MAÇONARIA E MAÇONS (REFLEXÕES & CRÍTICAS)


O que somos? Para onde vamos? O que queremos?

             Existe uma conceituação generalizada no mundo dito profano e até entre nós, sobre o que é a maçonaria e quem são os maçons e incluiríamos o que queremos e para onde caminhamos.

              Encontramos esse ajuizamento conceptivo principalmente entre as pessoas que apenas superficialmente distinguem matiz, fato e idéias.  Daí sentirmos a necessidade de se estabelecerem alguns parâmetros para o conceito maior de e sobre “Maçonaria”.

             Constantemente encontramos pessoas que se identificam e ou reconhecemos como maçons e ao indagarmos de onde vem, recebemos a informação “de um lugar que no nosso entender é incerto e não sabido”...

 Porque isso? Porque existem “N” maçonarias convivendo e sobrevivendo sob uma mesma abóboda.

             Na nossa Ordem, (GOB) possuímos normas para distinguir e reconhecer oficialmente esses casos. Sim, isso é de todo conhecido. Mas quantas vezes são solicitadas a “chave” que abre a porta desse reconhecimento? Se está “vivo”. Se está “morto” ou se está “adormecido”?  A   P.’.S.’., nem pensar...(90% a esquece).
 Quase nunca essas “armas mortíferas” de reconhecimento são empregadas, até porque, se adormecido estiver, acaba sendo reconhecido como estando na normalidade...

Assim, a maçonaria que não nos é reconhecida como tal, acaba se desenvolvendo e criando verdadeiras monstruosidades para o conceito geral do nome. 

 E somos todos culpados. Com possíveis e devidas exceções, entre os quais até nos incluímos.

 Temos que aceitar e entender que, adormecido, afastado ou execrado, “ele” não é mais para ser reconhecido.

 Sejamos corretos conosco e com a Organização.

 Se for execrado, se foi afastado ou expulso por algum motivo, o foi pela competência exercida por sua Loja ou por quem de direito.

 Si chegou ao fim por motivo justificado segundo o julgamento dos demais, o “adormecido” foi quem por algum motivo, vontade ou erro, não aceitou e abandonou a nau onde convivia conosco, seus companheiros. 

 Porque continuarmos a tratá-lo como “conhecido”, se deixou de sê-lo e não mais o é?

Quando nessa linha assim agimos, alguns nos tacham de intolerantes, quando não se trata disso. 

 Entenda-se. Tolerância é outra coisa. Nesses casos, é de Direito, Ordem, Lei. 

 Nada se faz sério se estiver fora da regra que se instituiu.

 E temos regras. Temos normas.  O não cumprimento destas, nos leva a estágio não desejado.

             Qualquer organização para evoluir precisa de um norte, um rumo, uma diretriz.  E nós precisamos de Beleza e Poder, de Cultura Política. Cultura Organizacional.

             Observando-se nosso passado, verifica-se que sempre fomos uma Ordem Política e Cultural. Colaboramos com a Implantação da República, o que nos é reconhecido. Talvez não implicitamente numa política partidária, mas sem dúvidas, Política; pois sempre tomamos partido em qualquer situação, atos ou fatos que nos cercam.

             Afinal o que somos?

 Misantropos? Políticos, escultores filosóficos, polidores do ego alheio e do próprio?  Hipócritas ou o que? Ou tudo isso e mais alguma coisa?
             Filosoficamente sabemos a que viemos e materialmente cumprimos diversas e modestas “obrigações”, mas será só isto a nossa parcela de contribuição social?
             Como analisarmos historicamente uma Organização que se perpetua sem grandes abalos e com incontáveis feitos e conquistas, mas que hoje se encontra praticamente ao léu.

 Eis para nós uma grande questão.

 Argüimo-nos sempre:

 -Foi de fato a Maçonaria que, como Organização, lutou para a conquista desses feitos históricos nacional ou foi o homem Maçom?

 -Pode o homem Maçom, historicamente, ser entendido como sendo ele a Maçonaria?

Precisamos e devemos efetuar uma análise profunda para elucidar essas e outras interrogações e esclarecer o que é de transcendental importância: quem é a Maçonaria? É a Organização ou é o Homem Maçom?  (Dizer que um forma ou complementa o outro é o óbvio, não é por ai...)

 Esse é um dos “X” (chis) da questão.

             “Eduquem-se as crianças que não será necessário punir os adultos”- alguém já o afirmou. E diríamos: “Deem exemplos e instruções certas ao Aprendiz e terás um Mestre”.

             Atentemos para o fato de que entre nós, ao funcionar a prevalência da Ordem sobre o Homem Maçom, é imprescindível que:

 a.     Se escolha muito bem quem será ou é o candidato que irá nos dirigir e nos liderar, pois só assim teremos uma grande Ordem.

 b.     Se fortaleçam as Lojas, pois essa é a poderosa força que temos e poucos se apercebem disso, inclusive os Poderes e Órgãos Centrais. (Observe-se que se na Loja se iniciarem um mau cidadão, foi aberta a nossa porta de entrada da Instituição, não apenas daquele Oriente, mas para a Ordem Universal). 

 c.      Essa triagem há que ser muito séria e rigorosa .

 d.     Entendemos que em todos os Graus maçônicos a objetividade implícita precisa ser ampliada e suas metas melhor definidas. 

