Um
dos segredos que os maçons devem guardar consiste nos sinais, palavras e toques
próprios de cada um dos graus. A sua origem - os sinais pelos quais um artesão
da maçonaria operativa identificava as suas aptidões perante mestres que o não conhecesse
- já foi aqui sobejamente explicada. Mas qual a sua utilidade e significado
atuais?
Desde o século XVIII que há exposés, ou revelações, de rituais maçônicos. Como seria de esperar, uma vez que cada Grande Loja tem autonomia para alterar os seus rituais - o que costumam fazer com alguma regularidade - rapidamente os sinais de reconhecimento estabelecidos nos rituais terão sido alterados em reação a essas "inconfidências".
Desde o século XVIII que há exposés, ou revelações, de rituais maçônicos. Como seria de esperar, uma vez que cada Grande Loja tem autonomia para alterar os seus rituais - o que costumam fazer com alguma regularidade - rapidamente os sinais de reconhecimento estabelecidos nos rituais terão sido alterados em reação a essas "inconfidências".
Também
não surpreenderá que, em função dessas alterações, os sinais de reconhecimento
não sejam, hoje em dia, os mesmos nem em todo o mundo, nem em todos os ritos,
nem em todas as obediências.
Há variações, pelo que os maçons são delas
instruídos para que possam reconhecer irmãos apesar das diferenças.
Entenda-se, por outro lado, que estes "meios de reconhecimento" são meramente rituais. O que é que isto significa?
Entenda-se, por outro lado, que estes "meios de reconhecimento" são meramente rituais. O que é que isto significa?
Significa
que, em primeiro lugar, são usados no contexto das sessões rituais, e do acesso
às mesmas.
Assim,
se um maçom se dirigir a um templo onde se vão reunir irmãos de outra Loja na
qual não seja conhecido, e pretender assistir à sessão, é quase certo que o
farão identifica-se através dos sinais rituais de reconhecimento.
No
entanto, quase certo é também que não se fiquem por aí. Nos nossos dias a
maioria das Obediências emite cartões em nome e para uso dos seus obreiros que
atestam estarem os mesmos com a sua situação regularizada.
É
também costume as Obediências emitirem, a pedido, o chamado "Passaporte Maçônico",
que permite a identificação do seu portador perante Obediências estrangeiras.
Sem qualquer destes documentos, e sem que sejamos conhecidos, é não só possível
como quase inevitável vermos a nossa entrada negada numa sessão de Loja.
E
fora de uma sessão de Loja?
Espero
que ninguém imagine os maçons a fazer macaquices e "sinais secretos"
a estranhos, não vá dar-se o caso de eles serem maçons também... Fora de Loja
os maçons, ou já se conhecem previamente, ou reconhecem-se pela sua postura,
forma de estar na vida e princípios que defendem.
Dados os modernos meios de identificação (cartões, passaporte maçônico, etc.), a utilidade original dos sinais de reconhecimento é reduzida.
Dados os modernos meios de identificação (cartões, passaporte maçônico, etc.), a utilidade original dos sinais de reconhecimento é reduzida.
Por
que se mantêm então, e qual a razão do seu secretismo?
Não
nos esqueçamos de que a Maçonaria se socorre de símbolos e alegorias para
transmitir os seus ensinamentos.
Assim,
os segredos de grau recordam a cada maçom que deve ser um homem honrado, de
bons costumes, capaz de guardar para si um segredo que lhe tenha sido confiado.
Por
outras palavras, os maçons guardam segredo desses sinais de reconhecimento, uma
vez mais, por uma razão muito simples: porque juraram fazê-lo.
Paulo M.
Paulo M.
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