SABEDORIA, FORÇA E BELEZA NA NATUREZA


 

A Iniciação Maçônica, uma viagem sucessiva através da matéria, do intelecto, do instinto e do afeto, fornece o caminho para que do interior do homem brote o ser que pode transformar o planeta em um Templo de liberdade, harmonia e justiça. O método iniciático, praticado no Templo Maçônico, envolve o despertar do aspecto sagrado da vida. Estudos sobre o sagrado foram feitos por Mircea Eliade e por Georges Charpak.

Para Charpak sagrado é o “sentimento gerador de uma consciência, que corresponde ao que existe de mais elevado no conhecimento, as leis sutis da natureza”. Para outra pessoa, porém, uma pedra pode ser sagrada, desde que sua realidade de pedra se transmute numa outra realidade por ter sido, por exemplo, ofertada por alguém querido que se foi deste mundo.

Alguns dizem que o dever e a família são sagrados. Portanto, O método iniciático leva o maçom a tornar significativo o seu despertar para uma nova visão de mundo, em busca de uma consciência universal unificada.

Sabedoria

A Sabedoria Maçônica ensina que o maçom deve investigar constantemente o caminho da verdade, buscando seu aperfeiçoamento interior para crescer intelectual e espiritualmente. Com este objetivo, a Maçonaria instrui o maçom a tomar atitudes corretas e decisões acertadas, a viver em paz e harmonia consigo mesmo, a ser equilibrado e sensato e a ser capaz de iluminar outras pessoas de modo eficaz.

O ponto de partida da aplicação da Sabedoria Maçônica para forjar o caráter do maçom é o “conhece-te a ti mesmo”, obtido através da observação de si mesmo, de modo regular. É preciso que cada maçom enfrente a si mesmo e reconheça seus defeitos, fraquezas e imperfeições, reforçando suas virtudes.

Nessa busca do conhecimento de si mesmo, é preciso levar em consideração que o caráter de cada um é grandemente influenciado pelos instintos, pelas emoções, pelo pensamento e pelas paixões. Os instintos podem ser sublimados, se não forem alimentados, segundo a maioria dos psicanalistas, já as emoções, de um modo geral, motivam, deformam, bloqueiam e corrompem as ações do indivíduo. Por isso mergulham o ser humano na aflição ou no êxtase, provocando sucessos ou insucessos.

Por sua vez, o pensamento é a atividade que formula conceitos, que permite ter ideias claras e raciocinar sobre qualquer assunto. Esta é uma habilidade que pode ser adquirida e desenvolvida. Enfim, a paixão é um sentimento intenso e exclusivo, levado ao extremo, estando, comumente, ligadas a qualidades individuais negativas.

 Não é difícil reconhecer, nas paixões voltadas para esportes, política e religião, fortes traços de fanatismo, intolerância, grosseria, violência, desrespeito. Observe-se que emoções negativas ou positivas (como raiva, medo ou alegria), surgem de situações de vida significativas e de avaliações do seu significado para o nosso bem-estar, mas duram pouco.

As pessoas, entretanto, experimentam um fluxo constante de estados de humor. Esse humor, positivo ou negativo, também nascido no interior, tem uma ação prolongada. A Maçonaria ensina o controle das emoções e das paixões violentas, mantendo-as dentro de limites convenientes, através do cultivo de virtudes como a temperança, a prudência, a disciplina e a perseverança, auxiliares importantes nesse embate.

Também, ter, todos os dias, alguns momentos de recolhimento, ou uma pequena pausa nas atividades externas, permite ao maçom iluminar seu interior e obter uma revelação sobre seus vícios e virtudes, suas paixões e instintos, seu corpo e seus pensamentos.

Força

Construir uma obra viva, como busca a Maçonaria, requer um grande esforço, tanto individual como coletivo. Através de uma ação orientadora de vida, a Loja é o canal perfeito da Força que alimenta todos os participantes e os guia no caminho do Conhecimento. É o trabalho em regular em Loja que reúne as forças individuais, físicas e/ou morais, dos maçons, fazendo nascer uma força superior àquela resultante da simples adição das forças individuais.

Para desenvolver sua força individual é imprescindível que o maçom tenha o conhecimento de si mesmo, a nível mental (virtudes e defeitos, reações negativas e positivas) e físico (biológico), e o conhecimento do mundo que o cerca (sociedade e natureza).

Mas isso não basta. É, sobretudo, necessário que ele aja, reforçando suas virtudes, livrando-se de seus defeitos e maus hábitos, velando seus desejos, subjugando sua vontade, controlando suas emoções, dominando suas paixões e pensando corretamente, para evitar que oscilações de seu estado emocional o desviem de seu Caminho.

Isto não é tarefa fácil, mas começa com uma tomada de decisão.

Ao tomar uma decisão o ser humano influencia a próxima, aumentando, ou diminuindo, a probabilidade da nova escolha quaisquer das decisões tomadas por alguém, mesmo se for considerada de pouca importância, tem algum significado para o resto de sua vida.

Certamente, o indivíduo precisa ter coragem, para tomar algumas decisões e vencer seus hábitos, cuja quebra pode exigir um esforço mental hercúleo, e bastante determinação e energia, principalmente quando seus atos são ditados por leis, códigos ou costumes sociais.

Não se trata, aqui, daquela coragem que marca a virilidade, mas, da capacidade de superar o medo, quando ele existe, ou da aptidão para enfrentar a ansiedade através de uma vontade mais forte. Sem dúvida, essa coragem deve ser dosada com prudência, pois a experiência tem mostrado que a sensatez leva ao discernimento do que é bom ou mau em um momento de decisão, evitando que alguém cometa erros dos quais venha a se arrepender.

Embora a força interna, integradora, exista em todos os seres humanos ela pode passar percebida. Acontece que paixões negativas e reações consomem muita energia e essa força só emerge se não for dissipada com elas. Essa é mais uma razão para o maçom se libertar de suas emoções e vencer o ardor de suas paixões, aquelas emoções que, levadas a um grau de intensidade, sobrepujam a razão e a lucidez.

Uma vez iniciado o processo do controle das emoções e paixões, há de se sentir uma realimentação positiva resultante do uso da força interna, visto que ela só emerge se houver a beleza proporcionada pelo equilíbrio interno e fraternidade. Contudo, essa é uma via de duas mãos: para se ter equilíbrio interno, é preciso usar essa força.

Beleza

O equilíbrio da vida interior, obtido através do processo iniciático permite, a alguém evitar fazer aos outros o que ele não gostaria que fosse feito a si mesmo. Ao manter o equilíbrio em seu relacionamento com os outros, o maçom permite o desenvolvimento da fraternidade, um caminho para combater o egoísmo.

