja, em um só desejo, um só elemento, conferindo às partes integrantes do universo simbólico uma unidade mística, hermeticamente conectada, no seu relacionamento com as partes construtivas desse mesmo universo. Essa relação de unificação das partes se estabelece pelo Ritual de circulação pelo Mestre de Cerimônias através do eixo da loja.
ORDEM DO DIA
ORDEM DO DIA expressa o conjunto das decisões desenhadas na Prancheta da Loja, pelo Venerável Mestre, na construção da unidade fraternal; é o cimento místico elaborado para harmonizar as diferentes percepções, na edificação da obra social a que se destina a Maçonaria. O agir e o participar de um homem é uma conduta que serve de exemplo ao comportamento de muitos homens.
 Valemo-nos dos pensamentos de Juvenal Arduini, para ilustrar essa ideia: “...Participar é remover os troncos atravessados nas estradas do mundo, é aumentar possibilidades, é deslocar acontecimentos e alterar situações. É, pois, criando valores, soluções, justiça e solidariedade, que as pessoas participam. Só há participação nos acontecimentos do mundo quando o homem contribui para sua realização...”.
TRONCO DE SOLIDARIEDADE OU BENEFICÊNCIA
O TRONCO DE SOLIDARIEDADE OU BENEFICÊNCIA, esotericamente determina uma equivalência espiritual ao exercício da caridade, pois, ao levar a mão esquerda ao tronco, a qual representa o lado do coração, da inteligência, o Maçom estimula sua consciência recordando-se que o valor verdadeiro da ação está contido nas qualidades morais, servindo os metais apenas para socorres os nossos semelhantes. Segundo Confúcio, “...Pequenas ações que realizamos são melhores do que as grandes que somente planejamos...”.
PALAVRA A BEM DA ORDEM
A PALAVRA A BEM DA ORDEM consiste no momento coletivo de evolução do homem, situação que se realiza pela troca das experiências fornecidas pelas várias personalidades humanas envolvidas. Ela faz referência ao mais puro e ao mais verdadeiro exercício de manifestação do direito a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Além disso, estimula a prática da tolerância, o hábito da concentração, e o uso da relação de respeito ao livre-arbítrio, pilares de sustentação dos princípios da moral e da razão maçônica.
Na oratória, o Maçom deve sob o comando da prudência e da razão, refrear seus impulsos intuitivos, a fim de não se exceder pelo vazio da retórica, mas ao mesmo tempo, empregar todo o seu entusiasmo, para que sua ação não se limite pela frieza da lógica. Na arte de falar o Maçom deve primar pela clareza de sentimentos e pela objetividade de exposição, de modo que o cérebro e coração atuem juntos em busca do equilíbrio entre a força do ato, a sabedoria da mensagem e a beleza do gesto.
ENCERRAMENTO
NO ENCERRAMENTO, as conclusões do Orador representam o poder do verbo manifestado no homem, o qual se localiza no lado positivo, ou direito, da mente divina. O Orador é aquele que vela pela aplicação das leis do universo e deve fazer brilhar a luz no espírito dos Obreiros.
Para o Maçom, a expressão “fechar a Loja” não deve significar somente encerrar os trabalhos de uma Sessão. Assim como na natureza, o fim de um ciclo representa o início de outro; assim, deve a expressão “fechar a Loja” significar que o homem bem equilibrado necessita pôr em prática a sabedoria de um ideal, cuja verdade reconheceu pela força da razão, e o seu propósito pela beleza do compasso do coração.
O cortejo de saída do Templo deve ser acompanhado de uma música alegre, a título de saudação e louvor à vitória, a conquista do estado de elevação que os Obreiros atingiram, graças ao fluxo de energias de uma Sessão Maçônica, com suas forças renovadas, para mais uma semana de trabalho em prol do bem comum.
Ir Carlos Roberto Martins MM.
Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil Central nº 2676 e Templários do Oriente nº 3799 - GOIÂNIA - GO.


TENHA ORGULHO DE SER MAÇOM!



O candidato quando é Iniciado, Elevado e Exaltado, fica enlevado com as “histórias” mostradas nos Rituais, baseadas na Bíblia. Fica encantado com os fatos enevoados ligando a Maçonaria com os acontecimentos Bíblicos. Fica convencido e soberbo de saber que, como Maçom, é um descendente direto dos construtores do Templo do Rei Salomão!

