Alec
Mellor in Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons afirma que nunca
faltarão concepções fantasiosas e até aberrantes do Segredo maçônico,
alimentando tanto os detratores da Maçonaria quanto a credulidade humana.
A
essa afirmativa podemos acrescentar que os próprios Maçons são os responsáveis
pelas idéias errôneas sobre o Segredo maçônico.
Para
muitos Maçons, tudo é segredo e quando são perguntados a respeito de um assunto
trivial, respondem com um “isso é segredo”, seja por uma convicção errônea do
que efetivamente é segredo, seja para encobrir seu desconhecimento sobre o
assunto que lhe foi perguntado.
Segundo
Alec Mellor, o Segredo da Maçonaria corresponde a duas distintas noções:
(1)
Os Segredos (no plural), que dizem respeito aos sinais, palavras e toques pelos
quais os Maçons se reconhecem e se “distinguem dos outros homens”; e
(2) O
Segredo (no singular), que é um conceito totalmente filosófico e de conteúdo
variável:
Para
alguns, concebido como o estado de iluminação interior atingido na Iniciação e
que a linguagem humana não saberia traduzir e, portanto, trair, visto que as
palavras correspondem a conceitos ao passo que o pensamento iniciático eleva-se
acima do pensamento conceitual.
Para
outros, o Segredo não conduz a um conteúdo de idéias, mas é de ordem moral e
não passa da ascese simbolizada pelo ritual e destinada a realizar o homem
ideal.
Ao contrário da habitual postura de desconfiança dos Maçons em relação à curiosidade que alguns manifestam a respeito de seus usos, costumes e ritos, entendemos que a curiosidade não é algo que deva ser criticada ou refreada.
A
curiosidade deve isto sim, ser bem-vinda e até estimulada.
A
curiosidade é uma virtude. Virtude daqueles que não se conformam em limitar o
seu conhecimento ao trivial, dos que se interessam em ampliar os seus conhecimentos
e os seus horizontes. “A curiosidade é a mãe de todas as invenções”.
Comumente o ingresso na Maçonaria é como um “salto no escuro”, pois a grande maioria dos candidatos só a conhece pelo que dela diz o público em geral. Desconhecem inteiramente seus princípios e propósitos.
Portanto,
entendemos que informações básicas sobre a Maçonaria são necessárias para
preencher essa lacuna, trazendo para a Ordem homens mais esclarecidos e
conscientes da obra que irão empreender pelo resto de suas vidas.
Certamente apresentamos alguns conceitos ou temas desconhecidos até mesmo de iniciados, se bem que a grande maioria deles esteja contido em inúmeras publicações maçônicas, disponíveis para o público em qualquer livraria.
Portanto,
aqui não se expõe ao público em geral nenhum “segredo” que já não tenha sido
preteritamente revelado.
Apenas
os Rituais utilizados pelas Potências maçônicas nacionais continuam sendo de
leitura privativa dos Maçons, pois até mesmo os Rituais dos graus de Aprendiz,
Companheiro e Mestre, de autoria de Ragon (1781-1862), podem ser adquiridos por
módica quantia nas livrarias.
Todavia,
devemos advertir o não iniciado que a leitura pura e simples de qualquer obra
maçônica, embora possa fazê-lo entender, pelo menos em parte, o simbolismo
maçônico, sua efetiva compreensão só ocorrerá quando ele próprio for iniciado
Irm.'. Almir
Sant'Anna Cruz, M.'.I.'. da Loja Brasil.
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