A MAÇONARIA VERDADEIRA, UMA ESPERANÇA!


É verdade que a maioria dos homens, cegos e fascinados pelo poder, se esquecem que as edificações destinadas à humanidade não podem prescindir de certos valores, principalmente os valores espirituais.

Há muito temos procurado saídas para esse estado de coisas e a construção de uma estrutura espiritual da Maçonaria, para que os verdadeiros maçons, tomados de coragem, esperança e fé, deixem os limites de suas oficinas e substituam a Maçonaria doméstica praticada, pela Maçonaria Universal.

Analisemos duas frases gravadas na câmara das reflexões:

”Se sois capaz de dissimulações, tremei, porque penetraremos e leremos o fundo do vosso coração”.

“Se temeis ter descoberto os vossos defeitos, sentir-vos-ei mal entre nós. Afastai-vos!”.

Os vocábulos que compõem tais frases são claríssimos e representam a base iniciática da Maçonaria, a base da iniciação verdadeira e o autoconhecimento.

O idealismo sincero deve habitar e, até mesmo, inflamar o coração dos maçons. É necessário que isso aconteça, mas não é suficiente. Apenas desejar a verdadeira Luz e a assistência aos menos favorecidos é muito pouco para nós. É imperativa a realização, a transformação da alma, conseqüência de um trabalho árduo de reforma interior, resultante de novos hábitos, o que não se consegue somente por esforço intelectual. Tais mudanças exigem coragem, sacrifício e, sobretudo sinceridade consigo próprio, por sinal tarefa das mais difíceis.

Para muitos, a Ordem tem crescido, e bem, porque consideram crescimento o simples aumento quantitativo sem se questionar sobre a qualidade dos novos maçons e porque não, também, sobre certo comodismo por parte dos mais antigos.

A seleção deficiente, a preocupação com o status do candidato, a ausência de instrução maçônica, o abandono do ritual, a indisciplina, os usos e costumes, o desrespeito à hierarquia e a prevalência da lei da vantagem têm transformado algumas lojas em ineficiente clube de serviços e assim, estimulando os iniciados bem intencionados, desencantados, a deixarem nossa Ordem.

O mundo de hoje é regido pelo materialismo; apesar do esforço e do clamor das religiões, vivemos rodeados de espelhos a refletirem imagens deformadas, que por um direcionamento habilmente manipulado pelos órgãos de comunicação, formam mentalidades condicionadas, alcançando todas as idades, principalmente as mais jovens.

Não é culpa do progresso científico e tecnológico, mas do seu mau uso, não possibilitando um progresso espiritual paralelo, criando a cada dia, mais necessidades materiais e tornando o homem um egoísta, um egocêntrico.

Mas sejamos otimistas! 
A Maçonaria talvez seja uma das únicas instituições capaz de reverter esse panorama; para isso, basta devolvermos a ela a sua real identidade. 

Necessitamos readquirir as bases da verdadeira iniciação, perder as vaidades, retirar todos os resquícios da intolerância, do egoísmo, do radicalismo, da superstição e da ambição desmedida que nos cega e não permite a renúncia.

A tarefa principal da Maçonaria é oferecer a verdadeira educação espiritual aos próprios maçons, educação esta, capaz de alterar profundamente as bases de suas convicções profanas. Muitos hábitos terão que ser desfeitos e substituídos por outros. Os maçons no mundo profano, através de seus exemplos e testemunhos, formarão outros homens à sua semelhança, estes formarão outros e assim desenvolver-se-á uma reação em cadeia capaz de reformar a sociedade.

Procuremos, então, conhecer os princípios básicos da Arte Real.                        
Aprofundemo-nos, passemos à ação!


Trabalho do Ir.´. Carlos Modesto Cabreira. Loja 22 de dezembro nº 14 – Nova Andradina - MS


MAÇONARIA EM LOJA


A organização da Maçonaria Regular tem uma base de sustentação, a Loja.

E a Loja tem como base os Obreiros que a compõem.

Quero eu acentuar com este começo de texto que os Obreiros, ao nível das Lojas, são os alicerces sobre os quais toda a estrutura se levanta.

Bom…, mas sendo os Obreiros homens, seres humanos com pernas, braços e o resto, como todo o outro interessa discorrer um pouco sobre o relacionamento entre os componentes desta estrutura que assume uma tão grande responsabilidade.

Quando alguém é proposto para iniciação na Maçonaria, necessariamente em nível de loja, é-lhe feito um inquérito e sobre isso já se escreveu aqui neste blog o suficiente para justificar que não gaste agora mais espaço com o porquê e o como do inquérito.

Mas interessa notar que sendo o inquérito, ele também, feito por homens, é evidentemente um exercício de conclusões falíveis, e pode acontecer que seja proposto para iniciação alguém que realmente não esteja em condições de admissão na Maçonaria.

