ASSIDUIDADE, PONTUALIDADE e POSTURA DO MAÇOM.




“Assiduidade, pontualidade e postura do maçom”; são atributos importantíssimos, que deve ter o verdadeiro maçom, sendo que a  “assiduidade” é de vital importância, pois dele depende a sobrevivência da loja, senão, como entender o funcionamento de uma loja, se seus membros não comparecem aos trabalhos?

Quem abrirá o templo?
Quem o adornará?
Quem preparará as ferramentas?
Deter-nos-emos com mais vagar neste primeiro atributo, mais abrangente e os outros só existem em função deste.
O que é assiduidade? Consultando o dicionário, deparamo-nos com a definição de que é a qualidade ou caráter de assíduo; e assíduo é o que comparece com regularidade e exatidão ao lugar onde tem de desempenhar seus deveres ou função.
São deveres do maçom, entre outros, o de “frequentar assiduamente os trabalhos da loja e corpos a que pertencer”.
Aliás, nós, hoje aprendizes, companheiros ou mestres, ao preenchermos nosso pedido de ingresso nesta Sublime Instituição, nos comprometemos a frequenta-la com assiduidade e à pergunta do sindicante sobre o mesmo assunto, afirmamos ter disponibilidade de tempo para frequentar os trabalhos semanalmente.
E reafirmamos este propósito, às perguntas do Venerável Mestre, durante a solenidade de iniciação, quando recebemos a LUZ.
Meus irmãos, tudo o que dissemos até agora, refere-se simplesmente aos aspectos legais, necessários e essenciais ao bom funcionamento de toda e qualquer instituição, organização, sociedade e também da maçonaria.
Mas o aspecto que vamos abordar, embora não se divorcie do legal, reveste-se de sentimento de amor, de solidariedade, de fraternidade, de irmandade.
Lembremo-nos do Livro da Lei, ao abrimos os nossos trabalhos, nos exorta à união, ao declamar o salmo 133 “Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união”.
É esse bom viver entre os irmãos que nos animam, nos confortam nos fortalecem, nos alegram.
Falamos de esse bom viver que aqui, semanalmente, nós experimentamos e compartilhamos com os que estão aqui conosco e queremos dividir com mais irmãos.
Conta-se que em uma pequena cidade no interior da Inglaterra, havia um pastor que conhecia praticamente todos os seus habitantes; nos cultos dominicais, era comum que algumas pessoas se sentassem sistematicamente nos bancos da frente; entre essas pessoas, havia um senhor muito conhecido e respeitado naquela localidade que se sentava sempre no mesmo banco.
Num determinado domingo, o pastor observou que aquele banco estava vazio; não se preocupou, porque era normal que alguns irmãos, por algum motivo tivessem faltado àquele domingo.
Na semana seguinte o banco continuou vazio; o pastor começou a ficar preocupado, começando a especular-se sobre o fato.
Na terceira semana, repetiu o episódio, novamente o banco continuava vazio.
Terminado o trabalho religioso, o pastor resolveu ir à casa do irmão para saber do motivo de suas ausências.
O irmão arguiu que já frequentava o culto há muitos anos, sabia de cor e salteado o que o pastor iria pregar, conhecia todos os livros da bíblia, os cultos já estavam se tornando enfadonhos, cansativos, repetitivos, enfim, não via mais nenhum atrativo para ali se dirigir.
Então o pastor nada disse; foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima do parapeito da janela. Sentou-se e esperou. Dentro de poucos minutos, a brasa começou a apagar-se.
Passados alguns instantes de silêncio entre os dois, o irmão faltoso disse ao pastor: pastor compreendi a sua mensagem. E voltou a frequentar o culto, como sempre o fizera.
Moral da história: uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.
O que aconteceu com o irmão dessa história é bem parecido com o que acontece hoje com nossas lojas, de modo geral.
Muitos irmãos não comparecem às reuniões, alegando motivos vários, parecidos com os da história; ora porque não tem tempo, ou que as reuniões não têm motivação e são demoradas ou que tem compromissos mais importantes, que os temas abordados não tem interesse, ou são enfadonhos, cansativos, repetitivos; que para ouvir simplesmente o bater de malhete, melhor seria ficar em casa, etc., etc., etc.
É fácil reconhecer um maçom desinteressado: é aquele que está sempre reclamando que a sessão está demorando muito e que precisa ir embora por um motivo ou outro; aquele que sempre encontra razões para não colaborar com os afazeres da Loja.
Que esses irmãos não nos sirvam de lição; que não o imitemos; antes, porém que sejamos com eles tolerantes, não coniventes; que o incentivemos que o apoiemos, enfim que com ele dialoguemos como irmãos e amigos, propiciando assim, a formação de uma corrente positiva, a que chamamos EGRÉGORA MAÇÔNICA, tão necessária durante os nossos trabalhos.
A Maçonaria visa à mudança do homem em seu interior, tendo como objetivo a sua evolução interior, contribuindo assim, para a evolução não só dos maçons em particular, mas de toda uma sociedade.
Os irmãos que desejam verdadeiramente evoluir em seu íntimo devem fazê-lo, mudando inicialmente sua maneira de pensar.
Devemos perguntar-nos, a exemplo do Presidente Kennedy em seu discurso de Posse, não o que a Maçonaria poderia fazer por mim, mas o que eu posso fazer para a Maçonaria?
PONTUALIDADE DO MAÇOM
Superado esse primeiro atributo, o da assiduidade, deparamo-nos com o segundo, também de suma importância para que nossos trabalhos possam ser considerados justos e perfeitos:
A Pontualidade.
O que será essa pontualidade? Consultando ainda mais uma vez o dicionário, constatamos que é a qualidade de pontual; exatidão no cumprimento dos deveres ou compromissos; rigor, donde pontual é o que chega parte ou cumpre as obrigações à hora marcada.
Assim, deve o maçom, sempre que possível, estar presente pelo menos quinze minutos antes da hora marcada de adentrar o templo, oportunando com isso um melhor congraçamento na sala dos passos perdidos, sem estar sujeito ao rigor e à solenidade ritualística de que se revestem as nossas sessões. Bem é estarem unidos os irmãos.
Um segundo enfoque para essa pontualidade está prescrito, precisamente, quando diz que são deveres do maçom, satisfazer, com pontualidade, contribuições pecuniárias ordinárias e extraordinárias que lhe forem cometidas.
Um irmão zeloso de seus deveres e de suas obrigações, não deve esperar que o irmão tesoureiro o procurasse para saldar suas contribuições, antes, porém de ser procurado, nivelará seus metais junto à tesouraria. Esse é o comportamento de um verdadeiro maçom.
POSTURA DO MAÇOM
Por fim, passemos a tecer algumas considerações sobre o terceiro atributo, a Postura que junto com os demais, formam uma das mais marcantes e principais características do maçom.
Ensina-nos o Mestre Aurélio que Postura é a posição do corpo; aspecto físico; atitude.
A primeira instrução que o aprendiz maçom tem, após ter recebido a luz é: quando de pé, deveis estar perfeitamente eretos, isto é, aprumado, direito, pois é assim, nesta posição que se comunicam as instruções do grau; quando assentado, também deveis estar com o tronco ereto, tendo as mãos apoiadas sobre os joelhos, em posição confortável e propícia a receber e absorver todos os eflúvios emanados dos irmãos.
Num outro sentido, não físico, a postura significa atitude, conjunto de conceitos, principalmente de cunho moral, de que deve estar revestido o maçom. A melhor forma de o maçom demonstrar sua postura maçônica é pelo exemplo; palavra, discurso, intenção, nada substitui o exemplo, que deve ser o de um homem livre e de bons costumes.
O mais importante é que os irmãos criem em seu viver diário, o salutar hábito da prática do bem, não como mero cumprimento dos deveres e obrigações, mas imbuídos dos mais puros propósitos maçônicos, nascidos espontaneamente do coração.
Tomara possamos ter a capacidade de absorver e adotar como prática em nossa vida maçônica e profana a assiduidade à pontualidade e a postura; se assim o fizermos, certamente nos tornaremos verdadeiramente obreiros úteis e dedicados.
(Autor Desconhecido)