Em contraste com o mundo profano em que a desarmonia está, muitas vezes, presente, a Loja deve ser um mundo sagrado onde tudo está em ordem e em harmonia, um mundo de Beleza, portanto. Pelo fato de o ser humano ser imperfeito é que se faz sua purificação ritual antes que ele entre nesse lugar de paz. Mas, esta purificação é apenas simbólica e a verdadeira purificação só é obtida pelo esforço individual na busca do domínio das emoções, das reações, da linguagem - disciplinas praticadas em Loja.

A Maçonaria luta por uma ordem social que propicie, a todos, oportunidades iguais para revelar suas potencialidades e talentos e atingir níveis compatíveis com sua dignidade. É através de seu lema, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que sua Beleza se manifesta.

Para se ter uma sociedade com Liberdade, é necessário que seus componentes entendam que liberdade não é apenas uma questão de dizer sim ou não, nem de revolta, libertinagem, demagogia, luxúria ou vida desregrada. Também, não se faz uma sociedade livre a não ser com homens livres, eles mesmos.

Ser livre é ter o domínio o domínio da consciência sobre seu próprio comportamento e atos, é conciliar a liberdade de cada um com a liberdade do outro, é não estar amarrado a preconceitos, é crer em alguma coisa (não necessita ser religioso no sentido de praticante), é ser capaz de ter tempo livre, é ter consideração pelo conhecimento dos outros, é tomar decisões racionalmente, é fazer o que quer, profissionalmente, é conhecer a si mesmo para se liberar de seus traumas e recalques, é vencer seu próprio ódio e ressentimento.

A Liberdade e a Igualdade formam o corpo da Beleza Maçônica, a Fraternidade é sua alma. A beleza da Grande Obra Maçônica aparecerá no instante em que todas as pedras, enfim polidas, estiverem unidas no pleno sentido do termo, conforme o plano do Grande Arquiteto do Universo. Adornada com o Amor, essa beleza se manifesta na forma de prática de solidariedade, beneficência, benevolência e altruísmo; e o cimento capaz de unir essas pedras é a Fraternidade.

Bons costumes são indispensáveis à harmonia em uma Loja. Por isso, o maçom deve trabalhar continuamente no conhecimento de si mesmo, e dos outros, e cultivar as qualidades adequadas. Uma delas é a paciência, a capacidade de suportar os dissabores, as adversidades e infelicidades do cotidiano, o que se consegue com equilíbrio e serenidade nas situações em que as soluções independem de nossa capacidade, habilidade ou esforço. Já os relacionamentos humanos, em uma Loja, devem ser marcados pela lealdade e pela discrição.

Assim como o uso harmonioso e bem organizado do Conhecimento, gerado pela Informação, resulta em uma Sabedoria que, através das Forças Fundamentais, rege a Beleza do cosmos, o Conhecimento adquirido através da Iniciação Maçônica governa a Arte Real. É sobre os pilares da Sabedoria, Força e Beleza que se apóia a construção do Templo Maçônico, a Grande Obra.

Utilizando símbolos, que mantêm a Verdade intacta, a Sabedoria Maçônica ensina que o maçom deve investigar constantemente o caminho dessa Verdade, buscando seu aperfeiçoamento interior para crescer intelectual e espiritualmente.

Para isso, ela guia o maçom no aprendizado necessário e progressivo das condições de domínio de si mesmo. Por ser submetido a forças relacionadas com instintos, emoções, tradição, sociais, etc., a maioria provocando reações negativas que podem levá-lo ao sofrimento, o maçom deve cultivar força de vontade, forjando seu caráter e seu conhecimento.

Assim ele se capacita a tomar atitudes corretas e decisões acertadas, a viver em paz e harmonia consigo mesmo. Somente ao atingir o equilíbrio, livrando-se do consumo de energia provocado pelas reações negativas, é que o maçom sente emergir uma força interna positiva que, por sua vez, reforça sua vontade e seu caráter. Essa força interna, existente em cada maçom, quando refletida e integrada ao todo Maçônico, gera a Força que permite a manifestação da Beleza ocorre na construção de uma sociedade onde seja plena e natural a ação da Igualdade, Liberdade e Fraternidade. Um mundo de Paz, Justiça e Amor.

Conclusão

 Mostrou-se, neste trabalho, que a Harmonia, a Força e a Sabedoria são os pilares sobre os quais se apóia a natureza e, também, que elas são manifestações de algo mais profundo. Entre elas, a Beleza é uma manifestação da harmonia existente na organização de todas as coisas, tanto no Macrocosmos como no Microcosmos.

Essa manifestação, percebida através de instrumentos como equações matemáticas, leis físicas, inspiração, sentidos, tanto dá uma sensação de prazer, como fornece informações que possibilitam ao ser humano preparar-se para eventos futuros. Entretanto, não haveria harmonia na natureza sem a atuação de quatro forças fundamentais, provavelmente diferentes facetas de uma mesma Força Primordial.

Além disso, todas as forças atuam segundo leis pré-estabelecidas e inteligentes, que se entrelaçam umas às outras e que constituem a Sabedoria da natureza. Isso permite que a matéria, a energia e a informação se organizem numa.

Todo este simbolismo nos indica que, na obra de nossa construção Moral, devemos trazer para a Luz, todas as possibilidades das potências individuais, despojando-nos das ilusões da personalidade. E nesse trabalho, só poderemos ser Sábios se possuirmos Força, porque a Sabedoria exige sacrifícios que só podem ser realizados pela força, mas ser Sábio com Força, sem ter Beleza, é triste, porque é a Beleza que abre o mundo inteiro à nossa Sensibilidade.

 

ORIENTE DO RIO DE JANEIRO, RJ.

A.·. R.·. L.·.M.·. FLAUTA MÁGICA DO RIO DE JANEIRO, Nº 170

M.·.M.·. SANDRO PINHEIRO

 

UMA SUBLIME ESCOLA DE NOME: MAÇONARIA!


 

Aqueles que desconhecem a verdadeira finalidade da Maçonaria alardeiam levianamente que a Maçonaria tem parte com um suposto “diabo”, que dentro de suas Lojas realizam-se sacrifícios de animais e segue a propagar notícia inverídica e fantasiosa, cujas lendas chegam a tornarem irresponsáveis quem assim procede.

Na verdade, a maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas manifestações. Para tanto, é necessário e imprescindível ao maçom, uma boa conduta e cujos ensinos ministrados na Ordem o encaminharão ao Bem e as Virtudes.  

A maçonaria oferta ao maçom à possibilidade de estudar e perceber a sua pura e rica filosofia e o seu aspecto científico facultarão a ampliação de seus conhecimentos ao entender os princípios de elevada moral do Bramanismo, no Prasada, em Zoroastro, em Jeremias, em Buda, além de Lau-Tseu, Mêncio e Confúcio. Sem descuidar dos ricos preceitos de Sócrates cujos conselhos de Sócrates ainda hoje são de bom tamanho quando nos afirma: “ “Nosce te ipsum”. O grande Sócrates também aconselhava que: “o conhecimento nos leva ao caminho da Verdade”.        