Em boa verdade as exigências são absolutamente humanas, isto é, na prática apenas se exige que o candidato seja um Homem, assim com maiúscula, o que neste caso se resume no nosso dizer, “livres e de bons costumes” e queira verdadeiramente pertencer a esta estrutura.

Apenas isso.

Ainda assim pode acontecer um erro de apreciação, por parte de quem faz a inquirição ou da parte do profano que se apresenta a candidato, e quando isso acontece todos perdem.

É uma óbvia desilusão para todos, desencantamento para o candidato que só tarde percebe que afinal a Maçonaria não responde às suas interrogações e aos Irmãos que com ele contataram porque, à alegria de receber mais um membro na Família se segue a tristeza de verificar que afinal todos estavam enganados.

O relacionamento entre obreiros da Loja constitui o betão que garante a força da estrutura, de forma a que o “prédio” resista aos temporais que de tempos a tempos acontecem, tal qual na Natureza, e do qual a história da nossa Loja Mestre Affonso Domingues, também já contada aqui, pode bem servir de exemplo.

Este relacionamento tem por base duas variáveis, a saber, os procedimentos rituais (o “Ritual” como conjunto de regras formais que regulam a vida em Loja) e a Amizade entre os Irmãos membros daquela comunidade.

É no Ritual e na Amizade entre os Irmãos que assenta tudo o resto.

Se alguma destas variáveis falha, falha a Maçonaria!

Relativamente ao Iniciado muito pouco se sabe, habitualmente.

A Loja sabe que é conhecido do padrinho que o propõe e esse, sendo necessariamente um Mestre Maçom, merece a confiança dos restantes membros da Loja.

Depois, durante o inquérito, algo mais se fica sabendo, mas são conversas curtas, 1 hora ou 2, o tempo de um almoço ou algo assim, o que é manifestamente pouco tempo para conhecer alguém com pormenor.

Quando o Profano se apresenta para iniciação raramente a generalidade da Loja conhece detalhes da sua vida profana, nomeadamente a profissão, onde trabalha o que faz qual o grau de formação e por aí fora.

De fato não é isto que consta por aí, mas é isto o que acontece na verdade!

O que se pede a todos os Maçons quando em Loja é que deixem “os metais à porta do Templo”, e este pedido/exigência é frequentemente mal entendido por muitos, interpretando os “metais” como sendo a bolsa com os valores que eventualmente contenham (aquilo com que se compram os melões…).

Ora os “metais” que devem de ficar à porta do Templo são muito mais subjetivos do que isso.

Esses metais devem ser entendidos como os valores aos quais a profanidade dá importância grande, mas que em vivência Maçônica não só são dispensáveis como totalmente desajustados aos valores que a Maçonaria cultiva.

São a arrogância, a vaidade e a ambição.

Esses são os metais que, de todo devem ficar à porta, para que lá dentro reine verdadeiramente, e naturalmente, a igualdade e a fraternidade objetivos finais do nosso trabalho.

Sem isso surgirão as disputas por interesses particulares, a arrogância da saliência, a ambição por lugares de destaque.

Recordo palavras do nosso companheiro de blog Templum Petrus, “quem se humilha será exaltado, mas quem se exalta será humilhado”.

Pois saibamos verdadeiramente, convictamente, deixar à porta do Templo os nossos metais, principalmente aqueles, porque eles são o fruto da grande maioria (totalidade?) dos desencontros entre Maçons, tal como afinal são a razão de todas as guerras.

Cultivemos e levemos conosco a capacidade de compreender as diferenças.

Porque afinal, ser amigo do que gostamos ou do que nos é igual é fácil.

O que pode ser desafio interessante é a amizade com a diferença.

E para isso a abertura de espírito e a capacidade de aceitação é uma exigência.


Texto de J.P. Setúbal, Outubro de 2007
Do Blog A Partir Pedra

LUZ E SOMBRA!


Dois caminhos estão abertos aos olhos do mundo: Um é estreito e cheio de espinhos; outro é largo e liso, são as duas Veredas, a da Luz e da Sombra, ou melhor, a do Bem e do Mal, de acordo com a estreiteza de muitas consciências ou a sublimidade de outras...

A Luz não se manifesta sem a sombra!Como poderíamos reconhecer o Bem se o Mal não existisse? Como podemos encontrar beleza e perfeição numa tela que se diz de valor real, se ela não possuir os indispensáveis contrastes, para que, através da nuance das suas cores, todos os contornos se destaquem com vida e nitidez?

O segredo incomunicável e inexplicável é: a ciência do bem e do mal. A ciência que o discípulo deverá compreender para palmilhar, com segurança, a vereda da Iniciação até encontrar o Senhor, não mais à beira da estrada, mas dentro do sacrário de sua Alma...

