COMBATE À IGNORÂNCIA E AO FANATISMO PELA MAÇONARIA


A Maçonaria tem por princípio combater de forma contundente a ignorância e o fanatismo, pois seus ensinamentos atacam diretamente tais mazelas, haja vista o enorme atraso que ambas causam no progresso da humanidade.

A palavra IGNORÂNCIA provém do latim “ignorantia”, originado do prefixo privativo “in”, associado ao radical de origem grega “gnos” (conhecimento); significa, pois, etimologicamente, ausência de conhecimento (1).

Posto o significado etimológico da palavra, não se torna ímprobo inferir o porquê de nossa sublime instituição ir de encontro de forma tão veemente à ignorância, ao contrário, tais razões se mostram com clareza, pois a falta de conhecimento além de impedir o homem de progredir em todos os sentidos, ela o escraviza.

Aliás, como leciona o Ir.’.Aslan, estudando os símbolos maçônicos com interesse e aplicação o Maçom neles encontrará inesgotável fonte de ensinamentos, que serão de grande auxílio ao seu aperfeiçoamento moral, e ao mesmo tempo, exercerão grande influência benéfica em sua vida social e sobretudo espiritual, pois a Maçonaria não é nenhuma espécie de “clube para homens”, como alguns estejam inclinados a pensar, mas sim uma verdadeira escola para adultos, que tem a missão de mostrar ao Maçom um caminho que certamente o elevará (2).

A ignorância é a origem de todas as incompreensões e seu princípio é saber mal o que sabe e saber coisas além do que deve saber. Ela evita que os homens conheçam seus direitos e saibam, no cumprimento de seus deveres, que, mesmo com constituições liberais, um povo ignorante é escravo. É o inimigo do progresso e que, para melhor dominar, afugenta as luzes, intensifica as trevas e permanece em constante combate contra a Verdade, contra o Bem e contra a Perfeição (3).

Já o Fanatismo, (do francês “fanatisme”) é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política (4).

O termo “Fanático”, provém do latim “fanaticus”, o qual deriva da palavra fanum que significa “templo” ou “santuário”. “Fanum”, propriamente falando, vinha a ser um lugar sagrado por consagração ou designação oracular e este termo era empregado para aqueles lugares em que se veneravam e se cultuavam os deuses (pagãos) da mitologia na antiga Roma e Grécia, durante os três primeiros séculos antes da era cristã.
 Retomando o vocábulo “fanaticus”, o encontramos também na história das línguas, onde esta palavra designava – em primeiro lugar – a um servidor de algum templo ou “fanum”. Pouco tempo depois, começaram a relacionar este termo (fanaticus) somente para aqueles adeptos exclusivos de um templo, santuário ou divindade (5).

Na antiguidade, aplicava-se às pessoas que viviam fazendo discursos e imprecações nos templos, ou seja, àqueles que se imiscuíam nas coisas sagradas de forma eloquente e obstinada, conformando-as irresponsavelmente às suas próprias ideias. Daí que fanum também tenha originado o vocábulo “profano”, ou seja, o desrespeitador das verdades divinas — que por isso mesmo deve ser posto adiante (pro), no sentido de fora, do templo (fanum). Em resumo: o fanático é uma espécie de profanador da verdade (6).

Em tempos atuais, não obstante voltarmos as raízes etimológicas do termo fanatismo, haja vista sua forma religiosa ser o que está em voga em razão dos extremistas islâmicos, podemos dizer sem qualquer sombra de dúvidas que fanáticos são encontrados não somente na religião, mas na política, no esporte, na ciência, enfim, nas mais diversas áreas do conhecimento, o que infelizmente contribui para o demérito e estagnação do campo onde este estiver inserido.

Não obstante, como nos é ensinado em nosso Ritual do Grau, o fanatismo é a exaltação que perverte a razão e conduz os insensatos a praticarem ações condenáveis. É um afastamento da moral, uma moléstia mental desgraçadamente contagiosa, que, uma vez implantada, pode tomar foros de princípio, escravizando o homem (7).

Portanto, podemos dizer que fanatismo e ignorância são sérias enfermidades sociais que privam o ser do desenvolvimento e do progresso, devendo ambas serem extirpadas do seio social sendo um dever do Maçom, construtor social por excelência, combater com contundência tanto a ignorância quanto o fanatismo.

Ademais, é múnus de o Maçom carrear por toda sua vida, os ensinamentos e instruções que lhe foram passadas, em todos os graus, pois ignorância não é apenas o não saber ou a falta do conhecimento, mas ela também perfaz o pesaroso ornamento que emoldura a arrogância e a inveja, ambas, inadmissíveis em nosso seio!

