"Era comum buscar guarida nos
conhecimentos egípcios que, segundo escritores renomados, teriam sido herdados
das prósperas civilizações. Atlântida e Lemuriana, destruídas devido à vaidade
que cultivavam e também pelo uso inadequado dos conhecimentos esotéricos."
Entendemos por
pesquisa, a busca, a indagação, a investigação que procura a verdade. Quais
seriam as ferramentas do homem moderno na sua eterna procura da veracidade
não só dos fatos, como também das ideias?
Hoje, no terreno
científico, temos os sofisticados laboratórios, os observatórios
astronômicos, os voos siderais tripulados e os satélites artificiais, cujas
observações criam teorias, hipóteses para serem demonstradas como falsas ou
verdadeiras.
Quanto aos fatos e às ideias humanas, teríamos um vasto arsenal
de descrições alicerçadas na arqueologia, etnologia, etologia, linguística,
antropologia, sociologia e psicologia, comprovando ou invalidando
conhecimentos e conceitos.
Como é muito difícil, às vezes, fazermos pesquisas de campo usamos na maior parte do tempo a pesquisa bibliográfica constituída por publicações: documentos (fontes primárias) ou por monografias, livros de um modo geral (fontes secundárias), nos quais o autor procura justificar sua tese ou antítese nas conclusões de outros tratadistas de reconhecida capacidade e honestidade, no assunto.
Este é o aspecto
geral que, praticamente, teve início no final do século passado, mas
principalmente no começo do atual século, no qual a experimentação e as
descobertas nos campos das ciências humanas substituem o magister dixiit dos
sábios das culturas arcaicas e as alucinações e delírios de místicos
desequilibrados.
Analisando o primeiro período do dístico inicial: “Era comum buscarem guarida nos conhecimentos egípcios”. Que conhecimentos? Quais as influências egípcias na cultura do mundo antigo?
Porém, sabemos pelas
modernas descobertas arqueológicas que o Egito encontrava-se e manteve-se num
grau baixíssimo sob os vetores científicos, filosóficos e religiosos. Tinham
alguns conhecimentos de geometria e astronomia. A filosofia deles era uma
cosmogonia mitológica, dentro das ideias comuns a todos os povos do mundo
antigo, que em muito precederam os egípcios com mitos da criação do universo
e do homem, sendo os mais primitivos historicamente os da cultura suméria
acadiana.
Sua teologia ficava
num animismo e totemismo dos mais primários, pois seus grandes
deuses eram representados por homens com cabeças de animais. Adoravam
alguns animais, comprovação obtida pelas múmias encontradas de certos animais
(gato, crocodilo, escaravelho). Osíris e Ísis pertenciam aos velhos mitos da
fecundidade e imortalidade como os anteriores dos sumérios: Dumuzzi e
Gilgamesh e das demais culturas como Adônis, Átis, Orfeu, Dionísio, Jesus e
Hiram Abi; sintetizados na morte e renascimento do deus em analogia com a
natureza.
Quais seriam os escritores renomados: Leadbeater, Ragon, Paul Burton, e alguns tupiniquins, cujo trabalho é copiar dos outros.
"Os
conhecimentos egípcios eram herdados da Atlântida e Lemuria", que não
sabemos se existiram, ou, principalmente a primeira seria fruto das histórias
inventadas por quem não tinha o que fazer, ou mesmo um mito criado por
Platão. Até os dias de hoje, não existem evidências arqueológicas da
existência de tão prósperas e evoluídas culturas.
Esoterismo seria a
doutrina dos círculos mais restritos das sociedades iniciáticas, ou das
religiões criadas pelos sacerdotes para melhor explorar o homem em benefício
próprio. O que constituía o esoterismo antigo? Uma série de práticas de magia
oral ou gestual, criando cerimônias de ofertas aos deuses para aplacá-los ou
comprar os favores deles como fazem até hoje os “pais de santos” ou mães em
seus cultos afros.
Modernamente, o
esoterismo transformou-se nas modernas medicinas alternativas, nas quais encontramos
as velhas “mezinhas”, chás de plantas (fitoterapia) das velhas mucamas,
acupuntura, hipnose, homeopatia, passes ou “sacudimentos”, florais, magia,
bruxaria e todo um universo com adivinhações astrológicas, “taróticas” e
outras.
Temos uma fatia da
literatura ocultista dos autores do realismo fantástico, culminando com o
sucesso do escritor Paulo Coelho, o Papus moderno. Demonstração insofismável
da procura das pessoas pelo incomum para solucionarem seus problemas comuns,
criados por uma sociedade irracional e consumista, onde não tem lugar o amor
sob a forma de tolerância.
Os órgãos de
comunicação maçônica (jornais e revistas), devem ter o cuidado de não
publicarem toda essa baboseira esotérica, pois na realidade exprimem
superstições geradas pela ignorância dos séculos passados.
Como nós, Maçons,
temos alguma responsabilidade no campo da cultura, devemos inquirir e
contradizer as pregações, nas Lojas, desses arautos de um mundo imaginário
com seus mitos válidos há cinco mil anos, e que hoje são histórias da
“carochinha”, para os imaturos adultos humanizados.
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I.·.Breno Trautwein
Or.·.de Curitiba – PR |
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