EGRÉGORA. AFINAL . . . EXISTE?


Quem tem ouvido para ouvir ... Que ouça.
Quem tem olhos para ver ... Que veja.

Muita polêmica tem sido gerada em torno deste assunto simples, mais simples do que aparenta. O termo EGRÉGORA, assim como tantos outros, não consta de dicionários, ainda. Digo ainda, porque vários termos que não constavam nos léxicos, hoje figuram e quem sabe mais uns 100 ou 200 anos, estarão dando espaço para outras palavras ou até, a mesma palavra, com um sentido diferente.

Entretanto, mesmo sem figurar em dicionários, o significado, o sentido expresso pela “egrégora” nos dias atuais, é uma realidade. Sempre existiu e continuará existindo, independente do nome que viermos a usar para denominar o resultado.

Vou usar um exemplo-comparativo para explicar melhor o assunto.

Tudo no Universo é som, é vibração. O ser humano só ouve os sons (vibração ) de 20 hertz a 20.000 hertz ( em média ) que vai decrescendo com o avançar da idade, podendo chegar a 16.000 hertz ou menos.

Abaixo de 20 hertz, chama-se infra-som e acima de 20.000 hetz, chamamos de ultra-som.

Uma quantidade inimaginável de ondas (sons, vibração) percorrem a atmosfera terrestre sem nos darmos conta, pois para nós são imperceptíveis, embora existam.

As ondas ou vibrações mais conhecidas, são: onda curta, onda média e onda longa, relacionadas ao rádio, que são de 30 quilohertz (muito baixas) a 300 mil megahertz (extremamente altas). Estas são agrupadas e classificadas de acordo com a frequência em que transmitem.

E evolução tecnológica descobriu que existem outros meios de transmissão além do eletromagnético, sendo muito usado hoje o da luz infravermelha – nos aparelhos com controle remoto.

Vamos nos deter num aparelho de controle remoto de portão, bastante comum hoje.

Quando apertamos o botão do controle, fazemos a luz infravermelha piscar, enviando um sinal de ondas de 315 megahertz até 433 megahertz, convertido em comando pelo aparelho ao qual se destina.

Esse equipamento recebe os sinais e identifica o código enviado. Para evitar interferências em outro aparelho, três códigos são enviados simultaneamente: o código da tecla em questão; esse mesmo código, invertido; e, finalmente, o código do fabricante do aparelho.

Sabemos que funciona esta emissão de sinal, pois o resultado é o movimento do portão.

Cada um de nós, é como se fossemos um aparelho de controle. A emissão da onda, da frequência mais alta ou mais baixa, dependerá única e exclusivamente de cada um e do local freqüentado, ou seja, não vamos num motel para orar e nem muna casa de orações para “transar”.

Emitiremos uma frequência baixa quando estivermos sendo materialista em nossa ação, e nosso sentimento no ambiente frequentado. Quanto mais elevada nossa ação, sentimento e pensamento; maior será a frequência vibratória, sendo “baixa” ou sendo “alta”, essa vibração vai impregnando o ambiente, e quanto maior a força geradora destas vibrações e maior o tempo decorrido na impregnação, maior será a força, seja no espaço preenchido e nos próprios móveis contidos neste espaço.

Não podemos esquecer a lição legada por Jesus, o Cristo: Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, entre Eles estarei.

A força geradora desta frequência será maior se cada um de nós (cada aparelho de controle-emissor) atuar com os três canais: ação, emoção e pensamento elevados. Isto não pode ser descrito, é necessário ser vivido, o que é muito pessoal, muito particular.

Cada um só poderá externar e refletir conforme seu crescimento interior, alguns vêem a ação do Criador no crescimento das flores, da grama, nos insetos, etc., outros apenas nos seus semelhantes e outros ainda em lugar algum.

O mundo que nós vemos é apenas o reflexo do nosso próprio referencial interno, as ideias predominantes, desejos e emoções arraigados em nossas mentes.

Olhamos para dentro e decidimos o tipo de mundo que vamos ver.

Fazemos com que ele seja verdadeiro através de nossas interpretações.

Assim, verdadeiro para cada um de nós é o que podemos ver, ouvir, constatar; não importando muito a existência de outras frequências (som, vibração ) mais altas ou mesmo as baixas - não as sinto, não as vejo, logo não existem – este é o modo de pensar da maioria dos homens.