“Ignorância e arrogância são duas irmãs inseparáveis, com um só corpo e alma. ”

1 ÁVILA, Fernando Bastos de. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo – Fundação Nacional de Material
Escolar – Rio de Janeiro – 1972. Disponível em: http://www.noticiasjornal.com.br/31390.
2 ASLAN, Nicola. Estudos Maçônicos Sobre Simbolismo. 3.ed. Ed. Aurora, Rio de Janeiro-RJ, 1980. p. 58.
3 RITUAL DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM. Rito Escocês Antigo E Aceito – Edição 2013. Porto
Alegre. p. 145.
4 Definição pelo Wikipedia, disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fanatismo>.
5 TORPOCO, David Efraín Misari. Tradução livre efetuada por este irmão, de fragmentos do texto escrito por este
escritor e filósofo peruano.
6 SILVEIRA, Sydney. Disponível em: < http://contraimpugnantes.blogspot.com.br/2012/02/o-fanatico-e-filosofia.html>



DO MEIO-DIA À MEIA-NOITE: O TEMPO DE TRABALHO DOS MAÇONS



A Maçonaria, como a conhecemos atualmente, não tem 300 anos de existência. É o que podemos chamar de uma jovem instituição entre os povos que habitam este planeta Terra.
Entretanto, ela se intitula milenar e, justifica-se pelos valores esotéricos de que é possuidora, advindos de todas as religiões.
A Maçonaria, como a conhecemos atualmente, não tem 300 anos de existência. É o que podemos chamar de uma jovem instituição entre os povos que habitam este planeta Terra.
Entretanto, ela se intitula milenar e, justifica-se pelos valores esotéricos de que é possuidora, advindos de todas as religiões (no sentido lato de sua etimologia), existentes no longínquo passado e inseridos nos três graus, encobertos pelos véus da descrição, que só os verdadeiros iniciados têm o direito de desvendá-los por serem portadores das chaves reveladoras do real sentido, o que oculto encontra-se dos olhos profanos.
Nos rituais dos três graus da Maçonaria, expresso e registrado encontra-se que o tempo destinado ao “trabalho” de todos os maçons em loja/ Templo compreende o período entre o meio-dia e meia-noite, quando, na realidade, os mesmo se reúnem para iniciá-lo às 20 horas.
A divergência entre o que está escrito e registrado nos rituais e o que, efetivamente, executa-se, desperta a atenção e indagação do por que desta anomalia e, em busca do por que, sobre o verbete Meio-Dia, acha-se registrado no dicionário de Maçonaria de:
- Joaquim Gervásio de Figueiredo: Em que o Sol encontra no ápice de sua elevação horizontal. Simbolicamente, é aquele em que os Aprendizes, Companheiros e Mestres e muitos outros graus maçônicos costumam iniciar seus trabalhos.
 Lado direito da Loja de entrada, também chamada de Coluna Sul, onde se colocam os Companheiros.
- Sebastião Dodel dos Santos registra no Dicionário Ilustrado da Maçonaria: Hora em que o Sol se encontra no zênite, no pico de sua elevação, antes de desbancar para o poente. Simbolicamente, a hora em que começam os trabalhos na Oficina Maçônica. Diz-se, também. Do lado direito de quem entra na Loja (Sul).
- Nicola Aslan no Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia registra: Chama-se assim o lado Sul da Loja, ou seja, o lado colocado à direita daquele que entra. É lá onde tem assento o 2º Vigilante e os Companheiros no R:.E:.A:.A:. e outros Ritos, sendo o inverso do R:.M:. ou F:..
Relativamente à frase do ritual dizendo que o Maçom trabalha do meio-dia à meia–noite, J.M. Ragon (MOIH) escreve: “A explicação corrente, apenas aceitável para um homem que tem espírito crítico, é que o homem aprende durante a primeira parte de sua vida e é somente quando chega ao meio-dia de sua existência que ele se torna útil à comunidade. Mas então, meia-noite corresponde à morte, as horas antes do meio-dia são visivelmente mais fecundas e úteis que os anos enfraquecidos da velhice”.
“Astrologia traz uma significação muito mais profunda a esta fórmula. Sabe-se que por analogia com a divisão do ano em doze meses ou signos, a Astrologia divide o dia em doze casas ou correntes astrais, possuindo cada uma o seu caráter nitidamente determinado. Neste sistema, meio-dia corresponde a casa X, o pôr do sol à VII e meia-noite à VI.
“Ao meio-dia, o Sol sai da X casa horoscópica, a dos negócios e da situação social, para voltar a entrar na IX, a da religião e do impulso espiritual. O homem, portanto, despe-se das coisas exteriores para voltar-se para o interior de si mesmo, para um mundo sutil e não material. A X casa é a dos negócios e das distinções sociais que é preciso abandonar ao serem abertos os trabalhos de caráter filosófico, caráter que é da própria essência da IX casa.
“Depois da IX, o Sol atravessa a VIII casa, a da morte, da desagregação do antigo e do nascimento sobre um plano superior.
Vários astrólogos deram a esta parte do céu (e só esta parte) o sentido da Iniciação. Depois vem a VII casa, a do amor não físico, da dedicação e da vida social. Nascido num plano novo, o Maçom traz aqui o seu óbolo à Sociedade, tanto mais que a VI, que é a casa horoscópica seguinte, é a do serviço.
Pode-se interpretar também esta passagem da VII à VI casa horoscópica como indício de que o Maçom não espera recompensa de sua ação social, mas que se prepara, ao contrário, para encontrar os espinhos da VI casa.
O que quer que seja, deste serviço nasce a criação, que é a síntese da V casa depois da qual o ciclo termina pela IV, cujo sentido principal é o fim das coisas.