REFLEXÃO SOBRE O CARGO DE VENERÁVEL



A Maçonaria, através de sua história, muito tem contribuído para o engrandecimento do país. Ela é o celeiro de homens valorosos que se projetaram no cenário nacional e internacional, deixando registrados seus feitos e realizações. A Maçonaria é o berço e o nascedouro de muitas ideias que ganharam repercussão e que serviram para modificar comportamentos e situações adversas. Ideias que forjaram o progresso!
As nuances que acompanham a história da humanidade estiveram sempre ligadas ao comportamento das lideranças existentes em suas respectivas épocas. No caso da Maçonaria, os líderes nascem no seio da própria loja. É na oficina que se forja o homem que deverá zelar pelos destinos maiores da Instituição, quiçá alçando voos mais altos na iniciativa privada e ou pública.
Quando a têmpera é boa, o líder se mantém, sem imposição, sem forçar nada. Seu valor será medido pelo grau de apoio e de oposição que recebe. Sua respeitabilidade torna-se inabalada, sua conduta retilínea. Os lampejos de frustração e de desilusão transformam-se em momentos de fé e de esperança. O homem mantém-se e cresce n medida da força interior que possui.
O tempo passa, o mundo se transforma. A Maçonaria transforma-se em função da renovação dos obreiros. Muitos se projetam e se matem na humildade e na proporção de sua formação maçônica e espiritual, tornando-se afáveis, conselheiros, mestres por excelência, respeitabilíssimos acima de tudo.
E para concluir nada mais oportuno do que deixar uma mensagem aos futuros ocupantes do cargo de Venerável que é a de gravarem em suas mentes um pouco do espírito contido na carta do Apóstolo Paulo a Timóteo, o que recomendava, na exaltação final, fugir das disputas levianas que a nada levam, mas recomendando pelejar uma boa peleja, com toda a força e todo o ardor, não esmorecendo e não temendo nada, em momento algum, irradiando sempre uma expectativa de esperança e de fé, pois a disciplina dá a convicção e a confiança para a realização de um trabalho de coalizão com a participação e cooperação de todos os irmãos do quadro.
Comportamento do novo Venerável Mestre.
Por mais que você sofra de perfeccionismo, todos nós temos defeitos. Afinal, somos seres humanos.
Mesmo experimentando incompreensões e dificuldades, o Venerável Mestre é amigo de todos, como um sol que se irradia a todos que o recebem.
Por mais que você sofra de perfeccionismo, todos nós temos defeitos. Afinal, somos seres humanos. O erro é não admiti-los e, pior, não tentar corrigi-los.
O cargo de Venerável é temporário, e o exercício dignifica seu ocupante, por ter sido escolhido entre seus pares para a distinção de representá-los e conduzi-los à continuidade da Loja, visto, pois, como iluminado para a direção dos trabalhos, e tudo fará com sabedoria precisa para a orientação dos obreiros do quadro. Poderá até ser impecável no quesito administrativo, mas deverá evitar esbarrar em problemas como: falta de tato nas relações com os obreiros; acomodação; individualismo e até ausência de ética.
Siga alguns conselhos para não cometer nenhum desses pecados.
Na essência, o Venerável Mestre é um coordenador, um instrumento gerador de frequência, de vibração, um modelo organizador, mediador, aglutinador, preceptor, e não um mandante, decisor, chefe ou ditador, mesmo porque lhe cabe manter a união do grupo, a harmonia do todo, o exemplo da conduta maçônica.
Desinteresse – Desinteressados são os que não vão atrás de soluções para os problemas. Presos à rotina, eles não buscam novos desafios. Para não ficar na acomodação, o Venerável deve trabalhar, como se a Loja fosse uma empresa de sua propriedade, assumindo os riscos e se responsabilizando pelo que resultar, certo ou errado. Muitos Irmãos que passaram pelo trono Salomônico contam que é preferível o ocupante de um cargo que erra a aquele que nada faz que não “veste a camisa”, que é omisso.
Individualismo – O dirigente da Loja não deve ter a ideia errônea de que só a informação é suficientemente poderosa para o bom desempenho das atividades. O que importa é o espírito de equipe. Chama os Irmãos pelo nome, presta atenção e não começa outra pauta sem concluir a que está em discussão. A questão da estrutura muito rígida está desaparecendo. A hierarquização orgânica é necessária para a distribuição de deveres e responsabilidades, proporcionais e limitadas à importância dos cargos.
Uma Loja não é um quartel onde prevalece à hierarquia sobre a democracia. Hoje a Loja trabalha por planejamento e precisa de um time coeso para bem administrá-la. Sempre que possível é bom repartir com os irmãos assuntos que tenham despertado interesse e que tenham, de alguma forma, pertinência com a vida da Oficina em particular ou maçônica em geral.
