ESQUADRO E COMPASSO


Talvez o mais conhecido dos símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.

Como normalmente sucede várias são as interpretações possíveis para estes símbolos.

É corrente afirmar-se que o esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser apanágio do maçom. Retidão porque com os corpos do esquadro se podem traçar facilmente segmentos de reta e porque reto se denomina o ângulo de 90 º que facilmente se tira com tal ferramenta.

Da retidão geométrica assim facilmente obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a característica daqueles que não se "cosem por linhas tortas" e que, pelo contrário, pautam a sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética.

Esta característica deve ser apanágio do maçom, não especialmente por o ser, mas porque só deve ser admitido maçom quem seja homem livre e de bons costumes.

É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça.

Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral.

Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento.

Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.

Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente perceptível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente.

Por outro lado, o compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse.

É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em desvendamento.

Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece para muitos, ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo.

A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se, portanto, ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para além delas - o compasso.

Cada um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios.

O compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele mais sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento (entre um e outro dos espaços).

E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!

O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro.

O esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas para baixo.

Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço.

A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à influência do outro instrumento.

Assim também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas...) a modificação, a melhoria, de todos os demais.

Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns.

Cada um é livre, se quiser, de colocar na caixa de comentários, o seu entendimento do significado destes símbolos, em conjunto ou separadamente, ou apenas de um só deles.

Todos os significados simbólicos são bem conclusões que nesse momento tire.


Tão respeitável é uma como outra das posições. Este espaço é livre e de culto da Liberdade. Afinal de contas, tanto o esquadro como o compasso estão abertos... abertos às livres opções, entendimentos e escolhas de cada um!

Rui Bandeira 

A PREVALÊNCIA DO ESPÍRITO SOBRE A MATÉRIA



A fim de compreender o título desta exposição é necessário, antes, conceituarmos os termos Espírito e Matéria para não os associarmos à ideia de antagonismos ou a conceitos populares despidos das suas verdadeiras significações e papéis que cumprem perante as Leis Universais.

Comecemos com a seguinte frase de Michelangelo que se aplica com perfeição às alegorias maçônicas:

“Dentro de um bloco de mármore habita uma linda estátua”.

É lógico dessa forma pensarmos, decodificando a alegoria supra, que a matéria, no caso, o mármore, cumpre o papel de envolver uma criação mais superior do que a forma bruta apresentada pelo bloco. E que o paciente e contínuo trabalho do cinzel faz emergir sob a forma de obra de arte.

No seu conceito normal, a matéria é qualquer substância sólida, liquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço. Existem, ainda, conceitos subjetivos sobre o termo Matéria, porém interessa-nos, sobremaneira a definição posta pela Filosofia que ensina: “o que é transformado ou utilizado pelo trabalho do homem para um determinado fim”.

Isso posto, passemos a analisar o termo Espírito que, além dos seus significados populares e literários, tem em sua origem latina o seguinte sentido: a parte imaterial do ser humano, alma; e na Filosofia é o pensamento em geral, o sujeito da representação, com suas atividades próprias e que se opõe às coisas representadas; à matéria ou à natureza.

Comparando os conceitos expostos, para maior clareza no que pretendemos elucidar verificamos que: Matéria substância concreta, palpável; Espírito  substancia imaterial

Matéria  substância sem vontade própria; Espírito  possui vontade própria, racionalidade em sua atividade e representação.

Em princípio, sem uma observação mais lógica da Natureza, tem-se a ideia de que espírito e matéria são contrários, portanto, antagônicos, mas a origem dos dois fluem do mesmo princípio universal – da Criação Divina.

Eis, então, a questão: O GADU criou a matéria e o espírito para se digladiarem ou para se completarem?

Basta uma simples observação dos acontecimentos na caminhada do ser humano neste planeta para concluirmos que a Matéria, na forma da Natureza, aí está para completar as necessidades do Espírito e servi-lo, de modo a fornecer-lhe a subsistência durante seu tempo de estada nesta escola.

Manda a lógica, ainda, nos remetermos ao fato de que o Espírito Humano – Criação de Deus – na sua Perfeição e Sabedoria infinitas, foi agraciado com um corpo material, como uma espécie de vestimenta, devendo através dele, cumprir sua tarefa de aprendizado, pelo fato de ainda reunir poucos sinais de evolução. Precisa da matéria para se expressar e locomover.

