A Maçonaria, como a conhecemos atualmente, não tem 300 anos
de existência. É o que podemos chamar de uma jovem instituição entre os povos
que habitam este planeta Terra.
Entretanto, ela se intitula milenar e, justifica-se pelos
valores esotéricos de que é possuidora, advindos de todas as religiões.
A Maçonaria, como a conhecemos atualmente, não tem 300 anos
de existência. É o que podemos chamar de uma jovem instituição entre os povos
que habitam este planeta Terra.
Entretanto, ela se intitula milenar e, justifica-se pelos
valores esotéricos de que é possuidora, advindos de todas as religiões (no
sentido lato de sua etimologia), existentes no longínquo passado e inseridos
nos três graus, encobertos pelos véus da descrição, que só os verdadeiros
iniciados têm o direito de desvendá-los por serem portadores das chaves
reveladoras do real sentido, o que oculto encontra-se dos olhos profanos.
Nos rituais dos três graus da Maçonaria, expresso e
registrado encontra-se que o tempo destinado ao “trabalho” de todos os maçons
em loja/ Templo compreende o período entre o meio-dia e meia-noite, quando, na
realidade, os mesmo se reúnem para iniciá-lo às 20 horas.
A divergência entre o que está escrito e registrado nos
rituais e o que, efetivamente, executa-se, desperta a atenção e indagação do por
que desta anomalia e, em busca do por que, sobre o verbete Meio-Dia, acha-se
registrado no dicionário de Maçonaria de:
- Joaquim Gervásio de Figueiredo: Em que o Sol encontra no
ápice de sua elevação horizontal. Simbolicamente, é aquele em que os
Aprendizes, Companheiros e Mestres e muitos outros graus maçônicos costumam
iniciar seus trabalhos.
Lado direito da Loja
de entrada, também chamada de Coluna Sul, onde se colocam os Companheiros.
- Sebastião Dodel dos Santos registra no Dicionário
Ilustrado da Maçonaria: Hora em que o Sol se encontra no zênite, no pico de sua
elevação, antes de desbancar para o poente. Simbolicamente, a hora em que
começam os trabalhos na Oficina Maçônica. Diz-se, também. Do lado direito de
quem entra na Loja (Sul).
- Nicola Aslan no Grande Dicionário Enciclopédico de
Maçonaria e Simbologia registra: Chama-se assim o lado Sul da Loja, ou seja, o
lado colocado à direita daquele que entra. É lá onde tem assento o 2º Vigilante
e os Companheiros no R:.E:.A:.A:. e outros Ritos, sendo o inverso do R:.M:. ou
F:..
Relativamente à frase do ritual dizendo que o Maçom trabalha
do meio-dia à meia–noite, J.M. Ragon (MOIH) escreve: “A explicação corrente,
apenas aceitável para um homem que tem espírito crítico, é que o homem aprende
durante a primeira parte de sua vida e é somente quando chega ao meio-dia de
sua existência que ele se torna útil à comunidade. Mas então, meia-noite
corresponde à morte, as horas antes do meio-dia são visivelmente mais fecundas
e úteis que os anos enfraquecidos da velhice”.
“Astrologia traz uma significação muito mais profunda a esta
fórmula. Sabe-se que por analogia com a divisão do ano em doze meses ou signos,
a Astrologia divide o dia em doze casas ou correntes astrais, possuindo cada
uma o seu caráter nitidamente determinado. Neste sistema, meio-dia corresponde a
casa X, o pôr do sol à VII e meia-noite à VI.
“Ao meio-dia, o Sol sai da X casa horoscópica, a dos
negócios e da situação social, para voltar a entrar na IX, a da religião e do
impulso espiritual. O homem, portanto, despe-se das coisas exteriores para
voltar-se para o interior de si mesmo, para um mundo sutil e não material. A X
casa é a dos negócios e das distinções sociais que é preciso abandonar ao serem
abertos os trabalhos de caráter filosófico, caráter que é da própria essência
da IX casa.
“Depois da IX, o Sol atravessa a VIII casa, a da morte, da
desagregação do antigo e do nascimento sobre um plano superior.