Todos os grandes Avatares da humanidade, sem exceção, são pesquisados pela Ordem. Com certeza, o Cristo que nos legou um Evangelho de Paz, de perdão e de amor, tem um estudo especialíssimo, pois toda a moral de Jesus se resume na humildade e na caridade.

Para os maçons, é necessário beber da fonte que nos oferta a maçonaria, muito embora, poucos tenham bebido desta água. Para melhor compreensão, observemos o exemplo da fonte.

“Dois homens chegam à fonte para beber. A linfa cristalina e serena reflete suas imagens no límpido da superfície. Ajoelham-se sobre o musgo e inclinam a cabeça até tocar com os lábios a água e bebem. Chegam em seguida outros montados em animais e para não molestarem-se em apear, entram com eles, removendo o lodo do fundo, e a água se torna turva.”

“- Que água mais desagradável a desta fonte”! – exclamam eles.

“Assim ocorre também com a Divina Sabedoria, com a Maçonaria, fonte de luz e de verdades eternas”. “Muitos se aproximam para beber, mas nem todos chegam a Ela com túnica limpa, e muitos chegam montados nos animais das paixões, dos egoísmos humanos e dos preconceitos que trouxeram de outros ambientes e de outras ideologias.”

Um dos objetivos da Ordem é que, aqueles que adentrarem deverão se transformar em homens de muito saber e de elevado conhecimento moral espiritual.

Um grande estudioso da Maçonaria, de nome José Inácio, dedicado maçom paraibano, nos diz com muita propriedade: “Mais importante do que ter Irmãos é ser Irmão”!

Todos os maçons acreditam na existência de um Ser Superior, que nós em nossas orações o denominamos de O Grande Arquiteto do Universo.

Conta-se que: “Certa feita um materialista em discussão com um respeitável Mestre, afirmava, em alto e bom som, de que Deus não existia, e dizia, caso Ele existisse, eu O veria, argumentando acreditar unicamente naquilo que via.”

“O mestre, pensativo, tendo convicção da existência de Deus, coloca dois copos com água diante do ateu, tendo um deles um pouco de açúcar que foi dissolvido e pede para este identifique qual copo continha o açúcar.” Observou que os dois copos possuíam a mesma transparência. Pensou consigo que somente conseguiria identificar caso experimentasse a água. E assim o fez, bebendo da água e confirmando qual dos copos continham açúcar. Conclui o Mestre: “Assim é Deus, nós não O vemos, apenas O sentimos.”

Portanto, a honra, ética, o caráter e a integridade são atributos inerentes aos maçons, que labutam, para que esses valores sejam essenciais em suas vidas. Não nos orgulhemos de participarmos da Maçonaria, pois, segundo Santo Agostinho, “o orgulho não é grandeza, mas inchaço. E o que está inchado parece grande, mas não é sadio.”

S.F.U. aos valorosos Irmãos.

Walter Sarmento de Sá Filho.

 

UMA BREVE REFLEXÃO DE UM INICIADO


 

A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento.” (Provérbios cap 4:7)

Com muita humildade e simplicidade venho aos irmãos para expressar minhas singelas percepções sobre a iniciação maçônica, que transforma instantaneamente, a mente do pobre candidato que anseia receber a luz.

Como muito se fala talvez o momento mais importante para o Maçom, seja o momento do seu nascimento, e após isso, sua vida de aprendizado, um período que ficará marcado para sempre em sua mente, ali nasceu o aprendiz, que apesar de títulos póstumos, esse título de aprendiz, deverá ser carregado e aperfeiçoado sempre na vida de um maçom, afinal somos humanos, e como irmãos experientes nos dizem, “A maçonaria é perfeita, mas o ser humano não é” nada mais nobre que um singelo aprendiz ouvir de um irmão que tem muito tempo de aprendizado e vida Maçônica, que sempre devemos parar para pensar um pouco e chegar à conclusão que na verdade seremos sempre aprendizes.

Um irmão que vai a sua primeira reunião na condição de irmão de loja, depois de passar por todos os testes e provações, carrega em si todo tipo de emoção, creio que quase inexplicável, para muitos a realização de uma vida. Quando adentramos nos mistérios, descobrimos que o trabalho é árduo, que devemos nos aprofundar, estudar, e por fim descobrir que é tudo muito maior que imaginamos.

O trabalho nas arestas da pedra bruta é mais difícil do que parece, trabalhamos para destruir nossos vícios, assim comoaperfeiçoar nossas virtudes, e descobrimos que temos muito mais vícios que imaginávamos, e quando adentramos dentro de nosso subconsciente, buscando fazer o casamento alquímico da mente objetiva com a subjetiva juntando com que aprendemos e vivenciamos em loja, nossa pedra fica um pouco mais parecida com a pedra cúbica que usamos como referência, sem que possamos esquecer-nos de polir regularmente, e ter destreza no uso de nossa régua, para não pecar nos excessos.

“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!” (Salmo 133:1)

Tenho certeza, oque mais chama atenção em um irmão que acabou de receber a luz, é, como é tratado entre os irmãos, e que realmente o espírito de Liberdade, Igualdade e Fraternidade são verídicos na Maçonaria! Não importa de onde veio, no que acredita seu cargo, quando ganha ou seu Grau na Maçonaria! Você será tratado de igual para igual, e isso me marcou muito quando iniciei! Automaticamente o aprendiz vive mais disposto a se dedicar, e não ter vergonha de errar e fazer feio, a única vergonha é não participar e não errar, até porque quem não erra não aprende direito!

Finalizando minha curta explanação com a imagem que temos na mente quando nos lembramos do nosso momento exato de nascimento para a Maçonaria.

“A terra era sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a face do abismo, e o espírito de Deus pairava sobre a face das águas. E Deus disse: “Haja luz!”e houve luz. (Bereshit/ Gênesis cap1: 2-3)

O momento crucial na vida de um Aprendiz quando ele é concebido, é quando ele passa a ver, quando recebe a verdadeira luz, e está pronto para começar sua árdua estrada no caminho da Arte Real, que apesar de difícil, é muito prazerosa, porque jamais estaremos sozinhos, poucas são as pessoas que sabem o quão bom é nunca se sentir desamparadas, primeiramente o Grande Arquiteto nos dá o fôlego, e em seguida um irmão, com toda boa vontade do mundo, disposto a auxiliar o irmão no que for que ele precise, jamais esbarrei com um irmão que não fosse solícito a causa de outro irmão, tenho pouquíssimo tempo de ordem, mas o pouco tempo, já foi mais que suficiente para conhecer bastante da essência dessa Augusta Fraternidade, a qual pretendo galgar passos largos e aprender e dividir aprendizados com os irmãos, assim o Grande Arquiteto me permitindo!

Com Votos de Paz, Amor e Prosperidades aos Irmãos!