Cada aparelho de controle-emissor deverá tornar-se também um receptor, saber ajustar-se a frequência necessária para visualizar em forma de cor as vibrações existentes e impregnadas nos diversos locais frequentados pelo homem.

Para finalizar, transcrevo de autor anônimo, um conto para reflexão:

Um rei mandou seu filho estudar no templo de um grande mestre, com o objetivo de prepará-lo para ser uma grande pessoa.

Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta.

Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever todos os sons da floresta.

Retornando ao templo, após um ano, o mestre lhe pediu para descrever todos os sons que conseguira ouvir.

Então disse o príncipe:

"Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus..."

E ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse a floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível.

Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu a ordem do mestre, pensando:
"Não entendo, eu já distingui todos os sons da floresta..."

Por dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo... mas não conseguiu distinguir nada de novo alem daquilo que havia dito ao mestre.
Porem, certa manha, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes.

E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam.
Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz.

Pensou: "Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse..."

E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente.

Queria ter certeza de que estava no caminho certo.

Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir. Paciente e respeitosamente o príncipe disse:

- Mestre, quando prestei atenção pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da noite...

O mestre sorrindo, acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse:

- Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma grande pessoa.

Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus
sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor; entender o que está errado e atender as reais necessidades de cada um.

O Final de uma relação começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem se atentarem no que vai ao interior das pessoas para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais.

“É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois é o lado do ser humano...”

Hiran Luiz Zoccoli  M.’.I.’.
Museu Maçônico Paranaense


OS DIVERSOS TIPOS DE MAÇONARIA



No passado surgiram oficinas que, sem deixar a prática dos Princípios Universais da Maçonaria, direcionaram seus trabalhos com foco específico em decorrência dos interesses do grupo, do momento histórico, da ação social pretendida e em função do meio e da época...

Os registros históricos indicam que, desde o seu surgimento, a Maçonaria defende a liberdade de pensamento, o trabalho livre, a liberdade religiosa e está sempre ao lado dos interesses do povo. A Maçonaria glorifica Deus, o Único Todo-Poderoso Criador do Universo, a quem chama de Grande Arquiteto do Universo (G.:A.:D.:U.:).

Utilizando como símbolo universal, o Esquadro, representando a Lei, e o Compasso representando a Justiça, entrelaçados no centro com a letra G (o Geômetra), temos o significado da aspiração máxima da Maçonaria:- A Lei e a Justiça de Deus sobre todos os homens.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática e cultural de livres pensadores. O ingresso na instituição obedece a rigoroso processo e, participar do quadro de obreiros de uma Loja é uma sorte, um privilégio concedido ao candidato que for julgado digno, livre, sensível ao bem e crente em Deus.

Pode-se dizer que a Maçonaria é composta basicamente de três elementos: O Iniciático; o Fraternal e o Humano. Nos dois primeiros elementos, ou seja, no Iniciático e no Fraternal reside a essência do espírito maçônico. A Ordem é a mesma, sempre e em qualquer lugar do mundo.

Já no terceiro elemento, ou seja, o Humano, a Maçonaria apresenta diferentes aspectos em decorrência da mentalidade de seus membros influenciada pelo meio em que vivem e, também, pelas circunstâncias políticas, econômicas, religiosas ou históricas. Mesmo assim, gira em torno de uma só idéia – a tolerância.

Portanto, a Maçonaria nunca se apresenta como a dona da verdade. Não impõe dogmas. Muito pelo contrário. Seus membros têm o livre arbítrio. O livre pensar.

Por se encontrar unida espiritualmente em seus diversos princípios a Maçonaria se tornou uma Instituição Universal. Entretanto existe, sob a ótica material e institucional, uma profunda divisão advinda do próprio sentimento maçônico que prefere a adesão crítica à adesão cega, ignorante e irracional.

Em 1717, foram materializadas as Obediências que são potências autônomas e independentes, pois não há governo central da Maçonaria. Muitas delas, apesar de comungarem alguns princípios, não mantêm um contato ou relacionamento entre si, existindo, até mesmo, obediências que estão de relações suspensas ou cortadas. Não obstante isto, a união espiritual está sempre presente entre os maçons principalmente no que tange ao espírito dos rituais e dos Graus Simbólicos, que é o mesmo em toda à parte, por maiores que sejam as divergências verbais e dos ritos entre graus idênticos, trabalhados por obediências diferentes.