O titular de um cargo da administração da Loja que não tiver o perfil de colaborador deve ser substituído de imediato. Para corrigir essa falha, fica mais fácil sermos conscientes, enxergarmos que sempre precisamos de ajuda espontânea e consciente. Desenvolve-se uma visão de conjunto, assimilando as atividades de forma mais ampla e realista. Aprende-se, acima de tudo, a respeitar o outro.
Falhas de comunicação – O Venerável pode ser extremamente competente, mas, se não souber se expressar, como vai mostrar seus resultados? O poder da oratória inclui também o marketing pessoal e a negociação. Vale tudo para se aperfeiçoar, estudar, informar-se, ler, não fazer nada de improviso para poder falar com convicção sobre qualquer tema.
Formas procedimentais – Embora não seja muito frequente, ocasiões existem no dia a dia, especificamente em Sessões de Câmara do Meio, que reclamam intervenção rápida e fundamentada do Venerável, diante de uma situação de anormalidade, por fatos inesperados. Às vezes, surgem discussões ásperas, não havendo condições de os Trabalhos prosseguirem.
De nada resultará o dirigente fazer valer a sua autoridade e se pôr a golpear com o “malhete”. Deve acabar com as disputas rapidamente. Um dos tributos do Venerável eficiente é a habilidade de ser pacificador, de ser o catalisador da reconciliação.
O que deve fazer o Venerável?
Usar do meio ao seu alcance. Comandará o “de pé e a ordem”. E pedirá a “exclamação” e a “bateria”.
Esses “sons” neutralizarão as vibrações contrárias e a serenidade voltará a reinar.
Poderá acontecer se houver a necessidade, para benefício dos próprios Trabalhos, contornarem alguma “crise”, seja da Loja em si, seja de um membro do Quadro, que o Venerável se veja obrigado a lançar mão de outros remédios para que os resultados se façam sentir.
Se as formas procedimentais não surtirem o resultado desejado, então não haverá como deixar de utilizar o recurso jurídico-maçônico posto à disposição do Venerável: suspender os Trabalhos ou levantar a Sessão.
Sindicância Maçônica – A Maçonaria, assim como outras instituições profanas, utiliza a sindicância como instrumento de coleta de dados relevantes sobre um Profano proposto à iniciação maçônica. Trata-se, portanto, de um procedimento sério, que, não raro, é desvirtuado pela falta de perfeito cuidado do Venerável e de compreensão, dos sindicantes, quanto à sua correta extensão maçônica.
Não obstante, convém não confundir a sindicância maçônica com a sindicância profana, uma vez que, apesar dos inúmeros pontos de contato, elas têm algo diferente: a sindicância maçônica tem por escopo maior oferecer dados à Loja sobre o profano proposto à iniciação, a fim de que ela possa deliberar sobre o pedido, acolhendo-o ou rejeitando-o.
Os sindicantes deverão investigar cuidadosamente e com o máximo critério, toda a vida passada e presente do Candidato, principalmente quanto às suas qualidades morais, sociais e econômico-financeiras.
- O Venerável nomeará particularmente três Mestres para realizarem, independentemente, a sindicância, trabalho esse que não poderá ser recusado, salvo por razões de impedimentos justificáveis.
- Portanto, para que se tenha uma atuação satisfatória dos sindicantes é necessário que a designação recaia em mestres qualificados para o trabalho. É aconselhável indicar sindicantes que estejam próximos do candidato em relação à profissão, idade, estado civil, cultura etc., um médico conhece melhor pormenores da profissão de um colega do que um militar, industrial ou fazendeiro, e vice-versa. Supondo-se que essa qualificação exista, pode-se assegurar que a atuação dos sindicantes deverá ser norteada pelos critérios seguintes:
- Seriedade: Exaustividade – O relatório deverá abranger o suficiente para fornecer as informações que realmente interessam á Loja.
- Imparcialidade; Criticidade – O relatório deverá conter, de modo fundamentado, a visão do sindicante no que diz respeito com a possibilidade de o Profano afinar-se com a filosofia maçônica. Nunca esquecendo que os valores espirituais e morais são mais importantes porque, sendo perenes, sobrevivem à existência material.
Um mestre recém-Exaltado ainda não tem traquejo maçônico suficiente – e muitas vezes não tem mesmo conhecimento adequado, para ser sindicante. Poderá ser autor de desatinos danosos para o Profano e para a Maçonaria.
Talvez esteja na hora de as Lojas iniciarem a responsabilização daqueles sindicantes desidiosos, autores de sindicâncias maçônicas que merecem essa qualificação. Isso deveria acontecer todas as vezes que se puder provar que os sindicantes, de caso pensado, fizeram sindicâncias imperfeitas para favorecer ou prejudicar o Profano proposto à Iniciação.

