Peço data venia aos que pensam
em contrário, mas por entendermos que o Aprendiz Maçom está adentrando a um
“mundo novo”, necessário se faz o silêncio do mesmo em Loja nos seus primeiros
momentos, que é importante por, pelos menos, duas razões: para a compreensão da
simbologia que o circunda e para a demarcação de prioridades no seu processo de
aperfeiçoamento.
Sem sombra de dúvida que fazemos
esta defesa sem querer que o silêncio seja na forma convencional que a
Maçonaria defendia em tempos pretéritos, mesmo porque vivemos novos tempos, o
que requer novas práticas.
O Aprendiz Maçom passa por um
processo de integração num grupo novo, com regras específicas, com uma ligação
interpessoal forte. Desejaria, porventura, ter uma atitude proativa de se dar a
conhecer, de intervir, de mostrar o seu valor. Mas precisa ser prudente e
moderado, porque tem o seu valor, e todo o grupo é sabedor - por isso o aceitou
no seu seio -, o conhecimento advirá, nos dois sentidos, com o tempo e a
naturalidade dos contatos entre todos.
Além disso, o Aprendiz Maçom
está num processo de mudança de paradigma quanto à forma de estar social. Os
valores apreciados nos meios profanos não serão os mesmos que são proferidos
entre os maçons.
Na Maçonaria não se busca eficiência,
produtividade, riqueza, estatuto, etc..
Na Maçonaria valoriza-se a força
de caráter, o reconhecimento das próprias imperfeições, o desejo de melhorar, a
ponderação, o respeito pelo outro, a tolerância, a paciência, etc..
Seria injusto para o Aprendiz
Maçom que, vindo das realidades do mundo profano, está ainda em processo de
adaptação aos objetivos do método maçônico de aperfeiçoamento, deixá-lo
expressar opiniões, sem as devidas orientações, que cabe a todos os irmãos
maçônicos, especialmente ao 1º Vigilante e ao Venerável.
Entendemos que a aprendizagem na
Maçonaria é um processo de tentativa-erro-correção e o aperfeiçoamento pessoal
é um processo, também, com estas vicissitudes. Além disso, errar é normal.
Será, porventura, até necessário.
Os maçons experientes sabem-no.
Mas quem está a soletrar as primeiras letras do novo alfabeto de valores e
símbolos só com o tempo o verificará. E se após as básicas e necessárias
orientações, por ventura errar publicamente, não deverá arrefecer seus ânimos e
sentir-se diminuído com isso. Muito pelo contrário, deverá ser um elemento
motivacional de crescimento e aperfeiçoamento humano-maçônico.
Entendemos, portanto que o
silêncio inicial do Aprendiz lhe proporcionará a curto e médio prazo, o pensar,
o refletir e o meditar que são “ferramentas” imprescindíveis para a comunicação
com moderação e sensatez. Além disso, pensar, refletir, meditar e falar são
atribuições também inerentes aos iniciados maçonicamente.
Por Ir.•. Vercil Rodrigues
Editor-fundador do jornal e site Maçônico “O Compasso” www.jornalocompasso.blogspot.com.br e Membro da A.•. R.•. L.•. S.•. Areópago Itabunense. Itabuna – Bahia.
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