Vários astrólogos deram a esta parte do céu (e só esta
parte) o sentido da Iniciação. Depois vem a VII casa, a do amor não físico, da
dedicação e da vida social. Nascido num plano novo, o Maçom traz aqui o seu óbolo
à Sociedade, tanto mais que a VI, que é a casa horoscópica seguinte, é a do
serviço.
Pode-se interpretar também esta passagem da VII à VI casa
horoscópica como indício de que o Maçom não espera recompensa de sua ação
social, mas que se prepara, ao contrário, para encontrar os espinhos da VI
casa.
O que quer que seja, deste serviço nasce a criação, que é a
síntese da V casa depois da qual o ciclo termina pela IV, cujo sentido
principal é o fim das coisas.
“Portanto, esta curta fórmula, ritualística já oferece o
resumo da evolução iniciática, sem falar de cada parte do dia, que possui uma
influência real, mas ainda pouco conhecida pela nossa ciência, pois esta
influência começa apenas a ser estudada pela astrofísica. Os longínquos
criadores do nosso ritual tomavam certamente em consideração esta variação do
influxo cósmico no decorrer do dia, de maneira que as horas do trabalho
maçônico tinham, somente o significado esotérico que acabamos de indicar, mais
também constituíam a prova consciente das forças cósmicas em vista da
iniciação…” (pp. VIII-X).
Com efeito, tanto a tradição chinesa como a escola de
Zoroastro consideravam a metade do dia, de meia-noite ao meio-dia, como o
período em que o ar é ativo. E do meio-dia à meia-noite como período em que o
ar é passivo. Sendo este último período o mais indicado para o desenvolvimento
intelectual e espiritual, é a razão por que tais escolas como a Maçonaria
“trabalham de meio-dia à meia-noite”.
Sem dúvida, em certo período de sua história, a Maçonaria
recebeu forte contribuição de elementos místicos e ocultistas.
Não estranha, pois que os Rituais contenham palavras e
frases que se estratificaram, permanecendo como legado daquele período, mas que
só podem ser explicadas logicamente quando interpretadas através das ciências
ocultas, de que tanto se utilizam os Maçons dos séculos XVIII e XIX..
O tempo de trabalho em três partes, o Meio-Dia corresponde à
Coluna do Sul sob o Malhete do 2º Vigilante, na plenitude do Astro Rei Sol, por
correspondência ao ser Humano em evolução, em harmonia com a Natureza da Mãe
Terra e do Cosmo como um todo.
Ao Meio-Dia, o Sol encontra-se no zênite e os seus raios ao
planeta Terra vêm frutificar em todas sua plenitude como um todo (integral),
uma só unidade; não se desmembra em luz e sombra, polaridade que faz parte
integrante do Ser Humano para compreensão e análise em que se encontra
enraizado, presente encontra-se mas não objetivada, é como se fora a própria
Divindade, descendo à Mãe Terra, fecundando-a para um novo fruto dar nascimento
ou purificando pela beleza de sua presença em harmonia nos três planos.
Os Iniciados do passado conhecimento tinham da polarização
das energias Cósmicas (Fohat) e da Telúrica (Kundalini) e delas bom uso faziam,
sem interferir na LEI que a Tudo e a Todos Regem, para não quebrarem a harmonia
e o equilíbrio que devem reinar entre os seres humanos e a natureza.
Todos os Condutores da Humanidade, pequenos ou grandes, como
Moisés, Jesus, Pitágoras etc. ao encontro dos Altos Sacerdotes foram receber e
vivencia os Sagrados Conhecimento que a poucos eram conferidos em totalidade.
Neste fim de ciclo, gasto e apodrecido, nos chegam desgastados pela
mistificação e degradação de seus reais valores, tendo como síntese os
ideogramas I:.H:.V:.H:. no Ocidente e OM:./AUM:. no Oriente, consoante a Lei da
Polaridade vigente na presente onda de vida sem podermos usufruir os seus
benefícios, não que nos foram sonegados pela Lei, mas pelo nosso despreparo em
reconhecê-los como o Norte de nossa caminhada e, surdo estamos até o presente
e, a amnésia apoderou-se dos seres humanos que ao pronunciar tão sagradas
palavras, não mais as sabem apesar de todas as tentativas manifestadas
ciclicamente pela presença de seres de alta hierarquia/linhagem.
