A portentosa obra que narra a Bíblia Sagrada como “O templo de
Salomão” foi erigida no século XI a.C., no topo do Monte Moriá, na eira de
Ornã, em Jerusalém, numa faixa de terra adquirida pelo rei Davi para esse
fim. Este teria informado a seu filho, Salomão, que o referido templo não
poderia ser edificado em outro local porque fora ali o lugar escolhido não por
sua vontade, mas por inspiração divina.
Ao mesmo tempo, teria dito a Salomão que ficasse encarregado de
tornar realidade o seu ambicioso intento, porque ele próprio, por sua conduta
(às vezes pecaminosa), sentia-se envergonhado, desonrado e indigno perante os
deuses, para invocá-los, ainda que pelo mais justo motivo. Portanto, era para o
Rei Davi, uma situação de incompatibilidade, ele que se sentia impuro, tentar
uma aproximação com o Ser Supremo construindo templo em seu louvor. Deveria
primeiro passar por um processo de purificação, pensava ele.
A construção teve início no quarto ano do reinado de Salomão e
prosseguiu por sete anos ininterruptos até chegar à sua conclusão final.
Trabalharam na mencionada obra aproximadamente cento e cinqüenta mil operários.
O grande arquiteto e artífice a quem Salomão confiou a
construção do referido Templo chamava-se Hiram Abiff. Ele morreu quando a obra
ainda se encontrava em andamento, assassinado por três maus operários que
trabalhavam sob suas ordens.
Nos registros bíblicos há uma lenda na qual Hiram aparece como figura central. Esta lenda que, segundo cláusulas pétreas constantes dos princípios normativos universais da Ordem Maçônica (os “landmarks”), obrigatoriamente, deve ser do conhecimento de todo maçom quando da sua ascensão ao terceiro grau, narra com clareza as invejáveis qualidades de que era possuidor aquele renomado artífice e arquiteto, que se tornou um mito por ter sido ele o responsável pela construção do primeiro grande templo de toda a história das civilizações e pela trágica forma como sua vida foi desfeita.
Hiram, segundo relatos bíblicos e históricos, nasceu na cidade
de Tiro e ali residiu até se transferir para Jerusalém a fim de dar cumprimento
ao pacto que houvera assumido com o Rei Salomão. No curso da obra que já se
encontrava quase pronta teria ele sido assassinado em seu interior.
De modo confuso, a Bíblia Sagrada nos dá conta de que Hiram
teria sido filho de uma mulher da tribo de Dan e de um homem tírio chamado Ur,
que significa “forjador de ferro” (II Crônicas, 10), ou filho de uma viúva da
tribo de Naftali (Reis I, 7:13).
Crê-se que a afirmativa mais convincente é a que consta de Reis
I, Capítulo 7, versículo 13, pois a história em seus valiosos registros
descreve que, ante a falta que a morte do famoso arquiteto do Templo fez à sua
mãe, os bons operários que ali continuaram trabalhando a tomaram como a mãe de
todos e passaram a se tratar como irmãos.
A partir de então, igualmente, passaram a se reconhecer como “os
filhos da viúva”, da mesma forma como a história da Ordem Maçônica também trata
do assunto demonstrando que o mesmo tem algo a ver, de maneira lógica, com a
figura da viúva da tribo de Naftali acima citada.
O laço afetivo criado entre aquela mulher e os bons operários
que trabalhavam na construção do referido templo teria sido estabelecido bem
antes da morte de Hiram e não se formou por mero acaso. Lá, no enorme canteiro
da obra, até onde qualquer um teria permissão para chegar, ela comparecia com
freqüência.
O filho ia ao seu encontro acompanhado de alguns mestres. Dela
recebia água e alimentos em quantidade suficiente para que ele e os que se
achavam em sua companhia igualmente se servissem. Hiram era quem a sustentava.
Após a sua morte, ela teria se tornado uma mulher à beira da miséria, faminta e
doente, vivendo da caridade alheia e mesmo assim permaneceu perseverante em sua
generosidade.
Todos os dias como sempre
fazia, continuou indo até à orla do canteiro de obras para levar água aos
operários e para dividir com eles os alimentos que houvera mendigado em
sua peregrinação, de casa em casa, no dia anterior.
Acredita-se que dessa lendária narrativa derivou a alegoria da
mãe viúva de coração generoso, aquela que a todo custo quando necessário, mesmo
sem nada ter a oferecer, se esforça em amparar os filhos, tirando do pouco que
lhe resta o que é possível arrancar para sustentá-los. Essa é a figura que
lembra a mãe de Hiram, a viúva de coração extremamente bom que passou a ser
considerada, já na época da construção do Templo de Salomão, a mãe de todos os
maçons.
A partir do ano de 1.717 da nossa era, quando a maçonaria
revigorou-se ainda mais, passando a ser uma instituição de forma definida, a
imagem da viúva mãe de Hiram deixou de ser assim considerada para fazer-se
representada por uma nova imagem, a da Loja Maçônica. Esta é hoje tida como a
mãe de seus iniciados, concebida como viúva, carente, porém de coração
generoso.
O fato se justifica por ser a Loja Maçônica aquela de dentro da qual o homem profano, quando da sua iniciação, renasce como um novo homem, justo e perfeito, para uma nova vida, a vida maçônica.
O fato se justifica por ser a Loja Maçônica aquela de dentro da qual o homem profano, quando da sua iniciação, renasce como um novo homem, justo e perfeito, para uma nova vida, a vida maçônica.
Ir.´. ANESTOR PORFÍRIO DA SILVA
Fraterno Abraço.
ResponderExcluirNão sou Maçom.
Mas gostaria de parabeniza lo pelo magnífico trabalho acima.
São trabalhos assim que nos inspiram a buscar constantemente a sagrada luz.
Luz que nos liberta de um mundo de escuridão.
Atenciosamente:
leonardo mendonça
leon_oliv_mend@hotmail.com
Muito elucidativo o texto. Gostaria de saber mais. breno@ceacaru.com.br
ResponderExcluirForte abraço
Meu querido, pra saber mais sobre o assunto você terá que ser iniciado na ordem.
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