"Quando tivermos comido do fruto proibido dessa árvore seremos como deuses", disse a serpente. "Se o comerdes, morrereis", responde a Sabedoria Divina. Sobre esse assunto Mme. Blavatsky expressava-se da seguinte maneira: "Entre a mão direita e a esquerda existe um tênue fio de teia de aranha". E J.H.S dizia: que o bem e o mal, frutificam numa mesma árvore e saem de uma mesma raiz. E que reunir o bem e o mal, é uma obra de alquimia difícil de ser resolvida, tal como juntar numa só fusão, dois metais desarmônicos ou antipáticos, como sejam: Ouro e Mercúrio.

No entanto, ouro é mercúrio e mercúrio é ouro, se soubermos interpretar a famosa formula mágica da Alquimia divina! V.I.T.R.I.O.L!

Mais de um mortal ousou erguer o Véu de ISIS (que é o da própria consciência), porém, ofuscados, talvez pela Luz intensa de sua Face resplandecente e bela, acharam-se no dever de compartilhar com seus irmãos em humanidade, das delicias sublimes que aquele Corpo encerra.
Assim foram Krishna, Hermes, Budha, Jesus e tantos outros Mestres; que se imortalizaram ao terem deixado para a humanidade um legado da mais alta significância, que um grande filósofo sintetizou nas seguintes palavras: "Os Homens são deuses embrionários".

Palavras de uma realidade absoluta! Pois, de fato, Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, em Espírito. Que, a despeito das nossas faltas e dos nossos erros, permanece em nós a Centelha Divina. Que perdoando-nos reciprocamente tais imperfeições, mediante atos de Fraternidade, deixaremos de ser: "deuses maldosos", para nos tornarmos: "homens perfeitos".

Não será implorando a Deus que nos assista nos momentos de amargura e desespero, rogando-lhe que desça até nós, para nos prometer o triunfo nas Guerras ou fortalecer-nos o braço homicida, levantado contra a vida, a honra e os direitos dos nossos semelhantes na Paz. Mas, sim, elevando-nos, subindo até as alturas onde aquele Deus se encontra, para Lhe pedirmos com humildade sincera, que pelo Amor, nos converta em Homens e pelo Perdão, nos transforme em Deuses!...

Daí a necessidade que tem o homem, o pequeno arquiteto, de imitar o seu Criador, o Grande Arquiteto, no seu eterno trabalho de construir e edificar coisas belas e perfeitas...
Comunicação ECMAB


OS “MAÇONS” INVENTADOS


Recentemente li um texto, onde o autor proclamou ter sido Martin Luther King maçom. Sabendo que os maçons são pródigos em “iniciar famosos à revelia” fui investigar o fato, fazendo contato com a “Masonic Research Society” (Sociedade de Pesquisa Maçônica).

De lá, respondeu-me o Dr. Tom Lewis Jr, Past Master (lá não existe a figura do MI) da Loja Mariner nº 2, oriente de Charleston – Carolina do Sul,  e também  membro da Loja Jackson nº 45 de Jackson - Tennessee.

Esclareceu-me o aclarado Irmão não existir na entidade qualquer registro pertinente à iniciação do Reverendo M. L. King Jr. E aduziu que, havendo consultado seu Venerável Irmão Nelson e ao Grão Mestre da Grande Loja, irmão T. A. Posey, também eles afirmaram não terem ouvido falar, nem visto documento algum que pudesse indicar eventual iniciação do entelado Reverendo.  Aguardo resposta do Memorial  Rev.  Martin Luther King Jr.

Como membro de uma Loja de Pesquisa que sou, fui atrás de outras fontes, havendo encontrado um texto do Dr. Brock H. Winters onde, em sua escrita, a exemplo dos demais consultados, nega peremptóriamente a existência de qualquer fonte a indicar a iniciação daquele líder.  Por mais umas semanas, continuei a investigar em fontes diversas, e descobri que após 32 anos de sua morte do Reverendo, numa ação totalmente absurda e sem precedentes , um Past Master da Loja Prince Hall, da Georgia, fez Martin Luther King Jr. “Maçon at Sight” (Maçom de Vista).  Uma Ordem Iniciática, não pode prescindir do Batismo ritualístco.

Em face desse aloprado ato, que culmina desacreditar nossa Sublime Ordem, o PM “Most Worshipful Master” da Loja Prince Hall, atual Grão Mestre da Grande Loja, da  Georgia, Irmão B. Barksdale, sustou a prática então adotada, pondo termo ao ato “post mortem”,  por falta de coerência do ato com a iniciação, vez que admitida unicamente em razão da fama e notoriedade do falecido.  Muitos famosos são apontados como Maçons por detratores da maçonaria, que acham estarem prejudicando os  indicados e a Maçonaria, em suas listas.

Fica o alerta; se um mestre disser que o Saci  Pererê  é maçom; não acredite.

Conclusão: os Maçons (os mestres) gostam de dizer que vultos eméritos revelados no passado e no presente foram Irmãos, talvez para se sentirem também famosos e importantes. Agindo dessa forma, parecem estar atribuindo à Ordem uma sociedade estabilizada por homens mortos, com o que desdenham a importância da iniciação e elevações e exaltações, atos que conduzem o espírito às alturas, autorizando serem reconhecidos como verdadeiros irmãos. 