Antes, as Lojas eram livres não havia subordinação a grandes lojas ou grandes orientes. Hoje, muitas lojas estão voltando às origens, assumindo uma postura de liberdade e independência, buscando praticar a maçonaria de forma pura, solidária e fraterna, com prioridade na elevação do espírito, na busca do conhecimento, valorização do homem como um todo, rumo à paz e ao progresso, despida de vaidades e egoísmo.

Ora, em sendo a Maçonaria apologista do livre pensar, da investigação científica, da procura da verdade, nada mais natural que cada irmão, com o passar do tempo, procurasse fazer parte de lojas onde os seus anseios, a sua procura, o seu modo de ser se identificassem. Daí surgiram oficinas que, sem deixar a prática dos Princípios Universais da Maçonaria, direcionaram seus trabalhos com foco específico em decorrência dos interesses do grupo, do momento histórico, da ação social pretendida e em função do meio e da época.

Perquirindo a literatura maçônica, vamos encontrar os seguintes tipos de maçonaria:

A MAÇONARIA INICIÁTICA
É o ingresso na Ordem Maçônica quando o Aprendiz recebe, de forma simbólica, o Cinzel e o Maço instrumentos de trabalho e que o levarão à pesquisa esotérica, no sentido místico.

Cabe observar que o simbolismo é uma das ciências mais antigas do mundo. Através dos símbolos, os povos primitivos se comunicavam e registravam sua história. O verdadeiro símbolo é aquele que pode ser interpretado por diversos ângulos, de acordo com a capacidade intelectual e emocional de cada um.

De acordo com a Encyclopaedia de Mackey, “a maçonaria é um sistema de moralidade desenvolvido e inculcado pela ciência do simbolismo”.

O Cinzel é o Instrumento do grau de Aprendiz. Representa o intelecto e sugere o trabalho inteligente. Simbolicamente, serve para desbastar a pedra bruta da personalidade.

Já o Maço, ou Malho, representa a ferramenta para, alegoricamente, desbastar a pedra ou educar a agreste e inculta personalidade para uma vida ou obra superior. O malho simboliza a vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e superar os obstáculos.

A MAÇONARIA FILOSÓFICA E A MAÇONARIATEÍSTA
A Maçonaria congregando todas as manifestações do pensamento humano está sempre a procura da Sabedoria e da Luz que ilumina e dirige tanto o Macrocosmo como o Microcosmo. Neste contexto, ela mergulha em busca de conhecimentos estudando a História das Religiões, da Filosofia e a História e Evolução da Humanidade. Assim, são as Lojas Filosóficas, dos altos Graus e as Lojas em que os Irmãos se dedicam aos estudos religiosos, místicos e espiritualistas, construindo uma rede que une todas as correntes do pensamento humano.

A MAÇONARIA FRATERNAL OU CLUBISTA
As lojas deste segmento têm uma postura mais de clube social, de confraternização entre seus membros, apesar de realizarem programas de grande alcance humanitário.

Nos casos da espécie, hão de se ter as cautelas necessárias para que a oficina não se transforme apenas numa associação longe dos objetivos maiores da maçonaria como “Ordem” e Instituição que busca, através da simbologia de seus rituais e no esoterismo, o caminho que leva ao conhecimento e à evolução do ser humano.

A MAÇONARIA BENEFICENTE
Caracteriza pela postura humanística e filantrópica assumida pelos obreiros, alicerçada na tríade fé, esperança e caridade. Compromissados com a melhoria das condições de vida do ser humano, a ação destes Irmãos não se restringe ao mundo maçônico, mas, quase sempre, dão assistência material e espiritual também aos profanos e a todas as pessoas menos favorecidas, que foram abandonadas pela sociedade, esquecidos pelos políticos e que estão por toda a parte, nas ruas, sob as pontes e viadutos, levando uma vida indigna e desumana.

A MAÇONARIA POLÍTICA
A Maçonaria Política consiste na ocupação de espaços na sociedade, participação, atuação cívica e representatividade.

A maçonaria está sempre presente na nossa história. Destacou-se, inicialmente, entre alguns revolucionários da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana no final do século XVIII, período em que assumiu uma posição avançada, representando um importante centro de atividade política, difundindo os ideais do liberalismo anticolonialista. 