Considerando a diversidade de aptidões para a compreensão da parte filosófica da Maçonaria, é necessário admirar a sua moral antes de tudo – mas praticá-la.
Os que não se limitam em apenas extasiar-se diante da moral maçônica, que a praticam e a transformam no sentido mais abrangente, na regra de proceder a que obedecem, são os verdadeiros maçons.
Veneráveis que a Loja precisa.
Os princípios que a Maçonaria revela passam a ter por meta, em seu veneralato, a conquista ou manutenção de valores morais e espirituais, fundamentados nos ensinos dos Rituais.
Saberá que não conseguirá uma alteração imediata de comportamento do conjunto por força dos hábitos (usos e costumes), mas trabalhará, a partir daí, no sentido da busca permanente da renovação  de sua Oficina, caracterizada pela conquista de novos e melhores hábitos e só iniciarão homens realmente “livres e de bons costumes”.
Por isso é que se diz: “Reconhece-se a Loja pelo Venerável que a dirige”. Ou, ainda: “Reconhece-se o verdadeiro Venerável pela transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as inclinações deturpadas ou más de sua Oficina”.
Ir.'. Gabriel Campos de Oliveira

SESSÕES MAÇÔNICAS BRANCAS



Sessões: Reuniões que os Corpos Maçônicos realizam.
Nos Graus Simbólicos são classificadas de:
Econômicas; Extraordinárias; Magnas, Brancas, etc.
A expressão “Sessão Branca” não se refere à cor da reunião; é sim um erro de interpretação de traduções, a Branca” é no sentido de não ter nada, sem detalhes, ou seja, uma Reunião com Maçons e não Maçons onde os aspectos que dão sentido ao Rito não são usados.
Se realizado em um Templo Maçônico, este deve ter seus Mistérios (detalhes) preservados das vistas profanas.
Talvez por exemplos, consigamos ser mais claros:
- A expressão “Sessão Branca” deve ser substituída pela expressão “Sessão Pública”, por uma questão de lógica, o mundo profano a se ver de frente a um livreto ou convite para a “Sessão Branca da ARLS…” automaticamente pensa: Se tem sessão branca, deve ter sessão negra e instintivamente a mente deturpada faz a associação: Sessão Negra com Magia Negra.
- Uso de velas, outro artefato que é ligado às religiões e segmentos esotéricos e não nos esqueçamos de que Maçonaria não é religião, não podemos deixar dúvidas quanto a isto. Muito cuidado na condução dos trabalhos.
- Uso do Livro da Lei, deve ser feito com muito critério, é um absurdo vermos em Sessão Pública um Irmão ler uma passagem e se ajoelhar perante o mesmo. Deve constar na fala do Presidente da Sessão, uma rápida explicação de que a Maçonaria não é uma religião, mas que nem um Maçom começa uma nova tarefa sem antes lembrar (cuidado com a palavra “invocar”) do criador e que sendo a maioria da sociedade brasileira cristã, será lido um salmo ou provérbio. De preferência lido por uma cunhada, afinal a Sessão Pública é uma atividade da família Maçônica.
- Uso de Balandrau, neste caso é terminantemente desagradável, o uso do mesmo é tolerado em sessões ritualísticas, há ritos que não o reconhecem como traje maçônico e em Sessões Públicas os Irmãos “balandreados” serão vistos como Magos Monges (principalmente quando são bem largos, tem capuz e o cinto é uma corda com nós nas pontas); se o Irmão não tem terno preto, vai com a roupa que tiver.
- Utensílios da Oficina, boa parte deve ser guardada; bastões dos Diáconos e do Mestre de Cerimônia, candelabros, colunetas, painéis, e em especial, “aquele” equipamento que usamos na Exaltação que costuma ficar “guardado” atrás dos últimos bancos ou muito bem encostado pelos corredores. Quando um profano vê o “distinto”, não tem alternativa a não ser acreditar nas bobagens fúnebres que falam de nós, culpa nossa!
- Uso das Comendas e medalhas, nos remete a uma conhecida frase: “Se és apegado às distinções humanas, retira-te, pois nós aqui não as conhecemos.” e tem Irmão que bate no peito vangloriando-se das medalhas conquistadas para a Instituição.
- Assiduidade, Pontualidade, Objetividade, Participação e Conteúdo. Para o sucesso da atividade são imprescindíveis: Que a reunião deve começar na hora marcada e nunca ultrapassar duas horas de duração. Os trabalhos devem ser focados no tema da reunião; se for comemoração do Dia das Mães, nada de entregar comendas para autoridades e Irmãos.
Não se deve centralizar o cerimonial nas mãos de meia dúzia; todos os Irmãos do Quadro deverão ter alguma fala ou “movimento”. Montar um enredo para a Sessão que tenha a entrada da Bandeira Nacional, explicações sucintas sobre o que venha a ser a Maçonaria, combinar com uma cunhada que falará em nome das demais.
E o mais importante, cuidado ao inserir aspecto que algum Irmão acha bonito e que pode ser profanação do Templo ou gerar especulações entre os presentes.
Em uma “Sessão Branca” que o Venerável mandou que dessem entrada ao Cálice de Vinho e da Bandeja de Pães, não pensei duas vezes; saí correndo!
(Autor desconhecido)

ANTROPOCENTRISMO MAÇÔNICO



Alguém, que não me lembro de quando nem quem, disse que, se fosse dado ao Homem o poder de viajar pelo de viajar pelo espaço cósmico com a velocidade da luz, ele, partindo da Terra em direção a Marte, em poucos minutos ali estaria, e, ali então, seria o centro do universo.


 Em um segundo momento, teria esse Homem o desejo de se deslocar em direção a  outro ponto ignoto no espaço cósmico, por mais distante que o fosse, a velocidade da luz e também ali estaria em tempo compatível com a relatividade espaço/tempo, e, lá chegando, também tal ponto seria o centro do universo, portanto, o centro do universo não se encontra em nenhum sistema planetário ou em galáxias, mas, o Homem que, graças a sua natureza evolucional constante e ininterrupta, é o elemento chave universal para se entender a obra do Gr.’. Arq.’. do Univ.’., uma vez criado que fora que fora para atingir o desiderato maior que vem a ser a Perfeição, conforme nos prometera o Cristo em suas palavras anotadas por Mateus, V: 44-48:


“Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem ao que vos tem ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Para serdes filhos de vosso Pai que está nos céus; o qual Vaz nascer o sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? Sede vós logo perfeitos como também vosso Pai celestial é perfeito”.