 Sendo esse mínimo alcançado, desnecessárias seriam as regras como Constituições, Regulamentos, Códigos, etc., pois que o MAÇOM VERDADEIRO  prescinde dessas letras.

            É incrível como na Ordem, alguns entendem erroneamente o que é uma Loja, o que é um Oriente, o que é um Maçom, o que é a Maçonaria ou deveria ser e seus objetivos em todos os campos.

            Observe-se o que ocorreu e ocorre em países vizinhos, principalmente nos EUA.  

Lá e aqui, a Ordem, os IIr.’., as suas Lojas criaram uma Nação e um Estado. Aqui durou pouco a participação na escolha das pessoas certas para sua direção e execução em todas as áreas, municipal, estadual e federal em consonância com um Plano Diretor; lá, até hoje, entendemos que a ORDEM mantém a predominância das ações de interesse social, nacional e internacional.  Por que?

Concluímos que lá, desde sua formação, existe uma estrutura que ainda não a temos aqui. 

Quais nossos erros e falhas além dos já apontados? 

Uma observação mais acurada nos leva a entende o que está acontecendo.  Exemplificando: Quando da última eleição para o GMG segmentos de opinião da nossa Ordem nos alertaram sobre a necessidade de “pensarmos com a cabeça e não com o coração” na escolha do nosso dirigente executivo.  De nada serviu o alerta.

O tempo se incumbiu de mostrar que o alerta era válido e que não funcionou, lamentavelmente...

            Ocultamente ou não, precisamos e devemos nos apresentar junto aos grandes debates de temas nacionais. Opinando e ou criticando, tudo em benefício da Pátria e da Família brasileira.

Não se critique nossas palavras e observações. Estamos cumprindo a nossa parte como membro da Ordem e o que determina nossa consciência.

Critiquem-se a quem se lançou espontaneamente a ocupar cargos e funções de direção e que obrigatoriamente deveriam ser nossos exemplos maiores, nossos líderes e que não o fazem por onde, com raríssimas exceções e ocasiões.

Temos certeza de um fato:

“Não se constrói um grande edifício em alicerces tão frágeis”.

E nosso verdadeiro alicerce são nossas Lojas espalhadas por todos os Orientes.  Conheçam, sintam o esforço hercúleo dos seus Veneráveis Irmãos para sua manutenção e funcionamento.

Meus IIr.’.

O Grande Oriente do Brasil não está e não é apenas em Brasília. Não é só o Poder Central, não são os Grão Mestrados Estaduais. SÃO AS LOJAS.

 Muito se pode fazer por todos nossos Irmãos e Lojas em todos os Orientes, sem grandes sacrifícios.  Temos que pensar e cuidar com muito carinho desses sustentáculos e isso só se fará se colocarmos à nossa frente, à frente da nossa Ordem, uma cabeça que abra caminhos e aplaine as áreas; que semeie a boa semente a que irá produzir permanentemente os frutos para o cumprimento de metas e de objetivos permanentes da nossa Ordem.

Há que se dar um abaixo à hipocrisia. Abaixo à vaidade. Que  se estabeleça  a competência.

 Temos outros problemas a solucionar:

 Como podemos nos distinguir de outros “maçons” de ordens consideradas espúrias?

 Essa é uma chamada à reflexão e que encontremos uma saída.  

 Meus IIR.’.

 Se um Mestre, após anos e anos de Ordem, ainda é uma “Pedra Bruta”,   smj. é porque não foi, não é, e não será nunca um bom Maçom.  Subiu a “Escada” empurrado ou puxado por outros iguais a ele. 

 Sinceramente, admitimos que o Maçom pode errar. A Maçonaria, jamais. 

 Se não nos aprumarmos, resvalaremos para a vala comum existente no mundo que chamamos de “profano”. E alertamos: não estamos longe disso não.
 Justos, sempre procuramos todos ser, o que até é fácil...

 Individualmente não seremos nunca perfeitos, mas a nossa Ordem precisa e tem o dever de ter esse objetivo; e para isso, é preciso apenas que pensemos e se aja  com beleza, pureza, correção.

 Não somos a Verdade. Deixamos esse pensar e essas modestas observações com os IIr.’. limpos e puros, com aqueles que amam a nossa Instituição e assim, zelam incansavelmente por sua Beleza e Força, Ética e Moral para a eternidade do tempo.

 Por enquanto é só...

 Fraternalmente, 
Fernando Silva de Palma Lima – CIM. 115.552 –
Deputado Federal da Loja Prof. Hermínio Blackman-1761
Or.’. de Vila Velha-ES.


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