A interação e interconexão do Corpo Humano com o Espírito é algo notável e maravilhoso, motivo de introspecção e análise mais apurada, psicosomatismo esse que se diferencia de todos os outros reinos da natureza, onde predomina, nas formas mais vivas, o instinto.

Coloco, aqui, uma afirmação espiritualista que diz:
O Espírito dorme no mineral, acorda no vegetal, sonha no animal e, pensa no homem...

O corpo humano é um Templo sagrado, emprestado, com pouca durabilidade, que o Espírito tem o compromisso de zelar e de utilizar com sabedoria e equilíbrio.

O Espírito faz do corpo a sua sede que, de acordo com seu aprendizado, se manifesta em ideias e pensamentos os quais poderão gerar energias poderosas de transformação para o bem ou para o mal.

A matéria é, portanto, um instrumento físico compatível com o mundo em que estamos inseridos, que serve ao Espírito para sua jornada evolutiva.

É, entendendo dessa forma, que acontece a prevalência do Espírito sobre a Matéria.

Logo, o Espírito Humano deve compreender que veio para estar neste mundo, sem ser deste mundo! É a luta interior do velho conflito humano entre o ter e o ser...

As iniciações, no campo das Doutrinas Filosóficas, cuja crença em um ser superior é condição “sine qua non”, como a MAÇONARIA, coloca aos interessados, através de um processo iniciático, estruturas de conhecimentos esotéricos e intelectivos que preparam o NOVO HOMEM para a vida além do físico, da dependência material a que se atrelou por falta de avanço espiritual.

Voltando à frase de Michelangelo, podemos afirmar que o corpo humano abriga o que há de mais sublime da Criação Divina, através de SEU FLUIDO UNIVERSAL, que é a capacidade intelectiva e emotiva de perceber, sentir, interpretar e dar cumprimento às Leis que emanam de Sua Perfeita Justiça e Sabedoria no Espírito por ELE criado à sua semelhança.

O bom ou o mau uso dessa concessão divina dirá do estado moral de cada um, habilitando o homem à libertação da matéria ou mantendo-o preso, impedindo-o de alçar voos mais altos.

FONTE: Arabutan Alves Marinho M.’.M.’.
COMPILADO POR Ir.’. ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA – M.’.M..’.
REAA - GOSP / GOB


O CAMINHO MAÇÔNICO DE COMPOSTELA


De Aprendiz a Mestre Maçom.

O Caminho de Compostela, na Espanha, ficou famoso como sinônimo de caminho de peregrinação.

Dessa tradição, podemos tirar algumas lições.

Só extraímos valor daquilo que nos custa algo. A ideia não é de sacrifício, mas de experienciar aquilo que se faz.

Ir a Compostela de avião ou num carro de luxo, nos mostra o resultado final, o ponto de chegada, mas não nos permite incorporar, e incorporar significa tornar-se parte de nosso corpo, cada passo, cada gota de suor, cada esquina do caminho, cada árvore florida, cada córrego fresco, cada canto de pássaro, cada entardecer ou cada amanhecer.

Chegamos a Compostela, mas ela não fará parte de nós.

Se o caminho é tão importante quanto o ponto de chegada, o tempo deixa de ser importante.

Quando temos pressa de chegar, o caminho não tem a menor importância. O tempo, sim.

Os veículos, também. Nesse caso, os fins justificam os meios. Quando o experienciar é que é importante, os meios passam a ter valor em si mesmo.

O tempo passa a ser secundário, pois cada passo é um chegar.

Cada pequena experiência se soma à grande experiência que é o caminhar.

Estar lá é fundamental. Se vamos a Compostela por avião, as esquinas do caminho, as árvores floridas, os córregos frescos, o canto dos pássaros, o entardecer e o amanhecer continuarão lá.

Mas não farão parte de nós.

Não farão parte de nossa bagagem. Quando, ao entardecer dos anos, sentarmo-nos à frente da lareira, examinando, em silêncio, a bagagem de nossa vida, essas coisas não estarão lá.

Estaremos, incontestavelmente, mais pobres. Há alguns anos, eu e os Irmãos Mestres, que me leem, éramos Aprendizes.

Curiosos e apressados como todos os Aprendizes.

algum tempo, começamos a achar que não havia nada no grau de Aprendiz, que correspondesse àquela expectativa que tínhamos quando fomos iniciados.

Púnhamos, então, nossas esperanças no grau de Companheiro. Quando fôssemos elevados, os segredos nos seriam revelados e o que tínhamos vindo buscar nos seria entregue.