Temos o dever de reverenciar e exaltar os nossos
antepassados possuidores dos conhecimentos sagrados e que, prevendo a
decadência da humanidade pela exaltação dos valores materiais (quaternário) em detrimento
aos valores espirituais (ternário) nos legaram os seus conhecimentos por
ícones, os mais diversos, na certeza de que, os seres humanos iriam ao
encontros destas verdades que, no presente, caracterizamos como ele e/ou como a
palavra perdida.
A Sagrada e Real Sabedoria oculta ainda se encontra por não
termos superado o que vaticinado estava e que foram a causa primeira de sua
destruição e, o muito pouco que os nossos antepassados absorveram, ou se
perderam (veja o Encoberto em plena luz do meio-dia à procura do homem integral
ao sacro-ofício investi-lo na posse da “lanterna do saber”…) ou chegaram-nos
totalmente subvertidos os seus valores para os quais procuramos, por analogia
chegarmos a um denominador comum.
Não desconhecemos que o Integral e Real Saber era comunicado
verbalmente de boca a ouvido àquele que se fizera merecedor e que tinha o
sagrado dever na íntegra afim de que a humanidade órfã não ficasse dos valores
sagrados e esotéricos que norteavam o real caminho de sua evolução
pré-determinado e/ou estabelecido pela Lei e que registrado encontra-se, para
os que sabem interpretarem e lerem as mensagens numéricas que inseridas foram
na Grande Pirâmide.
Dos grandes condutores da Humanidade, temos de reverenciar
Aquele que neste planeta Terra recebeu o nome de Zoroastro (Gr.) hierarquia que
teve início com Zarasthutra (Zend.). Nome genérico, no Vendidâd e em número de
13 como registra Dabistan e termina com o mortal fundador do “Templo do Fogo”
de Azarcksh, conforme relata H.P.B. na A Doutrina Secreta, estabeleceu o culto
ao Fogo, forma simbólica ao Rei do Sistema Solar, o Planeta Sol, o eixo deste
sistema, onde os demais planetas giram em torno de seus raios de Luz/Calor.
D’Ele, registrado a teatralidade litúrgica, tão necessária
ao mundo profano para mantê-lo coeso como unidade, uma em essência e tríplice
em sua manifestação mas, revestido dos mais altos valores esotéricos, do
Sacerdote e de Pai dos valores morais, tendo como objetivo a harmonia com os
valores da natureza da Mãe Terra que vivenciavam com a prática litúrgica a Céu
aberto em local alto, mas observando se os valores existentes do local estavam
em sintonia com os de cima (que hoje o conhecemos como GEOMANCIA, no Ocidente e
de FENG-SHUÍ no Oriente), bem como a observação dos astros regentes do horários
propício desta conjugação, a fim de estabelecer o fluxo das energias superiores
que devem esparzir em benefício dos seres humanos, em particular, e a Mãe
Natureza como um todo.
Zoroastro, possuidor na íntegra de todo o conhecimento já
vivenciado pelos seus Irmãos anteriormente, no dia pré-determinado com as
sacerdotisas, responsáveis pela pureza e manutenção do Fogo Sagrado, ao alto do
morro, dirigia e com os quatro pontos cardeais determinados e ocupados pelas
sacerdotisas, em seguida, formava o círculo sagrado e protetor da qual
delimitação, ninguém poderia ultrapassar simbolicamente, a representação viva
da quadratura do círculo que na Maçonaria a temos representada pelas colunas
J:. e B:. e, voltado para o Norte (origem=passado) aguardava o posicionamento
do Sol vindo do Oriente (presente) em direção ao futuro (Oeste) no Zênite, que
n’Ele, Zoroastro, correspondia à respiração integral ou seja pelas duas narinas
e era neste mágico momento que os valores celestes unem-se à natureza terrena.