De Aprendiz passa para Companheiro e depois para Mestre e, raramente, pergunta quem planejou o Templo ou quem acompanhou todos os trabalhos feitos em ouro, prata e pedras preciosas. Quem esculpiu quem decorou as obras de arte. Fica plenamente satisfeito em saber que tudo foi feito por Hiram, que era o filho de uma viúva da tribo de Naftali.

Com o passar do tempo, ele lê alguns livros maçônicos idôneos, e fica assombrado e chocado ao aprender que, sem dúvida alguma, os atuais Maçons são descendentes dos construtores das catedrais, na Idade Média, da Inglaterra, Alemanha, França, etc, etc.

Seu panorama mental sobre a Maçonaria fica nublado, seu orgulho fica abalado e sua admiração, contentamento no seu curto sonho maçônico fica minimizado.

Isto é um retrato real e frequentemente ocorre!

O que deve ficar claro para todos nós é que os Maçons não são descendentes de simples trabalhadores. Nossos ancestrais não eram simples talhadores de pedras, pedreiros, escultores, etc. Eles eram os maiores artistas, especialistas em trabalhar e construir em pedras na Idade Média.

Poucos homens podem construir um galpão usando serrote, martelo e pregos. Mas, a maioria deles não consegue construir a sua própria moradia. Eles não sabem como ler uma planta. Eles nada sabem sobre resistência dos materiais. Eles nada sabem sobre códigos de construções. Para obter sua casa eles precisam empregar um arquiteto e um construtor, os quais tenham o conhecimento especializado requerido.

Hoje em dia nós temos a eletrônica e os computadores, mas na Idade Média, todo esculpido era obra da experiência e da habilidade manual. Não havia livros e desenhos especializados.

Mesmo hoje, as modernas construções dificilmente se igualam na beleza das proporções, no vigor, na suntuosidade e na magnificência das Catedrais, dos Castelos, dos Mosteiros, das Abadias feitas pelos Mestres Construtores dos quais a Maçonaria é descendente.

Pessoas simples não fariam esse tipo de construção, cuja estrutura, grandeza, resistência e beleza, desafiam os séculos, nas intempéries e nas guerras.

Nossa Ordem escolhe hoje em dia, os futuros Aprendizes, com bastante critério. Os construtores de Catedrais da Idade Média também procuravam e escolhiam aqueles que tinham conhecimento, caráter e habilidade para aprender. Quando se tornavam Companheiros, tinham orgulho de seu trabalho. Sabiam que não podia falhar e davam o melhor de si, por toda sua vida.

Não é este, para todos nós, o maior motivo de orgulho, em sermos descendentes desses homens especiais?


(livre tradução e adaptação da MAS - Bulletin 1951 - USA)
Alfério Di Giaimo Neto - MI


O DECÁLOGO DA IDENTIDADE MAÇÔNICA:




1.    O lar do Maçom é a Terra; sua Pátria o Mundo; sua família a humanidade; seu Deus o Grande Arquiteto do Universo.

2.     O Maçom reconhece que é o elo definitivo entre o finito da materialidade e o infinito da espiritualidade.

3.     O Maçom está pronto a abandonar sua natureza animal e abraçar definitivamente sua natureza humana.

4.    O Maçom sabe que desbastar e polir a pedra que lhe foi entregue pelo GADU é compartilhar do Processo de Criação.

5.    O Maçom sabe que depois de aparada e polida essa pedra, pode ela ainda não ser útil à construção de um Templo de Verdade e Justiça; mas, se chamado, estará pronto a exercer seu papel conforme a vontade do GADU.

6.    O Maçom sabe que a interação com a vida danifica e deforma sua estrutura e por isso acorre à Ordem para retificá-la contínua e repetidamente.

7.    O Maçom sabe que em suas atitudes revela as qualidades/defeitos que nem sempre está pronto a considerar em si mesmo. Observa-as refletidas no semblante de seus Irmãos.