“Portanto, esta curta fórmula, ritualística já oferece o resumo da evolução iniciática, sem falar de cada parte do dia, que possui uma influência real, mas ainda pouco conhecida pela nossa ciência, pois esta influência começa apenas a ser estudada pela astrofísica. Os longínquos criadores do nosso ritual tomavam certamente em consideração esta variação do influxo cósmico no decorrer do dia, de maneira que as horas do trabalho maçônico tinham, somente o significado esotérico que acabamos de indicar, mais também constituíam a prova consciente das forças cósmicas em vista da iniciação…” (pp. VIII-X).
Com efeito, tanto a tradição chinesa como a escola de Zoroastro consideravam a metade do dia, de meia-noite ao meio-dia, como o período em que o ar é ativo. E do meio-dia à meia-noite como período em que o ar é passivo. Sendo este último período o mais indicado para o desenvolvimento intelectual e espiritual, é a razão por que tais escolas como a Maçonaria “trabalham de meio-dia à meia-noite”.
Sem dúvida, em certo período de sua história, a Maçonaria recebeu forte contribuição de elementos místicos e ocultistas.
Não estranha, pois que os Rituais contenham palavras e frases que se estratificaram, permanecendo como legado daquele período, mas que só podem ser explicadas logicamente quando interpretadas através das ciências ocultas, de que tanto se utilizam os Maçons dos séculos XVIII e XIX..
O tempo de trabalho em três partes, o Meio-Dia corresponde à Coluna do Sul sob o Malhete do 2º Vigilante, na plenitude do Astro Rei Sol, por correspondência ao ser Humano em evolução, em harmonia com a Natureza da Mãe Terra e do Cosmo como um todo.
Ao Meio-Dia, o Sol encontra-se no zênite e os seus raios ao planeta Terra vêm frutificar em todas sua plenitude como um todo (integral), uma só unidade; não se desmembra em luz e sombra, polaridade que faz parte integrante do Ser Humano para compreensão e análise em que se encontra enraizado, presente encontra-se mas não objetivada, é como se fora a própria Divindade, descendo à Mãe Terra, fecundando-a para um novo fruto dar nascimento ou purificando pela beleza de sua presença em harmonia nos três planos.
Os Iniciados do passado conhecimento tinham da polarização das energias Cósmicas (Fohat) e da Telúrica (Kundalini) e delas bom uso faziam, sem interferir na LEI que a Tudo e a Todos Regem, para não quebrarem a harmonia e o equilíbrio que devem reinar entre os seres humanos e a natureza.
Todos os Condutores da Humanidade, pequenos ou grandes, como Moisés, Jesus, Pitágoras etc. ao encontro dos Altos Sacerdotes foram receber e vivencia os Sagrados Conhecimento que a poucos eram conferidos em totalidade. Neste fim de ciclo, gasto e apodrecido, nos chegam desgastados pela mistificação e degradação de seus reais valores, tendo como síntese os ideogramas I:.H:.V:.H:. no Ocidente e OM:./AUM:. no Oriente, consoante a Lei da Polaridade vigente na presente onda de vida sem podermos usufruir os seus benefícios, não que nos foram sonegados pela Lei, mas pelo nosso despreparo em reconhecê-los como o Norte de nossa caminhada e, surdo estamos até o presente e, a amnésia apoderou-se dos seres humanos que ao pronunciar tão sagradas palavras, não mais as sabem apesar de todas as tentativas manifestadas ciclicamente pela presença de seres de alta hierarquia/linhagem.
Temos o dever de reverenciar e exaltar os nossos antepassados possuidores dos conhecimentos sagrados e que, prevendo a decadência da humanidade pela exaltação dos valores materiais (quaternário) em detrimento aos valores espirituais (ternário) nos legaram os seus conhecimentos por ícones, os mais diversos, na certeza de que, os seres humanos iriam ao encontros destas verdades que, no presente, caracterizamos como ele e/ou como a palavra perdida.
A Sagrada e Real Sabedoria oculta ainda se encontra por não termos superado o que vaticinado estava e que foram a causa primeira de sua destruição e, o muito pouco que os nossos antepassados absorveram, ou se perderam (veja o Encoberto em plena luz do meio-dia à procura do homem integral ao sacro-ofício investi-lo na posse da “lanterna do saber”…) ou chegaram-nos totalmente subvertidos os seus valores para os quais procuramos, por analogia chegarmos a um denominador comum.
Não desconhecemos que o Integral e Real Saber era comunicado verbalmente de boca a ouvido àquele que se fizera merecedor e que tinha o sagrado dever na íntegra afim de que a humanidade órfã não ficasse dos valores sagrados e esotéricos que norteavam o real caminho de sua evolução pré-determinado e/ou estabelecido pela Lei e que registrado encontra-se, para os que sabem interpretarem e lerem as mensagens numéricas que inseridas foram na Grande Pirâmide.
Dos grandes condutores da Humanidade, temos de reverenciar Aquele que neste planeta Terra recebeu o nome de Zoroastro (Gr.) hierarquia que teve início com Zarasthutra (Zend.). Nome genérico, no Vendidâd e em número de 13 como registra Dabistan e termina com o mortal fundador do “Templo do Fogo” de Azarcksh, conforme relata H.P.B. na A Doutrina Secreta, estabeleceu o culto ao Fogo, forma simbólica ao Rei do Sistema Solar, o Planeta Sol, o eixo deste sistema, onde os demais planetas giram em torno de seus raios de Luz/Calor.
