A Maçonaria tem por princípio combater de forma contundente a ignorância
e o fanatismo, pois seus ensinamentos atacam diretamente tais mazelas, haja
vista o enorme atraso que ambas causam no progresso da humanidade.
A palavra IGNORÂNCIA provém do latim “ignorantia”, originado do prefixo privativo “in”, associado ao radical de origem grega “gnos” (conhecimento); significa, pois, etimologicamente, ausência de conhecimento (1).
Posto o significado etimológico da palavra, não se torna ímprobo inferir o porquê de nossa sublime instituição ir de encontro de forma tão veemente à ignorância, ao contrário, tais razões se mostram com clareza, pois a falta de conhecimento além de impedir o homem de progredir em todos os sentidos, ela o escraviza.
Aliás, como leciona o Ir.’.Aslan, estudando os símbolos maçônicos com interesse e aplicação o Maçom neles encontrará inesgotável fonte de ensinamentos, que serão de grande auxílio ao seu aperfeiçoamento moral, e ao mesmo tempo, exercerão grande influência benéfica em sua vida social e sobretudo espiritual, pois a Maçonaria não é nenhuma espécie de “clube para homens”, como alguns estejam inclinados a pensar, mas sim uma verdadeira escola para adultos, que tem a missão de mostrar ao Maçom um caminho que certamente o elevará (2).
A ignorância é a origem de todas as incompreensões e seu princípio é saber mal o que sabe e saber coisas além do que deve saber. Ela evita que os homens conheçam seus direitos e saibam, no cumprimento de seus deveres, que, mesmo com constituições liberais, um povo ignorante é escravo. É o inimigo do progresso e que, para melhor dominar, afugenta as luzes, intensifica as trevas e permanece em constante combate contra a Verdade, contra o Bem e contra a Perfeição (3).
Já o Fanatismo, (do francês “fanatisme”) é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política (4).
O termo “Fanático”, provém do latim “fanaticus”, o qual deriva da palavra fanum que significa “templo” ou “santuário”. “Fanum”, propriamente falando, vinha a ser um lugar sagrado por consagração ou designação oracular e este termo era empregado para aqueles lugares em que se veneravam e se cultuavam os deuses (pagãos) da mitologia na antiga Roma e Grécia, durante os três primeiros séculos antes da era cristã.
Retomando o vocábulo “fanaticus”,
o encontramos também na história das línguas, onde esta palavra designava – em
primeiro lugar – a um servidor de algum templo ou “fanum”. Pouco tempo depois,
começaram a relacionar este termo (fanaticus) somente para aqueles adeptos
exclusivos de um templo, santuário ou divindade (5).
Na antiguidade, aplicava-se às pessoas que viviam fazendo discursos e imprecações nos templos, ou seja, àqueles que se imiscuíam nas coisas sagradas de forma eloquente e obstinada, conformando-as irresponsavelmente às suas próprias ideias. Daí que fanum também tenha originado o vocábulo “profano”, ou seja, o desrespeitador das verdades divinas — que por isso mesmo deve ser posto adiante (pro), no sentido de fora, do templo (fanum). Em resumo: o fanático é uma espécie de profanador da verdade (6).
Em tempos atuais, não obstante voltarmos as raízes etimológicas do termo fanatismo, haja vista sua forma religiosa ser o que está em voga em razão dos extremistas islâmicos, podemos dizer sem qualquer sombra de dúvidas que fanáticos são encontrados não somente na religião, mas na política, no esporte, na ciência, enfim, nas mais diversas áreas do conhecimento, o que infelizmente contribui para o demérito e estagnação do campo onde este estiver inserido.
Não obstante, como nos é ensinado em nosso Ritual do Grau, o fanatismo é a exaltação que perverte a razão e conduz os insensatos a praticarem ações condenáveis. É um afastamento da moral, uma moléstia mental desgraçadamente contagiosa, que, uma vez implantada, pode tomar foros de princípio, escravizando o homem (7).
Portanto, podemos dizer que fanatismo e ignorância são sérias enfermidades sociais que privam o ser do desenvolvimento e do progresso, devendo ambas serem extirpadas do seio social sendo um dever do Maçom, construtor social por excelência, combater com contundência tanto a ignorância quanto o fanatismo.
Ademais, é múnus de o Maçom carrear por toda sua vida, os ensinamentos e instruções que lhe foram passadas, em todos os graus, pois ignorância não é apenas o não saber ou a falta do conhecimento, mas ela também perfaz o pesaroso ornamento que emoldura a arrogância e a inveja, ambas, inadmissíveis em nosso seio!
“Ignorância e arrogância são duas irmãs inseparáveis, com um só corpo e alma. ”
1 ÁVILA, Fernando Bastos de. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo – Fundação Nacional de Material
Escolar – Rio de Janeiro – 1972. Disponível em: http://www.noticiasjornal.com.br/31390.
2 ASLAN, Nicola. Estudos Maçônicos Sobre Simbolismo. 3.ed. Ed. Aurora, Rio de Janeiro-RJ, 1980. p. 58.
3 RITUAL DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM. Rito Escocês Antigo E Aceito – Edição 2013. Porto
Alegre. p. 145.
4 Definição pelo Wikipedia, disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fanatismo>.
5 TORPOCO, David Efraín Misari. Tradução livre efetuada por este irmão, de fragmentos do texto escrito por este
escritor e filósofo peruano.
6 SILVEIRA, Sydney. Disponível em: < http://contraimpugnantes.blogspot.com.br/2012/02/o-fanatico-e-filosofia.html>
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