Após mais algum tempo, novamente, a rotina se instala e passamos a desejar sermos Mestres. Aí, sim, a Maçonaria seria desvendada e encontraríamos o pote de ouro no fim do arco-íris. Creio que essa pressa, tão típica do espírito moderno, é normal.

Afinal, vivemos uma época onde o importante é chegar. Muitas vezes até de forma escusa, arrancando de forma ilegítima as “palavras de passe”, os “sinais”, os “toques” e as “palavras” de cada posição social.

Mas que valor, então, teve o nosso caminhar?

Nós, meus Irmãos, estivemos lá. Estivemos presentes em cada passo, vertemos cada gota de suor, paramos em cada esquina do caminho, admiramos cada árvore florida, bebemos em cada córrego fresco, ouvimos cada canto de pássaro, admiramos cada entardecer e cada amanhecer.

Estivemos presentes a cada sessão. Ouvimos cada palavra, as boas e as más, as inspiradas e as cansativas. Hoje, o caminho faz parte de cada um de nós.

Cada experiência está em nossa bagagem. Somos mais ricos. E descobrimos que o grande segredo da Maçonaria não está onde se chega, mas no caminhar juntos, compartilhando nossa humanidade no que ela tem de melhor e de pior.

Dizem os místicos que “quando o discípulo está pronto o Mestre aparece”. Para que isso aconteça, é necessário que o discípulo esteja pronto, quer dizer, esteja lá e esteja atento.

Não façamos meus Irmãos, como as dez virgens da parábola evangélica, que, quando o noivo chegou, estavam dormindo e não tinha mais azeite em suas lâmpadas.

É estando presentes que veremos que o verdadeiro tesouro da Maçonaria nos é dado, sim, mas não na chegada.

A cada sessão nos é dada uma moeda. Jogamo-la na bolsa sem muita consideração.

Um dia, meus Irmãos, e isso tantos Irmãos mais vividos nos têm testemunhado, acordamos e descobrimos, entre espantados e extasiados, que temos um tesouro acumulado.

Nesse dia, cada vez que declamarmos: “Ó, quão bom e quão suave é viverem os Homens em união. É como o perfume que desce sobre a cabeça e sobre a barba de Aarão...”, as palavras nos farão sentido e nossas almas exultarão.


A/D

AS ORIGENS DO TRONCO DE SOLIDARIEDADE OU SACO DE BENEFICÊNCIA


Muitas são as pesquisas sobre as origens da Bolsa de Beneficência, Saco de Beneficência, Tronco das Viúvas, Tronco de Solidariedade e tal início tiveram no Século XII quando o governo da Igreja era exercido pelo Papa Inocêncio III, existiu um Tronco dos Pobres. De início, se chegou a pensar que estivessem ali as origens daquilo que se buscava descobrir: de como surgira o Tronco de Solidariedade.

Todavia, continuava este trabalho de busca, se chegando à absoluta certeza de que o Tronco dos Pobres nada tinha a ver com o que se buscava.

E que realmente, o recolhimento de óbolos entre os Operativos teve início nos meados do Século XV. Em 1450 foi criado entre os construtores um sistema de ajuda mútua. Tal sistema recebeu o nome de Tronco das Viúvas. A finalidade do recolhimento de óbolos para a formação do Tronco era auxiliar a família do Obreiro falecido tendo, depois, adquirido um segundo destino: ajudar o Maçom acidentado no serviço.

E nota-se que esta espécie de ajuda mútua tinha por princípio algo que nascera entre os Operativos, sustentando a tese de que, entre eles, existia a prática da verdadeira fraternidade entre os irmãos.

A criação do Tronco das Viúvas se estabeleceu definitivamente quando da reunião dos Talhadores de Pedra alemães, uma vês que seu regulamento foi incluído nos Estatutos Reguladores da Conferência dos Talhadores de Pedra. Essa reunião ocorreu em 25 de abril de 1450, em Ratisbona.

Entre os vários artigos do documento estão aqueles que fixaram definitivamente o Tronco das Viúvas:

Art. 25 – A fim de que o Espírito de Fraternidade possa manter-se integral sob os auspícios divinos, todo o mestre que tem a direção de um canteiro deve, desde que foi recebido na corporação doar um gulden (florim).