Ora, se o Divino Amigo nos prometeu a perfeição, com certeza não estaria Ele brincando conosco e muito mentos mentindo, visando assim ganhar novos adeptos. 


Absolutamente. A doutrina do Cristo é clara e cristalina e, se nos colocou diante de um exemplo de perfeição, é porque somos destinados a tal, sem sombras de dúvidas. Mas, como faremos.


Nós, simples seres humanos em estágio mediano de evolução, para alcançar tanta graça? É possível que a atinjamos em uma única existência, por mais profícua possa ela ter sido? Ou ainda, que a conseguiremos galgando os graus Maçônicos dos Ritos os mais diversos? Seria a Escada de Jacó uma alegoria relativa à ascensão a esses graus? Para todas as perguntas formuladas, a resposta é óbvia: não, não atingiremos a perfeição em uma única existência, e/ou galgando os graus e tampouco a Escada de Jacó representa tal disposição intima em atingi-la no menor ou maior espaço de tempo, porém, com certeza, teremos que voltar a este mundo várias vezes, vestindo roupagens novas para ninguém é dado o direito de descarregar sua carga nas costas de outrem.


A Maçonaria vem, através dos tempos, prodigalizando a seus adeptos a chave do grande mistério que é vida, mas para empunharmos esta chave, é necessária uma revolução intima que abale os alicerces de nosso acanhado conhecimento e promova uma mudança radical em nossas convicções, as quais, graças ao “aculturamento” a que fomos submetidos há milênios por religiões e religiosos descompromissados com a verdade eterna, acabaram por nos tornar em adoradores de ídolos e seguidores de deuses os mais estranhos, em detrimento ao Deus de Verdade e Amor, que nos foi mostrado em toda sua grandeza por seu filho unigênito.


William Shakespeare nos diz que a “a transformação é uma porta que só se abre por dentro”, e a Arte Real reside exatamente na condição dos ser humano em empunhar a chave e se decidir a abrir esta porta, contudo, não basta apenas a vontade de assim proceder.


Faz-se absolutamente necessário que a esta vontade se alie uma disposição resoluta e determinante de “gestar” o Homem Novo, qual Fênix a reviver das cinzas, e nascer novamente, mas, agora em uma ou mais reencarnações, mas, na presente vida e em cada vida, se faça uma ressurreição completa e total, deixando pós si os despojos do Homem Velho, qual indumentária gasta e rota pelo uso, molambos que o tempo se encarrega de esmaecer e reduzir a pó e ao pó voltará como dantes.


A ressurreição não ocorre da maneira como a entendem os teólogos defensores do retorno do espírito ao corpo que ocupara até a ocorrência da morte. O Gr.’. Arq.’. do Univ.’. não está à disposição do homem para derrocar Suas próprias leis naturais a fim de satisfazê-lo em devaneios e tolices respaldadas em uma teologia não compromissada com a Verdade Inefável.


Somos pó e ao pó voltaremos enquanto espíritos encarnados em corpos materiais apropriados ao nosso desenvolvimento moral, intelectual e físico, contudo, visando sempre à evolução do espírito, esse sim, imortal e criado a imagem e semelhança do Criador Incriado. A ressurreição é o símbolo da morte do Homem-Ego e o parto do Homem-Cósmico, gestado a partir do próprio Homem, ou seja, ela ocorre diversas vezes durante suas vidas terrenas, sempre que atinge um patamar de sabedoria que o torne cada vez mais, um ponto luminoso em beneficio da humanidade.


Cada momento da Iniciação Maçônica, cada Instrução, cada símbolo, em todos os graus de qualquer Rito, é um canto de houzanas ao progresso infinito a que está destinado o Homem. Não existe superficialidade na Maçonaria, a não ser nós, seus adeptos, que ali estamos exatamente para emergir dessa superficialidade e despontar em direção à luz Maior.


O antropocentrismo universal é lei de vida. Se nós, Homens, somos a mais perfeita obra do Senhor, lógico acreditar que estamos destinados a alçar patamares da evolução condizentes com a escalada perfeccional, apesar de nossas imperfeições morais, as quais, com o correr dos tempos, vão se depurando e transformando-se em aprimoramento do caráter humano.


Toda ocasião em que adquirimos um conhecimento a mais e o aplicamos em beneficio da sociedade como um todo, estaremos confirmando a condição de Homens voltados para o progresso e para a paz. A Maçonaria prodigaliza a seus adeptos todas as “ferramentas” necessárias à construção intima.


Quando ouvimos de qualquer obreiro que se faz necessário “modernizar” a Maçonaria, sentimos um estremecimento e uma angustia imensa, por não acreditar que ainda existam membros da Sublime Ordem com discursos tão retrógrados.


Como se faz para modernizar o que é sempre atualizado? É possível operar mudanças sensíveis em uma instituição cuja doutrina filosófica está há mais de mil anos à frente da humanidade? Nossa presunção é tamanha? Não seria mais lógico e salutar enxergarmos a imensa trave em nossos olhos, e, após retira-la, descobrir, maravilhados, o quanto estávamos atrasados em relação à Ordem a qual pertencemos, cuja disposição precípua é iluminar o caminho perfeccional para que o Homem evite os abismos eivados de vícios, de orgulho e egoísmo, de ódio e rancor, e passe a trilha-lo não como um conduzido, mas, orientado e amparado pela Sabedoria que os faz distinguir o certo do errado; palmilhando o caminho com a Força da determinação em chegar a seu término e, por onde passe, ornamentando-o com a Beleza da Virtude e do Amor?