8.    O Maçom sabe que não presta contas a ninguém, a não ser ao mais impiedoso dos juízes: Ele próprio!

9.    O Maçom é reto por formação e coloca-se sempre aprumo para balizar o comportamento dos que o rodeiam.


10. O Maçom sabe que não lhe basta ser bom; há de ser sempre o melhor sem que isto lhe conceda qualquer mérito adicional.

S.'.F.'.U.'.
André Daniel .'.

O MESTRE INTERIOR – NO TEMPLO


A porta do Templo é um símbolo de acesso ao interior, onde está oculta a verdade e outros tesouros.

Quando solicitamos a entrada no Templo interior, somos questionados “Quem é o temerário que ousa interromper as nossas meditações”, e o nosso guia interior responde que é um candidato que não é escravo das paixões e desejos e que não é de maus costumes, pois, no Templo da verdade e da sabedoria, não entra quem é preconceituoso e possui péssimos costumes.

Caso não tenhamos o desejo sincero de buscar a verdade, poderemos ser impedidos pela espada do guardião, que impede a entrada de curiosos temerários, invasores profanos e dos mercadores do santuário.

Fazemos uma oração para solicitar o auxílio nos momentos de perigo, durante o trajeto na senda. Sabemos que o vício nos arrasta para o mal e que devemos ter disposição na alma para a prática do bem.

As coisas boas da vida, a doçura, podem se transformar de uma hora para outra em amargor, em decepções, e temos que estar preparados para isso, Cristo passou por dores e momentos insuportáveis, os momentos difíceis nos deixam vulneráveis.

Ao curioso que pensa somente em adquirir poderes, estabilidade financeira com riquezas e auxílios mútuos, e se esquecem do desenvolvimento espiritual, sentem a desilusão, porque, os espera um cálice de amargura, que ao ser apresentado a Cristo, este exclamou: “Pai, se é possível, afasta de mim este cálice”.

O verdadeiro postulante consegue absorver a mudança das doçuras da vida em amargor, e tem fé que o amargor se transforme novamente em doçura pelo conhecimento da verdade.

Temos que percorrer um caminho difícil e tortuoso, os obstáculos e a instabilidade do tempo (ar), com chuvas e trovoadas, e nessa viagem, começamos o trajeto na realidade exterior (ocidente), e passamos pela noite escura do norte utilizando apenas a visão intelectual, caminhamos com dificuldade, até podermos chegar ao lugar de luz (oriente), após conseguirmos a iluminação da consciência, não poderemos ficar parados neste local, não podemos guardar a luz, temos que levá-la aos que ainda se encontram no mundo material sem luz (ocidente).

Temos que ter ciência que representamos o símbolo da sociedade, aonde a inteligência de um pequeno grupo conduz as massas ignorantes que não podem se governar.

O processo de busca da luz é contínuo, quando estivermos mais esclarecidos poderemos percorrer um caminho mais plano, ainda poderemos ouvir o som dos combates da vida, tinir de espadas, mas, ao final deste caminho, o nosso guia nos leva a uma fonte de água para purificarmos a alma.

Novamente temos a demonstração da solidariedade humana. Então, seguimos por um caminho livre de obstáculos, podemos ouvir o crepitar das chamas durante este trajeto e sentimos o calor do fogo, que, além de purificador é o símbolo da descida do Espírito sobre a matéria.

Estaremos aptos a nos submeter à terrível prova do batismo do heroísmo, do mártir, oferecemos o nosso fluido vital (sangue). Então, poderemos receber o selo da fé e da caridade em nosso peito.

Devemos procurar auxiliar e socorrer os necessitados, os miseráveis e deserdados da fortuna, não podemos ser vaidosos e fazer doações com orgulho, humilhando a quem recebe as nossas dádivas, sentimos a angústia em nosso coração diante da impossibilidade de socorrer os miseráveis e necessitados.

Com a prática da caridade, juramos fidelidade ao dever, e retiramos a venda material que nos cobria os olhos, podemos finalmente ver a luz. Somos consagrados e nos tornamos justos e perfeitos.

Nascemos de novo, cumprimos o que disse o Divino Mestre Jesus: “O REINO DE DEUS ESTÁ DENTRO DE VÓS”.

Pedro Neves.’. M.’. I.’. 33.’.