D’Ele, registrado a teatralidade litúrgica, tão necessária ao mundo profano para mantê-lo coeso como unidade, uma em essência e tríplice em sua manifestação mas, revestido dos mais altos valores esotéricos, do Sacerdote e de Pai dos valores morais, tendo como objetivo a harmonia com os valores da natureza da Mãe Terra que vivenciavam com a prática litúrgica a Céu aberto em local alto, mas observando se os valores existentes do local estavam em sintonia com os de cima (que hoje o conhecemos como GEOMANCIA, no Ocidente e de FENG-SHUÍ no Oriente), bem como a observação dos astros regentes do horários propício desta conjugação, a fim de estabelecer o fluxo das energias superiores que devem esparzir em benefício dos seres humanos, em particular, e a Mãe Natureza como um todo.
Zoroastro, possuidor na íntegra de todo o conhecimento já vivenciado pelos seus Irmãos anteriormente, no dia pré-determinado com as sacerdotisas, responsáveis pela pureza e manutenção do Fogo Sagrado, ao alto do morro, dirigia e com os quatro pontos cardeais determinados e ocupados pelas sacerdotisas, em seguida, formava o círculo sagrado e protetor da qual delimitação, ninguém poderia ultrapassar simbolicamente, a representação viva da quadratura do círculo que na Maçonaria a temos representada pelas colunas J:. e B:. e, voltado para o Norte (origem=passado) aguardava o posicionamento do Sol vindo do Oriente (presente) em direção ao futuro (Oeste) no Zênite, que n’Ele, Zoroastro, correspondia à respiração integral ou seja pelas duas narinas e era neste mágico momento que os valores celestes unem-se à natureza terrena.
Neste sacrossanto momento de rara beleza do cosmo, defrontando com a sua criação, o Planeta Terra, observa a grandeza do ser vivo com os braços erguidos em sua direção que se oferece como elo/ponte de ligação entre o plano Divino e o Terrenal, “sempre há polaridade presente para que possamos compreender e reverenciar a presença destes Augustos Seres, embaixadores em missão sacrificial com a amor e abnegação desce a carnal prisão para nos legar a Luz necessária no caminhar de nossa evolução em tropeço e ”queda”.
Sim, aquele com os braços erguidos, não em forma submissa e/ou de solicitar/suplicar, mas em sintonia plena está com o seu interior e, numa amplitude mais ampla, com o interior da Terra, cônscio de sua missão transcendental; os Chakras despertos, Kundalini serpenteando pela coluna vertebral atinge o chakra coronal com suas 960+12 pétalas transformando-o e envolvendo-o num radiante foco de luz, aguarda o divinal colóquio com Fohat.
O Esquadro Sagrado, vida e forma tomam em favor da humanidade em seu eterno caminhar.
O Sacerdote-Rei às 12 horas do dia e o Astro-Rei, o Sol, no Zênite ambos se encontram como eixo ou centro do Universo e da Terra para a realização da comunhão do Ser Divino com o Ser Humano = o portador da Palavra, hoje Perdida. D’Ele partem todas as benesses de que o ser humano necessita e para ele convergem todas as mazelas da humanidade, criadas pela degradação mental e comportamental, fracas emocionalmente e sem forças espirituais para superá-las. 
A Ele compete o sagrado-ofício de absorver as excreções e transformá-las e devolve-las como belas experiências ao ser humano dos erros constantes praticados por ignorância e falta de amor para com o próximo e para consigo mesmo.
O mesmo simbolismo o tem no ser humano, a representação única do Macro-Cosmo, com função fisiológica, o Coração, que vivifica o corpo humano ao remeter o sangue arterial e recebe de volta o venoso que para purificá-lo, tem como companheiro os pulmões no processo de oxigenação, retornando ao coração para transformação arterial, recomeçando um novo ciclo.
A falta de amor para consigo mesmo, o ser humano pratica pela agressão ao seu Templo Sagrado – O Corpo Humano, pela ingestão e aspiração de tudo que o destrói e o degrada física, moral e espiritualmente, inclusive a própria Natureza que o cerca e que só lhe oferece tudo de bom e belo.
As mesmas ritualísticas tentam reviver, mas simbolicamente, nos Templos Maçônicos com suas decorações internas, com destaque para o teto estrelado com determinadas constelações de estrelas e a quadratura do círculo representada pelas colunas B:. (quadrado) e a coluna J:.(círculo) e o tapete mosaico com a forma de um duplo quadrado, passa a representar o círculo intransponível, com acesso somente àquele que fará a abertura do L:.L:., obrando pela invocação mântrica do Salmo de Davi. Portando o E:. e o C:., com a abertura dos trabalhos, também simbolicamente, ao meio-dia tem seu início e o seu encerramento, simbolicamente à meia-noite.
Todos os trabalhos iniciáticos, ora realizados em templos construídos pelas mãos profanas dos homens, não obedecem às medidas canônicas e muito menos a sua localização, se verificada, está em harmonia com a natureza, valores que estão sendo redescobertos pelo reestudo da Geomancia e, tudo ocorre por exacerbar pela valorização incorreta da exaltação da matéria em detrimento ao espírito, quando deveríamos superar ou melhor transformar de vida energia em vida consciente expresso pelo entrelaçamento e união de dois triângulos pelo amor após o equilíbrio dos dois pratos da balança.
Temos de ressaltar que todo o processo de Iniciação é SIMBÓLICO como o é todo o ato Litúrgico, em decorrência, como já fora explanado acima, a da ausência de valores reais que perdemos pela destruição de todo acervo legado pelos nossos antepassados e, os poucos que se salvaram, presos encontram-se em masmorra e algemados pelo crime de conter a VERDADE da Evolução da Humanidade, como um todo e, do Ser Humano em particular.
Nelson Lino Ferreira 