Sua influência cresceu consideravelmente durante o processo de formação do Estado Brasileiro, onde apareceu como uma das mais importantes instituições de apoio à independência, permanecendo atuante ao longo de todo período monárquico no século XIX.

A participação da Maçonaria na política está na sua própria razão de ser. A política desinteressada, conduzida com honestidade encontra guarita dentro das aspirações maçônicas e dos princípios de nossa Lei Maior, ou seja, a construção de um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.

A MAÇONARIA CONSPIRATÓRIA
Ao longo de sua existência a Maçonaria teve que superar enormes obstáculos advindos das perseguições religiosas, políticas e, até mesmo, de incompatibilidades surgidas entre os seus membros no curso da sua evolução histórica.

A crença de que não existe verdade pétrea, que a vida é um aprendizado constante e, a cada segundo, conceitos são mudados, novas descobertas são anunciadas, fazem com que o verdadeiro maçom tenha o dever de investigar com habilidade, bom senso, sabedoria e procurar a Verdade com vistas à construção de um futuro melhor, mais humano e que a paz seja alcançada.

Desta forma, onde houver um ditador e uma ditadura haverá alguém se opondo. Este alguém poderá ser um maçom ou contar com o apoio da maçonaria. Enquanto a Maçonaria defender a liberdade do ser humano será sempre um alvo de perseguições e intolerâncias. Porém, a Maçonaria e o Ideal Maçônico já provaram que podem ser amordaçados, mas nunca emudecidos.

Finalmente, podemos dizer com toda tranqüilidade que ao trazerem para a Loja as suas características pessoais os irmãos constroem um ambiente com o qual se identificam, tornando os trabalhos mais eficientes e eficazes, mas sempre respeitando os símbolos e praticando os rituais de acordo com os mandamentos maçônicos.

Concluindo, gostaria de homenagear um personagem histórico que é bastante caro e importante a toda Ordem Maçônica. Assim, peço vênia ao grande poeta de além mar, Fernando Pessoa para, fazendo minhas as suas palavras, dizer que o maçom deve:

Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, e combater, sempre e em toda a parte os seus três assassinos: a IGNORÂNCIA, o FANATISMO e a TIRANIA.

IIr.`. Romulo Ferreira Diniz
Antonio Carlos Garcia

ARLS Retidão e Sabedoria 685 - GLESP
Ritual de Emulação


O NOVO DESPERTAR - ÁLVARO PALMEIRA E A CONSOLIDAÇÃO DO RITO BRASILEIRO


Quando Álvaro Palmeira assumiu o seu mandato, em 1963, o Rito Brasileiro apresentava o seguinte cenário:

a) Era um Rito reconhecido e incorporado ao Grande Oriente do Brasil, reconhecido, consagrado e autorizado pela Soberana Assembléia e tinha a sua Constituição adotada e incorporada ao patrimônio legislativo do Grande Oriente do Brasil;

b) Ocorreram duas tentativas para a sua implantação definitiva, uma em 1921, em São Paulo e outra em 1940, na antiga Guanabara, com a publicação de alguns Rituais e fundação de algumas Lojas;

c) As lojas surgidas em diversos Orientes, tanto naquele período inicial e outras mais recentemente, fracassaram pela falta de Rituais completos e ausência de governo no filosofismo do Rito;

d) Dois Atos haviam sido baixados pelo Soberano Grão-Mestre Geral, em 1940, o de nº 1.617, relacionado com a constituição do núcleo do Corpo Máximo do Rito Brasileiro (Supremo Conclave), e o outro, o de nº 1.636, que designava uma comissão para sua regularização;

e) Vários IIr de relevo, depois de 1940, haviam sido agraciados com o mais alto Titulo do Rito, ainda que o Supremo Conclave, logo adiante,  viesse adormecer;

f) Havia, nessa época, um interesse manifesto pelo Grão-Mestrado, em promover uma reformulação na Maçonaria no sentido de ela corresponder às exigências do momento vigente, e o Rito Brasileiro, por seu conteúdo, era o que possibilitaria a interação da Maçonaria Contemplativa à Maçonaria Militante, respeitando o alto conteúdo doutrinário da Instituição.

 A Igreja Católica era o exemplo marcante de que era possível a uma instituição que cultiva a tradição, ser evolutiva no atendimento das necessidades conjunturais da sociedade;

g) Em março de 1968, infelizmente, não havia nenhuma Loja do Rito Brasileiro do Grande Oriente do Brasil em funcionamento, encontrando-se o Rito até então adormecido.