O reverendo Luther King é apenas um caso entre centenas, onde se inclui Disney, Chaplin, Fernando Pessoa, Louis Armstrong, Mandela, Obama, Tiradentes, Aleijadinho e Castro Alves, nenhum deles com comprovação, por pífia que seja.  

Uma Ordem iniciática não pode prescindir da Cerimônia de Iniciação. Sem essa passagem não existe Maçom. Será que o atual estado de “anemia” da Ordem, com desprezo dos cerimoniais de iniciação, não tem origem nas veleidades desse tipo?  

Por - Laurindo R. Gutierrez*
*Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil* -Londrina –PR
*Loja Pesquisas Chico da Botica-Porto Alegre






O QUE É O TEMPO PARA O MAÇOM?



De forma simplista compreenderam o tempo como a duração e o suceder dos acontecimentos, a partir, genericamente, de uma unidade básica de tempo a que chamamos de segundo.

A partir dela, chegamos às horas, dias, semanas, meses, anos etc. Por outro lado, há também a mensuração do tempo a partir da duração ou alteração de uma sensação, um estado, de uma posição, de uma disposição de espírito, de uma expectativa, de um cumprimento sofrido, assim por diante.

No plano maçônico, o tempo é o vivenciar, algo essencialmente benéfico. O que é positivo é eterno e permanece. Já, o que é negativo, é fugaz e transitório. Assim, o tempo não é um prazo a ser cumprido.

O intervalo entre os acontecimentos não é moroso. “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Livro da Lei Eclesiastes 3:1) Todo este preâmbulo se faz necessário para nos alertar sobre desvios, que tem se tornado comum e que tem gerado sérias consequências para a Sublime Ordem.

Quanto à apresentação de um novo membro as Lojas, os obreiros se desdobram para tentar, no prazo máximo de 30 dias, a adquirir um novo obreiro. Naturalmente, eles são submetidos a todas as formalidades exigidas pela Potência. Mas é comum se esquecer de que as formalidades exigem um mínimo necessário de documentos e verificações, além de outras exigências mais apuradas que a Loja pode e deve solicitar.

O tempo também amadurece. Por isso, é preciso estabelecer prioridades. Quanto a este tempo, reflitamos, por exemplo, sobre a diferença entre o tempo de um estudante universitário e o de um profissional já formado, ou alguém preste a se casar e um pai de família.

Todas as Potências Maçônicas tem em seus regulamentos os procedimentos mínimos para o aumento de trabalho, seja por apresentações de trabalho ou pelo tempo de iniciado.

Quando da Iniciação, já pensamos na Elevação. Alertamos que as Lojas podem e devem estabelecer critérios refinados para a mudança de grau. Quando constatamos que a maioria das Lojas se reúne uma vez por semana e não coincidindo feriados, períodos de recesso, sessões em outros graus etc., em seis meses, o Aprendiz terá participado de apenas 26 sessões, que multiplicadas por 2 horas de reunião, contabilizamos 52 horas.

Da mesma maneira, ocorre após sua Elevação rumo a Exaltação. Não há demérito algum em estar no topo das Colunas do Norte ou do Sul. Não é o grau que nos qualifica como maçons, mas, sim, a condição de irmãos.

Nossa verdadeira graduação se dá pelo tempo que dedicamos a quebrar pedras juntos; e não ao tempo que estamos nas pedreiras. Não tenhamos pressa, não facilitemos. Se desistir, é porque de profano ainda lhe resta muitas nódoas.

“Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha? Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.” (Livro da Lei. Eclesiastes 3:9-10) Este artigo foi inspirado no livro “Os Princípios das Leis Maçônicas” volume II de autoria do Irmão Albert G. Mackey que, na página 49 instrui: “Nenhum Irmão pode ser eleito um oficial de uma loja até que tenha sido Mestre Maçom por três anos".

Um Segundo Grupo de Trabalhadores deve trabalhar pelo menos um ano nesse grau, antes que ele possa ser promovido para o terceiro grau. “Um Aprendiz Ingressado deve permanecer pelo menos dois anos nesse grau.”

Neste décimo primeiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.


Fraternalmente Sérgio Quirino Grande 2º Vigilante – GLMMG 

A CORDA DE OITENTA E UM NÓS


Iniciaremos nossa pesquisa neste dia, exortando que a Maçonaria é uma Instituição filosófica, filantrópica dotada de um esoterismo místico e uma natural simbologia que nos conduzem a uma reflexão profunda através de simples utensílios profanos. 

Dessa feita atribuir um significado próprio aos símbolos é de sublime importância para os aprendizes, pois é neles que nos apoiamos e com eles que trabalhamos. 