A HORA DA VERDADE - SELECIONAR PARA NÃO ERRAR


O fato aqui narrado ocorre todos os dias no mundo maçônico, talvez nesse exato momento esteja ocorrendo em algum lugar do nosso Amado Brasil.

Outro dia nos perguntaram:

- O que eu preciso fazer para entrar na maçonaria?

Então lhe devolvemos a pergunta:

- Por que você quer entrar na maçonaria?

O nosso interlocutor gaguejou, se coçou, buscando as palavras que talvez lhe proporcionasse esconder as verdadeiras razões, e nos respondeu:

- É que eu acho muito bonito ser maçom, acho interessante.

Continuamos então a perguntar.

- Por quê?

- Porque vocês se tratam por irmão e parece que vocês levam isso muito a sério
Continuamos a perguntar:

- Por acaso você é filho único? Pelo que sei você tem vários irmãos, não é mesmo?

- Sim, realmente tenho vários irmãos, só que no caso de vocês é diferente, vocês chamam de irmão alguém que não tem laço algum de parentesco, e é isso que me agrada.

Perguntei-lhe então:

- Será que é só isso mesmo? Creio que isso é muito pouco para você resolver entrar para uma sociedade, você não acha?

- É só que eu já andei lendo bastante sobre a maçonaria; seus princípios, sua filosofia, finalidades, objetivos, etc., e creio que é o tipo de sociedade que irá preencher o vazio que creio ter. Além do que vocês tem como princípio a fraternidade e a ajuda mútua acho isto muito interessante.

- Sendo assim, lhe pergunto, pode hoje dispor de um mínimo de 150 Reais por mês para ajudar a custear uma sociedade filantrópica e os nossos custos de manutenção, sem que este valor prejudique de alguma forma o seu orçamento?

- Olha, eu acho que sim, mas, tenho que gastar tudo isso por mês?

- Sim, isso e mais um pouco. Acha realmente que está preparado para entrar nessa sociedade como membro atuante ou vamos abrir o jogo, você de alguma forma acha que a maçonaria poderá lhe ajudar muito mais do que hoje você a poderá ajudar?

- Sim, também, mas vocês não se ajudam mutuamente, ou seja, sendo maçom as coisas não são facilitadas de alguma forma?

- Creia, esse é o grande motivo das debandadas dos que, na nossa sagrada ordem, entram. Nosso principal objetivo não é o de ser ajudado, ou ter a nossa vida material de alguma forma facilitada, e sim, ajudar, lutar para a construção de um mundo melhor para todos os que fazem dele a sua morada.

Portanto, para ingressar na maçonaria, primeiramente devemos reunir condições de nos auto ajudar e de ajudar os nossos semelhantes, sejam ou não maçons.

Creia a maçonaria brasileira ainda não decolou, porque esses princípios fundamentais foram desvirtuados, realmente, você tem razão, aqui no Brasil, ela se compara a uma grande sociedade de ajuda mútua desvirtuada.

Como uma esmagadora maioria entrou sem as condições mínimas necessárias, o número dos que tem condições de ajudar é infinitamente menor do que a esmagadora maioria dos que entraram pensando em serem ajudados. Isto posto, NÃO HÁ O BENEFICIADOR, NEM O BENEFICIADO.

O que se vê hoje na maçonaria brasileira é um grande contingente dos que nem ao menos consegue pagar as taxas mínimas de manutenção. É também verdade que as frustrações são em razão de uma expectativa não satisfeita dos que entraram com um único objetivo - se beneficiar, ou dos que hoje entram e se deparam com esse estado de coisas e correm, por não aguentar tanta heresia, hipocrisia e pedidos em suas portas como se fossem tábuas de salvação.

