Em
astronomia e em astrologia, o Zodíaco é a zona ou faixa do firmamento dentro da
qual estão o Sol, a Lua e os principais Planetas. Uma vez que as órbitas dos
Planetas são praticamente fixas, um observador na Terra vê estes corpos
celestes movendo-se em estreita faixa da esfera celestial (15º).
As várias configurações
das estrelas fixas foram agrupadas, há mais de cinco mil anos, na Mesopotâmia
(Tigre/Eufrates), em constelações que representavam objetos ou animais. Uma vez
que as órbitas dos Planetas passavam pela maioria destas constelações, os
gregos chamaram a esta zona do espaço “Zodiako Kyklos”, isto é, círculo de
animais.
O desenvolvimento da
matemática astronômica permitiu aos sábios da Mesopotâmia estabelecer com precisão
os doze signos zodiacais, cada um deles ocupando um arco de 30º da elíptica
orbital do Sol. A história dos nomes dos símbolos zodiacais é desconhecida.
Eles apareceram pela primeira vez em manuscritos gregos da alta Idade Média.
O conceito de Zodíaco
chegou ao Egito Antigo sob a dominação grega no século III aC . Após receber
influências babilônicas e egípcias, o sistema zodiacal grego propagou-se para a
Índia, Roma e Bizâncio, de onde retornou enriquecido por novos elementos
recebidos do Islã e do Cristianismo (Santo Agostinho – responsável não só pelo
enriquecimento do sistema, mas também, por ser figura proeminente do
cristianismo, pela sua aceitação pela Igreja da Idade Média). A influência do
Zodíaco na arte e na literatura foi bastante acentuada no Renascimento
Italiano.
É de extrema importância
o simbolismo do Zodíaco, pelo fato de se constituir no protótipo de todos os
ciclos da natureza, alegorizando tanto as fases da vida humana desde o
nascimento até à morte, como as do Maçom, desde a sua Iniciação até atingir o
Mestrado.
Nos Mistérios de Ceres,
em Eleusis (culto à deusa Deméter), o iniciando partilhava o destino do grão de
trigo confiado à terra. Como o grão, o iniciando sofria a influência solar para
desenvolver-se e frutificar, passando pelas fases da geração, da infância, da
juventude, da maturidade e da velhice e morte.
Sob este ponto de vista,
cada signo do Zodíaco tem um significado específico, atuando sobre o ser humano
nascido sob sua influência. Estes signos são representados nas Lojas Maçônicas
pelas doze colunas zodiacais que ornam o Templo. Estas colunas, identificadas
pelo símbolo colocado em cada uma delas, são assim dispostas no Templo:
COLUNA DO NORTE
Do Ocidente para o
Oriente: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem
COLUNA DO SUL
Do Oriente para o
Ocidente: Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
O Zodíaco exerce
influência sobre os desejos, as sensações e os sentimentos humanos,
reprimindo-os ou amplificando-os, de acordo com o signo em ascendente no momento
de seu nascimento. Este signo é o que ocupa a posição mais próxima do Sol neste
momento.
As Colunas Zodiacais,
pela sua distribuição no Templo Maçônico, mostram que o grande candidato à
Iniciação se relaciona com Áries, cuja impetuosidade o leva a forçar as portas
do Templo. Ele é colocado na Câmara de Reflexões, onde se submete à prova da
Terra, enquanto o Sol está em Touro.
Morrendo para a vida
profana, sob a influência de Gêmeos e seguindo a fórmula alquímica
V.I.T.R.I.O.L, (Visita Interiora Terrae Rectificandoque Invenies Occultum
Lapidem), o candidato faz um profundo exame de consciência, analisa os aspectos
negativos de seu caráter e se propõe a abandoná-los, começando a descobrir a
Pedra Polida que existe em seu coração.
Em seguida o Sol se levanta
e o recipiendário sai do interior da Terra, para passar pela Prova do Ar. O Sol
inicia em seguida o seu curso descendente em Câncer, e o recipiendário passa
pelas provas da Água e do Fogo, que é presidido por Leão, que devora tudo o que
ele ainda possua de impuro. Fortificado pela energia de Leão, o neófito esposa
Virgem, que o eleva às alturas do mais puro ideal.
Já na Coluna do Sul, o
obreiro aprende com o signo da Balança a raciocinar com clareza, e a expor suas
idéias com firmeza. Passando à influência de Escorpião, o obreiro adquire uma
vida interior rica, elevando a sua parte intelectual e espiritual.
Em Sagitário, o Iniciado
desce ao fundo de seu Eu interior e, usando os conhecimentos já adquiridos,
acelera o aperfeiçoamento do seu caráter. Com o Sol em Capricórnio, domicílio
de Saturno, o Maçom busca a via ascensional e se compraz na Câmara do Meio.