A humanidade em geral aprendeu e evoluiu consoante a utilização de símbolos, hoje são utilizados certamente em todas as áreas do conhecimento, e até mesmo na dicção de uma simples palavra, que por uma convenção arbitrária atribuímos às letras, palavras e idiomas sons distintos; sujeitos a uma determinada interpretação.

Na vida maçônica esta regra ocupa um lugar de destaque, senão vejamos, assim que adentramos ao Templo nossos olhos são guiados espontaneamente a todos os símbolos presentes e dispostos harmoniosamente, assim, de modo a obter um profícuo esclarecimento, buscamos o início, o significado da própria palavra símbolo.


Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – “Símbolo. [Do gr. Symbolon, pelo lat. Symbolu] S. m 1. Aquilo que por um princípio de analogia representa ou substitui outra coisa; 2 Aquilo que por sua forma e natureza evoca, representa e substitui num determinado contexto, algo abstrato ou ausente; 3 Aquilo que tem valor evocativo, mágico ou místico; 4 Objeto material que, por convenção arbitrária, representa ou designa uma realidade complexa...”

Assim a “corda de oitenta e um nós” é um símbolo presente nos Templos maçônicos, e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas Zodiacais, conforme estatuído no REAA. A corda será preferencialmente de sisal, sua disposição inicia-se com a colocação e a observação do “nó” central dessa corda que deve estar acima do Trono de Salomão (cadeira do VM) e acima do dossel, se ele for baixo; ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, sua significação representa o número UM, unidade, indivisibilidade, sagrando-se por representar ainda o Criador, princípio e fundamento do Universo.


Dessa forma a corda conta ainda com quarenta “nós”, equidistantes, de cada lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação), muito embora existam Templos na França que apresentam cordas com doze “nós” representando os signos do Zodíaco.

Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz Maçônica, porém a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem Maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas ideias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser Maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Na busca do significado esperado, remontemos no tempo... na Grécia antiga os cabelos longos das mulheres eram usados para fazerem as cordas necessárias para a utilização na defesa das cidades. Já os agrimensores egípcios usavam a cordas com “nós” para declinarem os terrenos a serem edificados, sendo que os “nós” demarcavam os pontos específicos das construções, onde deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas, encaixes, representando, portanto, os pontos de sustentação.

Também fora utilizada, na Idade Média, como instrumento para medir e demonstrar dimensões e proporções da cúpula que se desejava construir através da sombra sabiamente provocada por uma luz.

Incontestavelmente ela é um elemento que pode ser composto pelos mais diferentes materiais e que tem a finalidade de prender, separar, demarcar ou em nosso caso “unir”. Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe medieval, que cercava o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local.

Uma das possíveis origens da “corda de 81 nós”, ocorre quando em 23 de agosto de 1773, por ocasião da palavra semestral em cadeia da união na casa "Folie-Titon" em Paris, tomava posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-Mestre da Ordem Maçônica, na França, onde estavam presentes 81 irmãos em união fraterna, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas.

Contudo encontramos ainda, na Sociedade dos Construtores (Maçonaria Operativa), que foi o embrião na Maçonaria como conhecemos hoje, a herança da “corda” que era desenhada no chão com giz ou carvão, fazendo parte alegoricamente parte de um Painel representativo dos instrumentos utilizados pelos Pedreiros Livres.

Agora nas reuniões maçônicas, seguindo o ritual, é pedido ao Irmão Guarda do Templo que verifique se o Templo está "coberto" em sua parte externa, das indiscrições profanas, somente iniciando os trabalhos após sua confirmação. 

Seguindo a isto a protetora Corda Maçônica saiu do chão e elevou-se aos tetos dos Templos, significando a elevação espiritual dos Irmãos, que deixaram de trabalhar no chão com o cimento e passaram a trabalhar no plano superior com o cimento místico que é a argamassa da Espiritualidade.

Esta corda é que oferece-nos proteção através da irradiação de energias pela "Emanação Fluídica" que abriga e sustenta a "Egrégora" (corpo místico) formada durante os trabalhos em Templo através da concentração mental dos Irmãos, evitando que ondas de energia negativa desçam sobre os presentes na reunião. As borlas separadas na entrada do Templo funcionam como captores da energia pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta energia sob forma leve e sutil quando de sua saída.

A estrutura dos “nós” (melhor denominados “laços”) representa o símbolo do infinito ∞ e a da perpetuação da espécie, simbolizando na penetração macho/fêmea, determinando que a obra da renovação seja duradoura e infinita.

Este é um dos motivos pelos quais os laços são chamados "Laços de Amor", por demonstrar a dinâmica Universal do Amor na continuidade da vida. Os átomos detêm toda a sabedoria do Mundo, porque ele gera e cria novas propostas para a evolução humana.

A Corda de 81 laços representa a laçada como um "8" deitado, lembrando ao Maçom que é preciso tomar muito cuidado para não puxá-la transformando a em nó o que significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir entre os Irmãos. Os 81 laços são apresentados nos Templos Escoceses do Brasil e Paraguai, cuja Maçonaria foi originada da nossa.

