Antes de estudarmos sobre o Simbolismo do Templo Maçônico,
temos que incialmente fazermos uma distinção entre o que são Loja e o que é
Templo, propriamente dito.
Uma
explicação singela seria de que a Loja seria a parte física onde se situaria o Templo.
Ou seja, uma seria a parte externa e outra a parte interna.
A Loja seria então, a organização conjunta dos irmãos, onde
se reuniriam em um recinto mais restrito, mais sagrado, o Templo.
Existe
uma palavra de origem grega – arquétipo – onde arkhe (princípio) e typos (tipo),
significa um primeiro modelo de alguma coisa, de algo, um protótipo.
O termo archetypos é usado pelos chamados filósofos neoplatônicos, e principalmente segundo a concepção
de Platão,
indica as ideias como modelos originários de todas as
coisas existentes.
Então,
sintetizando, Templo Maçônico é um arquétipo, onde habita ou reside o Grande
Arquiteto, Ele simboliza o Universo e todas as maravilhas e perfeições da
criação, sendo que o homem representaria o Microcosmo, e o Universo, o
Macrocosmo. Tem um provérbio sufi que
afirma que “o homem é um pequeno universo
e o universo é um grande homem”
Como
todos os irmãos reconhecem, o Templo maçônico é a
representação simbólica do Templo de Salomão, devendo ter medidas exatas ou
canônicas, pois sobre ele está formulado todo o simbolismo maçônico.
Não nos devemos esquecer que o
simbolismo é a vida e a alma da Maçonaria, sendo aquilo que nos nutre e une.
O nosso Templo reproduz simbolicamente o
Templo de Salomão em Jerusalém, sendo que ele serve de modelo para os Templos
Maçônicos, principalmente do REAA.
Adotando o Templo de Salomão
como modelo de nossos templos, ele então tenta reproduzir o estilo
arquitetônico daquele.
Como o Templo de Salomão, os
nossos templos, também se dividem em três partes:
§ Vestíbulo (atrium), que liga o Templo à Sala dos Passos Perdidos, Hekal ou Ocidente (lugar santo) e Debir ou Oriente (o Santo dos Santos).
O Templo do rei
Salomão tinha: 60 (sessenta) côvados de cumprimento e 20 (vinte) côvados de
largura, conforme descrito em no Livro de Reis 6-2. A medida côvado foi uma das
medidas usadas na época, sendo que um côvado tinha medidas variadas, mas sua
equivalência seria que ela teria entre 0,45cm a 0,65cm, o que na prática
equivale à distância do cotovelo até a ponta do dedo.
As dimensões do Templo
Maçônico também não são fixas, tendo internamente, a forma de um quadrilongo
devendo este ser dividido em três quadrados iguais, e que sua largura, seja no
mínimo um terço de seu cumprimento.
Assim, se um Templo,
tiver 60 metros de cumprimento, sua largura deverá ser de 20 metros e sua
subdivisão será de 40 metros no Ocidente e 20 metros no Oriente.
O seu eixo maior está na direção leste/oeste como
longitude e norte/sul como latitude; as suas dimensões abrangem do centro da
Terra ao infinito. Essa orientação, que é Astronômica, tem como base a
orientação do Tabernáculo e do Templo de Salomão.
Outros autores afirmam que a
proporção de nossos Templos, devem ter a Proporção Áurea, que é aproximadamente
1x1,618, e que foi utilizada na construção do Parthenon
(templo dedicado a Pallas Athenas) e erigido em Atenas, Grécia.
Proporção áurea ou razão áurea consiste numa constante
real algébrica irracional. É representada pela divisão de uma reta em dois
segmentos (a e b), sendo que quando a soma desses segmentos é dividida pela
parte mais longa, o resultado obtido é de aproximadamente 1.61803398875. Este
valor é chamado de "número de Ouro".
No Oriente, o Sol figura como símbolo logo atrás do
trono do Venerável e na abóbada sobre o trono do Venerável., pois de acordo com
nossas tradições o Oriente, é o ponto do qual vem a Luz, simboliza o Mundo
Espiritual , já no Ocidente, sendo o local para o qual a Luz se dirige e onde o
Sol se põe, simboliza o Mundo Material.
Tendo essa forma retangular o Templo é como um
caminho que nos leva do Ocidente para o Oriente, significando uma caminhada das
trevas para a Luz.
Desta maneira, o Templo Maçônico é um espaço
esotérico, onde existe e se realizada a união de maçons, para se lapidar nossa
pedra bruta, onde devemos receber a Luz do aperfeiçoamento espiritual, nossa e
da humanidade
E para encerrarmos podemos considerar a importância de se realizar o
RITUAL MAÇÔNICO, em nosso Templo, havendo a criação de uma Egrégora, que já se
inicia pelo fato dos irmãos já terem a intenção de se reunir, tomando ela força
e vigor quando do início de nossos trabalhos.
DERMIVALDO COLLIENTT
M.M. ARLS RUI BARBOSA 46 – GLMG – OR. DE SÃO
LOURENÇO/MG
Referências bibliográficas:
RIZZARDO
DA CAMINO, Introdução à Maçonaria, v.3, 2ª Ed., Aurora, Rio de Janeiro, RJ.
EDUARDO CARVALHO MONTEIRO,
Templo Maçônico: Morada do Sagrado. A Trolha, Londrina, Paraná, 1996.