Art. 26 – Todos os Mestres e empreiteiros devem ter, cada um, um Tronco no qual cada Companheiro deve colocar um pfennig (centavo) por semana. Cada Mestre deve recolher esse dinheiro e tudo que chegue ao Tronco e remeter à corporação no fim de cada ano.

Art. 27 – Doações e multas devem ser depositadas nos Troncos da comunidade a fim de que os ofícios divinos sejam melhor celebrados.

Entre vários escritores da Maçonaria do Brasil que se conhece e pesquisados, o único que trouxe subsídio sobre o Tronco das Viúvas é de Assis Carvalho, em seu Livro “A Maçonaria – Usos & Costumes”, à página 150 – e Xico Trolha deixou escrito o que a seguir segue:

“O Tronco das Viúvas é o mais antigo sistema de auxilio mútuo, praticado entre os Maçons, em beneficio da família maçônica. Era um sistema peculiar, particular, de arrecadar, de levantar fundos para auxiliar as Cunhadas, Irmãos e Sobrinhos dos Irmãos falecidos, mas também, o próprio Irmão acidentando e impossibilitado de ganhar o sustento da família”.

São muitas as colocações em Oficina, que a soma de tais óbolos são destinados a se efetuar fraternidade fora de nossa Ordem Maçônica e devemos ter em mente, que tais valores são destinados aos que necessitam dentro da Família Maçônica e não ficando somente a cargo do Venerável Mestre e Hospitaleiro, mas todos estão dentro da Maçonaria para efetivar a verdadeira fraternidade.

Ir.'. José Aparecido dos Santos
A.’.R.’.G.’.B.’.L.’.S.’. Justiça 12 – Rito REAA – Oriente de Maringá
Dados extraídos da Cartilha do Rito Escocês
Irmão Raimundo Rodrigues

Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda


A ENCRUZILHADA DA MAÇONARIA


Para reencontrarmos nosso caminho é necessário o convencimento de que nossa Ordem, a Maçonaria, é forte por si mesma: livre, independente e autônoma.

Se deixarmos de fazer uso dessas características é porque outros "valores" se intrometeram em nossa dinâmica pelas mãos dos eternos caciques que tentam controlar tudo, e daqueles que, sob o disfarce de servirem a Maçonaria, vão construindo suas "candidaturas" (a palavra vem de "cândido, isto é, puro) ou garantindo um lugar ao sol dentro das Potências.

O único lugar ao sol existente na Maçonaria fica nos assentos entre as colunas, no Oriente ou nos altares, para aqueles capazes de contemplar a luz maior do Conhecimento simbolizada pelo Astro Rei, o bom e velho Sol. Os demais pertencem à classe dos satélites aventureiros.

Fazer Maçonaria não é falar grosso. É amar a sabedoria e buscar conhece-se a si mesmo. Maçonaria é o caminho e maneira de vida e ensina melhor quem coloca o exemplo de vida acima do palavrório.

Pertencer à Maçonaria consiste num permanente vontade de saber e não na constante vontade de poder. A postura do maçom é a de respeito intelectual pela verdade e não na reverência cega diante dos políticos profissionais – as raposas – estejam elas entre nós ou no mundo profano.

Aprendizes e Companheiros: despertem para este fato, pois cada um de nós pode contemplar a realidade tal qual ela é, mesmo dentro das atuais limitações de conhecimento. O subjetivismo dos que tentam nos enganar acaba por deformar a instituição para atender aos interesses pessoais. Se não reagirmos, em breve teremos que reformar toda a Ordem para que o espírito da Maçonaria seja preservado puro e imaculado. É isso que desejamos?

Felizmente essa reação já se esboça entre as novas gerações de maçons que identificam tais manobras e resistem contra elas, seja apoiando as direções das Lojas e das Potências quando alinhadas com os objetivos da verdadeira Maçonaria.

Alguém poderá perguntar: MAS QUAIS SÃO OS VERDADEIROS OBJETIVOS DA MAÇONARIA? E eu só poderia responder: "Se você pergunta quais são, é porque ainda não aprendeu o suficiente sobre Maçonaria (ou talvez nem devesse ter se afiliado...)." – desculpem minha franqueza.

Eu é que não entendo essa necessidade urgente que alguns apontam para que a Maçonaria se curve diante dos (maus) representantes do povo ou busque se justificar perante a sociedade bajulando essa ou aquela religião.