É dever de todo Homem procurar o caminho da perfeição. É dever de todo Homem se iluminar. É dever de todo Homem lutar pela Liberdade de Consciência. É dever de todo Homem promover a Igualdade entre os povos. É dever de todo Homem difundir a Fraternidade universal. É dever de todo Homem mudar o mundo, a começar por si mesmo.


Façamos, pois, com que a Luz Crística oculta em nosso mais recôndito intimo se faça presente em todos os momentos de nossas vidas. Tornemos-nos pontos luminosos a espargir esta luminosidade pelos caminhos perfeccionais por onde caminha a humanidade, cabisbaixa e vencida pelas dificuldades, pelos abismos e escolhos originados da perplexidade com que o Homem encara sua vida na face da Terra.


Eis que são chegados os tempos de colher o que foi semeado. Preparemo-nos então condignamente para que a colheita seja farta e a messe repleta de bons resultados.

Walter de Oliveira Bariani e escritor, Past Grão-Mestre da Grande
Loja Maçônica do Estado de Rondônia, além de ser Membro da Academia Maçônica de Letras do Estado de Rondônia e Membro Correspondente da Loja Maçônica de Estudos e Pesquisas Universum, de Porto Alegre – RS, e da Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas Maçônicas de Juiz de Fora – MG.


APRENDENDO COM OS IRMÃOS



Durante toda a vida estamos aprendendo, seja de forma deliberada, quando nos inscrevemos em curso, ou quando entramos em contato com pessoas que mesmo sem ter essa intenção nos ensinam as mais diversas coisas, às vezes muito mais valiosas do que as aprendias nos bancos escolares.


A criança, campo fértil para o ensino e aprendizagem, vai dia a dia conhecendo o mundo que a cerca e aprende a interagir com ele, por mais inóspito que seja. Com o decorrer da idade nosso aprendizado vai mudando, algumas vezes aprendemos na escola, outras vezes com os mais velhos, amigos e até com estranhos.


Entretanto algumas vezes deliberadamente nos colocamos no caminho do aprendizado, um momento especial é quando aceitamos ingressar na Maçonaria. 


Uma pergunta que ouvi mais de uma vez foi "O que você ganha fazendo parte da maçonaria?", de fato ganhar no sentido material da expressão nós não ganhamos nada, talvez até percamos uma vez que a ordem nos impõe algumas obrigações de ordem pecuniária, no entanto o "ganho" em fazer parte da Ordem Maçônica é justamente o ensinamento que recebemos diariamente, quando nos confrontamos com a moral maçônica. Os valores morais da ordem são sólidos a ponto de modificar nossa visão do mundo.


Ao ingressar em uma sociedade que tem por fim aprimorar o homem, não é possível ficar indiferente, e a primeira coisa que nos vem à mente é fazer uma autocrítica para saber por onde começar essa mudança. Quem de nós não reconhece seus próprios defeitos, mesmo que não tenha a coragem de admiti-los publicamente.


Recentemente tive a oportunidade de reunir-me com alguns irmãos para tratar de assuntos de nossa Loja e em determinado momento um irmão me perguntou seu o ingresso na Ordem me havia modificado de alguma maneira, confesso que embora no momento não tive dificuldades em admitir que eu havia mudado nesse período, somente depois, pensando melhor é que pude avaliar o quanto foi grande essa mudança.


Apesar de ter ingressado a alguns poucos anos na instituição meus valores hoje são outros, quando olho para outra pessoa consigo ver além da imagem material que essa pessoa possui. Isso não se obtém facilmente, mas com muito estudo e perseverança, hoje tomo decisões com mais tranquilidade e com melhor avaliação de todos os aspectos envolvidos, o conhecimento nos traz a serenidade para tomar decisões, isso evidentemente não impede que erremos, mas certamente erramos menos.


A Maçonaria, dado a seu aspecto universal e ecumênico, onde convivem pessoas de todos os povos, raças e religiões, é possivelmente a única entidade com condições de realmente levar a fraternidade a todos os recantos da terra, seus ensinamentos permeiam a sociedade em diversos níveis, visto que temos em nossas fileiras Irmãos de todas as classes sociais. Se isso, no entanto é um privilégio, por outro lado nos impõe uma obrigação, pois de nada serviria uma organização com essas características se ela não tiver o poder de transformar o mundo. 


Hoje vemos diariamente nos meios de comunicação atrocidades sendo cometidas em várias partes do planeta, e parece que isso não consegue mais nos indignar. Em que momento deixamos que isso ocorresse conosco? Como pode um pai de família ouvir com indiferença que uma criança foi molestada sexualmente dentro de sua própria casa pela pessoa que devia protegê, em que momento perdemos nossa capacidade de revolta e indignação?


Onde estão os milhões de maçons espalhados pela terra, quando essas ações se perpetuam? Há pouco tempo ouvi de um eminente maçom uma frase que no primeiro momento me chocou, mas depois percebi que ele tinha a mais completa razão; dizia ele que a Maçonaria é respeitada por todos os setores da sociedade, menos pelos próprios maçons. Ele dizia isso no sentido de que o maçom não percebe a força que tem e não age por que não acredita em seus próprios méritos.


Nossos irmãos em outros tempos modificaram a face deste mundo, derrubaram monarquias absolutistas, interviram decisivamente na independência de vários países, inclusive o nosso, libertaram escravos e tornaram o mundo mais humano. E nós no conforto de nossos lares não temos a coragem de organizar uma ação que modifique esse estado de coisas em que vivemos.


A criança que hoje nasce espera receber de nós o exemplo e a sinalização do caminho a ser seguido, se o que ensinarmos for indiferença e inércia, não podemos esperar que eles aprendessem coisa diversa.


A oportunidade que temos de reunirmos, semanalmente em um ambiente reservado, onde podemos tratar livremente de qualquer assunto, é um privilégio que não podemos desperdiçar, lembrem-se que os nossos irmãos de outrora chegaram a ser mortos simplesmente por serem maçons.