Neste sacrossanto momento de rara beleza do cosmo,
defrontando com a sua criação, o Planeta Terra, observa a grandeza do ser vivo
com os braços erguidos em sua direção que se oferece como elo/ponte de ligação
entre o plano Divino e o Terrenal, “sempre há polaridade presente para que
possamos compreender e reverenciar a presença destes Augustos Seres,
embaixadores em missão sacrificial com a amor e abnegação desce a carnal prisão
para nos legar a Luz necessária no caminhar de nossa evolução em tropeço e
”queda”.
Sim, aquele com os braços erguidos, não em forma submissa
e/ou de solicitar/suplicar, mas em sintonia plena está com o seu interior e,
numa amplitude mais ampla, com o interior da Terra, cônscio de sua missão
transcendental; os Chakras despertos, Kundalini serpenteando pela coluna
vertebral atinge o chakra coronal com suas 960+12 pétalas transformando-o e
envolvendo-o num radiante foco de luz, aguarda o divinal colóquio com Fohat.
O Esquadro Sagrado, vida e forma tomam em favor da
humanidade em seu eterno caminhar.
O Sacerdote-Rei às 12 horas do dia e o Astro-Rei, o Sol, no
Zênite ambos se encontram como eixo ou centro do Universo e da Terra para a
realização da comunhão do Ser Divino com o Ser Humano = o portador da Palavra,
hoje Perdida. D’Ele partem todas as benesses de que o ser humano necessita e
para ele convergem todas as mazelas da humanidade, criadas pela degradação
mental e comportamental, fracas emocionalmente e sem forças espirituais para
superá-las.
A Ele compete o sagrado-ofício de absorver as excreções e
transformá-las e devolve-las como belas experiências ao ser humano dos erros
constantes praticados por ignorância e falta de amor para com o próximo e para
consigo mesmo.
O mesmo simbolismo o tem no ser humano, a representação
única do Macro-Cosmo, com função fisiológica, o Coração, que vivifica o corpo
humano ao remeter o sangue arterial e recebe de volta o venoso que para
purificá-lo, tem como companheiro os pulmões no processo de oxigenação,
retornando ao coração para transformação arterial, recomeçando um novo ciclo.
A falta de amor para consigo mesmo, o ser humano pratica pela
agressão ao seu Templo Sagrado – O Corpo Humano, pela ingestão e aspiração de
tudo que o destrói e o degrada física, moral e espiritualmente, inclusive a
própria Natureza que o cerca e que só lhe oferece tudo de bom e belo.
As mesmas ritualísticas tentam reviver, mas simbolicamente,
nos Templos Maçônicos com suas decorações internas, com destaque para o teto
estrelado com determinadas constelações de estrelas e a quadratura do círculo
representada pelas colunas B:. (quadrado) e a coluna J:.(círculo) e o tapete
mosaico com a forma de um duplo quadrado, passa a representar o círculo
intransponível, com acesso somente àquele que fará a abertura do L:.L:.,
obrando pela invocação mântrica do Salmo de Davi. Portando o E:. e o C:., com a
abertura dos trabalhos, também simbolicamente, ao meio-dia tem seu início e o
seu encerramento, simbolicamente à meia-noite.
Todos os trabalhos iniciáticos, ora realizados em templos
construídos pelas mãos profanas dos homens, não obedecem às medidas canônicas e
muito menos a sua localização, se verificada, está em harmonia com a natureza,
valores que estão sendo redescobertos pelo reestudo da Geomancia e, tudo ocorre
por exacerbar pela valorização incorreta da exaltação da matéria em detrimento
ao espírito, quando deveríamos superar ou melhor transformar de vida energia em
vida consciente expresso pelo entrelaçamento e união de dois triângulos pelo
amor após o equilíbrio dos dois pratos da balança.
Temos de ressaltar que todo o processo de Iniciação é
SIMBÓLICO como o é todo o ato Litúrgico, em decorrência, como já fora explanado
acima, a da ausência de valores reais que perdemos pela destruição de todo
acervo legado pelos nossos antepassados e, os poucos que se salvaram, presos
encontram-se em masmorra e algemados pelo crime de conter a VERDADE da Evolução
da Humanidade, como um todo e, do Ser Humano em particular.
Nelson Lino Ferreira