As religiões têm forças em si mesmas e não precisam do aval da Maçonaria; nem a Maçonaria carece da aprovação delas. Deve prevalecer o respeito mútuo. Nossa Ordem não é uma religião, e como tal respeita todas e reconhece o bom trabalho que estão realizando; mas somos reciprocamente livres, independentes e autônomos.

O mesmo se dá com a política: devemos votar conscientemente e eleger representantes dignos do mandato popular. Mas a Maçonaria não deve interferir na administração pública, assim como a política partidária não pode interferir na vida das Lojas e das Potências. Nossa aliança preferencial deve ser com o povo, com os cientistas sociais, as universidades e as instituições que apresentem um projeto ético e válido para "o bem estar da Pátria e da humanidade". Esta sim é a boa política maçônica e profana para o século XXI.

Estou falando de uma nação e de uma instituição milenar, não de uma coisa transitória como um partido político e suas frágeis alianças. Nesse aspecto, nossa vista tem que se voltar vigilante para os ambiciosos caçadores de assentos na administração pública e – pior ainda – na administração da Maçonaria, vestindo a pele de cordeiro com a qual disfarçam sua fome voraz de lobos de avental. Prefiro os bodes.

O ano de 2016 coloca nossa Ordem à prova. Não só no país como no âmbito da Maçonaria muitos acontecimentos haverão de demonstrar de que lado estão os protagonistas que pretendem ser lembrados no futuro – e o futuro é agora.

O objetivo das democracias é que vivamos juntos, ajudando-nos mutuamente e sempre dizendo NÃO aos preconceitos e aos fatores que distanciam o povo maçônico de suas autênticas lideranças.

Não precisamos de cargos nem de posições elevadas para sermos dignos e respeitados.

Olhemos primeiro, para a vida profissional, social e familiar dos que pretendem falar "em nome da Ordem".

Esta é a lição do NÍVEL que devemos exercitar em 2016, pois a Maçonaria não será mais a mesma após decorrer este ano. 

Quem tem ouvidos ouça; quem tiver olhos, veja.