Após ter visto a estrela
Sírius no céu de Sagitário, o Iniciado se recolhe e se isola para se lamentar
junto túmulo do Mestre. Esta é a prova suprema, que o leva a renovar os seus
votos de trabalhar em prol da Humanidade, sob os auspícios de Saturno, agora
menos sombrio e mais favorável à meditação construtiva. Neste momento, o Sol
acelera a sua marcha ascendente, a partir do oceano de Peixes, para recomeçar
um novo ciclo, que se inicia em Áries, ou Carneiro.
Pitágoras elaborou toda
uma teoria sobre as relações do Zodíaco com a migração das Almas. Quer para
descer na geração, quer para tornar a subir no caminho da espiritualização da
matéria, as almas deviam transpor uma das duas portas do céu. Estas portas são
os pontos extremos alcançados pelo Sol em sua marcha anual, onde ele parece
deter o seu movimento. Daí o nome de solstícios (paradas do Sol), ou portas
solsticiais.
OS SOLSTÍCIOS OU PORTAS SOLSTICIAIS
A expressão Solstício
vem do Latim SOLSTITIUM, de Sol e Sístere, parar. Em astronomia, o solstício é
qualquer um dos dois pontos nos quais o Sol atinge o maior afastamento de sua
elíptica, em relação ao equador celeste. O termo solstício é também usado para
designar as datas do ano em que o Sol atinge os pontos assim definidos.
Assim, no hemisfério
Sul, o solstício de inverno ocorre quando o Sol está em Câncer, a 21 de junho,
e o solstício de verão ocorre com o Sol em Capricórnio, a 21 de dezembro.
Os solstícios determinam
a separação das duas grandes fases em que a Natureza passa por transformações e
fenômenos notáveis, comemorados em todos os cultos desde a Antiguidade, sob
várias formas e alegorias. Os solstícios, ou portas solsticiais, são também
chamados de “Porta dos Homens” e de “Porta dos Deuses”.
A primeira corresponde
ao solstício de inverno e a segunda ao solstício de verão. No hemisfério sul, a
primeira metade do ciclo anual é “descendente”, quando o curso do Sol vai do
solstício de inverno para o de verão. A segunda metade do ciclo anual é “ascendente”,
quando o Sol vai do solstício de verão para o de inverno.
Após a vida terrena, o
ser humano, de acordo com o aperfeiçoamento espiritual alcançado, sairá por uma
das portas solsticiais. Assim, a porta dos homens é ao mesmo tempo uma saída e
uma entrada, para os que necessitam se aperfeiçoar. A porta solsticial dos
deuses é aquela pela qual saem aqueles que não mais necessitam retornar à vida
terrena.
O Bhagavad Gitâ, ou
Mensagem do Mestre, Livro Sagrado dos Brâmanes hindus, assim se expressa:
“Aqueles que se
desencarnam quando neles arde o fogo do amor divino, iluminados pela Luz do
verdadeiro conhecimento recebido do Sol da Sabedoria, conhecem o Espírito
Supremo e com Ele se unem; esses passam pela porta dos deuses e não são mais
obrigados a renascer. Aqueles, porém, que desencarnam no meio da fumaça dos
erros, na noite da ignorância, hão de voltar à esfera da mortalidade, e
renascerão até que adquiram o necessário grau de amor e de sabedoria. Esses
passam pela porta dos homens”.
Simbolicamente, os solstícios
do dia ocorrem ao meio-dia e à meia-noite. A metade ascendente do ciclo vai da
meia-noite ao meio-dia, e a metade descendente vai do meio-dia à meia-noite.
No simbolismo maçônico,
o trabalho iniciático inicia-se ao meio-dia e termina à meia-noite, isto é,
inicia-se na porta dos homens e termina na porta dos deuses.
Enquanto o zênite do Sol
visível ocorre ao meio-dia, hora em que começam os trabalhos maçônicos, o
zênite do Sol espiritual ocorre à meia-noite, quando terminam os trabalhos do
aperfeiçoamento espiritual.
Na Antiguidade, os
iniciados dos Grandes Mistérios contemplavam o Sol da meia-noite, significando
que as trevas, ou cor negra são o símbolo do não manifestado, o Grande
Arquiteto do Universo. No simbolismo maçônico, o solstício de verão, ou porta
solsticial dos deuses, simboliza o Templo Ideal no qual o iniciado se
transformou ao atingir a perfeição, ao completar o polimento da sua Pedra
Bruta.
Na antiga Grécia, os
pontos solsticiais eram representados sob o trípode da Pitonisa do Templo de
Delfos, e sob os pés dos cavalos do carro solar de Apolo.
São João Batista e São
João Evangelista são os dois patronos da Maçonaria. Desde a instituição da
Maçonaria Especulativa, os Maçons celebram duas grandes festas anuais, ambas
chamadas de festas de São João, as festas solsticiais; a do solstício de
inverno, dedicada a São João Batista, realiza-se a 24 de junho, e a do
Solstício de verão, dedicada a São João Evangelista, que se celebra a 24 de
dezembro.
Ir.’. Antonio Rocha Fadista M.’.I.’.
Loja Cayrú nº 762 – GOERJ/GOB
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