NÃO APRENDEMOS NAS LOJAS, NÃO SABEMOS AGIR EM SOCIEDADE.



Nós Maçons temos desejos e opiniões, porém, temos os nossos óbices:

a) confusão do conceito de "política" e partidarismo\ideológico;

b) a proibição feita durante a 1ª Republica (República dos Coronéis) em que o Soberano Grão-Mestre proibiu a discussão política nas Lojas e arrastou com ela a discussão dos problemas nacionais; **

c) o terror imposto (veladamente) pelo Estado Novo e a Revolução de 64, que quebrou o laço de confiança entre os Irmãos com a presença de delatores, entre nós;*** e, finalmente,

d) a troca de uma Ordem socialmente efetiva (formada por uma elite intelectual, cultural, econômica e política) como "corpo de obreiros" por uma Ordem Templária encrespada de misticismos e simbolismos, que privilegia o quantitativo, cuja ação exterior se limita a benemerência de qualidade, muitas vezes, desejável. Essa opção pelo quantitativo foi válida, em um determinado momento histórico.

Não é mais agora! A vez é da: quantidade qualitativa. Caso continuemos no modelo atual em que um percentual considerado de Irmãos, embora galgados aos mais elevados graus e posições, não sabe o que é a sua missão na atualidade: ser construtor social.

Quem não tem, não pode dar! Como não aprendemos nas Lojas, não sabemos como agir na sociedade! O que são, em geral, os nossos "tempo de estudos": - simplesmente cópias de artigos sobre simbolismo maçônico ou leitura do ritual. Tudo sem uma crítica ou debate mais aprofundado sobre o tema.

Temos Lojas em quase todos os Municípios Brasileiro, estima-se próximo a 3 mil, quantas discutem os Orçamentos de suas localidades? Quantas fazem esclarecimentos à população sobre o que está ocorrendo? Exemplo: o plebiscito do desarmamento! Quantas Lojas possui um jornal ou uma rádio comunitária?

O Poderoso Irmão tem razão quando diz que "não nos falta nada", pois, o que não teve não sente falta de nada. Por isto, estamos estarrecidos! Falta-nos objetivo delineado, claro e preciso. Falta-nos sinceridade e coragem para defender as nossas ideias! E quando alguém faz isto: ah! é vaiado! Não falta caráter ou índole ao Maçom Brasileiro! Falta-lhe rumo e direcionamento. Enquanto, ele estiver discutindo em Loja o preço do ingresso para a feijoada, estará perdendo o "trem" da história.

Falta-lhe o sentimento de grandiosidade e de desafio. Enquanto estiver regozijando-se dos heróis do passado e de seus feitos, faltar-lhe-á disposição para o trabalho atual e, seremos, por isto, um hiato na história pátria, pois, já completou um centenário, o nosso último feito: a república.

Temos que refletir, repensar e realinhar a Ordem. Sei e tenho esperança nisto, vez que a "internet" tem sido um instrumento bom e adequado para implantar e trocar ideias sobre os diversos temas, talvez, seja este o caminho: a reiniciação política-filosófica dos maçons (política de P maiúsculo - da grande política) para torná-los participe da sociedade e não mais um membro de nossa honrada e respeitável instituição.

Fraternalmente,
João Correia Filho
Grão-Mestre de Honra do GOB-DF e um dos grandes incentivadores das Lojas Universitárias do GOB

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