                                                                                                                              
José Maurício Guimarães



TEÍSMO, DEÍSMO E ATEÍSMO

ATEÍSMO – é a filosofia que professa a inexistência de um poder Criador; O ateísmo ou ateía (não confundir com ateia, feminino de ateu em um sentido lato, refere-se à descrença em qualquer Deus, deuses ou entidades divinas.
Os ateus podem, contudo, incluir-se em várias modalidades de pensamento, sendo o pensamento ateísta dividido em duas categorias específicas: o ateísmo fraco e o ateísmo forte.
Alguns autores defendem um uso mais restrito do termo, reservando-o apenas para determinados grupos. Assim, não poderiam ser englobadas na categoria dos ateus todas as pessoas indecisas quanto a qualquer crença religiosa (agnósticos), o que excluiria do conceito e sua definição aqueles que são designados como ateus fracos.
Contudo, é frequente, em discursos orientados por uma religião e cultura específicas, que se considere como ateu todo aquele que não partilhe as mesmas crenças religiosas. Por exemplo, era frequente que os antigos romanos acusassem os antigos cristãos de ateísmo, justificando assim a sua perseguição.
Os textos cristãos, por seu lado, usavam o mesmo termo para classificar os seus perseguidores. Este tipo de discurso ainda é frequente atualmente.
AGNOSTICISMO – é a crença que a existência ou não de um poder Criador nunca será resolvida (Immanuel Kant). As bases filosóficas do agnosticismo foram assentadas no século XVIII por Immanuel Kant e David Hume, porém só no século XIX é que o termo agnosticismo seria formulado. Seu autor foi o biólogo britânico Thomas Henry Huxley numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876.
Ele definiu o agnóstico como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida. Nas palavras de Huxley, sobre a reunião da Sociedade Metafísica, “eles estavam seguros de ter alcançado certa gnose — tinham resolvido de forma mais ou menos bem sucedida o problema da existência, enquanto eu estava bem certo de que não tinham, e estava bastante convicto de que o problema era insolúvel.”
Desde essa época o termo “agnóstico” também tem sido usado para descrever aquele que não acredita que essa questão seja intrinsecamente incognoscível, mas por outro lado crê que as evidências pró e contra Deus não são ainda conclusivas, ficando pragmático sobre o assunto.
TEÍSMO – é a crença num princípio Criador, incriado;
TEÍSMO – Conceito
O Teísmo (do grego Theós, “deus”) sustenta a crença em deus, opondo-se ao ateísmo. Trata-se de um conceito introduzido em 1678, por Ralph Cudworth.
Ralph Cudworth (1617-1688):
Filósofo e Teólogo Inglês, membro da escola filosófica denominada “Platonistas de Cambridge”
TEÍSMO – Divisão
Podemos dividir Teísmo em:
  • Monoteísmo: Crença em um só Deus;
  • Politeísmo: Crença em vários Deuses;
  • Henoteísmo: Crença em um só Deus, mas não nega a existência de outros
TEÍSMO – Formas
O Teísmo pode ser:
Teísmo Cristão - O teísmo cristão é a crença na existência de um Deus único – monoteísmo – como causa primária e transcendental do universo e relativo ao cristianismo, sendo cristão o que recebeu o batismo e professa a religião cristã. O termo cristianismo pode ser entendido como o conjunto de religiões cristãs, ou seja, que se baseiam nos ensinamentos, na vivência e nas ideias de Jesus Cristo
Teísmo Monismo - Chama-se de monismo (do grego monos, “um”) às teorias filosóficas que defendem a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a identidade entre mente e corpo (em filosofia da mente) por oposição ao dualismo ou ao pluralismo, à diversidade da realidade em geral.
No monismo um oposto se reduz ao outro, em detrimento de uma unidade maior e absoluta. As raízes do monismo na filosofia ocidental estão nos filósofos pré-socráticos, como Zenão de Eléia, Parmênides de Eléia. Spinoza é o filósofo monista por excelência, pois defende que se deve considerar a existência de uma única coisa, a substância, da qual tudo o mais são modos.
Hegel defende um monismo semelhante, dentro de um contexto de absolutismo racionalista. Em filosofia da mente, monismo é, no mais das vezes, materialismo sobre a natureza da mente.Algumas religiões pagãs, como é o caso da Wicca, utilizam o conceito de monismo para explicar a crença de que tudo o que há foi criado por uma única divindade, neste caso, a figura de uma Deusa-Mãe como entidade cósmica primordial.
Essa crença se baseia no fato de que, na natureza, os únicos seres capazes de gerar vida, de criar, são as fêmeas. Esta era a concepção dos povos antigos em seus cultos, e só depois de muito tempo é que surgiu a figura do Deus, que passou a dividir espaço com a Antiga Deusa através do dualismo.
Teísmo Aberto - Teísmo Aberto é a teologia que nega a onipresença, a onipotência e a onisciência de Deus. Seus defensores apresentam outra definição onde afirmam pretender uma reavaliação do conceito da onisciência de Deus, na qual se afirma que Deus não conhece o futuro completamente, e pode mudar de ideia conforme as circunstâncias. Afirmam também, alguns defensores, que o termo “Todo-poderoso” não pode ser extraído do contexto bíblico pois, segundo eles, a tradução original da palavra do qual é traduzida tal expressão havia se perdido ao longo dos séculos.
O Teísmo Aberto tem origem na Teologia do Processo. Surgido na década de 30, a Teologia do Processo, tendo como principais representantes Charles Hartshorne, Alfred North Whitehead e John Cobb, é uma tendência filosófico-teológica chamada panenteísmo, que consiste na aproximação do pensamento teísta e panteísta; herdando as características de tais inovações mais filosóficas que teológicas, surgindo a seguir o Teísmo Aberto.
DEÍMO
DEÍSMO – Conceito
O deísmo é uma postura filosófico-religiosa que admite a existência de um Deus criador, mas questiona a ideia de revelação divina.
É uma doutrina que considera a razão como uma via capaz de nos assegurar da existência de Deus, desconsiderando, para tal fim, a prática de alguma religião (Voltaire 1694-1778).
Deus se revela através da ciência e as leis da natureza.