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O MAÇOM E A VERDADE – UMA REFLEXÃO


Nos Maçons temos como objetivos “… a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.” e que a Maçonaria “não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.” (O que é Maçonaria – OBJETIVOS – sites do GOB, COMAB e CMSB)
Ora, se o maçom é instado a ser um eterno buscador da verdade, deve ele, então, ter como primeiro questionamento o que seja a verdade, pois não se busca aquilo que não se conhece ou que, ao menos, conheça a definição da mesma, senão corre-se o risco de passar a margem dela e não a reconhecer.
Mas o que é, então, a verdade?
Primeiramente devemos ter em conta que esta é uma pergunta que é feita desde os tempos dos antigos filósofos na Grécia.
Para Aristóteles verdade é “dizer do que é que ele é e do que não é que ele não é”.
Para Platão a verdade é algo ininteligível, incapaz de ser alcançado, mas que deve sempre ser buscado. Platão afirmava que a Inteligência (conhecimento) e a Verdade (o que é) são as fronteiras do mundo inteligível que permeiam O Criador (GADU).
Na Bíblia, no Novo Testamento, lemos que durante o julgamento de Jesus este diz taxativamente que “…vim ao mundo para dar testemunho da verdade…” (João 18, 37) ao que Pilatos pergunta “quod est veritas?” (que é a verdade?)… o autor do Livro Sagrado não enuncia nenhuma resposta.
Vemos, então, que o conceito da verdade está estreitamente interligado ao conceito do conhecimento.
Para Immanuel Kant “o conhecimento só é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possíveis” (Critica a Razão Pura – 1781).
Recorrendo-se as definições atuais da Teoria do Conhecimento podemos dizer que existem três formas de interpenetrarmos na verdade:
1 – pelo conhecimento moral;
2 – pelo conhecimento cognitivo;
3 – pelo conhecimento ontológico.
O conceito da verdade moral denota em honestidade e justiça, ou seja, dignidade e fidelidade. Em Maçonaria é “levantar templos as virtudes (disposição constante para a prática do bem)”.
Já o conceito da verdade cognitiva ou lógica se refere ao ato de manifestarmos aquilo que foi experimentado e que é, portanto, imutável. Por isto em nossas Lojas deve-se estimular aos obreiros a se expressarem na apresentação de Trabalhos ou na fala quando da “Palavra a Bem da Ordem”. É o exercício do expressar-se respeitosamente mesmo na discordância.
Define-se por verdade ontológica (do grego ontos e logoi “conhecimento do ser”) aquilo que é inerente a natureza do ser, da realidade e da existência.
Entretanto vimos em nosso primeiro parágrafo que na Maçonaria, devemos chegar a verdade pelo uso da razão com base na ciência, não sendo este método, então, nem pautado pelo conhecimento moral e nem pelo conhecimento ontológico, mas, sim, pelo conhecimento cognitivo ou científico. É nele que devemos nos ater.
Numa entrevista concedida ao escritor James Murphy e ao matemático John William Sullivan, em 1930, afirmou Einstein: “Todas as especulações mais refinadas no campo da ciência provêm de um profundo sentimento religioso; sem esse sentimento, elas seriam infrutíferas” e em outro texto afirma o vaticinado cientista: “A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”.
Mencionamos as frases acima para corroborar com a visão atual dos cientistas quânticos que afirmam que para se fazer ciência é necessário ter fé…. Parece uma afirmação antagônica, mas não o é de fato.
Claro que esta fé não é necessariamente religiosa, mas se diz ser uma certeza científica. Ou seja, o cientista acredita piamente naquilo que ele pesquisa, mas que não pode provar (ainda). Isto é fé não ciência. Era isto que Einstein queria dizer.
Uma nova teoria só se torna cientifica quando é inteiramente demonstrada e comprovada pelo uso de equipamentos. (Senão ela estará no campo da filosofia e da fé por isso a Teoria do Big Bang ainda está no campo teórico, pois é praticamente impossível sua comprovação material).
Na Teoria da Construção do Pensamento os conceitos surgem nos planos das idéias (o empírico), seguido da análise (abstrato) chegando-se, por fim, a sua conclusão (o concreto).
O Maçom, como buscador da verdade, deve sempre questionar a tudo e a todos. Assim como faziam os Alquimistas, o Maçom deve submeter todo conhecimento e experimentação ao seu Athanor, seu laboratório interior. Sua razão deve ser pautada pela ciência sem a influência das paixões.
Em Maçonaria exige-se apenas a fé em uma única Verdade: a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO (GADU a Verdade absoluta).
É nos braços desta Verdade que o Maçom deve se colocar de forma pueril e inocente. Como uma criança o Maçom deseja compreender os desígnios e atos desta Verdade. Entretanto a cada um individualmente esta Verdade se revela (ou melhor desvela) de forma particular (verdade relativa).
A Física Quântica chegou para demonstrar que o observador influencia o objeto observado, diferentemente do que se afirmava na física cartesiana. Esta ciência coloca o homem no centro do Cosmos (Homocentrismo).
A própria ciência se tornou vítima do seu sucesso: afinal, se o seu objetivo é descrever a realidade e essa realidade é subjetiva, devem existir tantas ciências quanto há observadores.
É neste emaranhado de teorias que o Maçom é chamado a buscar e encontrar a sua verdade.

