A MAÇONARIA SOMOS NÓS


Na edição número 25/2013, da Revista Universo Maçônico, alguns textos trataram de possíveis mudanças na Maçonaria, vários autores se posicionaram sobre o assunto como o Ir André Dias, que mostrou a influência de Sócrates e Pitágoras nos ensinamentos do Ap. M. e o polimento de sua pedra bruta; Ir Ruy Salles, que questionou certos comportamentos individualistas dos obreiros, quando não atentam para as dificuldades que passam outros irmãos; Ir Luiz Rocha, que propôs um novo modelo de educação Maçônica e o Ir Vanderlei Valente que clama por ações concretas e proativas que mudem a atual situação da ordem.
Mudança é um termo muito comum na ordem maçônica, basta lembrarmos-nos do que encontramos na sala de reflexão, símbolos referentes à morte como forma de recomeço; as frases “visita o centro da terra, retificando-te encontrarás a pedra bruta” (VITRIOL) e “conhece-te a ti mesmo”, o que mostra que o aprimoramento dos hábitos e comportamentos é uma obrigação e o ponto de partida está em si mesmo.
Nesse sentido, o autoconhecimento pode levar o indivíduo à sabedoria e à prática do bem. A mudança dentro de nós, refletida em nosso comportamento, muda a sociedade. A mudança na sociedade começa com atitudes proporcionais àquilo que se quer alcançar. Esse texto objetiva dar continuidade à discussão sobre o aperfeiçoamento dos irmãos e da ordem.
Esse desafio nos leva a beber em certas fontes, como Sócrates, que afirma que ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos os demais, se não tiver autodomínio, esse é responsável pelo controle do comportamento. Nesse sentido, a perfeição humana é consequência da busca pelo saber que se faz através da troca de ideias.
Conhecer-se melhor favorece a autoestima, ameniza conflitos internos, nos faz tirar do baú coisas que não deveriam ter sido esquecidas e, sim, enriquecidas e aprimoradas, afinal, somos eternos aprendizes em busca de mudanças e novos conhecimentos, ou melhor, aprimoramento daquilo que já trazemos de berço, entre outros benefícios que podemos adquirir com autoconhecimento. Mas, como isso é possível?
Segundo Borella (2013), são as comparações entre os comportamentos, virtudes ou defeitos de outras pessoas que nos levam a perceber se agimos, ou não, de forma correta. O autoconhecimento depende de como vemos o outro, quanto mais conhecemos o outro, mais compreendemos a nós mesmos.
É preciso observar e questionar: como agir diante das dificuldades? 
Como se comportar diante de familiares e pessoas do trabalho? 
As respostas a essas perguntas ajudam no conhecimento próprio. Observe o que lhe traz alegria, tristeza, raiva e outros sentimentos, o que faz bem ou não ao seu ego, procure não fugir de seus defeitos inventando desculpas para as suas más ações. Não culpe os outros pelo que tem passado ou sentido, a mudança é responsabilidade sua.
A motivação para a realização das mudanças pode estar em um dos princípios da ordem, que é o aprimoramento da sociedade através do aperfeiçoamento do indivíduo, que só é possível por sermos seres em constante transformação, buscando resolver problemas de forma criativa e tecnológica.
Ilustres maçons se envolveram em episódios marcantes de nossa história e deram configurações à sociedade que perduram até hoje, como o fato de se ter um país independente e ser uma república federativa e democrática, outros combatem até hoje as mazelas que assolam o país, tudo isso por acreditarem na possibilidade da mudanças.
Dessa forma, faz-se necessário compreender que a grandeza da ordem maçônica depende do trabalho de cada um, não de forma isolada, mas em cooperação, temos nossas individualidades que devem ser respeitadas, mas é a união que torna a maçonaria forte.
Por isso, deixar de frequentar as sessões, deixar de cumprir com as obrigações das quais nos propomos quando aceitamos ser maçons são atitudes que enfraquecem uma Loja, assim como quando se age de forma individualista, indelicada, prepotente, ou até mesmo insensata, demonstra que os ritos e símbolos não foram devidamente interpretados ou internalizados.
O fortalecimento da ordem depende do significado que a mesma tem para cada maçom, além da frequência dos irmãos às sessões; deve-se propor trabalhos internos e externos que tragam benefícios sociais e se dispor a esses desafios.
É nesse sentido que se deve pensar: qual o modelo de sociedade que queremos?
 O que estamos fazendo para desenvolvê-la?
Como a maçonaria está ou pode contribuir para melhorar a sociedade?
Deve-se pensar em melhorar a ordem maçônica através de planos a longo prazo e projetos que contribuam com o desenvolvimento de tais planos.
A divisão da Maçonaria em ritos já demonstra a adequação da mesma a certas necessidades, constituindo-se em uma ordem que resiste ao tempo por sua capacidade de adaptação. 
Cabe a cada um de nós buscarmos através da educação, o aperfeiçoamento e entender que precisa de paciência e perseverança, pois os resultados virão a longo prazo.
Se a história da Maçonaria a relaciona a grandes feitos nacionais e internacionais foi porque alguns partícipes da Arte Real entenderam que as suas ações poderiam contribuir para o aprimoramento da sociedade e, assim, apresentaram uma Ordem forte e organizada.
É nesse sentido que se afirma: “não espere pelo que a maçonaria pode fazer por você, mas verifique o que você pode fazer pela maçonaria”. A Maçonaria somos nós.
Autor: Ir Mário Sérgio dos S. Nascimento
ARLS Aurora n° 0242 – Oriente de Belém – GOB/PA.


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