Vagner Augusto de Oliveira

Membro da ARLS Fé, Amor e Liberdade 3447

Mendes/RJ - GOB-RJ

SABE QUAL É A SUA MISSÃO NA VIDA?


 

“Fora do lar e da casa de Deus, não há nada neste mundo mais bonito que o Espírito da Maçonaria. A sua missão é gentil, graciosa e sábia: transformar a humanidade numa grande irmandade redentora, uma liga de homens nobres e livres envolvidos no radiante empreendimento de desenvolver com o tempo, o amor e a vontade do Eterno”.

Joseph Ford Newton

Na semana passada, participei em algumas noites numa atividade em grupo. Eu não estava muito empolgado quando li sobre ela, pela primeira vez, mas achei que poderia ser interessante.

O objetivo deste projeto de grupo era criar uma Declaração de Missão Pessoal. De acordo com o que li antes da primeira sessão, uma Declaração de Missão Pessoal pode ser uma ferramenta extremamente poderosa. Se criar uma que capte tudo o que tem em mente, poderá ajudar a direcionar quase todas as decisões e aspectos da sua vida.

Isto soou como uma grande promessa para algo que tem apenas algumas frases, mas como estou a começar uma nova aventura na vida e passei um tempo considerável no último ano ponderando sobre alguns desses problemas, decidi que provavelmente valia bem o meu tempo.

Antes destas discussões, recebemos cerca de uma dúzia de perguntas destinadas a esclarecer o que éramos – eram estritamente para nosso próprio uso. Passei algumas horas a responder-lhes. Depois que terminei, voltei e li as páginas que havia escrito. Foi muito fácil ver alguns temas muito comuns. Também era bastante óbvio onde minhas aspirações estavam frequentemente em conflito com a realidade do que eu estava a fazer.

Voltaremos a estas perguntas repetidamente nas próximas noites, destacando áreas diferentes, escolhendo temas recorrentes e identificando as desconexões. No fim de semana, peguei todas as coisas que aprendi nessas duas noites e criei o início de uma missão pessoal muito curta.

Percebi em algum momento, durante o exercício, que já tinha feito algo parecido antes. Eu fiz-me muitas dessas mesmas perguntas num determinado momento da minha vida. A última vez que me vi preso a uma rotina e me perguntei o que seria a seguir.

“O que é importante para si?”

“Onde é que quer ir?”

“Que tipo de legado deseja deixar para trás?”

“Quais os traços de personalidade que precisa adquirir para chegar aonde quer ir?”

“Quais os traços de personalidade que precisa perder?”

“Como é que visualiza a sua melhor vida?”

Da última vez, estas perguntas levaram-me a entrar para uma Loja Maçônica. As minhas respostas foram um pouco diferentes das da última vez, mas estou mais no caminho agora do que estava antes.

A Loja Maçônica tem sido um poderoso motivador na minha vida. Deu-me foco, deu-me bons exemplos a seguir, bem como oportunidades de fazer coisas que nunca tinha feito antes. Levou-me repetidamente para o próximo nível, o que mudou a minha vida e a minha direção.

De fato, levou-me a esta encruzilhada em que me encontro agora!

Demasiados Maçons não entendem de que se trata. Eles permanecem a mesma pessoa que eram quando ingressaram – alguns convencidos de que é um presente para a Maçonaria e não o contrário.

Ouvimos as palavras, mas não aplicamos os princípios. Eles lêem livros sobre a Maçonaria para poderem discutir livros sobre a Maçonaria, mas nunca aplicam a Maçonaria! Esses maçons serão os primeiros a dizer que a Maçonaria é uma jornada, mas eles nunca fizeram as malas para a viagem.

Maçonaria é trabalho – alguns dos trabalhos mais difíceis que você já fez. Envolve reconstruir-se melhor! Fortalecer os aspectos positivos da sua pessoa e eliminar os negativos. É sobre descobrir em que você é bom, em que é apaixonado e colocar essa energia em bom uso.

Mas a parte mais difícil disto tudo é ser honesto conosco próprios. Ser capaz de admitir para nós mesmos que existem algumas áreas que precisamos trabalhar. Ser capaz de olhar no espelho e ver o que as outras pessoas vêem e ter o desejo de mudar o que você está a ver.

Uma Declaração de Missão Pessoal é uma coisa boa de ter. Se não servir para nada mais, esclarece o que é pessoalmente importante para si e dá foco à sua vida. Mas, sem dúvida, nunca houve um momento melhor do que durante esta quarentena para muitos de nós dedicarmos algum tempo para fazer um inventário pessoal.

Temos muito tempo disponível para refletir sobre questões difíceis que às vezes se afogam na agitação da vida quotidiana e encontrar a escada para o próximo nível.

Todd E. Creason

Tradução de António Jorge

Fonte

Midnight Freemasons

 

RESPONSABILIDADE DO MAÇOM


 

É conhecido que as últimas décadas foram palco de consideráveis avanços científicos e tecnológicos, inclusive com o fenômeno da globalização que literalmente derrubou fronteiras maçon.

Tal fenômeno acabou por influenciar a economia e a vida de todo o planeta, principalmente pela celeridade da circulação de informação de toda a espécie.

No entanto, no que pese à propagação do conhecimento, tem-se debatido a respeito da degradação que a sociedade moderna está a sofrer, principalmente no que respeita às instituições que tradicionalmente a sustentaram.

A família deixou de ser o ponto de referência dos indivíduos, pois sucumbiu ao egoísmo exacerbado. As virtudes inerentes ao bom caráter passaram a ter conotação antiquada, quiçá, jocosa. A aparência prepondera sobre a essência.

É justamente neste emaranhado de contradições e superficialidades que seletos homens são chamados para compor as fileiras de uma instituição secular – a Maçonaria –, “para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros; glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade. Para promover o bem da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício” [1].

Assim, o profano ao ser iniciado nasce para vida maçônica cabendo-lhe inúmeras responsabilidades que, para os fins a que se destina, o presente trabalho limitar-se-á a estudá-las sob os três aspectos mais importantes: moral, social e institucional.

Moral

Não é o objetivo ater-se em divagações filosóficas em relação à moral [2] ou à ética, pois não se entendem necessárias à compreensão do tema, uma vez que o senso comum, que possui todo homo medius, é suficiente para que o Maçom entenda a dimensão da responsabilidade que lhe cabe.

Obviamente, o estudo da moral não se pode limitar a um ponto de vista meramente subjetivo, mas, sobretudo, ao seu aspecto pragmático. Neste último é que o Maçom se deve prender, pois de nada adiante estudar as instruções e complementos, que estão repletos de exortações à boa conduta, se não as colocar em prática. Portanto, a conduta do Maçom é a razão de ser da moral maçônica.

