LOJA MAÇÔNICA


Não quero mais uma Loja Maçônica.

Quero uma Loja que seja um estado de espírito.

Quero um centro de solidariedade, onde todos sofram as aflições de cada um e comemorem o justo regozijo de cada um.

Quero um templo azul, ungido pelo orvalho de Hermon, onde cada irmão possa chorar quando quiser e possa sorrir com os olhos, o coração franqueado à compreensão e a razão predisposta ao diálogo.

Quero ver todos os meus irmãos, todos os dias, ouvir idéias e críticas às minhas idéias.

Quero divergir e assim convergir no mesmo ideal.

Não quero apenas mais uma Loja maçônica.

Quero uma Loja livre, que ajude a libertar.

Quero uma Loja igual, onde todos realmente se igualem.

Quero uma assembléia onde se possa debater com a liberdade e a simpatia que estão ausentes no mundo profano.

Quero uma oficina onde todos aprendam juntos a compreender os desígnios do grande Arquiteto do Universo.

Não desejo apenas uma Loja onde sempre prevaleça a vontade de alguns.

Quero uma Loja onde a maioria respeite as convicções da minoria, onde se cultive a fraternidade, sinônimo de amor, sem condições e perdão sem restrições.

Quero uma Loja dedicada à construção de um templo diverso do templo profano: um templo mais amigo, mais piedoso e, sobretudo, mais justo.

Não desejo uma Loja de elite, insensível e presunçosa.

Quero uma pequena comunidade, onde todos sejam líderes de suas próprias crenças, onde cada irmão perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que lhe são desculpados os próprios senões.

Não desejo uma Loja, onde todos cumprem seus deveres somente porque a lei o exige.

Quero uma Loja de cargos simbólicos, onde não haja apenas contribuintes, onde todos venham pelo puro prazer de vir, uma Loja que faça parte da vida de cada um, do credo de cada um, do modo de ser de cada um.

Não desejo uma Loja de maçons perfeitos.

Quero que o Grande Arquiteto do Universo nos livre dos homens perfeitos. Eles nunca erram, porque jamais acertam. Eles nunca odeiam, porque jamais amam.

Quero uma Loja de maçons que mereçam a caridade que fazem a si próprios e ao próximo, porque ninguém é uma pedra polida.

Não desejo uma Loja completa.

Quero uma Loja onde não haja erros e acertos, mas que se procure em cada vocábulo emitido, o quanto de amor transmite.

Quero uma Loja onde haja equívocos, contradições e até mesmo ilusões.

Quero uma opção de aprimoramento espiritual.

Não quero uma Loja de homens ricos.

Quero uma Loja onde ninguém se eleve senão pelo trabalho, onde ninguém se acomode, onde todos sejam eternos insatisfeitos.

Quero uma Loja onde o segredo não precise ser jurado e continue segredo.

Quero uma oficina humana e crística.

Não o Cristo lenda do cristianismo, que só compreendeu quando o crucificou, mas dos aflitos e dos andarilhos.

Não quero apenas mais uma Loja Maçônica.

Quero uma Loja de pequenas dimensões e grandes obras, onde, um dia, possa fazer do meu filho, meu irmão.


Waldo Fazzio Junior
M.´.M.´., ARLS JUSTIÇA E LEALDADE N. 1908, Lins - SP, Brasil

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