Depois de analisada a natureza dos símbolos, a disposição simbólica da “corda de oitenta e um laços” no Templo, assim como sua origem nesta sublime Instituição passemos a uma retida análise consoante ao número 81, representado através dos laços equidistantes, senão vejamos: Esotericamente, a “corda de oitenta e um laços” simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir, entre todos os Maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e objetivos da Maçonaria, que evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.

“Para que um símbolo se torne de fato um símbolo são necessárias várias interpretações, justificativas e significados” já lecionavam carinhosamente os “velhinhos” da ARLS “Barão de Ramalho”, e é dessa maneira que a máxima se justifica, vez que mais uma vez encontramos várias teorias acerca do tema proposto.

Nesse contexto, inicialmente abstrairemos o laço central que é a representação GADU entre seu passado e o seu futuro, representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado. Destarte passemos às laterais com 40 laços, e lembramos que este número marca a realização de um ciclo que leva a mudanças radicais.

A Quaresma dura 40 dias. Ainda hoje temos o hábito medicinal de colocar pessoas ou locais sob "quarentena" como se nela estivesse a purificação dos males antes existentes. Jesus levou 40 dias em jejum e tentações.

Os Hebreus vagaram 40 anos no deserto. Quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4). Quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28). Os 40 laços representam os 40 dias que Jesus usou para preparar-se para a morte terrestre e os 40 dias que ficou entre nós após a ressurreição, preparando-se para a Eternidade.

Ato contínuo analisemos as justificativas simbólicas no próprio número 81 que segue os princípios místicos da Cabala, senão vejamos: o número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número Perfeito, bastante estudado em Escolas Esotéricas e de alto valor místico, para todas as antigas civilizações; Três eram os filhos de Noé; Três os varões que apareceram a Abraão; Três os dias de jejum dos judeus desterrados; Três as negações de Pedro; Três as virtudes teolegais (Fé; Esperança e Amor). Além disso, as tríades divinas sempre existiram, em todas as religiões: Shamash, Sin e Ichtar, dos Sumérios - Osiris, Isis, Horus, dos Egípcios - Brahma, Vishnu e Siva, dos Hindus - Yang, Ying e Tao, do Taoísmo - Pai; Filho e Espírito Santo, da Trindade Cristã. Também não poderíamos deixar de citar a tríplice argamassa das oficinas Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

E ainda, os comportamentos humanos tem valores numéricos, de acordo com as letras de seus nomes. As letras são divididas em três grupos de 9 letras, cada letra com 3 chaves, a saber: o valor numérico que lhe é próprio; o som que lhe é próprio; e a figura que a caracteriza. Como temos nove variações comportamentais segundo a Psicologia, teremos 81 variações de comportamento. Podemos então dizer em estudo livre, que esta corda mostra também os 81 comportamentos que uma pessoa pode ter em uma existência, sendo então a representação do indivíduo e suas mudanças humorais.

No ritual do Grau 20 do Supremo Conselho do Grau 33 do Paraná encontramos uma explicação para os 81 laços; na página 35, ao perguntar-se o porquê dos 81 laços, responde-se que Hiram Abiff tinha 81 anos quando foi assassinado. Também encontramos no Artigo II da Constituição dos Princípios do Real Segredo para os Orientes de Paris e Berlim, edição de 1762; para se chegar ao Grau 25, naquela época, eram necessários 81 meses de atividades maçônicas.


A Cosmogonia dos Druidas, resumidas nas Tríades dos Bardos antigos, eram em número de 81 (as Tríades) e os três círculos fundamentais de que trata esta doutrina, tem como valor numérico o 9, o 27 e o 81, todos múltiplos de 3. Ragon, em seu livro "A Maçonaria Hermética", no rodapé da página 37, diz em uma nota, que segundo o Escocês Trinitário, o 81 é o número misterioso de adoração dos anjos.

Assim, segundo Oswaldo Ortega, da Loja Guartimozim de São Paulo, à luz do Esoterismo, ele cita que os 81 laços que estão no teto, portanto, próximos do céu, tem ligação com os 81 anjos que visitam diariamente a Terra, com mostram as Clavículas de Salomão, e se baseiam nos 72 pontos existenciais (os 72 nomes de Deus), da Cabala Hebraica modificada.

A cada 20 minutos, um anjo desce a Terra e dá sua mensagem aos homens. São 72 visitas no curso do dia, se levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24 horas, teremos 72 anjos. Agora, somando 72 anjos aos nove planetas que nos influenciam diariamente chegamos ao número 81.

Sabemos que estes anjos podem nos ajudar se os chamarmos pelos nomes no espaço de tempo que nos visitam. E eles estão representados no teto do Templo, através dos 81 laços.