Os que possuem as reais condições de se tornarem grandes maçons, hoje, lamentavelmente, correm dela. Perdem eles, perde a maçonaria e perde ainda mais a humanidade como um todo que deixa de ver formado um grande líder, capaz de enfrentar e resolver os problemas e conflitos que a atingem.

Assim como os Templários nasceram para proteger os cristãos na rota que os conduziam à Jerusalém, a maçonaria nasceu para, em nome de DEUS e por DEUS, ajudar a humanidade a cumprir os seus desígnios, tornando nosso mundo mais justo e perfeito.

Portanto, a maçonaria possui duas faces distintas, numa ela modela o caráter do indivíduo para se tornar um homem de bem, noutra ela exige que o indivíduo tenha posses e condições de ampliá-las, aí sim, com a ajuda dos membros da ordem, com um único objetivo, auxiliar a humanidade, combatendo, a fome, a miséria material, espiritual e intelectual.

Vamos tomar, por exemplo, os procedimentos de uma guerra, onde temos que formar um exército para combater e vencer o inimigo: (O INIMIGO - a fome, a miséria material e espiritual da humanidade).

Primeiramente vamos escolher os bons comandantes (OS SÁBIOS - maçons que já alcançaram um elevado grau de iniciação, seres elevadamente espiritualizados e possuidores da estabilidade econômica e financeira necessária.

A seguir vamos escolher os jovens soldados, cheios de saúde, sem os defeitos que os impossibilitem de lutar, portadores das condições necessárias para que se tornem futuros comandantes (O FUTURO INICIADO - tem que ter um bom começo de estabilidade econômica e financeira, conduta ilibada, bem como tendências fortes de espiritualização, para que guiado e ajudado pelos SÁBIOS, possa se tornar um deles).

Se houver uma rigorosa seleção de bons soldados, teremos a formação de bons comandantes, a união de ambos, fortalecerá o regimento, para enfrentar e sair vitorioso na guerra proposta.

Aí reside a grande diferença entre a maçonaria dos Estados Unidos da América e a dos países Latinos Americanos, especialmente a do Brasil.

Tudo na verdade é uma questão de história e filosofia, a maçonaria brasileira está preocupada com a proliferação de lojas e contingentes de associados, quanto maior o número, maior será o valor arrecadado, e com este valor pode-se...?

Quanto maior o número de associados despreparados, maior será a facilidade para rifar-se cargos sem serem molestados.

Tudo é feito num faz de conta e numa grande ilusão, Deputado Estadual Maçônico, Deputado Federal Maçônico, Juízes Maçônicos, Grandes Secretários, Grande Isto, Grande Aquilo, Supremo Isto, Supremo Aquilo, nomes pomposos para todos os gostos. Nossa esperança é que um dia isso tudo seja verdade.

Diante de tais circunstâncias, tenho certeza que os antigos maçons, nossos antepassados, que foram para o oriente eterno, choram todos os dias em suas orações, por verem a Sagrada Ordem dos Tempos e dos Templos profanada pelos que são da maçonaria só e somente só MEROS ASSOCIADOS.

A maçonaria brasileira possui muitos SÁBIOS (autênticos), porém, estes ainda não são escutados, são preteridos e combatidos, pelos que se satisfazem com as facilidades advindas da prática do associativismo, usando o nome maçonaria, porém, jamais, seguindo os seus perfeitos conceitos.

A maçonaria é sublime, seus conceitos perfeitos, a Ordem em si é perfeita, tão perfeita que apesar de tudo sobrevive aos desmandos e vícios dos homens.
Nesse milênio, o joio será separado do trigo, por uma seleção natural, que será conseguida graças às dificuldades que o mundo terra está experimentando.

Ha. Uma esperança generalizada por parte de todos os estudiosos da Nobre Arte, que esta possa ser um dia a herdeira da verdadeira iniciação, no entanto, o homem a tem colocado cada vez mais distante desse caminho, por vaidade, egoísmo, improbidade administrativa e ausência espiritual de alguns poucos que chegam ao mais alto comando dela.

Transformando-a em feudos de um poder imaginário, onde se sentem verdadeiros imperadores, fazendo e usando de todos os meios possíveis para não perderem os seus cetros.

Chega-se ao absurdo de travarem-se verdadeiras batalhas para disputar a presidência de uma loja, a origem da proliferação de lojas e dissidentes, também se dá em virtude desses embates, sabe por quê? Porque os imperadores, ao seu tempo, criaram a figura de que certos cargos na maçonaria só podem ser exercidos por quem tenha presidido uma loja.

Onde está a filosofia, onde está o verdadeiro sentido da iniciação, se uma grande maioria dos que chegaram ao comando de uma loja, ali chegaram por caminhos tortuosos, tanto isto é verdade, que os maiores problemas dentro das lojas tem sua origem naqueles que já a comandaram, pois muitos destes se consideram, seres superiores, revestidos de uma falsa santidade e sapiência, que faria qualquer profano ou leigo sentir vergonha só de saber que isto existe.

O meu nome, sim, o meu nome é MAÇONARIA. 


Trabalho elaborado por Marcos Antonio Gomes

O MAÇOM E SUA LOJA



”Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos habitem em união”.