Assim, o Soberano Grão-Mestre Geral Álvaro Palmeira, considerando o cenário existente, e o desejo insistente de numerosos IIr em vários Orientes, de trabalharem no Sistema do Rito Brasileiro, que vinham de encontro aos seus próprios anseios, e contando com o apoio  e a aprovação unânime dos IIr do Conselho Federal da Ordem, desencadeia o processo de implantação regular do Rito Brasileiro, ao baixar o Decreto nº 2.080, de 19 de março de 1968, que teve o intuito de renovar os Superiores  Objetivos do  Ato nº 1.617, de 03 de agosto de 1940, como marco inicial da efetiva implantação  do Rito Brasileiro, e determina a constituição de uma Comissão Especial, composta por 15 Poderosos Irmãos, com a finalidade de reverem, com plenos poderes, a Constituição do Rito Brasileiro, publicada pelo Grande Oriente do Brasil, em 1940, de modo a colocar o Rito rigorosamente em acordo com as exigências Maçônicas da Regularidade Internacional, fazê-lo Universal, separar o  Simbolismo  do Filosofismo, e tornando-o um  verdadeiro veículo de renovação da Ordem, conciliando a  Tradição com a Evolução.

Participaram desta Comissão os EEm IIr Benjamim Sodré, Grão-Mestre Geral Honorário e Erasmo Martins Pedro, Grão-Mestre Adjunto, e mais os PPod  IIr Adhmar Flores, Alberto Alves Sarda,Álvaro de Mello Alves Filho, ARdvaldo Ramos, Cândido Ferreira de Almeida, Edgard Antunes de Alencar, Eugênio Macedo Matoso, Humberto Chaves, Jorge Bittencourt, Jurandyr Pires Ferreira, Norberto Santos, Oscar Argollo e Tito Ascoli de Oliva Maya.

O Professor Álvaro Palmeira se designou Assessor desta comissão, orientando seus trabalhos, inclusive na redação da nova Constituição do Rito, aprovada em 25 de Abril de 1968. Nela, os quatro Títulos de Honra, constantes na Constituição de 1919, transladaram-se para as quatro Oficinas Litúrgicas: Sublimes Capítulos - Mestres e Cavaleiros, Graus 4 a 18; Grandes Conselhos - Missionários, Graus 19 a 30; Altos Colégios - Guardiões do Bem Público, e do Civismo, Graus 31 e 32; e Supremo Conclave - Servidor da Ordem e da Pátria, Grau 33.

A Comissão constituída se esforçou para por o Rito em ordem, porque ele já era Legal, Regular e Legítimo.

A Magna Reitoria inicial tinha como Grande Primaz de Honra o IrAlmirante Benjamim Sodré.  O primeiro Grande Primaz de Ofício foi o Ir Humberto Chaves, seguido pelos IIr Adhemar Flores, Cândido Ferreira de Almeida. O atual Grande Primaz Nei Inocêncio dos Santos, assumiu o cargo, no fim da década de oitenta, com total apoio de Álvaro Palmeira, do qual foi seu assessor direto.

O cargo de Grande Instrutor do Rito foi desempenhado, em 1968, pelo Ir Professor Álvaro Palmeira, responsável pela regularidade Maçônica do Rito e pela exação dos Rituais.

Palmeira, como Soberano Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, moldou o Rito, na área doutrinária e intelectual, na esfera do conhecimento. Em 1968, ele deu estrutura ao Rito e escreveu todos os nossos Rituais Simbólicos e Filosóficos, exceto os Rituais dos Graus 15, 19, 29 e 33, de autoria dos Eminentes Irmãos Antônio Carlos Simões (15 e 33), Dagoberto Sérvulo de Oliveira (19) e Fernando de Faria (29).

CONCLUSÃO
A criação do Rito Brasileiro engloba uma história de ideais, enfatizando que "a  Maçonaria é universal, mas o Maçom tem uma Pátria". Assim, o Rito Brasileiro vem atender as peculiaridades sócio-geográficas que influenciam o Maçom Brasileiro.

Álvaro Palmeira propôs a Maçonaria Social, que remete à maçonaria Universal, a Quarta fase, ao Quarto Período, ao Quaternário. É a Maçonaria dinâmica, participativa, ecológica, preocupada com a sorte da Humanidade. É o Renascimento maçônico, no que a Ordem possui de mais belo e profundo: o Conhecimento e a Fraternidade - esta é a missão destinada ao Rito brasileiro, ideal máximo de Álvaro Palmeira.

