No
início, peguei num compasso e desenhei um círculo. Chamei-lhe de Universo.
Ele seria uma espécie de laboratório onde eu havia de me experimentar. Com o
mesmo compasso, desenhei todos os lugares habitáveis do Universo. Com o
esquadro, defini que o que está em cima, havia de ser como o que está em baixo.
Assim, estava lançado o fator determinante da Igualdade.
Com a
régua, defini o plano material. Ligando o plano material com o espiritual
através do esquadro, criadas as energias expansivas do universo e determinado o
plano experimental, o Universo parecia Justo e Perfeito. Mas não era,
faltava-lhe o essencial para que se tornasse experimental. Os pólos opostos à
criação sublimes e perfeitos, então, chamei o Diabo. Expliquei-lhe que
precisava da sua ajuda, o meu Universo era tão perfeito que não havia nada para
experimentar, nada para aprender. Então, ele entendeu o meu problema.
Não
podia experimentar a verdade porque não havia mentira. Sem mentira, o conceito
de verdade não fazia qualquer sentido. Assim como não podia experimentar a
alegria sem saber o que é tristeza, pois não saberia distinguir uma da outra.
Como
não poderia distinguir o belo sem conhecer o feio, porque não há termo de
comparação. Então o Diabo entendeu a minha preocupação e de pronto se ofereceu
para me ajudar a operar o Universo.
Ele
havia de se encarregar de lançar a dúvida, de gerir os opostos, garantindo que
eles coexistam para garantir o livre-arbítrio, o meu mais sublime conceito.
Estava então lançado o fator determinante da Liberdade.
Um
acordo assim requer um consenso, requer respeito e, sobretudo, requer que se
unam esforços para que o funcionamento dos trabalhos decorra sempre de forma
justa e perfeita.
O
acordo era o princípio de um Universo assente em princípios de respeito pelas
diferentes crenças dos seus dois administradores. Ficou acordado entre mim e o
Diabo que jamais discutiríamos as crenças e as políticas de cada um, durante os
trabalhos do Universo. Estava feito o pacto com o Diabo, assente no respeito e
amizade, na sociedade existente entre ambos. Estava então lançado o fator
determinante da Fraternidade.
O Universo era agora Justo e Perfeito. Restava-me agora voltar à minha condição de Homem, regressando às profundezas da terra, renascendo como homem em busca de luz, experienciando o Universo, empenhando-me em busca da verdade, construindo um templo tão alto que me faça voltar a tocar os céus.
O
templo deverá ser construído, um dia de cada vez, no desbaste intensivo da
pedra bruta, que ao ser lapidada, poderá se encaixar de forma perfeita em cima
de outra pedra lapidada, erguendo colunas de conhecimento assentes nos fatores
determinantes de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que estruturem um Templo
tão alto, que o seu topo, qual vértice da pirâmide, toque o céu e possa
fazer-me experimentar a sublime experiência da Verdade, nas ascensão que farei
por uma escada devidamente planeada para o efeito.
Terei então voltado às origens, terei voltado a experienciar-me Deus, Criativo e Criador - Arquiteto do Universo"
Excerto de Essência - Edição Reinventada
(Progresso da obra) do autor Paz Kardo.
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