Apesar de
ser um tema um pouco polêmico, e por isso é certo que alguns Irmãos
discordarão
do aqui exposto, sua abordagem é importante para a promoção da reflexão e do
debate entre os Irmãos.
Existem três
forças que, apesar de distintas, estão relacionadas: a regra legal, que é
imposta; a regra social, que é respeitada; e a educação, maçonicamente chamada
de “bons costumes”, que leva o cidadão a respeitar a regra social e a obedecer
a regra legal.
No Japão há
uma antiga tradição de tirar os sapatos para entrar em casa. Se você está no
Japão e visita a casa de um japonês, é claro que você tira os sapatos. Não é
por você não ser japonês que desrespeitaria tal regra social. Da mesma maneira,
um japonês, ao visitar o Ocidente, não sai tirando os sapatos em todo lugar que
entra, pois respeita as convenções sociais daqui.
Já na
Inglaterra, as mãos do trânsito são invertidas: os carros trafegam pelo lado
esquerdo da via, com o lado direito do carro voltado para o centro. Quando você
vai para a Inglaterra, é evidente que você não teima e dirige como se estivesse
no Brasil. Assim como um inglês no Brasil não dirige na contramão. Ele segue
nossas regras legais.
Existem
também instituições cujos regimentos exigem do homem o uso de terno e gravata.
Poderia um pescador que nunca usou uma gravata exigir sua entrada de bermuda e
chinelo? E um índio que ingressa nas Forças Armadas, está dispensado do uso de
uniforme por conta de sua cultura?
Seja numa
casa no Japão, numa rua de Londres, num Fórum de uma cidade, num quartel no
meio da selva ou em qualquer outro lugar do mundo, as pessoas de bem respeitam
as regras sociais e se sujeitam às regras legais do local onde estão. Na
Maçonaria, fraternidade de cidadãos exemplares, todos homens livres e de bons
costumes, isso não deve ser diferente.
Porém,
muitas vezes assistimos simbologias e ritualísticas serem quebradas por
visitantes crentes que devem seguir as regras de suas Lojas, e não da Loja que
estão visitando. Uns não respeitam o modo de circulação do rito adotado pela
Loja visitada, talvez com receio de estarem ferindo o que aprenderam em suas
próprias Lojas.
Outros,
Mestres Maçons, insistem em utilizar todos os paramentos e acessórios maçônicos
de um Mestre ao visitarem uma Loja no grau de Aprendiz de outros ritos, porque
assim é feito no seu rito. Esses últimos ignoram o fato de que na maioria dos
ritos o uso do Chapéu numa Loja de Aprendiz é restrito ao Venerável Mestre,
sendo representativo de sua autoridade e governo da Loja, simbolismo esse muito
bem reforçado nas Instalações. Quando, nesses casos, visitantes utilizam chapéu,
estão anulando a representatividade da autoridade do Venerável Mestre anfitrião
e, de certa forma, ferindo o simbolismo do rito visitado.
As regras,
simbolismo e ritualística de seu rito alcançam somente as reuniões dele. Ao
visitar Lojas de outros ritos, respeite as regras sociais e siga as regras
legais do mesmo. Não importa se na sua Loja o certo é assim ou assado. Os “bons
costumes”, que todo maçom deve observar, ditam que, na casa dos outros, você
tem que dançar conforme a música. Como muito bem ensina o ditado: “Quando em
Roma, faça como os romanos”.
Postado por
Kennyo Ismail
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