Existe uma historinha que volta e meia estamos ouvindo no meio maçônico, mas que nunca é demais repetir:

Conta-se que em uma pequena cidade da Inglaterra, havia um pastor que conhecia praticamente todos os cidadãos da localidade.

Nos cultos dominicais, era comum que algumas pessoas ocupassem sempre os mesmos lugares na igreja. Assim, num determinado banco, sempre estava um senhor muito respeitado e querido no lugar.

Num determinado dia, o pastor notou que aquele banco estava vazio. Achou estranho. Porém, não se preocupou muito porque era comum alguém faltar ao culto esporadicamente por um motivo ou outro.

Na semana seguinte, novamente o banco estava vazio, levando o pastor a especular-se sobre o fato.

Na terceira semana o banco continuou vazio.

Terminado o culto, o pastor dirigiu-se à residência daquele Irmão para indagar-lhe o motivo de suas ausências. O cidadão arguiu que há muitos anos frequentava aquela igreja e que já estava achando os cultos muito enfadonhos e repetitivos. Disse que já sabia de cor e salteado tudo o que o pastor falava.

Foi então que o pastor foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima da pedra que servia de parapeito da janela. Dentro de pouco tempo, essa brasa começou a se apagar.

Passados alguns instantes de silêncio entre aqueles dois homens, o cidadão faltoso disse: Pastor compreendi a sua mensagem!

E voltou a frequentar o culto como sempre o fez. Moral da história: Uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.

Meus Irmãos! A pequena história que contamos acima vem bem a calhar com o que acontece nas Lojas Maçônicas de forma geral. Muitos Irmãos deixam de frequentar a sua Loja alegando motivos muitas vezes inconsistentes.

Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.

A Maçonaria, como já depreendemos, visa à mudança do homem em seu interior. O seu objetivo é que o homem evolua interiormente, e em fazendo isso, estará contribuindo para a evolução não só dos maçons de forma particular, como de toda a sociedade.

O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior. Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão por todo o tempo.

O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar. Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres. Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou participar de qualquer evento, sociedade ou o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos.

Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nós nos propusemos. Em outras palavras: devemos colocar AMOR naquilo que fazemos.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma cerimônia de iniciação, quando o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios e renasce em um mundo diferente. Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude.

Mas será que a iniciação consiste somente naquela cerimônia do primeiro dia? Com certeza, a resposta é NÃO. A iniciação envolve todo um processo no qual o iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda sua vida maçônica.

O verdadeiro maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem, os ensinamentos de que carece para sua evolução. Infelizmente, muitos maçons esperam que após a sua iniciação, lhes sejam abertas as cabeças e lá colocados vários tonéis de conhecimentos.

Muitos maçons têm a ilusão de que com a iniciação, lhes seja revelada uma fórmula mágica que propicie uma mudança radical em sua vida. E isso, evidentemente, é só uma ilusão. A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.

Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas. E elas não são poucas.

Por outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente. E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente.

Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro há mais tempo, não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e estes por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos. É aquela velha máxima que diz que “o homem é um produto do meio”. O verdadeiro maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele.

Por outro lado, devemos compreender que se queremos ser verdadeiramente maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros.

Se ao ingressamos na Ordem e deparamos com um ambiente que não corresponde à expectativa que tínhamos, certamente que o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte da mesma, porém de forma indiferente.

O procedimento corre todo verdadeiro maçom é procurar se evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. Se cada um de nós procurar agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores maçons e por consequência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo.

É fácil reconhecer um maçom desinteressado: ele está sempre reclamando que a sessão está demorando e que precisa ir embora por um motivo ou outro; ele sempre encontra razões em não colaborar com os afazeres da Loja.

Assim, um dos preceitos básicos que devemos observar é o da tolerância. Sem a tolerância não haverá companheirismo. Para haver tolerância e companheirismo, é necessário muita humildade e respeito. Talvez resida aí o primeiro passo que devemos dar para a nossa mudança interior, da qual falamos linhas acima.

Tolerância não significa conivência. Devemos sim, ser tolerantes com as falhas dos Irmãos, com todos os seus defeitos e fraquezas, jamais com a preguiça e a indolência.

Falamos também acima, que devemos colocar AMOR em toda empresa de que participarmos. Então,quando participamos de uma sessão maçônica, devemos fazê-lo com a maior boa vontade possível. Ao nos dirigirmos para a Loja a fim de assistirmos os trabalhos, devemos procurar ter pensamentos nobres e sublimes.

Só assim estaremos contribuindo para a formação de uma corrente positiva dentro do templo, e por consequência, auferindo os benefícios que dela advém. Essa corrente de pensamento positivo é a chamada EGRÉGORA MAÇÔNICA. 

Os Irmãos certamente já experimentaram a sensação de paz que existe em determinados locais, principalmente em templos religiosos ou outros lugares onde não exista a presença de energias negativas. É justamente esse ambiente de paz e serenidade que devemos procurar proporcionar em nossas reuniões.

Conforme prevê a nossa Constituição, “a Maçonaria pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever”.