Fonte Site: www.supremoconclave.com.br




INICIAR UMA NOVA JORNADA NA VIDA DO HOMEM



No inicio da humanidade o homem teve o privilégio de ser o principal animal do planeta, dotado de raciocínio próprio e o Supremo Arquiteto do Universo abençoou com o Lívre Arbítrio.

A inteligência humana foi a responsável  por vários desvios de conduta da humanidade, mas já se travava uma batalha do bem contra o mau, onde nessa guerra sugiram grandioso, teólogos, filósofos. Sacerdotes, etc. Que se tornaram valiosos lutadores, os guerreiros do bem e da justiça.

Com esses pensamentos voltados para o bem social, criaram uma sociedade onde apresentava duas fases, a operativa e a especulativa, onde a segunda seus adeptos são homens de pensamentos.

Tendo um alheio conhecimento da Ordem Maçônica, onde na verdade tudo estaria na obscuridade, recebi o convite e pude refletir que estava dando um novo passo na minha historia.

Chegado o dia em que me preparei para a minha iniciação, onde tudo seria novo, adentrei no prédio e pude na verdade concretizar meu pensamento de que tudo era inédito na minha vida, me foi tirado à visão repentinamente, pensei e agora, seja o que Deus quiser, limitei somente a concentrar-me no meu objetivo, colocando pensamentos positivos, para não deixar também minha mente na escuridão. O desejo de mudança social e espiritual era tremendo, e que todo barulho ao meu arredor era meramente um obstáculo, onde eu me encontrava preparado para superá-lo.

Passado bom tempo em um lugar incerto, ouvi a voz de um colega que me deixou tranquilo, era do meu Amigo e agora Irmão Carlos Rios.

Quando fui levado a fazer umas viagens, o momento mais importante e a hora de maior reflexão principalmente quando ecoava uma voz com perguntas e respostas: “como pode ele conceber tal propósito”, imediatamente outra voz respondia “ele é livre e de bons costumes”, nessa hora passa um filme na mente, que responsabilidade agora me proponho, mesmo sem a luz, tinha-se a impressão que estava fazendo a viagem mais importante da vida, a importância da água do fogo, onde a água purificava do mundo e o fogo queimava e destruía os obstáculos que teria no porvir, abrindo os caminhos para o renovado processo de compromisso com o nosso próximo mais próximo.

Com o advento da luz, acendeu a chama do compromisso da responsabilidade, que aquele antigo profano, agora já transformado em neófito, estaria agora compromissado com três elementos esteio da Ordem, Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Hoje novinho me encontro em processo de regeneração, convicto que a marca de um legitimo obreiro da humanidade, é possuir o Coração sensível ao bem.

Concluo sugerindo que toda renovação de qualquer sociedade organizada, deverá haver um acompanhamento dos seus mestres, para que possa edificar verdadeiramente o obreiro na causa primordial da nossa Ordem.

Que, S:.A:.D:.U:.; possa nos conduzir e dar-nos a verdadeira direção para o nosso crescimento, dentro de nossa missão altruística, em nossa luta inglória em favor da Liberdade, Igualdade e da Fraternidade.

 Encerro com uma frase de um pensador e filosofo Alemão “A ação mais alta da vida livre, é nosso poder para avaliar os valores”.

Paulo Henrique da Silva - A:. M:.
A:.R:.L:.S:. São João da Escócia - 1587
Coroatá – Rito Brasileiro - GOB


PERSEVERANÇA MAÇÔNICA


O conhecimento é a arma fundamental para o maçom desbastar a pedra bruta com objetivos equilibrados.

Na composição da loja por suas luzes tem o papel importante no processo inicial do irmão, são os espelhos da ordem.

   Um dos primeiros aprendizados é adequar-se as vestes maçônicas, que é verdadeiramente a submissão as suas vontades.

  Avental do aprendiz - Abeta levantada serve para que o aprendiz busque o equilíbrio necessário de um iniciado na ordem, na história tem a função pratica de proteger o trabalhador, mas na ordem tem o objetivo primordial que é vestir, cobrir, proteger a nudez profana do verdadeiro maçom.