Desta forma, o objetivo da Instituição Maçônica é a construção e o aperfeiçoamento ininterrupto da sociedade que, para tal, necessita dos seus pedreiros para que executem este árduo trabalho. Neste sentido dispõe a Constituição da Grande Loja de Santa Catarina, nos seus Postulados:

(…) a Maçonaria é uma instituição nascida para combater, com a persuasão e a força moral do bom exemplo, tudo o que atente contra a Razão e o Espírito de Fraternidade Universal. Nesta força moral, que só se adquire pela Virtude, única proclamada como legítima consagrada pela consciência dos povos nos códigos das nações, como agente supremo do poder soberano, concentra a Maçonaria toda a sua glória e a ela deve os grandes triunfos que, com tanta justiça, a têm colocado como a primeira à frente das grandes instituições nascidas do amor à Humanidade e do interesse pelo bem-estar dos povos.

Ciência do progresso moral, a Maçonaria resume sua ação social nos atributos da inteligência e do coração – Luz e Verdade, Amor e Filantropia [3].

Por sua vez, o artigo escrito pelo Irmão Luiz Gonzaga Rocha aborda com sucinta precisão a razão de se ter verdadeiros Maçons na sociedade:

“Curvo-me à ideia de que a busca da perfeição e da existência de um mundo melhor, dirigido por homens iniciados e/ou iluminados, pode muito bem representar uma utopia, mas sendo este o plano de evolução social, cultural e política da Maçonaria, e sendo esse entendimento no sentido de que os maçons assumam os destinos das sociedades, aos maçons impõe-se, antes e depois de toda e qualquer consideração, serem conhecedores e partícipes desse ideal, e, para tanto, requer-se que sejam incorruptíveis, instruídos, livres pensadores e excelentes formadores de opiniões, verdadeiros construtores sociais e instrumento adequado para efetivar as transformações sociais requeridas; e, ainda, sejam capazes de se aperfeiçoar, de se instruir e disciplinar constantemente na Arte Real, sem prejuízo da conveniência de conviverem harmoniosamente com centenas de milhares de seres díspares, e que possam, a despeito de todas as dificuldades, ser destacados por palavras, obras e exemplos de vida, e sobremodo, que ostentem, sem vergonha, o lema mais sagrado da Ordem Maçônica: Liberdade, Igualdade e Fraternidade” [4].

Desta forma, o Maçom não foi escolhido apenas para aumentar o número de uma determinada loja ou da Instituição no seu sentido universal; não pode limitar-se ao simples recitar dos manuais, como se a obra que lhe cabe pudesse ser realizada por qualquer tipo de força transcendental que, através da simples repetição de palavras durante os rituais, alguma força cósmica cumpra o papel que lhe cabe junto à sociedade.

Apesar da Maçonaria Operativa ter dado azo à Maçonaria Especulativa, a obra do pedreiro ainda continua a ser manual. Obviamente que o aperfeiçoamento intelectual é necessário e, mais que isso, é exigido, mas não é um fim em si mesmo, pois tem por objetivo a sua utilização para o bem da humanidade, que de maneira nenhuma poderá ser limitado ao mundo das ideias, mas externalizado através de atitudes. Ora, “(…) não é para que fujamos da ciência do Bem, mas para que possamos pô-la em prática no meio social. Assim devem os maçons lutar para poder vencer” [5].

Não é à toa que o Maçom utiliza um avental durante as sessões, “porque ele lembra-nos que o homem nasceu para o trabalho e que todo o Maçom deve trabalhar incessantemente para a descoberta da Verdade e para o aperfeiçoamento da Humanidade” [6]. Nem, tampouco, os instrumentos utilizados pelos antigos maçons operativos foram incorporados sem razão aparente, mas,

Por serem instrumentos imprescindíveis às construções sólidas e duráveis, eles recordam-nos o papel de construtor social que compete a todos os Maçons e, ao mesmo tempo, traçam-nos as normas pelas quais devemos pautar a nossa conduta: o Esquadro, para a retidão; o Compasso, para a justa medida; o Nível e o Prumo, para a Igualdade e a Justiça que devemos aos nossos semelhantes [7].

No telhamento para elevação de Aprendiz a Companheiro pergunta-se de que maneira os maçons são reconhecidos e, a seguir, responde-se que por sinais, toques e palavras. Ora, tais respostas limitam-se ao conhecimento mínimo que um Aprendiz deve ter para visitar uma Loja Maçônica, pois, na realidade, um verdadeiro Maçom deveria ser reconhecido primeiramente pelo seu caráter, equilíbrio, comportamento, probidade, caridade, humildade, em suma, pela sua conduta. Obviamente, que se considera que tais exigências não são inatas ao ser humano, devendo, portanto, o aprendiz utilizar o Maço e o Cinzel a fim de desbastar a sua Pedra Bruta.

Talvez, o grande segredo para a realização da missão maçônica não esteja no aumento das suas fileiras, mas na utilização simbólica dos instrumentos de trabalho dos antigos maçons operativos, afim de que todo o conhecimento adquirido com o passar dos séculos não se limite à elaboração de teorias e elucubrações, mas extrapole as lojas e contagie o mundo.

Social

Assim como no tópico anterior, a Maçonaria está repleta de ensinamentos que visam aguçar a sensibilidade dos seus membros às necessidades da sociedade. Da mesma forma, são várias as alegorias que simbolizam virtudes que implicam na responsabilidade social que deve ser cultivada e praticada no quotidiano.

No painel do Aprendiz, vê-se na Escada de Jacob a taça que tem, entre outros significados, o da caridade. Nota-se, também, na Abóbada Celeste da loja, a Estrela Flamejante que: (…) representa a principal Luz da Loja. Simboliza o Sol, Glória do CRIADOR, e dá-nos o exemplo da maior e da melhor virtude que deve encher o coração do Maçom: a CARIDADE.

Espalhando luz e calor (ensino e conforto) por toda a parte onde atingem os seus raios vivificantes, o Sol ensina-nos a praticar o Bem, não num círculo restrito de amigos ou pessoas próximas, mas a todos aqueles que necessitam e até onde nossa caridade possa alcançar [8].

Neste sentido, a caridade é somente uma das facetas de intervenção social que o Maçom deve cultivar no seu meio, mas poder-se-iam enumerar várias outras possibilidades que não se adequariam ao fito deste texto. No entanto, é oportuno ressaltar-se o ideal de fraternidade, que juntamente com a liberdade e a igualdade, formam uma das mais importantes tríades maçônicas; e, ainda, quanto aos elementos decorativos da Loja, o pavimento mosaico e a própria orla dentada, que lembram a necessidade de harmonia entre as diferenças e que o amor e a união devem começar no meio maçônico e se propagarem para toda a humanidade.

A bandeira da fraternidade foi abraçada pela Maçonaria e, através de seus membros, espalhou-se por toda cultura ocidental, influenciando não só revoluções, mas até mesmo boa parte dos estados modernos ocidentais, que a receberam no seu ordenamento jurídico constitucional como o princípio da solidariedade.

