SEGUNDO DISCURSO– APÓS
A EXALTAÇÃO
A partir deste dia,
sois um verdadeiro ela da cadeia universal constituída em toda a Terra pela
Franco-maçonaria.
A partir deste dia,
participareis das reuniões da câmara do meio, onde se reúnem física ou
misticamente os arquitetos da sociedade futura, para dar a humanidade, cada
dia, um pouco mais de luz, um pouco mais de bem-estar e um pouco mais de razão.
Participando da obra
universal de Franco-maçonaria, tendes direito a assistência do universo
inteiro.
Onde quer que
estejais, quaisquer que sejam as opiniões do povo em cujo meio permaneceis,
qualquer que seja a sua linguagem, fazei um sinal e nossos irmãos correrão para
vós.
Triunfaste da morte.
Novo Hiram da anunciação social, vós ides, agora, estabelecer conscientemente o
plano de vosso monumento intelectual, pois não sois mais o Aprendiz que se
esforçava para desbastar a pedra mal talhada; não sois mais o Companheiro que,
forte em ensinamentos intelectuais e tradições maçônicas, tinha constituído seu
dinamismo cerebral.
Vós sois o Mestre,
consciente de sua personalidade, chamado a exercer, na Ordem, todas as funções
administrativas das Lojas; a dirigir os Aprendizes em suas pesquisas
intelectuais, e os vossos colegas – os Mestres – no traçado de suas pranchas
simbólicas.
Vossa responsabilidade
aumenta na própria razão da extensão de vossas funções.
Se a Ordem vos
assegura, por toda a parte, passagem e proteção, ela espera de vós um esforço
contínuo, um trabalho sem esmorecimento para a libertação das inteligências
oprimidas, e uma coragem a toda prova, se for preciso arriscar alguma coisa
para salvar um de vossos Irmãos.
Espalhai, pois, por
toda a parte, a luz que recebestes. Procurai nas sociedades profanas as
inteligências livres, os corações elevados, os espíritos ousados que, fugindo
dos entraves da vida fácil e dos prejuízos, buscam uma vida nova e podem ser
elementos poderosos para a difusão das idéias maçônicas. Aprendei a dirigir-vos
por vós mesmos, a fugir de todo sectarismo.
E se combateis os
erros e as superstições que os diversos sacerdotes impõem a humanidade ainda na
infância, sabei ser sempre tolerante, não vos torneis um sectário odioso aos
seres humanos.
Filósofo, isto é,
amigo da sabedoria, sabei conservar sempre o equilíbrio mental que caracteriza
o homem são de espírito. Lembrai-vos de que Hiram assentou suas duas colunas e
que o capitéu da entrada do templo repousa harmoniosamente sustentado por Bohaz
e Jachim, isto é pela Força e Estabilidade.
Não se construiu o
edifício apoiando-o numa só coluna. Assim, pois, na construção intelectual que
tereis de empreender, sabei equilibrar sempre os ensinamentos da razão com os
devotamentos do coração.
Lembrai-vos que a
Franco-maçonaria vem em auxilio dos infelizes, quaisquer que sejam as suas
opiniões, e que, em sua ação sobre a sociedade profana, ela liberta as
consciências e ao mesmo tempo reergue a coragem daqueles que não esperam mais.
E se na vida alguns
traidores querem fazer desaparecer vossa obra; se, como Hiram, estais prestes a
receber o golpe do malhete fatal da parte dos inconscientes ou revoltados,
lembrai-vos de que todos os Irmãos presentes vos saberão defender.
Lembrai-vos de que os
Mestres dedicados seguirão, mais tarde, as pegadas de vossas obras e que o ramo
de acácia servirá para reconhecer vossos esforços pelo desenvolvimento de nossa
Ordem e manifestação de vossos recursos intelectuais.
Trabalhai, meu irmão.
Adquiri a consciência de vossos deveres, e se nunca o desencorajamento entrar
em vossa alma, ao perder vosso espírito a força de luta, recordai-vos deste dia
solene e dizei:
“Não! Não faltarei a
minha missão; não! A covardia não me encadeiará o espírito; não! Não me deterei
em minha missão de progresso, pois a acácia me é conhecida.”
Papus
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