  Andar em loja – Deslocar-se em loja é regra; nesse sentido é fazer novos progressos, sepultar os vícios e trilhar caminhos empunhando a espada da liberdade, igualdade e fraternidade.

  A submissão as luzes traz um fantástico conhecimento ao aprendiz, mas temos percebido que materiais didáticos tem flexibilizado nossa ordem, pode ser benéfica, mas com certeza devemos ter cautela, vejamos; ilustrado a pagina 312 do Rito Brasileiro – 2009 em seu item 2 relata que o cruzamento da coluna sul/norte não se faz mas qualquer sinal próxima as colunas; perdendo um pouco o modelo de submissão que dignifica nossa ordem.

  Todo mundo pode aprender, em tempos diferentes, de forma diferente, e com estímulos diferentes, a habilidade racional se desenvolve de forma mais intensa quando a gente sabe o porquê memorizamos, decoramos ou trabalhamos em uma matéria, se a gente não encontra finalidade para o que estamos aprendendo, é muito cruel a gente  aprender uma coisa, por fim não saber para que o aprendizado vá servir que relação tem o aprendizado com minha vida, Irmãos paciência é uma virtude para reconhecimento do propósito de um ser humano.

Finalizo com uma reflexão, para que todos os IIr.`. MM.`. tenha a certeza que a pescaria por mas árdua que seja sempre foge um peixinho, muita das vezes o mais aguerrido, o mais frondoso e nem sempre o mais fraco.

Ir.`. Paulo Henrique da Silva - A.`.M.`.
A.'.R.'.L.'.S.'. São João da Escocia III n° 1587 - GOB 
Or.`. de Coroatá - Maranhão



SER MAÇOM SEM SÊ-LO




Existem muitos homens que nunca viram o piso de um templo maçônico, são maçons sem avental cujo comportamento probo e valioso para a sociedade os faz agirem quais obreiros da pedra...

É possível ser maçom sem sê-lo? A pergunta é comum. Para o maçom é motivo de séria reflexão em si mesmo. Como responderia o homem treinado nas coisas da Arte Real?

Poderia formular o seguinte raciocínio?

Já viu em algum lugar uma estátua representando uma pessoa vigorosa portando um malho e um cinzel a esculpir-se de dentro de uma pedra?

Esta é a representação simbólica da auto-educação da Maçonaria. Não é fácil explicar o funcionamento do processo. Também não constitui segredo. Em resumo a educação maçônica pode apenas ser vivida; é resultado de salutar convivência. Para dar uma ideia superficial do que ocorre na Maçonaria é interessante imaginar o homem em sua origem e de como ele provavelmente construiu sua convivência social.

Na era do homem da caverna, quando o sol se colocava no horizonte, acendiam-se fogueiras para aquecer, assar alimentos e iluminar o ambiente.

Ao redor destas fogueiras reunia-se a tribo. Trocavam idéias do cotidiano, da caça, da colheita, dos perigos, e passavam conhecimentos novos de uns para os outros.

Nestas reuniões, pelo debate, por conversas, em resultado de atos judicativos, e outras comunicações verbais, cada um desejava sobressair-se ao outro com vistas a estabelecer sua vontade, e principalmente, de obter a aprovação dos demais membros do clã, de identificar-se.

Esta necessidade de aprovação do grupo fazia com que o indivíduo se adaptasse ao grupo e aceitasse códigos de ação e conduta que o identificassem.

Trocavam segredos, confidências de novas técnicas de caça e truques para os mais diversos fins. Quem traísse tais segredos e os divulgasse a outros de fora do grupo, no mínimo seria expulso do clã, quando não o matavam. Isto foi usado por tanto tempo que acabou gravado indelevelmente nos genes do homem, e assim, passa de geração para geração.

O indivíduo, ao forçar uma modificação em si mesmo, às vezes até contra suas próprias inclinações, praticava o que se faz numa loja maçônica; se auto-educava; é o que significa a alegoria do escultor de si mesmo.

O que ocorre dentro da loja é esta força do grupo sobre o indivíduo. Há quem o designe uma força mística. Mágico mesmo é quando se observam pessoas a se modificarem gradativamente para o bem, e isto sem que elas o percebam.

O grupo reunido é uma força poderosa para modificar pessoas. - Somos seres sociais por excelência! Sociais porque o grupo exerce uma força incrível sobre cada um de seus membros. Isto é verificável nos grupos de jovens: usar "piercins", cortar cabelo de forma bizarra, tatuagem, e outros sinais de identificação externa, são apenas algumas das modificações forçadas pelos seus iguais.