Marcos Vinicius Oliveira – M.’.I.’.
Gr.’. Or.’. de Sergipe – COMAB

MAÇOM: ESPIRITUALISTA OU MATERIALISTA?


Ontem na sessão do trono de Salomão, á esquerda do Venerável Mestre, puder observar com muita calma, como nunca fora feito antes.

O Livro foi aberto pelo Orador, lido o Salmo e posto o Esquadro sobre o Compasso no Livro da Lei. Ai algo aconteceu. A  reflexão.

Admitido que na Instituição, através do processo milenar de iniciação, o maçom transforma-se num novo homem, livre do jugo asfixiante das coisas materiais, que passam a ser consideradas - embora necessárias à vida cotidiana - num segundo plano. (Quem bom que pudesse ser assim) – Mas, Irmãos questiono a todos. Como pode um Irmão não ser materialista, se vive das coisas do vil metal? Como pode ser espiritualista, se não pagar até a 3ª mensalidade em dia, torna-se irregular perante a Loja e a Maçonaria (ver as constituições das Potências). Então presumo que somos  Materialistas, mesmo estando no Grau de Mestre Maçom. Não passamos da matéria para o espírito realmente.

Ao ser iniciado e passar pelas provas depurativas, o Maçom assume graves e solenes compromissos. Passa então, a fazer parte da mais venerada das Instituições, a Sublime Maçonaria. A Maçonaria regular, em todo o Universo, pauta-se por regras inflexíveis, que não podem ser desobedecidas, sob pena de desnaturar-se e tornar-se qualquer outra coisa, menos Maçonaria.

É a preponderância do espírito sobre a matéria, só possível coletivamente, numa sociedade de homens selecionados e aperfeiçoados pelo crivo das provas iniciáticas. Mas, no campo da realidade o "juramento" maçônico é falho. Pois muitos Irmãos Não Ajudam os outros Irmãos. Não se comunicam, não se falam, não se gostam.

Sendo eminentemente espiritualista, reunindo os Maçons num Templo, seguindo uma liturgia que constantemente fala à alma do ser humano, aplacando suas paixões e burilando seu caráter, a Maçonaria surpreende-se com aqueles que levianamente renegaram seus juramentos e abjuraram os compromissos assumidos, mostrando-se impermeáveis aos ensinamentos que receberam, mas não assimilaram.

Esses maus Maçons, que passaram pelas provas iniciáticas tradicionais, não passaram pela prova da FIDELIDADE e da  HONRA, prova essa que muitos profanos venceram galhardamente, mas que eles não souberam transpor, esborrachando-se na miséria da sua traição.

Esses são os Maçons que julgam que a Maçonaria é o prédio (Templo), é o lugar onde comparecem uma vez por semana  ou a cada quinze dias, para fingir que são "maçons" como aqueles maus crentes que não compreendem a religião sem as igrejas, despindo-as de todo o seu conteúdo espiritual. E, por isso, pensam que só pelo homem estar dentro do prédio já está caracterizado como "estar praticando Maçonaria", como se a prática da Maçonaria, dependesse de quatro paredes e de um telhado. São aqueles que imaginam que o hábito faz o monge. Esses são mais dignos de compaixão do que de censura. Não perceberam que, aliando-se ao anti-maçom, perjuram e se revelam partidários do erro.

