MESTRE MAÇOM



Em momento pretérito, nessa coluna, analisamos, ainda que de passagem, o Grau de Companheiro-Maçom e suas vicissitudes, e naquela oportunidade fora feita uma analogia entre os ciclos da vida: nascimento, vida e morte ou a divisão em fases: infantil, adulto e criança e a Maçonaria Simbólica, que significa um ciclo iniciático, dividido em três etapas ou graus: aprendiz, companheiro e mestre.

Retornamos ao tema, só que desta feita para discorremos sobre o grau de Mestre-Maçom. 

Se o grau 1 de Aprendiz-Maçom simboliza o nascimento, quando o profano-candidato que se encontra nas trevas recebe, enfim, a luz da Maçonaria; o Grau de Companheiro simboliza a vida, a fase madura, entre o nascimento e a morte. E por último, mas não mais ou menor importante, o Grau 3 de Mestre-Maçom, que simboliza a morte e todos os ensinamentos que ela envolve.

De acordo com Jorge Adoum, o Mestre já passou pelas três iniciações e sofreu suas respectivas provas, chegando a compreender, a saber, e a sentir.

O Grau de Mestre, portanto, trata-se do terceiro e último Grau do Simbolismo. Para muitos irmãos, principalmente para os adeptos dos três Graus, é o coroamento final do aprendizado maçônico. Nas Potências ou Obediências Simbólicas é o Grau em que é concedida ao Iniciado a plenitude dos direitos maçônicos e obviamente a contrapartida dos deveres maçônicos. O Grau 3 é muito esotérico e é dedicado inteiramente ao espírito.

No simbolismo maçônico, o Grau de Mestre representa o “Outono da vida”, estação em que o Sol termina seu curso e morre para renasce: é a época em que o homem recolhe os frutos de seu trabalho e de seus estudos. É o emblema que indica a compreensão das lições de Moral que a vida ensina e a experiência que se alcança.

O Mestre deve ser um todo harmonioso. É a meta que deve procurar todo Maçom. É o mérito do Iniciado de ter atingido este desenvolvimento que o constitui dentro da verdade como um ser intelectual.

O Terceiro Grau maçônico: O Grau de Mestre é o complemento necessário dos dois primeiros. Se não existisse, a cumeeira do edifício faltaria e a Maçonaria Especulativa não seria outra coisa senão uma irrisória caricatura da Maçonaria Operativa.

O mestrado conduz a novas sínteses. O aprendiz dedicou-se ao trabalho material do desbaste da “pedra bruta”. O Companheiro ao trabalho intelectual que implica na realização da “Pedra Cúbica”. Ao Mestre não pode ser atribuído senão o valor espiritual. A sua missão é derramar luz e reunir o que está esparso.

O Mestrado não é um dom. É uma conquista. É a vitória do homem sobre si mesmo. 

O Mestre deve se esforçar por enxotar o velho homem, isto é, por eliminar paciente, mas definitivamente, todos os erros, as antíteses, as contradições de costumes e usos de nossa civilização, a fim de edificar sobre um terreno novo o ser superior que o colocará em comunicação com as regiões de igual natureza.

O Mestre não deve esquecer que, em sua ascensão para a espiritualidade o pensamento é uma força soberana, guiada com bom-senso e lógico.

Convém ter sempre no espírito a meta de atingir e concentrar os seus desejos, os seus, os seus pensamentos e os seus atos para um mesmo ponto de vista dirigido com amor para uma ordem de coisas, mais perfeita, para as múltiplas definições do Bem, do Belo e do Verdadeiro.

O Mestre Maçom deve celebrar o companheirismo que amálgama os Irmãos pelo esquadro e pelo compasso, animados não somente pelos feitos dos nossos antepassados, mas também, pela vontade de superar obstáculos de hoje e do porvir.

Ser Mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes, mesmo que nos denominemos Mestres.

Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.

Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.

Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.

Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.

Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.

Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações.

Quer seja no Grau de Aprendiz, de Companheiro ou de Mestre, o que se espera do Maçom, é que ele esteja apto e propício a aprender as vicissitudes de cada uma dessas etapas.

Além disso, que tenha em mente que é um eterno aprendiz e que tem fortes deveres e obrigações com a Ordem e com a sociedade.

Referências: 1- http://maconariasociedadesecreta.blogspot.com.br
2- Maçonaria – 30 Lições de Mestre. Raimundo, D’Elia Júnior. Editora Madras. 

Por Vercil Rodrigues

Editor-fundador do site e jornal O Compasso e Membro da A.•. R.•.  L.•. S.•. Areópago Itabunense. Itabuna – Bahia.


3 comentários:

  1. Gostei desa parte que fala - Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.

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  2. O direcionamento do conhecimento do mestre maçom à compreensão mais profunda do que significa a morte e o acesso ao conhecimento revelado aos iguais (IIr. `.), não significa que a maçonaria não se preocupa com o coletivo profano, muito pelo contrário, é para estes que o conhecimento deverá ser útil enquanto não encontrem a luz.
    Parabenizo pelo exceente artigo escrito pelo Nobre Irmão.

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