Declaração oficial do
Honorável Irmão Derek Dinsmore,
Grande Chanceler da GLUI, na Assembleia Geral da CMI
— em Madrid. 15 de abril de 2015
Grande Chanceler da GLUI, na Assembleia Geral da CMI
— em Madrid. 15 de abril de 2015
Mui Venerável Irmão Presidente
e Membros da CMI.
Agradeço-lhe, Irmão
Presidente, tanto por permitir que eu e meu colega fôssemos observadores em sua
Conferência como pelo privilégio de poder dirigir-lhes a palavra.
Na Inglaterra estamos
bem conscientes de que não pudemos visitar sua Grande Loja por um tempo
considerável. Assim, sua Conferência na Espanha nos pareceu uma oportunidade
boa demais para desperdiçar, porque permitirá que nos encontremos informalmente
com tantos líderes da Maçonaria na América Latina.
Também estamos muito
conscientes do privilégio que muitos de vocês nos concederam ao permitir que
Lojas, sob nossa Constituição, continuassem a trabalhar em seus países.
No pouco tempo como
Grande Chanceler da Grande Loja Unida da Inglaterra, aprendi a posição
exclusiva de minha Grande Loja, como a mais antiga Grande Loja no mundo.
Embora não tenhamos
buscado sê-lo, parece que somos olhados pelo mundo maçônico regular como os
árbitros e guardiães da regularidade maçônica.
Nossos pontos de vista
e conselhos são regularmente procurados e, quando inquiridos, ficamos felizes
em aconselhar, baseados em nossa longa experiência maçônica.
O que não podemos ser
— e não desejamos ser — é uma espécie de policial maçônico internacional,
arbitrando entre Grandes Lojas ou mesmo resolvendo disputas dentro de uma
determinada Grande Loja. Um dos princípios fundamentais das relações maçônicas
internacionais é que cada Grande Loja é soberana e independente, e nós, pela
longa experiência, estamos conscientes da linha tênue entre aconselhar e, na
verdade, interferir nos assuntos internos de uma Grande Loja Irmã.
A regularidade é algo
absoluto: uma Grande Loja ou um Grande Oriente ou é regular ou não. Não há meio
termo neste assunto. Na perspectiva inglesa, se uma Grande Loja ou Grande
Oriente não preenche todos os nossos Princípios Básicos para o Reconhecimento
de Grandes Lojas, não pode ser reconhecida como regular.
Onde diferimos de
algumas Grandes Lojas regulares é que nossos princípios não incluem a
jurisdição territorial exclusiva como um princípio de regularidade.
Por razões históricas,
seria impossível para nós fazê-lo. Deveras, em algumas partes do mundo – por exemplo,
como Índia, África do Sul, Nova Zelândia e África Ocidental – as três Grandes
Lojas originais - agora dividem território com uma Grande Loja local que se
desenvolveu de Lojas originalmente sob nossa Constituição.
Como eu disse antes,
também temos o privilégio de ter Lojas, dentro do território, de um número de
Grandes Lojas na América do Sul, aqui presentes hoje, que datam do século XIX.
Para nós, para a Irlanda e a Escócia, soberania e jurisdição territorial são dois conceitos inteiramente diferentes. Para nós, soberania é uma Grande Loja ter autoridade única sobre seus membros e Lojas, onde quer que essas Lojas possam localizar-se geograficamente.
Soberania não pode ser
dividida. Território, por acordo mútuo, pode ser compartilhado, e compartilhar
território de modo algum diminui a soberania das Grandes Lojas envolvidas.
A frase chave é ‘por acordo mútuo’. Num
Território, onde nós já reconheçamos uma Grande Loja, se houver uma segunda
Grande Loja, que se enquadre em nossos Princípios Básicos para o Reconhecimento
de Grandes Lojas, antes de estender a ela nosso reconhecimento, perguntaríamos
à Grande Loja reconhecida, como cortesia, se ela teria alguma objeção a que o
fizéssemos.
Esperamos, por causa
do grande cuidado que temos em avaliar a regularidade de uma Grande Loja, que o
acordo seja aceito. Não insistimos que as duas Grandes Lojas se reconheçam,
mas, simplesmente, que compartilhem o território.
Esta foi a política
que usamos em relação aos Estados Unidos da América, onde em muitos estados
reconhecemos a Grande Loja Estadual e a Grande Loja Prince Hall; na Colômbia,
onde agora reconhecemos seis Grandes Lojas; no Brasil, onde, em adição ao velho
aliado, o Grande Oriente, nós agora reconhecemos quatro Grandes Lojas
Estaduais; e, mais recentemente, no México, onde, por quase cem anos,
reconhecíamos apenas a Grande Loja de York e, agora, reconhecemos a Grande Loja
de Vera Cruz.
O reconhecimento,
naturalmente, é um privilégio que pode ser revisto. Se uma Grande Loja afasta-se
do caminho da regularidade ou parece estar levando a Maçonaria ao descrédito,
ela pode ser suspensa e, se as coisas não melhorarem, o reconhecimento pode ser
cancelado.
Naturalmente, essas
opções são disponíveis, independentemente, para todos nós, como Grandes Lojas
regulares, do modo como considerarmos adequado.
Vivemos em um tempo em que os Maçons regulares, em todo o mundo, deveriam estar unidos em um propósito comum: brecar o crescimento, muito facilitado pela internet, da maçonaria irregular.
Durante os problemas
recentes na França, nós, na Inglaterra, nos espantamos ao descobrir que há
cerca de oitenta grupos alegando ser Grandes Lojas.
O mesmo pode ser dito
em outras partes da Europa e América do Norte. Muito dessas, assim chamadas
Grande Lojas, são pequenos grupos com web sites atraentes — e aí reside o
perigo.
Estamos buscando
atrair jovens bem formados para que venham a ser o futuro de nossas Grandes
Lojas. Na Inglaterra, chamamos os abaixo de quarenta anos de geração Google.
Se eles desejam alguma
informação sobre o que quer que seja, eles ligam seus laptops, entram no Google
ou outro navegador e vêem o que aparece.
O perigo é que eles
acessem em um desses sites caprichados e sejam levados à maçonaria irregular,
para, depois, descobrir que foram enganados e, desta forma, perdidos para a
Maçonaria regular.
Muitos desses sites
dão ao público uma visão distorcida da Maçonaria e empanturram, com essa
mitologia barata que cresceu em volta da Maçonaria.
Seguramente, melhor do
que levantar barreiras arbitrárias ou desnecessárias ao reconhecimento de
Grandes Lojas, que sejam verdadeiramente regulares em seus atos e práticas,
deveríamos acolhê-los em nosso círculo para que se juntassem a nós na batalha
contra a irregularidade.
Mui Veneráveis
Presidente e Irmãos, obrigado pela cortesia de nos permitir estar com vocês, e
por sua paciência em ouvir-me.
Colaboração do
Irmão Jório Rodrigues Barbosa, Mestre Maçom e obreiro da Augusta,
Respeitável e Grande Benfeitora Loja Simbólica “Amor ao Trabalho” no 202 -
GOB
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