Ponto finalizando encontramos ainda outra denominação à “corda”, ou seja, “Borda Dentada”, traduzida pela corda de nós (laços de amor) que rodeia o “Quadro de Aprendiz” (3 ou 7 laços), assim como o “Quadro de Companheiro” (5 ou 9 laços) terminada com uma borla em cada extremidade e que per si mereceria um estudo próprio.


Não obstante ao explicitado, a lição primordial que nos resta é que a corda é a imagem da união fraterna que liga, por uma cadeia indissolúvel, todos os Maçons, simbolizando o segredo que deve rodear nossos augustos mistérios, assim como representa a Cadeia de União permanente pela busca da proclamada Fraternidade, tão bem explicitada no Salmo 133.

Fabricio J. Machado

CONVERSA ENTRE MAÇONS


O trabalho da Maçonaria além do 3º Grau merece algumas considerações tendo em vista o reavivamento e a retomada, com força e vigor, dos Graus e Ordens de adiantamento maçônico, especialmente em Minas Gerais.

Houve época de intolerante “inspiração” forjada numa falaciosa interpretação dos Landmarks, que apregoava o bastante conhecimento de toda a Maçonaria na “plenitude” do 3º Grau.


Mas, o que dizem os Landmarks?

Landmark Nº2: “A divisão da Maçonaria Simbólica em três Graus é um Landmark que, mais do que nenhum, tem sido preservado de alterações, apesar dos esforços feitos pelo daninho espírito inovador.

Certa falta de uniformidade sobre o ensinamento final da Ordem, no Grau de Mestre, foi motivada por não ser o Terceiro Grau considerado como finalidade; daí o Real Arco e os Altos Graus variarem no modo de conduzirem o neófito à grande finalidade da Maçonaria Simbólica. Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reivindicou este antigo Landmark, decretando que a Antiga Instituição Maçônica consistia nos três primeiros graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo o Santo Arco Real. Apesar de reconhecido por sua antiguidade, como um verdadeiro Landmark, ele continua a ser violado.” 

Eu poderia encerrar este artigo aqui. Não precisaria dizer mais nada. Entretanto, requer a impaciência de alguns Mestres Maçons que o Landmark seja dissecado. Chamo a atenção de vocês para os seguintes elementos desse antigo preceito que nos obriga:

1) A divisão da Maçonaria em três Graus se dá apenas no simbolismo;

2) O daninho espírito inovador é que pretende encerrar no Grau de Mestre as instruções maçônicas;

3) O ensinamento final da Ordem não termina no Grau de Mestre;

4) São os Altos Graus do escocês (4º ao 33º) e o Real Arco que conduzirem o neófito à grande finalidade da Maçonaria Simbólica (da mesma forma os Graus Superiores dos demais Ritos regulares existentes na Maçonaria Moderna regular e aceita);

5) Essa organização da Maçonaria foi consagrada no início do século dezenove pela Grande Loja da Inglaterra ao decretar que a Antiga Instituição Maçônica consistia nos três primeiros graus, incluindo o Santo Arco Real.

Felizmente para a Maçonaria brasileira, em particular para os maçons de Minas Gerais, o simbolismo vem sendo beneficiado pelo ensinamento final da Ordem ministrado no Rito Escocês Antigo e Aceito e, mais recentemente, na introdução do Real Arco indispensável, em todos os sentidos, para a compreensão exata do que se dá nos rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

O descaso e o muxoxo daqueles da Grande Loja que foram afastados desses estudos pelas sombrias teorias do final dos anos 80, agora cede espaço a uma multidão de Mestres Maçons que, de livre e espontânea vontade solicitam o ingresso no Grau 4 do Rito Escocês e nos degraus iniciais do Real Arco.

Quando tive a honra de presidir a Loja de Perfeição já pressentíamos o crescente interesse dos Mestres Maçons nos Graus Inefáveis. O movimento foi crescendo em número de Irmãos e em desenvolvimento do Conhecimento sobre a grande finalidade da Maçonaria Simbólica.

Retornamos às nossas origens, pois todos os fundadores das Grandes Lojas eram participantes ativos dos trabalhos dos Altos Graus.

Tanto no Real Arco quanto nos Altos Graus do escocês, devemos esse impulso ao incansável trabalho dos Irmãos Carlos Roberto Roque (Membro Efetivo do Supremo Conselho do Grau 33º), Rodrigo Otávio dos Anjos, José Amâncio de Lima e tantos outros corajosos Irmãos que abdicam dos folguedos dos finais de semana para trajarem seus mantos ritualísticos conduzindo a multidão desses Mestres que vêem somar esforços na construção da Nova Maçonaria.

Já não somos “alguns”, mas os MUITOS que participam dessa virada; a Maçonaria está mudando para os que têm olhos de ver.
– No “sistema americano” (Real Arco) a liderança entusiástica do amigo e Irmão João Guilherme Ribeiro é fator de decisão nessa jornada vitoriosa.

– No “sistema inglês” (Arco Real), do qual também tenho a honra e satisfação de participar, a entusiástica liderança e comando vêm do também amigo e Irmão Wagner Veneziani Costa. 

