Através dos séculos a estrela de cinco pontas sempre
representou a figura dos astros de aparência menor do que a do Sol e da Lua. O
planeta Vênus tem sido representado assim e é considerada uma estrela matinal e
vespertina, ensejou lendas sem conta. Por outro lado, a estrela de cinco pontas
sempre foi desde tempos remotos e até hoje, o distintivo de comandantes
militares, e de generais.
Como símbolo maçônico, a Estrela Flamejante é de origem Pitagórica,
pelo menos quanto ao seu formato e significado. O seu sentido mágico, alquímico
e cabalístico e o seu aspecto flamejante foram imaginados ou copiados por
Cornélio Agrippa de Nettesheim , jurista, médico e teólogo, professor em
diversas cidades europeias. A magia, dizia ele, permite a comunicação com o
superior para dominar o plano inferior. Para conquistá-la seria necessário
morrer para o mundo (iniciação).
Estrela Flamejante era um símbolo desconhecido pelos
pedreiros livres medievais que a via apenas como um desenho geométrico, pois os
primeiros maçons aceitos, de todo o Século XVII e de metade do Século XVIII,
assim como os antigos maçons operativos, não conheciam o pentagrama como
símbolo maçônico, pois seus símbolos tradicionais eram os objetos ligados à
arte da construção.
Seu aparecimento na Maçonaria só se deu nos meados do
Século XVIII, na França, pelo Barão de Tschoudy, mas não encontrou guarida em
todos os ritos. O Rito de York, o mais praticado no mundo, por exemplo, adota a
Estrela de Seis Pontas, chamada de Blazing Star, para o rito, ou Maguen David,
para o judaísmo. Ela é formada por dois triângulos equiláteros cruzados e
oposta pelo ápice, onde o triângulo de ápice superior é o símbolo da
espiritualidade e o de ápice inferior é o símbolo da materialidade.
O verdadeiro sentido da Estrela Flamejante é hominal, pois
o símbolo designa o homem espiritual, o indivíduo dotado de alma, ou de fator
de movimento e trabalho. A ponta superior da estrela é a cabeça humana, a
mente. As demais pontas são os braços e as pernas.
Na Maçonaria essa idéia serve para lembrar ao maçom que o
homem deve criar e trabalhar, isto é, inventar, planejar, executar e realizar,
com sabedoria e conhecimento. Aí está o principal segredo do Grau de
Companheiro.
As cinco pontas da estrela ainda lembram os cinco sentidos
que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material. Tato, audição,
visão, olfato e paladar, dos quais para os maçons três servem à comunicação
fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques, pela audição se percebem
as palavras, e pela visão se notam os sinais. Mas não se pode esquecer o
paladar, pelo qual se conhecem as bebidas amargas e doces, bem como o sal, o
pão e o vinho. Finalmente pelo olfato se percebem as fragrâncias das flores e
os aromas do altar de perfumes.
Tem-se afirmado que a Estrela Flamejante traduz a luz
interna do C.’. M.’. pois representa o próprio homem maçom dotado da luz divina
que lhe foi transmitida.
A Estrela de Cinco Pontas é então a força que impulsiona o
Companheiro em direção das suas metas e dá sentido às suas realizações, o
numero cinco a qual a estrela faz alusão se funde na alma do Companheiro que
uma vez elevado a um patamar mais alto pode vislumbrar as luzes desta estrela e
pode-se então guiar por esta luz pra que a sua caminhada que já é longe das
trevas do mundo profano possa se refinar e dar sentido a sua obra interior,
absorvendo a luz desta estrela que representa o corpo humano e utilizando toda
a sua essência o companheiro desperta para as luzes do saber e da compreensão
da humanidade e do sentido oculto do saber e do realizar.
A Estrela Pentagonal, também é chamada de Pentalfa, palavra
formada por penta (cinco) e alfa, a primeira letra do alfabeto grego e letra
inicial dos vocábulos gregos utilizado para designar: ver, ouvir, meditar, bem
agir e calar. As cinco virtudes que devem ornar o Companheiro Maçom, também são
simbolizadas pelas iniciais do Pentalfa, pois o perfeito Companheiro deve ser
amável, benéfico, incorruptível, casto e severo.
Posição da Estrela Flamejante no Templo
Os diversos ritos maçônicos não se entendem quanto à
colocação da Estrela Flamejante no alto do recinto do templo. Uns a colocam no
oriente a frente do trono, outros a configuram no interior do delta. Alguns
entendendo que ela é de brilho intermediário, isto é, de luminosidade
simbolicamente situada entre a luz ativa do sol e a luz próxima ou reflexa da
Lua, mandam situá-la no meio do teto do templo, pendurada, ou pelo menos no
meio-dia, onde à maneira inglesa está o 2º Vigilante. Outros a consideram uma
estrela do ocidente. Lojas do Rito Moderno as têm colocado no ocidente ao lado
do 2° Vig. •. (norte).
Significados Maçônicos da Letra G no Interior do Pentagrama
A melhor doutrina diz que o significado da Letra G no
centro do Pentagrama é Gnose, ou seja, conhecimento. Porém com o tempo, foram
acrescentados outros significados, geração, gênio, geometria e gravitação, e
também glória para deus, grandeza para o Venerável da Loja, ou para a Loja.
Diz-se que geração estaria ligada ao princípio (Gênesis da
bíblia) ou a Arqueu, dos gregos. Para os gregos, a palavra tinha o sentido de
poder formador da natureza. Seria a essência vital que exprime as propriedades
e as características das coisas. Por comparação, corresponderia ao sopro divino
que deu vida a Adão na bíblia. Ensina certas instruções maçônicas serem este o
motivo simbólico das chamas que envolvem a Estrela Pentagonal.
Gênio seria o correspondente a "djinn" dos árabes
e a "gines" dos persas, que no ocultismo tange aos chamados
"elementais" ou "semi-inteligentes espíritos da natureza" e
em outras interpretações quer dizer o espírito criador ou inventor, ou a chama
realizadora.
Geometria seria a ciência da medida das extensões, que
lembra as regras do grande geômetra para realizar a arquitetura do universo.
Gravitação lembra Newton e sua lei: a matéria atrai a
matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das
distâncias.
Osvaldo Pimenta de Abreu
C .’. M .’.
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Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do Sul
ARLS Luz do Novo Milênio - nº. 3.350
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