Quantas vezes você ouviu isso?
Quantas vezes você compreendeu isso?
Quantas vezes você compreendeu isso?
Primeiramente, fica difícil entender, pelo fato de ser um santo da igreja católica e em maçonaria sempre ouvimos que "religião não se discute". Se assim é, estamos desrespeitando os irmãos que adotam outra religião que não seja a cristã.
Reforça essa idéia com a palavra "padroeiro", evidentemente de
origem e uso na Igreja Católica Apostólica romana. Mais uma vez, desrespeitamos
os irmãos não cristãos.
Mas porque será que a maçonaria usa esse tipo de artifício? Será que,
embora não admitindo ser uma religião, faz tudo para parecer uma diferente das
demais, enquanto usa atributos cristãos?
Evidente que, tudo em maçonaria, não tem um início conhecido ou definido. Por diversas razões, deixamos de buscar a origem, a fonte, para acreditar na famosa e inexplicável TRADIÇÃO que usamos indistintamente. E não ousamos discutir! Logo nós que somos "livres" para buscar!
Usamos, mas não sabemos por que usamos. Seguimos, mas não sabemos o que
e porque seguimos, levando em conta - sempre - o fato de sermos irmãos, de
defender a liberdade e o crescimento da humanidade.
Nada mais vago e sem explicação. Fazer o bem e não ver a quem. Esse
proselitismo nos chega de forma que não compreendemos exatamente o que fazemos
na maçonaria. Simplesmente chegamos e somos parte de um todo sem explicação e
sem fontes da origem. De onde viemos?
São João seja ele o Batista, ou o Evangelista, talvez alguns dos "santos Joãos" que surgiram e disseminaram na Idade Média, como um tal de Esmoler, muito lembrado em antigos rituais escoceses, assim como um outro denominado São João de Jerusalém; ou ainda de outro que seria São João d'Acre, da dinastia Frígia ou Amoriana que teve três imperadores em Bizâncio, de 820 a 867 a.D.
Indiferentemente de ser lembrado na igreja romana ou na Católica
Apostólica Ortodoxa, também chamada Igreja Ortodoxa e Igreja do Oriente, que
resultou do cisma da Igreja Católica Apostólica Romana ocorrido em 1054, o nome
JOÃO parece que caiu no gosto do povo, na alta Idade Média.
Não bastava apenas ser adepto a um santo, mas AO MAIOR DOS SANTOS. E ai
São João proliferou e teve uma aceitação generalizada.
Como a criação de ordens de cavalaria estava em alta, nada mais
apropriado que a criação da Ordem do Hospital de São João, Ordem dos Pobres
Cavaleiros do Templo, da Ordem Militar e Hospitalar de São João d'Acre e São
Tomaz (uma ajuda de outro santo sempre é bom); Ordem Militar de Castela, e
outras ordens dinásticas, etc e etc, todas com alguma alusão a um dos santos
São João.
O passo para inserir essa aceitação, que nos parece mais uma tradição,
no seio da maçonaria, não demorou. Foi uma questão de tempo, pois a ordem
maçônica recém alimentada de idéias e homens foi terreno fértil para a
sacralização de tudo, tendo em vista que, TUDO naquela época, deveria ser
santificado para prevalecer.
Por isso, quando criaram o cargo de Grão-Mestre, em 1717, escolheram o
dia 24 de junho para a festa de posse, pois deveria ser grandiosa e rumorosa!
A ordem maçônica, necessitando e um suporte eficaz, de uma aceitação
geral, de respeito às coisas sagradas, não perdeu tempo em admitir (sem
iniciação) o São João, indiferentemente de sua origem.
Afinal de contas, santo é santo e não se discute. E antes de ser
Batista, Evangelista, Esmoler, de Jerusalém, d'Acre ou de qualquer outro lugar,
ele é JOÃO.
Então porque não simplificar? Deixar os sobrenomes de lado e usar
somente o nome JOÃO? Assim, evitaria alguma discussão em loja que poderia
demorar alguns minutos. Talvez, os irmãos daquele tempo também tinham pressa de
terminar a sessão e iniciar, logo, os ágapes. As notícias que nos chegaram
daquela época é que alguns dos nossos antepassados voltavam para casa
carregados, pois abusavam dos ágapes, principalmente na hora do FOGO! BOM FOGO!
Aliás, perceberam o porquê da palavra FOGO?
Embora certos de que somos verdadeiros livres, estamos presos ao passado
não explicado, não informado e não compreendido. Somos indivíduos convertidos a
uma doutrina, idéia ou sistema, sectário (talvez), adepto, partidário de uma
ordem chamada maçonaria.
E ninguém nos informou que seria assim, pelo simples fato de que nem
nossos padrinhos conhecem a resposta.
Neste caos, sem ter saída, é melhor apelar para um santo. E que seja um
conhecido, nosso amigo e irmão de maçonaria (se ainda não foi iniciado já o é
por direito, pois conhece todos nossos segredos).
Que São João nos ajude! Porque proteção mesmo é com o mais graduado: o
Grande Arquiteto do Universo!
Fonte:
Amílcar Silva Júnior, advogado. Or.’. de Campo Grande ARLS Novo Tempo.
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