Para terminar, e noutras palavras, leiam novamente e reflitam sobre o que diz o Landmark Nº2.  

– Quantos e quais são os Graus da Maçonaria?
– As instruções do Mestre Maçom terminam no Grau de Mestre?
– Qual é o ensinamento final da Ordem?
– Qual é a grande finalidade da Maçonaria?
– Como isso é levado a efeito nos países estrangeiros?


AUTOR: José Mauricio Guimarães

A INICIAÇÃO


“Ser maçom, não é direito; é recompensa”

A iniciação maçônica é um ato definitivo, na vida de um profano prestes a ser tornar maçom. Não existe outra experiência igual.  Ela é única, e, se não for bem conduzida, plena de emoção e respeito por parte dos envolvidos nesse ato, é possível que o recipiendário não vivencie ou não sinta intensamente cada movimento, passos, ruídos, sons e odores, no desenrolar da cerimônia.

Essas sensações formam um conjunto de sentimentos que podemos chamar de “sensações iniciáticas”. A iniciação tem mais que emoção e sentimento em si, do que se pode imaginar, e cada um reage à sua maneira, de acordo com sua sensibilidade e percepção.

O silêncio e a seriedade no ambiente devem ser impecáveis, para que todos, em especial, os neófitos possam assimilar o que está acontecendo. Os que conduzem a cerimônia devem se compenetrar da importância do ato, e os presentes têm a obrigação de colaborar, para que tudo saia à perfeição, pois nesse momento, a Egrégora está formada e o ambiente deve ser envolvente e harmonizado para que se possa “ouvir” o silêncio.

A impostação de voz deve ser observada e treinada antes, especialmente pelo Venerável e os Vigilantes, que não podem atropelar a leitura, nem tartamudear. O neófito, em estado de quase transe, precisa que tudo tenha clareza para melhor ouvir e compreender, pois depois de horas privado da visão, ele está psicologicamente desgastado e com dificuldade de entendimento. 

Um irmão de minha Loja Mãe, homem culto, escritor e maçom puro, diz foi de tal forma envolvido, e como num arrebatamento, sentiu uma leveza de espírito que o fez CONHECER DEUS, no dia de sua iniciação.  Abordo esse assunto, pois sabemos que ainda, em pleno no século XXI alguns maçons insistem em transformar a sessão magna de iniciação num ato ridículo, fazendo o profano esperar de terno e gravata, numa praça pública num dia de sol escaldante, à vista de todos, à espera de seus “algozes”.

Creiam ainda se usa a famigerada tábua de pregos num ato de covardia contra um profano amigo, que vendado e semi nu, não pode se defender dessa atitude covarde, nem identificar que assim age. Essa é uma prática medieval. Anos atrás, em viagem, fui a uma Loja e vi numa iniciação, galhos dentro do templo, que eram esfregados nas pernas, costas e peito do iniciando, numa galhofa para divertir os presentes. E todos riam. Mais ainda, alguns “maçons de ocasião”, mostram seu lado obscuro, e chegam a levar o profano à noite no cemitério onde é recebido por alguém com uma crânio de animal pendurada no pescoço, numa cena ridícula, numa demonstração de total falta de respeito ao seu semelhante, naquele momento tão importante de sua vida. Isso não é comportamento de homem livre, ou minimamente civilizado. Incrível, como alguns se comportam tão mal maçonicamente, transformando o Templo num quase picadeiro.

O interessante é que esses maçons foram por nós escolhidos entre os melhores homens de nossas relações, por seu comportamento ético e moral.  Agora mestres maçons, (ou pseudos) como podem eles se comportar assim? Coisa que nunca fizeram em casa, nem no trabalho, com ninguém, agora num comportamento idiota, praticam.  O que houve com o caráter deles?  Sugiro formar um grupo de estudo do Ritual, para mostrar que essa gente que tal ação não faz parte da Iniciação.  Imaginem o que pensaria a esposa de um candidato ao saber que seu marido, teve que se sujeitar a essa troça, um escárnio inaceitável.

Se o candidato não sentir as mensagens transmitidas na iniciação, seu ingresso na Ordem poderá resultar num retumbante fracasso com mais um faltante crônico, às sessões de sua Loja.  Uma iniciação mal feita, pode apenas revestir com o avental maçônico um eterno profano.  

A cerimônia de iniciação pode ser vista como uma teatralização, mas não como um show barato de circo mambembe.  A cerimônia da iniciação é a mais importante atividade maçônica e deve ser realizada entre irmãos reunidos em absoluto segredo, e tomados pelo mesmo sentimento de amor, que só os iniciados nos Augustos Mistérios são capazes de sentir.

Ir.´. Laurindo Roberto Gutierrez
Loja Brasil de Pesquisas Maçônicas – Londrina – PR
Loja de Pesquisas Maçônicas Francisco X. Ferreira- Porto Alegre

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