Assim, é imputado ao Maçom não só o dever da boa conduta, mas também que trabalhe, transforme, intervenha na sociedade na medida das suas possibilidades, a fim de cumprir o seu papel de construtor social.

Institucional

Realmente, o fardo que Maçonaria atribui aos seus membros é deveras pesado, uma vez que, para além de exigir uma conduta baseada na retidão de caráter e um papel ativo junto dos seus semelhantes, lhes incube a instrução dos neófitos e a responsabilidade pela manutenção de si mesma.

Felizmente, apesar das críticas de certas religiões, que se limitam ao plano espiritual, a Maçonaria goza de elevadíssima reputação. Tal fato deve-se aos inúmeros trabalhos de caridade que faz aos grandes irmãos que no passado fizeram história e, principalmente, pela relevante contribuição para os ideais democráticos. Desta forma, a responsabilidade do Maçom é imensa, pois lhe cabe manter imaculada a imagem da Maçonaria, justamente numa época contraditória e desvirtuada, sucumbida pela indiferença e pela amoralidade.

Por outro lado, ao irmão recém-iniciado deve ser dispensado todo o cuidado e apreço, afim de que desde cedo possa compreender a importância do seu juramento, e as responsabilidades que tal ato acarreta. Por isto, entende-se de fundamental importância a realização esmerada dos trabalhos em loja, para que aquele possa lhe atribuir a seriedade que é devida ao ritual praticado e, também, compreender mais profundamente o seu significado. Além disto, considera-se de vital importância à infância maçônica o apoio, o exemplo e a sensibilidade dos irmãos mais antigos.

O primeiro pode-se representar pelo incentivo ao estudo e à aprendizagem, o segundo, pela referência de homem Maçom em quem o neófito se pode sempre espelhar e, a última, pela percepção em detectar as dificuldades que certamente surgirão e, evitar, na medida do possível, expor as leviandades e rixas existentes na Instituição, por força da falta de controle das paixões humanas.

Conclusão

Conclui-se, portanto, que o exercício da vida maçônica não pode se limitar à loja e ao crescimento intelectual, pois, além de tantas outras responsabilidades, o Maçom deve primar pela boa conduta afim de que seja um referencial para uma sociedade desmoralizada; ter atitudes efetivas que reflitam o papel de construtor que lhe cabe; e zelar pela integridade da Instituição e pela sua prosperidade.

No entanto, não cabe à Maçonaria medir a responsabilidade dos seus membros, pois, apesar da referida construção requerer necessariamente uma intervenção direta, recai na seara subjetiva da capacidade de que cada um é provido. Assim, a lição extraída da Bíblia indica exatamente a extensão da responsabilidade de cada Maçom:

“(…) Mas àquele há quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele há quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” [9]

Samuel Borges

Notas

[1] GLSC. Ritual do Aprendiz Maçon. REAA, Florianópolis, 1998, p. 48.

[2] Filos. Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. (Aurélio)

[3] GLSC. Constituição. Florianópolis: 2000, p. 8

[4] Rocha, Luiz Gonzaga. Maçom e Maçonaria. Revista O Prumo n. 161. Florianópolis: 2005, p. 7.

[5] GLSC. Instrução Preliminar Aprendiz. Florianópolis: 2003, p. 21.

[6] GLSC. 2ª Instrução Aprendiz. Florianópolis: 2003, p. 11.

[7] Apud, p. 14.

[8] GLSC. 1ª Instrução Aprendiz. Florianópolis: 2003, p. 12.

[9] BÍBLIA Anotada – Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. ed. rev. e atual. São Paulo: Mundo Cristão, 1994.

 

O QUE ESTÃO FAZENDO COM A NOSSA QUERIDA ORDEM?


Meus Irmãos.

Em novembro desse ano completo 33 anos de ordem. Confesso que durante todo esse período, tenho observado coisas que muito me desagradam.  

A Maçonaria é linda, porém, dentro dela tenho encontrado com pessoas, que a meu ver, são pessoas indignas de pertencer a ela.

São articuladores, mentirosos e falsos, que não medem esforços para prejudicar outros irmãos.

Muitas vezes são simpáticos e agradáveis pela frente, mas sempre que podem, buscam denegrir e prejudicar outros irmãos.

Traçam um projeto de poder e tentam atropelar todos aqueles que podem atrapalhar suas intenções.

São capazes de tudo para conquistar seus objetivos obscuros.

Na vida profana fazem de tudo para se dar bem. Envolvem-se em falcatruas, trapaças entre outras coisas condenáveis.

Já tivemos ex-presidente, governadores, políticos em geral, que sujaram e continuam a sujar o nome de nossa Ordem.

Felizmente essa turma é composta por uma pequena minoria. A grande e maior parte dos nossos quadros é composta por homens íntegros. Porém, vírus e bactérias são minúsculos e provocam um estrago dentro do corpo humano, e dá muito trabalho no combate para exterminá-los.

Portanto meus Irmãos, muito cuidado com esse tipo de doença dentro de nossos templos.

Não podemos ser coniventes com essas pessoas de má índole, o que não presta deve ser imediatamente afastado do nosso meio. Para o nosso bem, e, sobretudo, para a Maçonaria.

Para que novas infestações desse mal não proliferem, devemos ter muito cuidado nas indicações de novos membros, mais ainda nas sindicâncias que não devem ser feitas de qualquer maneira.

Ninguém vem com o letreiro ”Sou mau caráter!”

Se protejam e olho vivo!   

Paulo Edgar Melo

Membro da ARLS Cedros do Líbano, 1688

Miguel Pereira-RJ – GOB-RJ

 

   

   

DE ONDE VIEMOS - ONDE ESTAMOS - PARA ONDE VAMOS?


 

Sem dúvida, inúmeras pessoas de todo o mundo já fizeram essas perguntas, em algum momento da vida. E não é para menos, pois elas implicam decisivamente em nossas atitudes, escolhas e, por consequência, em nosso destino. 

 Para a Religião de Deus, Cristo e do Espírito Santo, nós somos Espíritos Eternos, portanto a origem do Ser Humano é espiritual. Afinal, “estamos corpo, mas somos Espírito”,  Desta forma, precisamos compreender que, fomos criados por Deus espiritualmente, à Sua Divina “imagem e semelhança” (Gênesis Mosaica, 1:26).

Segundo o Dr. Jorge Adoum, no seu Libro El Aprendiz y sus Mistérios que, traduzi para o português, disse: No entanto, para ter a verdadeira compreensão de este mistério, devemos planificar construir e colocar: por obra, nossa casa, nosso Templo, nosso corpo segundo as Leis divinas e naturais.

Esta casa-corpo e um Templo exterior para a Gloria do Eu INTERIOR.

A iniciação ou ingresso no mundo interno. Simbolizado pela Iniciação Maçônica, tem como único objetivo purificar, limpar o interior e o exterior deste Corpo-Templo de Deus Vivo, isto é, construir um Templo digno do Eu sou. Por esse motivo a Instituição tomou o nome da “Maçonaria” - Arte de Construir - e seus adeptos são chamados “Construtores”, o que quere dizer, segundo temos explicado, construtores de Templos para o Espírito.