Transfira-se isto para características internas de valores e princípios, espiritualidade, emoções e tem-se o que ocorre dentro de uma loja maçônica. É por isso que não tem como aprender Maçonaria a partir de livros; estes possuem apenas conhecimento, informação; e isto não é educação. Para tal é necessária a convivência.

A escola que só transmite conhecimento sem o aporte de princípios, valores e virtudes, não educa, e às vezes sequer transmite conhecimentos.

Transmitir conhecimento não é educação. Informação serve quase que exclusivamente para prover o sustento. E como existe apenas a auto-educação, cada um só muda quando decide e age para estabelecer uma mudança.

E quando esta alteração no seu eu (self) tem o apoio do ego (livre arbítrio) tem-se a auto-educação pura e proativa. É sempre orientada para o bem porque a auto-educação exige sempre sacrifício, sair da zona de conforto e partir para a ação contra a tendência natural de aderir a vícios, exige força de vontade hercúlea.

Sozinho é difícil, mas não impossível. Em grupo a tarefa é facilitada exatamente pela pressão advinda da reunião de diversas pessoas, da energia do pensamento emitido pela coletividade; é genético. O estímulo vem sempre dos irmãos maçons; membros do mesmo grupo social influenciam seus iguais; é um provocando o outro para o bem.

E como se tratam quais irmãos, demonstram profundo amor entre si, o perfeito vínculo de união, é certo que onde se reúnem, manifesta-se aquilo que conhecem pelo conceito de Grande Arquiteto do Universo; espírito que permite reunir numa mesma sala pessoas das mais variadas linhas de pensamentos e religiões para discutirem assuntos da sociedade sem que se matem. É uma grande ideia; a maior herança que a Maçonaria recebeu do Iluminismo Francês.

É possível ser maçom mesmo sem portar avental, o símbolo do trabalho em si mesmo, da auto-educação. O maçom sabe que colocar um avental exige um tácito juramento, formal e sagrado, com trágicas e sérias implicações para consigo mesmo se falhar.

O simples fato de ser iniciado na Maçonaria, de portar avental não gera um homem perfeito. Cada loja é a união de homens imperfeitos, livres e de boa vontade, com uma vontade imensa de buscar a perfeição, de se ver aprovado pelos iguais.

A virtuosidade aflora quando se entende o benefício da associação e de como empunhar as ferramentas certas na auto-educação. O dia-a-dia do maçom é tomado pelo salutar trabalho em si mesmo; trabalha a pedra.

Enquanto uma mão empunha o malho e golpeia com força, a outra mão, conduzida pela razão, empunha firme e delicadamente o cabo do cinzel. A ponta afiada do cinzel elimina gradativamente nódoas e excessos da pedra imperfeita, revelando do interior da rocha disforme o homem aperfeiçoado, exemplar obra de arte do Grande Arquiteto do Universo.

Esta é a representação do pedreiro esculpindo-se da rocha, é a representação da sua auto-educação pelo uso da razão equilibrada pela emoção e espiritualidade.

Então é possível tornar-se maçom sem sê-lo? Se faltarem os camaradas de caminhada é difícil, mas possível. Existem muitos homens que nunca viram o piso de um templo maçônico, são maçons sem avental cujo comportamento probo e valioso para a sociedade os faz agirem quais obreiros da pedra, faz deles membros da ordem maçônica sem formalizar sua aderência pela iniciação.

Quando identificados, a Maçonaria os convida a fazerem parte da Instituição para reforçarem as colunas de seus templos, de somar força com outros homens de igual disposição mental e espírito servidor da humanidade.

É o motivo da entrada na Ordem Maçônica ocorrer sempre em resultado de um convite e não de vontade explicita do pretendente. É este acúmulo de líderes sociais num só lugar a razão de com frequência ouvir-se que a meta de todo maçom deveria ser o de acabar com a Maçonaria; fechar seus templos. Utopia? Mas, e se todos os homens se tornarem perfeitos, qual será então a utilidade da Ordem Maçônica?

Ir.’. Charles Evaldo Boller
A.'.R.'.L.'.S.'. Apóstolo da Caridade Nº 21
Or.'. Curitiba - Grande Loja do Paraná



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