A Maçonaria propaga e defende a VERDADE como simples verdade. Assim, se o maçom busca sua mudança interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade. Verdade sobre si mesmo e para consigo mesmo. Será se o motivo alegado para faltar a uma sessão é o verdadeiro? Será se estamos doando de nós tudo o que podemos em benefício de nossa Loja, em benefício do grupo ao qual pertencemos, ou seja em benefício de nós mesmos? Vale à pena meditar sobre isso.

Se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza, os resultados nos surpreenderão a todos. Alguém já disse que “o todo é muito maior do que a simples soma das partes”.


JOSÉ ALVES FRAGA 

ORDO AB CHAO


No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz”. (Gênesis, 1:1-3).
Como poderia ser? As sombras não partem da luz. O fogo não parte da água. Como pode algo surgir ou ser criado a partir de seu oposto? Ora, os opostos se atraem e se cancelam mutuamente. Então, não. A Ordem não pode vir através do Caos. A não ser por um milagre… 
A Terra estava sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo. A primeira parte da criação já havia sido realizada: a criação do universo. No entanto, em se tratando da história da raça humana, esse livro, como muitos de outras tantas religiões, começa a partir da criação da vida neste mundo. A Terra estava sem forma.
Ou seja, o plano material não tinha organização, não estava submetido às Leis Cósmicas. As trevas podem significar tanto a ausência do Astro que permitiu a vida nesse planeta como as trevas da ignorância que nos separavam da existência do Divino.
O Espírito de Deus pairava sobre os Oceanos do Não Manifesto, a não matéria dos metafísicos, o Potencial Criador, a argila de Deus. Então, Ele lança Sua Luz no mundo e começa Seu trabalho: arquitetar e construir o Templo de Sua Criação.
Organizando o Não Manifesto, que é o Caos por essência, Ele cria as primeiras partículas que darão origem a átomos, dispersos, desconexos. Átomos que formarão moléculas, substâncias, matéria. Moléculas que formarão células, tecidos, órgãos, organismos. Vontade e verbo, que formarão almas, que encarnarão espíritos nos corpos.
Então, sim, O Grande Criador é capaz de conseguir a Ordem a partir do Caos.
No entanto estamos falando de um lema criado por homens para uma associação de homens. A que ela remeteria? A um objetivo inalcançável? À blasfêmia de equiparar-se a Deus? Certamente, não.
Os novos conceitos da Química, da Matemática e da Física dizem que “tudo tende para o Caos”. Por mais desencorajadora, aterradora e cruel pareça essa sentença, ela é um fato nas equações, nos laboratórios, na natureza, na vida. Tarefa ainda mais difícil, então a de cumprir com o lema.
O trabalho de um dia seria desfeito segundos, horas, meses ou séculos depois.
 Nos TT.’., o M.’.Cer.’. nomeia os cargos da L.’., dando a cada Obr.’. sua alfaia, como que se fazendo valer do Verbo ao ordenar cada planeta em sua órbita, cada átomo em sua posição na molécula. Ele nomeia um a um para que a L.’.esteja composta, aguardando as ordens para iniciar mais um dia, como no primeiro dia em que Deus fez Luz.
Se o T.’. é a representação deste Plano, se cada Sessão é a representação da Vida a cada dia, então façamos valer a vontade que o Criador nos delegou de fazer prevalecer a Ordem sobre o Caos. Deus nos fez à Sua imagem e semelhança, como parte de Si, como deuses que somos. Então, podemos também impor nossa vontade sobre o Caos e criar Ordem. Em sua infinita sabedoria, ele fez com que sua criação definhasse constantemente para o Caos para que nós, seus fiéis arquitetos, nos mantivéssemos em constante alerta, tendo sempre algo a aprimorar e regenerar.
Não fosse pela degeneração das moléculas que compõem o DNA de uma célula, pela desestruturação “espontânea” de seus átomos, não procuraríamos a cura para o câncer. Não fosse pelo constante retroceder na evolução humana, pela ganância, vaidade, fanatismo, não praticaríamos a caridade, a modéstia e a tolerância. Não fosse pelas constantes tentações de nos desvirtuarmos do que é correto, não seríamos chamados dia a dia a desbastar as asperezas e polir a P.’. B.’..
Ordem a partir do Caos significa, em última análise, Evolução. Seria muito fácil encarnarmos com todas as qualidades e virtudes e fazer um esforço mínimo para mantê-las. Jamais evoluiríamos, jamais nos tornaríamos de novo Um com o Indivisível.
Ao contrário, devemos buscar nos nossos defeitos os motivos para fazer brilhar a Luz. Como a lótus que nasce da podridão dos pântanos, ergamos das masmorras de nossos vícios os templos às nossas virtudes, sempre vigilantes ao Caos que nos rodeia. Façamos valer o aprimoramento constante frente a inexorável degeneração do todo.
Fiat voluntas Dei: Ordo ab Chao.
Ir.’.Mario Guanaes Simões Filho • Liberdade, Dever e Poder Nº 631
S.’.L.’.R.’. A GLESP     
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