Sinopse: Ensaio sobre o 'amor ação'
que existe entre os maçons. Contenda no plano das ideias.
Existe uma sociedade onde as pessoas
se tratam por irmãos.
É uma sociedade onde existe o irmão
que raramente aparece, um age mais outro menos, existe o tímido, o retraído, o
mais adiantado, o noviço cheio de sonhos, o comumente exaltado e o de ânimo
calmo qual ovelha no pasto.
Mas todos são irmãos e se amam em
ação; com vontade, sabedoria e inteligência.
Significa que, por se autodenominarem
irmãos e se amarem profundamente, eles nunca brigam?
É claro que não!
Estes irmãos debatem sim! Porque não!
Podem disputar, afinal são seres humanos inteligentes, livres e de bons
costumes.
É regra irmãos se desentenderem no
plano das ideias! A querela, quando motivada para o bem, para estabelecer
limites e promover progresso é atitude positiva - mesmo que os meios não sejam
lá satisfatórios, os irmãos que assim agem estão lutando para que prevaleça o
bem comum.
Ação assim é sinônimo de amor; de
amor fraterno. O mesmo amor que grandes iniciados intuíram como a única solução
de todos os problemas da humanidade.. E toda ação assim dirigida resulta em
mudanças com objetivo e não simplesmente mudar pela mudança.
O "amor ação" não é o
"amor sentimento" com que aquele é normalmente confundido. É o amor
alicerçado na vontade.
Quando alguém está cheio de intenção,
mas não faz o propósito ser acompanhado de ação, obtém resultado nulo. De outra
forma, quando este soma intenção e ação, o resultado é aflorar sua vontade.
E vontade é sinônimo de amor porque
resulta em ação, o "amor ação". E assim, vontade é força. E onde
existe ação entre seres humanos, encontram-se disputas.
É por isto que irmãos brigam, mas só
o fazem por amor e não por vaidade. Daí a necessidade de equilibrar a vontade
com sabedoria e inteligência. Um não existe sem os outros dois.
O destempero entre irmãos aflora
sempre?
Não! Os irmãos convivem em ambiente
com limites claros e definidos, numa sociedade caracterizada por padrões
preestabelecidos e onde todos são responsáveis.
Na maioria das vezes eles elogiam e apóiam,
haja vista o elogio ser uma necessidade essencial nos relacionamentos
saudáveis. Irmãos desenvolvem a humildade, que é outra expressão do amor, pois
significa que são autênticos, sem arrogância, pretensão ou orgulho.
Em seu progresso pessoal desenvolvem
autocontrole; sustentam as escolhas que fazem; dão atenção aos seus irmãos;
apreciam e incentivam os outros irmãos; são honestos, forçam evitar o engano;
visam satisfazer as necessidades dos outros, não fazem necessariamente o que o
outro deseja; seria escravidão, mas o que o outro irmão precisa, o que é
convertido em liderança; existe ocasião em que o irmão põem de lado sua própria
vontade e necessidade apenas para defender um bem maior para seus irmãos; e
acima de tudo, o irmão perdoa.
Se houver dano prefere recolher-se,
isolar-se por uns tempos, nunca fechando questão a ponto de nunca mais
oportunizar reconciliação. Mesmo prejudicado, o irmão desiste do ressentimento.
Tudo isto o tempo, o treinamento
constante, a convivência frequente desenvolvem nestes que são verdadeiros
irmãos. Explicar isto em palavras é difícil, senão impossível, daí a
necessidade da convivência frequente e rotineira.
No passado alguém disse que o Grande
Arquiteto do Universo só está onde as pessoas se tratam como irmãos e se amam
uns aos outros. Hoje os verdadeiros irmãos que praticam o "amor ação"
tudo fazem para que a divindade em cada um esteja presente de fato em todos os
momentos de suas vidas. Assim são os irmãos maçons que honram seus juramentos.
LIBERDADE -
IGUALDADE - FRATERNIDADE
Charles Evaldo
Boller
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