Então, o selo de sua origem e a construção geral: filosófica, cientifica e moral. A maçonaria quis sempre imitar a atividade da Madre Natureza no Universo e por esse motivo, seus adeptos se dedicaram a elevação de numerosos monumentos, templos e igrejas da Antiguidade.

Esta obra de construção pode observar-se no próprio corpo humano, chamado casa, templo, microcosmo etc. porque sua constituição encerra todas as leis divinas e naturais. E o pequeno Universo, sua miniatura, erigido a Gloria do Eu sou, o Grande Arquiteto do Universo.

Todos os homens são donos desta obra magna, na qual todos participam inconscientemente, em sua própria vida e atividade, enquanto o iniciado maçom, que entrou em seu mundo interno, tem o dever de colaborar conscientemente e converter-se em sábio construtor da obra do Grande Arquiteto do Universo.

Ser maçom ou construtor e possuir a ciência e a arte da vida e ser Iniciado, Super-homem em ciência e religião.

Para realizar uma obra Magna é necessário que as sociedades ou corporações juntem seus esforços. De aí a diversidade de religiões, instituições, fraternidades e escolas. Toda a ciência deve dividir-se em graus para evoluir paulatinamente e metodicamente de todo discípulo.

A ciência da Maçonaria se dividiu em três graus principais: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Em nosso Corpo-Templo temos, Eu superior como Mestre Arquiteto e a outros dois que dirigem os pólos positivo e negativo, ambos estão representados pelos dois vigilantes. Os três governam e dirigem os duzentos quintilhões de células que estão construindo nosso Templo-Corpo.

A Loja é nosso corpo, edificado por células construtoras; todo maçom deve cumprir seu dever no corpo da humanidade como cumpre cada célula, o seu no corpo humano. Como a célula, o maçom deve possuir conscientemente a arte de construir sim equívocos nem errar; o maçom, como a célula deve ser disciplinado e obediente as leis naturais e divinas.

A Maçonaria, como unidade, arca em seu seno os poderes da religião e da ciência.

A maçonaria não tem uma religião definida para si: é religião para todos, e tradição iniciática.

A maçonaria, não tem ciência, ela é a ciência das idades e sua linguaje simbólica, encerra os Mistérios secretos e alegóricos, que procedem de eras remotas, e representam antiguidades tradicionais revestidas de nomes simbólicos mais recentes.

Todos os mistérios e secretos residem nesse Templo chamado:

Corpo vivente do homem. Nesse corpo está escrita a história do Universo e seus arquivos são os átomos... páginas 13 a 15

 Você veio de Deus, ele é o Criador de todas as coisas

Estamos aqui para amadurecer diante de Deus

Vamos a vida eterna, desde que você se aproxime de quem é a própria vida

Eu, diria que: Para á Maçonaria Viemos da Vida Profana, para nós aperfeiçoar e vamos para contagiar com bons princípios aos que não são maçons.

E uma maneira de incentivar e continuar o dito na Bíblia por Jesus.

Somos homens livres de pensamentos, e ainda poderíamos abrir mão de nossas ideias, sempre e quando outra nos convença de sua propriedade, com humildade podemos reconhecer que a verdade não compete a ninguém somente assim teremos a dignidade de crescer interiormente já que na maçonaria não é somente: rituais, ritualística, simbolismo e outros, nada é concreto!

Então, devemos respeitar a opinião alheia a preparação e a percepção de nossos Irmãos, e semelhantes que não foram iniciados.

Interessa mesmo no momento o que estamos fazendo, principalmente na maçonaria, e ver os resultados.

 E muito difícil ter respostas, nem sequer os pensadores filosóficos chegaram a conclusões, muitas perguntas não têm respostas.

Será que a verdade está na Bíblia?

Mas qual Bíblia? Lembremos que este livro é o mais traduzido no mundo. Segundo a revista Super Interessante tem mais de 6912 Idiomas, com certeza todos querem ter sua bíblia, cada uma devera interpretar à sua maneira, condições o interesse!

 Acredito que: temos dois caminhos, o nosso para pensar e decidir de acordo a capacidade individual, e o escolhido pelos outros, para dirigir-nos!

Não podemos perder o rumo por terceiros!

Não devemos procurar ninguém, devemos-nos, encontrar mesmo!

Era o que constava caro presidente, confrades e convidados.

Por: David Lorenzo SOTOLEPE – Ex. VM, Grau 33º Cav. Templário Rito de York, Membro Grande Comissão de Liturgia do Rito Schroder, Academia de Letras Acadesul-Sul-Rio-Grandense - ARLS. Unidade Justiça e Liberdade, 274. -MRGLMERGS.

Pesquisa: https://www.religiaodedeus.org/pt/religiao-no-dia-dia/de-onde-viemos-e-para-onde-vamos-compreenda-o-que-somos.

Libro El Aprendiz y sus Mistérios pag. 13 a 15 - autor: Dr. Jorge Adoum. Ed. KIER S.A. Buenos Aires, com minha tradução.

 É meu ponto de vista. 

 

COMBATE À IGNORÂNCIA… DEVER DOS MAÇONS


 

“Só é necessário fazer guerra com cinco coisas: com as doenças do corpo, as ignorâncias da mente, as paixões do corpo, as seditações da cidade e as discórdias das famílias” Pitágoras

A ciência não é uma filosofia ou um caminho espiritual; é uma maneira de se comportar no mundo. É uma maneira de pensar que incentiva a lógica, a razão, a informação e a comunicação de forma a explorar o mundo em maravilhas e descobertas.

É lamentável que a polarização e o nacionalismo, tribalismo, se quiser, tenham transformado “notícias falsas” e “fatos alternativos” em parte de nossa vida quotidiana de agora. É uma realidade com a qual devemos aprender a navegar.

Não é apenas aprender a investigar fatos e números, pesquisas e excessos das redes sociais, mas é aprender que, às vezes, devemos desaprender. Começar com a ideia de que “devemos saber” é uma falácia. O que devemos fazer é começar a nadar na nossa própria ignorância e conhecer o que não sabemos.

Para ser franca, se queremos combater a ignorância, devemos começar pela nossa.

Todos os dias ouvimos pessoas que, em virtude do seu “conhecimento” auto-designado, sem a ciência ou a experiência necessária para suportá-lo, descartam o trabalho rigoroso que os cientistas fizeram para estabelecer ou desmascarar o nosso conhecimento da natureza.

Químicos, astrofísicos, climatologistas, oceanógrafos, biólogos, geneticistas e nutricionistas foram deixados de lado quando as suas mensagens não se encaixavam na narrativa de interesses corporativos ou nos excessos das redes sociais.

