ESCURIDÃO E A LUZ



Para que se possa compreender e se libertar das dicotomias absolutas e absurdas, para que possa se libertar do dogma, do “tabu” e do senso comum, Luz e Trevas não são os clichês que se costuma pensar.

A Luz não é o bem, e a Escuridão não é o mal. Não existe bem absoluto na Luz nem o mal absoluto nas Sombras. A escuridão nada tem a ver com o Diabo dogmático (pois esse não existe) nem com o mal que assola o mundo.

A escuridão simplesmente significa aquilo que está oculto, significa mesmo o próprio Oculto, o Mistério, aquilo que é “proibido”, que é secreto, aquilo que é escondido como um tesouro.

Portanto, a iniciação (metafísica e espiritual) das Trevas é a mais importante, pois o Mistério das Sombras é o mais secreto e o mais sagrado e o mais íntimo para um ser. Nas Sombras, o iniciado se recolhe para desvendar tudo o que está oculto, para acessar conhecimentos “proibidos” e profundos.

Nesse sentido, Luz significa consciência, e Trevas significa subconsciência, o repositório de todo conhecimento oculto, esquecido e abandonado pela Luz, ou seja, pela consciência ordinária, de vigília, pela personalidade que se manifesta no dia a dia.

Por meio da introspecção nas sombras interiores, o indivíduo pode então confrontar os elementos mais profundos, “perigosos” e “proibidos” de sua subconsciência (Trevas) e trazê-los assim para a consciência, ou mente consciente (Luz), assimilando os conhecimentos mais secretos de seu Daemon (Eu Superior, Logos, etc.)

A Luz verdadeira, portanto, é a consciência desenvolvida e expandida após essa imersão nas Trevas, é o conhecimento assimilado e consciente, percebido sobre o fundo negro no qual essa Luz brilha e pode ser vista.

Pelo que precede a Luz sem as Trevas jamais poderia ser percebida. Sem o contraste entre Luz e Escuridão nada poderia ser visto (ou seja, nada poderia se manifestar). Para que a Luz possa se manifestar e iluminar, a Escuridão é necessária.

Em sentido filosófico e metafísico, Luz e Trevas, dia e noite, são a manifestação e a não manifestação, consciência e subconsciência, inteligência e imaginação, razão e emoção… Em termos de individualidade humana, Luz é atividade, intelecto, mente racional; e Trevas é inatividade, repouso, reflexão intuitiva, imaginação e instintos (quase sempre elementos negados, rejeitados, reprimidos e menosprezados pela imposição dos dogmas e dos preconceitos sócio religioso).

Podemos ilustrar essa questão com alguns exemplos: no ser humano, a Escuridão é o subconsciente repleto de forças primais que trazem experiências interiores e sabedoria; é o útero psicomental do qual nasce à consciência superior; os seres vivos nascem da escuridão do útero de suas mães e quando “morrem” voltam para as trevas da terra; os minerais e pedras preciosas se formam na escuridão da terra; as plantas brotam também do interior escuro da terra; o universo nasce da escuridão do caos; as estrelas surgem na matéria escura do espaço e a incrustam com seu brilho visível, porque sem a escuridão elas não poderiam brilhar; e o dia e a noite intercalam-se na manifestação do tempo em nosso mundo, do mesmo modo que a vigília e o sono em nossa vida.


Portanto, as Trevas não são o mal (como o conhecemos), e a Luz não é o bem. Tal dicotomia não existe, pois a Luz e as Trevas são gradações que se manifestam em toda Existência.


Todo aquele que nega e menospreza a Escuridão está negando a própria Luz que jaz nas profundezas de si mesmo, na caverna escura que é o abrigo protetor do tesouro, da joia brilhante que é a gnose, que é a Luz do conhecimento, que é a consciência do Eu Superior.


fonte: Web 

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