De que vale o conhecimento e o aprimoramento pessoal que adquirimos se isso não for o motor de algo maior que nós mesmos? Acredito que a solução de graves problemas estão mais próximos da solução do que nós imaginamos, basta vencermos alguns vícios, como orgulho e vaidade e unirmos em torno de um objetivo comum. Já dizia o filósofo "Você pode escolher o que plantar, mas será obrigado a colher o fruto de seu trabalho"


Álvaro Rodriguez Perez
MM.’. da ARLS Morada do Sol 227
Oriente de Araraquara –SP



A SALA DOS PASSOS PERDIDOS



Ao perguntar a um profano o que lhe vinha à mente ao ouvir a expressão “sala dos passos perdidos”, recebemos como resposta:
- “É uma expressão estranha, a primeira vista sem significado. Mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.
Isto nos faz crer que os fundadores do Parlamento Inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardam uma entrevista com os parlamentares. Pois ali, as mesmas circulam sem rumo definido, sem destino exato; daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum.
Quando, em 1776, a Grande Loja de Londres inaugurou o primeiro Templo maçônico, foi buscar no Parlamento Inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio. Como curiosidade, também as mesas dos Oficiais, a grande cadeira do Venerável Mestre e os lugares dos Irmãos nas Colunas tem a mesma origem, pois o Parlamento Inglês é cerca de 500 anos mais antigo do que o primeiro templo maçônico. Sabemos que antes as Lojas, Especulativas ou dos Aceitos, reuniam-se nas Tavernas e usavam o nome das mesmas para identificá-las (“a Loja do Ganso e da Grelha”, “a Loja da Macieira”, etc.).
Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos. Os profanos, por desconhecimento, e os maçons, por esquecimento, ao não seguirem os ensinamentos da Arte Real, andam a esmo, sem rumo. Suas ações tornam-se dispersas e os esforços vãos. Porém, ao se voltarem para a doutrina Maçônica, o Templo Interior se organiza, a “Sala dos Passos Perdidos” passa a ficar fora da construção espiritual e aí possa unido com os demais Irmãos, dar um destino às suas ações em prol do autodesenvolvimento moral e espiritual e do bem estar da Humanidade.
“A denominação maçônica SALA DOS PASSOS PERDIDOS, tem sua origem em uma expressão profana”. É a antessala do Salão de Audiências ou de Sessão: da Prefeitura de Genebra; da Câmara dos Deputados da França e do Palácio da Justiça de Paris.
A Enciclopédia MACKEY diz: O sentido maçônico desta denominação se origina no fato de que todo o passo realizado antes do ingresso na Maçonaria, ou que não se coaduna com suas Leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.
Nas Lojas maçônicas do Brasil como as de Paris é assim denominada a antessala do Templo. Também na Hungria a Maçonaria adotou denominação neste sentido. Dali esta denominação também passou a ser usada pelas Lojas da Áustria. Na Alemanha, a expressão é completamente desconhecida.
No que tange a palavra PARLAMENTO, fora o Inglês, onde efetivamente se originou no século XIII, há a contrapor que o Parlamento da Islândia, que é considerado o mais antigo, originou-se no século X.
Para concluir, no Rito Schröder, em particular, e na Alemanha, em geral, usa-se a expressão “Antessala do Templo”.
Inicialmente, temos a Sala dos Passos Perdidos, aonde a Irmandade se reúne, sem qualquer maior preocupação.
É um local destinado a receber os visitantes, onde as pessoas podem andar livremente de um lado para outro como se fosse uma sala de espera, onde os passos não são utilizados para ir a lugar algum, ou seja, são considerados como passos perdidos.
Chega, cumprimenta a todos, reata a conversação interrompida, dá conta do que aconteceu durante a semana, toma cafezinho, brinca, trata de negócios, o Tesoureiro faz as cobranças, é assinado o Livro de Presença, enfim, uma reunião tipicamente social.
Aos poucos, no ambiente agradável de verdadeira amizade, o Mestre de Cerimônias distribui os colares, dos quais dependem as Joias, atributo do respectivo cargo e começa a preparação para o ingresso no Templo.
A Sala dos Passos Perdidos apresenta características próprias, de molde a que um profano verifique tratar-se de uma sala “diferente” das comuns, dos lugares públicos.
Nas paredes, quadros alegóricos, estátuas, avisos, retratos de personalidades, quer maçônicas, quer históricas, de filósofos ou heróis, enfim, uma antessala profusamente ornamentada; mesas, cadeiras, poltronas, para emprestar um aspecto acolhedor; cortinados, lustres, tapetes, para enriquecê-la.
Forma-se o ambiente adequado e que conduza a um “bem-estar”, um refugio aonde amigos irão se abraçar.
Uma vez que todos estejam devidamente aparamentados ou revestidos com suas insígnias, são convidados pelo Mestre de Cerimônias para ingressarem no Átrio.
(Autor Desconhecido)