Aqueles que parecem ter mais dinheiro, mais participação de mercado ou mais “marca” têm a última palavra. Separamos os instruídos como elitistas e os interesses corporativos como “o homem comum”. Quem terá os nossos melhores interesses no coração?

Para ser muito clara, perícia não é a mesma coisa que elitismo. Um verdadeiro especialista e cientista sabe onde estão os seus limites de conhecimento.

Eles sabem que sabem menos do que pesquisaram e estão numa missão para explorar. Eles estão a desenvolver teorias e a testá-las, perguntando o que falhou e o que funcionou. Eles sabem que os frutos do seu trabalho podem levar anos, décadas para sustentar a verdade e, provavelmente, levar a mais perguntas.

O elitismo, por outro lado, é “… a crença ou atitude de que indivíduos que formam uma elite – um grupo seleto de pessoas com qualidades intrínsecas, alto intelecto, riqueza, habilidades especiais ou experiência – têm maior probabilidade de serem construtivos para a sociedade como um todo e, portanto, merecem influência ou autoridade maior que a dos outros”.

 Eles são os líderes nomeados ou gurus que têm as respostas. Um cientista pode ser um elitista, mas isso não é uma reflexão sobre a ciência, mas sobre o caráter do indivíduo. Ou falta dela.

Depois de acabar de ver o documentário “Behind the Curve”, na Netflix, achei extremamente interessante ouvir os dois lados do debate sobre a “teoria da terra plana”. Na comunidade da Terra Plana, existem aqueles que realmente acreditam no que a ciência os decepcionou, de que eles têm a verdade e a ciência para apoiá-la.

O que foi extremamente interessante foi ouvir as observações dos cientistas sobre este grupo de pensadores dissonantes. Não houve condescendência ou elitismo de nenhum dos cientistas entrevistados.

Não houve piedade ou condenação. Era um verdadeiro desejo, o não ignorar ou marginalizar a discussão, mas envolver-se nela; tratava-se de reunir as pessoas em vez de considerar a situação, um “nós” e “eles”. Não se tratava de crenças e fatos; era sobre educação. Conhecimento. Combate à ignorância.

A Maçonaria tem uma visão interessante das ideias da natureza e da ciência, pois elas são combinadas com a filosofia e a busca pela Verdade. É um dos poucos lugares que parece que ambas se podem unir, para discutir e debater com uma narrativa muito aberta.

A ciência é tão valorizada quanto à experiência; a física e a metafísica coexistem na conversa e no pensamento. Nada está fora dos limites. Estas conversas sejam numa reunião da Loja ou em reuniões sociais, em grupos de estudo ou centros de estudos filosóficos, são as formas de combater a ignorância, se estivermos dispostos a ouvir.

Recentemente, participei num grupo de estudo em que o assunto estava em perceber se a humanidade tinha ou não influência sobre as mudanças climáticas. Eu tinha a certeza de que os humanos influenciaram os ciclos da natureza; como não podiam? Existem sete bilhões de pessoas no mundo, ocupando espaço, consumindo recursos e poluindo o mundo ao seu redor. Era uma crença e eu sabia disso. No entanto, desafiei-me a ter uma mente aberta e não fazer um julgamento antes de entrar na sala. Por formação, não sou climatologista, meteorologista, geóloga ou qualquer outro tipo de especialista.

Conheço geologia do ensino secundário e ciência da faculdade para calouros. Vamos ser sinceros, não sei nada. O que fiz foi trazer minha própria atitude e leituras da comunicação social e revistas de pseudo-ciência, com o objetivo de produzir uma mensagem oscilando para um lado ou para outro. Estando fora da escola por muitos anos, também senti o orgulho da idade – conhecia algo do mundo, que droga. Eu realmente senti que “conhecer-se a si mesmo” fazia parte do meu vernáculo.

Admito que a conversa trouxesse a minha opinião para uma visão mais moderada do que para um “lado” específico do debate. O apresentador discutiu descobertas científicas que eu não tinha considerado e fatos geológicos dos quais eu não tinha absolutamente nenhum conhecimento.

Aprendi sobre eras glaciais, descobertas sobre o derreter dos glaciares atuais, amostras de núcleos de gelo, escalas de tempo geológicas e fatos históricos de importância global. Não direi que a minha mente mudou; Eu direi que saí com uma ideia mais ampla de questionar o que me disseram e aprender a verdade por mim mesma. Aprendi que o que eu tinha era uma crença, não uma evidência. Para mudar a minha ignorância, precisava fazer o trabalho… Eu próprio.

É aqui que, para mim, a colisão entre ciência e Maçonaria está no seu melhor. A Maçonaria é uma escola de mistério – um rito iniciático que traz a idéia de que o ser humano é a natureza e a melhor maneira de entender a natureza e os mistérios da vida e da morte é estudar a natureza.

Como estudar a natureza? As escolas de mistério da Grécia antiga, segundo Blavatsky, “não são um sistema único, mas baseadas na estrutura espiritual do universo“, da qual é importante entender a natureza. Eles estão inextricavelmente ligados, o Espírito e a Natureza, talvez até sejam o mesmo.

A Maçonaria, como descendente moderno dessas escolas de mistérios, procura tomar o importante da natureza e do espírito e impulsionar o ser humano a aprender que ambos residem na humanidade, e é trabalho do Maçom não apenas continuar a procurar a verdade, mas também procurar a Verdade É fazer perguntas sempre, desde conhecer-se a si mesmo até conhecer o mundo, e duvidar de tudo. É ter respeito tanto pelo processo científico quanto pelo nosso próprio processo. Somos sete bilhões de experiências e todas são igualmente válidos. Senão, porque é que as estamos tendo?

Para os filósofos antigos, a ignorância era o oposto do bem. Para Aristóteles e Platão, ninguém faz mal por vontade própria, mas apenas por ignorância. Sócrates tinha os seus próprios métodos para combater a ignorância, e muitos destes princípios podem ser encontrados nos rituais e na educação Maçónica.

Desde a aprendizagem contínua e avançando diariamente na educação, para educar, em vez de criticar, o Maçom torna-se um cientista do mundo.

Os maçons recorrem à ideia de Sócrates de que nos devemos “conhecer a nós próprios”, na medida em que nos falta conhecimento e que não fazemos ideia do que é melhor para os outros. O ponto central é a chave para o equilíbrio em todas as coisas, mas especialmente no combate à ignorância. Uma abordagem medida, curiosa, porém consciente. Por fim, acho que Sócrates estava mais certo quando disse que a ignorância é inevitável.

Quando Sócrates disse: “Não sei nada, exceto o fato de minha ignorância“, o que ele estava a dizer era que ele não ignorava todas as coisas, mas que estava ciente de que ignorava todas as coisas. Ele sabia que seria para sempre ignorante e era apenas através da perseverança que ele poderia tornar-se “bom”.

Kristine Wilson-Slack

Tradução de António Jorge

Fonte

Blog Universal Freemasonry

 


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