O deísmo pretende enfrentar a questão da existência de Deus, através da razão, em lugar dos elementos comuns das religiões teístas tais como a “revelação divina”, os dogmas e a tradição. Os deístas, geralmente, questionam as religiões denominacionais e seus deus(es) dito(s) “revelado(s)”, argumentando que Deus é o criador do mundo, mas que não intervém, diretamente, nos afazeres do mesmo, embora esta posição não seja estritamente parte da filosofia deísta. Para os deístas, Deus se revela através da ciência e as leis da natureza.
É interessante dizer, que o conceito deísta de divindade não corresponde, necessariamente, ao que comumente a sociedade entende ser “deus”. Ou seja, existem várias formas de se compreender aquilo que é, supostamente, transcendente ou sobrenatural.
Então, Deus pode ser compreendido como o princípio vital, a energia criadora ou a força motriz do Universo. Todavia, não propriamente como um ser antropomórfico. 
Tal representação é específica das religiões fundamentalistas, os quais o deísta não considera como sendo a verdade.
O deísta não, necessariamente, nega que alguém possa receber uma revelação divina, mas essa revelação será válida apenas para a pessoa que a recebeu (se realmente a recebeu). Isto implica a possibilidade de estar aberto às diferentes religiões como manifestações diversas de uma mesma realidade divina, embora não crendo que nenhuma delas seja a “verdade” absoluta.
Muitos deístas podem ser definidos como agnósticos teístas, pois consideram que no dia-a-dia as ações humanas devem ser orientadas pelo pensamento racional.
Ir:. Luis Genaro Ladereche Figoli (Moshe) - M:.M:.
Membro da Loj:. Simb:. Palmares do Sul nº 213
G:.L:.R:.G:.S:.


OS DOZE TRABALHOS HERCÚLEOS DO ORADOR


01) Zelar pelo cumprimento dos deveres, regulamentos e normas que regem a Ordem.

02) Comunicar à Loja, qualquer irregularidade praticada por Maçom no mundo profano.

03) Requerer a abertura de processo contra o Obreiro que venha infringir nossas leis.

04) Ler os decretos do Grão-Mestre e documentos determinados pelo Venerável Mestre.

05) Propor o adiamento de discussão e votação de qualquer assunto.

06) Apresentar suas conclusões quando solicitado pelo Venerável Mestre.

07) Assinar os balaústres e documentos a ele pertinentes.

08) Fiscalizar os trabalhos eleitorais.

09) Pedir a palavra ao Venerável Mestre, podendo interromper a palavra de qualquer Irmão que não esteja entre Colunas.

10) Desincompatibilizar-se do cargo, sempre que queira tomar parte pessoalmente nas discussões.

11) Saudar os Irmãos admitidos, autoridades, visitantes e aniversariantes.

12) Abrir e fechar o Livro da Lei.

BASICAMENTE é só isso! O Orador deve tomar muito cuidado, pois a oratória é a vitrine para a venerabilidade. Ali pode começar ou terminar sua caminhada para o Trono de Salomão. O cargo não é de “Falador”, mas de “Selecionador da Oração” (frase/artigo/norma), que manterá os trabalhos justos e perfeitos, dentro da legalidade. 

Apesar da palavra Orador, representar aquele que pronuncia um discurso perante uma assembléia, o melhor para a Oficina é que ele tenha o comportamento de um Magistrado, pois está revestido de autoridade judicial e administrativa. 

Sua Joia não é um Palanque, mas um Livro aberto sobre fundo radiante. Nas Sessões Magnas, já consta sua manifestação nos rituais e se nas conclusões, ele achar que tem algo mais a ser dito ao Iniciado, diga apenas: “- Bem vindo”.

Normalmente, o novo Irmão está tão extasiado com o momento, que não captará mais nada que lhe for falado. Na leitura dos decretos, deve pesar o bom senso, a leitura dos mesmos é obrigatória. Todos começam e terminam com o mesmo texto, basta então dizer o número dele e o que dispõem, com uma síntese do conteúdo. 

Nenhum Grão Mestre vai ficar chateado se o nome dele não for citado a cada leitura. Sua obrigação de conhecer os Landmarks, a Constituição de Anderson, o Regulamento e Constituição de sua Potência, Normas e Procedimentos, Regulamento da Oficina, não o faz o “Senhor da Lei”; antes de estar como uma Dignidade da Oficina, ele é um Irmão da Loja. Não deve apontar as falhas, mas apresentar soluções! Não deve dar lição de moral (nem ELE atirou a primeira pedra). 

Não deve procurar palavras eruditas, pois sentimentos puros são ditos, por palavras simples. Se há um determinado momento para sua manifestação não há motivo para falar na hora da Pal.’. a Bem da Or.’., e deve se ater ao momento vivido pela Oficina, naquela reunião. 

Trazer discurso de casa ou ler um texto é prova de falta de espontaneidade; estamos em família, basta apenas abrir o coração! Por fim, resta este aspecto: De olho no relógio! Na hora de suas conclusões, um breve: “– Que Deus abençoe a todos”, permitirá que se feche com Chave de Ouro a Sessão. 


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