O MAÇOM CONVERTIDO E O MAÇOM CONVENCIDO



Antes de entrarmos no tema, é imperioso que abordemos alguns aspectos de autocrítica, em consideração à Maçonaria.
A nossa passagem pela vida e no seio da Maçonaria deveria estar ligada a todas as energias que caracterizam a presença e a Glória do Criador.
Precisamos chegar à consciência, ao potencial universal e divino, que cada um, como filho de Deus (G.∙.A.∙.D.∙.U.∙.), herdou para conviver, elevando-se e evoluindo dentro dos são princípios  que regem a vida maçônica, em todos os sentidos.
A mais, completa, complexa e perfeita Instituição, dentre as organizações terrenas. Nenhuma outra organização possui igual estrutura humana, onde homens de todas as raças e etnias, crenças e credos, profissões e artes, são estimulados, dentro dessa diversidade “Mágica e Divina”, a buscarem, consubstanciados em “Princípios Sagrados”,  a evolução da Humanidade. No entanto, em função de necessidades criadas por mentes vazias de alguns “homens, travestidos de Maçom”, ou, ao que nos parece, Maçom Convencido, nossa Excelsa Ordem vem perdendo de vista a sua realidade, a sua unidade universal, as suas raízes e origens – o que estamos fazendo com os nossos valores?
Como um atestado às assertivas iniciais, enumeramos algumas evidências que, paulatinamente, vem invadindo o seio maçônico:
- Profanação da Iniciação com candidatos sem perfil, satisfazendo vaidades pessoais e, com isso, trazendo para o seio da Instituição, indivíduos tão somente voltados para o atendimento de suas necessidades pessoais;
- Banalização da ritualística, em atendimento àqueles que, desprovidos de senso crítico e maçônico, acham que mudar e inventar futilidades são sinônimos de modernizar e inovar;
- A omissão e a falta de posicionamento social e político está levando a nossa Ordem para o ostracismo, para os desvios de conduta, para a impunidade e valorização das recompensas ilícitas;
- O descumprimento do Juramento Sagrado, desvios de conduta e de procedimentos maçônicos, considerados graves delitos, denotando total desrespeito aos Sacrossantos Postulados da Maçonaria.
- Convivemos com autoenganos sem fim… Sabemos “QUEM SOMOS”? Sabemos como vivemos? No que realmente acreditamos?
O problema essencial da existência e da realização humana não respeitam fronteiras acadêmicas e convenções catalográficas. O saber especializado avança, o mistério e a perplexidade se adensam. Eliminar falsas respostas é mais fácil do que enfrentar as verdadeiras questões.
- O que afinal sabemos sobre nós mesmos?
A racionalidade orienta, mas não move; a ciência ilumina, mas, não sacia; o progresso tecnológico acelera o tempo e abre o leque, mas, não delibera rumos, nem escolhe fins. O universo subjetivo no qual vivemos imersos é tão real quanto o mundo objetivo no qual trabalhamos e agimos. “A relação mais íntima, traiçoeira e definidora de um ser humano é a que ele trava consigo mesmo”.
Nestes tempos modernos de Maçonaria, estamos encontrando uma grande leva de autoengano. Tão autoengano que está se desvirtuando de sua real finalidade: uma instituição que tem por fim TORNAR FELIZ A HUMANIDADE.
O AUTOENGANO está nos levando a um corporativismo ingênuo.
E como tornar feliz a humanidade, se o Maçom está se autoenganando?
Temos clara a noção em nosso meio e é propagado pelas Lideranças que somos Homens diferenciados na sociedade. Só que estamos fazendo o que o homem comum faz para se manter em pé, nessa luta pela sobrevivência.
Talvez, complacente nos deslizes éticos sociais;
Talvez conivente com as mazelas morais;
Talvez, tentando se esconder na própria Instituição.
Não estamos sendo e conseguindo ser, aquilo que em Templo falamos.
“Queremos ser Líderes, sem exemplo”.
Que Construtores Sociais e Líderes estão se formando?
Que Mestres, que Líderes são esses, sempre Reativos às críticas?
Muita Vaidade ou não compreensão de sua missão?
Pouca Humanidade por não saberem seu tamanho?
Que Líderes são esses que não sonham, não motiva e só dão ordens?
Sentimos satisfação com as medalhas e não com o conhecimento!
O que vamos levar para o ORIENTE ETERNO? MEDALHAS OU AS BOAS AÇÕES?
Que Mestres, que Líderes são esses que preferem as efemérides à solução das causas de nossa pequenez social?
Convivemos com muitos que se dizem Maçons, mas, na realidade, são os tais MAÇONS CONVENCIDOS. Grandes no convencimento, grandes no AUTOENGANO, deixando transparecer na sua ignorância e insipiência, sua pequenez e a falta de comprometimento, tanto social quanto maçônico.
No autoengano se acham grandes, mas na realidade são pequenos, ínfimos, tacanhos, desinteressados e sem espírito colaborador; são mestres na crítica indevida, pseudossábios, que tentam AUTOENGANAR os tolos que comungam com suas ações.
Resta, pois, aos verdadeiros Iniciados, os MAÇONS CONVERTIDOS, a urgente revisão dos conceitos e corrigir os rumos, a fim de evitarmos o caos.
Maçonaria é vida! Sua filosofia induz ao iniciado vivenciar os ditames da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. No entanto, para que seja vivida, praticada e sentida, é necessário que a conheçamos; só poderemos entendê-la se nos dedicarmos ao estudo e à sua prática com amor; é necessário cultuar a humildade, despindo-nos da vaidade, tão marcante nos MAÇONS CONVENCIDOS.
Quantos tolos tentam, na sua mediocridade, se passarem por MAÇONS CONVERTIDOS! Seus semblantes não conseguem mascarar e traduzem o que realmente são. Não nos enganam…
Assim como os hábitos e as atitudes fortalecem e constroem as vidas, dos que realmente são LIMPOS e PUROS (MAÇONS CONVERTIDOS), dentro, ou fora da Maçonaria, mas, também, enfraquecem e destroem os PROFANOS DE AVENTAL (MAÇONS CONVENCIDOS) que tentam ludibriar a própria sombra.
Na Maçonaria, à medida que absorvemos seus ensinamentos, firmamos nossos passos em busca do aperfeiçoamento. Ler muito, falar menos, ouvir mais, nos posiciona em esferas elevadas, em sintonia com o equilíbrio, com a racionalidade e, assim, dissipamos os obstáculos das materialidades primárias.
Poderíamos nos alongar traçando um paralelo entre ser MAÇOM CONVERTIDO e MAÇOM CONVENCIDO; discorrer sobre as tristezas que empanam a Sublime Arte Real, apontando mais características dos que ajudam a inchar a nossa Ordem, dando-lhe a falsa impressão de grandeza, mas, diante da breve exposição, deixamos à reflexão dos verdadeiros Iniciados (os convictos da causa que abraçaram), o melhor conceito para os MAÇONS CONVENCIDOS e os MAÇONS CONVERTIDOS, advindas de suas sábias conclusões.
(Autor Desconhecido)

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