A HIERARQUIA OCULTA



O reconhecimento da Identidade fundamental desta Doutrina em suas múltiplas concessões e manifestações exteriores, da idêntica finalidade destas e da identidade dos meios universalmente empregados para ensiná-la, em suas distintas adaptações às diferentes circunstâncias de tempo e lugar, como selo de sua origem comum faz com que se torne patente a existência de uma Hierarquia Oculta, uma Fraternidade de Sábios de Mestres, que tem sido através das eras sua íntima, secreta e fiel depositária, manifestando-a exteriormente em formas análogas ou diferentes, conforme a maturidade dos tempos e dos homens.

As origens desta Fraternidade Oculta de Mestres da Sabedoria, chamada também Grande Loja Branca (e, na Bíblia, Ordem de Melchisedeck), podem unir-se às primeiras civilizações humanas das quais esses Mestres, como Reis-Sacerdotes Iniciados (conforme é indicado pelo nome genérico Melchisedeck), foram Reveladores e Instrutores, pode-se dizer, desde a aparição do primeiro homem sobre a Terra. Sua existência tem sido e pode ser reconhecida por todos os discípulos adiantados, dos quais os Mestres tem-se servido e ainda se servem para sua Obra no Mundo.

Devemos a esta Hierarquia Oculta, formada pelos genuínos Intérpretes, Depositários e Dispensadores da Doutrina Secreta, o primitivo estabelecimento de todos os Mistérios e todos os cultos, em suas formas mais antigas, mais puras e originárias, assim como, o estabelecimento da Instituição Maçônica e todo o movimento progressista e libertador.

Elevar e libertar as consciências, conduzir os homens das trevas da ignorância e da ilusão, à luz da Verdade; desde o vício até à virtude; e da escravidão da matéria à liberdade do espírito, tem sido sempre e constantemente, a finalidade destes Seres superiores, destes verdadeiros Mestres Incógnitos em suas atividades no mundo.

Todo Movimento elevador e libertador deve considerar-se, direta ou indiretamente, inspirado por esta Hierarquia, formada pelos que se elevaram e se libertaram por si mesmos, sobrepondo-se a todas as debilidades, limitações e correntes (que atam a maioria de nós e nos fazem escravos da fatalidade ou da necessidade em aparência, mas em realidade somos escravos de nossos próprios erros e ilusões); realizando assim o verdadeiro Magistério.

Pelo contrário, todo movimento (político, social ou oculto) que tende a limitar, escravizar, entorpecer e adormecer a consciência dos homens tem uma oposta e diferente inspiração, sendo obra manifesta do Senhor da Ilusão, ou seja, do movimento de refluxo das ondas espirituais. 

A liberdade individual e o respeito pleno desta tem sido sempre e ainda o são, a característica da linha direita e esquerda da Evolução Ascendente, enquanto a escravidão e coerção assinalam o caminho esquerdo ou descendente.

Fonte: Sociedade das Ciências Antigas
Colaboração: Renato Burity



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