Então questiono? Passamos do esquadro para o compasso, na verdade? Se nos preocupamos verdadeiramente com os Irmãos e sua família? Não somos materialistas, mesmo quando ostentamos carrões e imóveis, constrangendo os irmãozinhos menos abastados. Quando em uma organização social, exponho minhas comendas de graus e trato o menos graduados como um nada?

Meus amados, não se impressionem com os barretes, medalhas, cores de aventais e badulaques. Isso tudo é vaidade, como dizia o Rei Salomão, mas os Irmãos devem lembrar que isso acontece e muito.

Nesses muitos anos de Maçonaria e muitas visitas a muitos orientes diferentes e potências diferentes, pude já exercer cargos de grande monta, os da Loja, Deputado, Delegado Distrital, Ritos de York, Moderno e o REAA, e quanto mais tempo eu estou na Maçonaria, mas eu aprendo que a humildade é um dos dentes, se não for um dos mais importantes da verdadeira chave de Salomão.

A chave que abre a porta dos verdadeiros segredos maçônicos, e que o Materialismo é importante para "pagarmos as contas" e ficarmos em paz com a família e também com a Loja (Pessoa Jurídica); Mas, digo que o mais importante é, cada um de nós acharmos dentro dos símbolos e alegorias a verdadeira maçonaria. Eu  achei e afirmo, ela é maravilhosa.

Para os que não encontraram ainda...vão procurar que ainda dá tempo! 


AUTOR: Ir.'. Denílson Forato

COMPANHEIRO MAÇOM: O GRAU INJUSTIÇADO (2)


É claro que cada etapa, cada fase tem sua importância, exercendo papel fundamental num ciclo de vida. Mas se você tivesse que escolher uma etapa da vida, uma fase preferida, qual seria? Creio que quase a totalidade das pessoas optariam pela vida, pela fase adulta.

A Maçonaria Simbólica nada mais é do que um ciclo de vida iniciático, também dividido em três etapas. Enquanto o Grau de Aprendiz simboliza o nascimento, quando o candidato que se encontra nas trevas recebe, enfim, a luz da Maçonaria, o Grau de Mestre simboliza a morte, e todos os ensinamentos que ela envolve.

Então, o que seria o Grau de Companheiro, esse grau tantas vezes discriminado? O Grau de Companheiro simboliza a vida, a fase madura, entre o nascimento e a morte!

Mas a cultura que se sobressai no meio maçônico destaca apenas dois momentos importantes na vida de um maçom: quando de sua iniciação, que marca o início de sua senda maçônica, e quando galga o grau de Mestre, alcançando assim sua plenitude de direitos maçônicos.

O grau de Companheiro, além de marginalizado, é visto por muitos como um peso, um obstáculo, a fase ruim do desenvolvimento na Maçonaria Simbólica. A situação é agravada ainda mais pelos maçons “esquisotéricos”, que pregam o grau de Companheiro como um grau de indecisões e perigos, abusando da interpretação do número “2” para afirmar que o Grau 02 é arriscado, devendo os membros permanecer o mínimo de tempo possível como Companheiros. Balela!

É no grau de Companheiro que o maçom realmente aprende a ciência maçônica, passando a trabalhar com novas ferramentas de trabalho. É nesse grau que o maçom desenvolve os cinco sentidos humanos em sua plenitude para, então, aprender a dominar as sete artes e ciências liberais: Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. É no grau de Companheiro que o maçom atravessa a escada de 15 degraus e tem acesso à Câmara do Meio.

Talvez, o que falta explicitar a muitos maçons seja algo muito simples, já presente na sabedoria popular: “o importante na vida não é o ponto de partida, nem a chegada, e sim a caminhada”.

Em outras palavras, o importante na vida maçônica não é quando se ingressa na Maçonaria ou quando se alcança o grau de Mestre ou o grau 33. Não são momentos específicos, marcos.

O importante é aprender ao máximo em cada grau que se passa e viver a vida pelos preceitos maçônicos. Se não for para ser assim, não há o menor sentido em tudo que fazemos.



Por Kennyo Ismail

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