Alguns
procedimentos maçônicos ao serem criados com finalidades específicas as com o
passa dos tempos devido aos pensamentos e conhecimentos das novas gerações de
obreiros, aliada ao enriquecimento e evolução da doutrina maçônica tiveram essas
finalidades ampliadas para objetivos tão ou mais nobres quanto os iniciais.
Neste
contexto quero me referir à Cadeia de União. Foi criada para possibilitar a divulgação
sigilosa, segura e formal da Palavra Semestral, em 1773, no Grande Oriente de
França, então na época denominado de Grande Loja de França.
A Palavra Semestral, por sua vez, foi criada para dar mais
segurança às reuniões maçônicas que, dado ao descontrole existente, era comum
muitos profanos se passarem por maçons e participarem das reuniões.
Tal modo
de identificação e regularidade foi usado pela primeira vez, em 23 de agosto do
ano de sua criação, na cerimônia de posse do Grão Mestre, Louis Philipe de
Orleans, da casa real francesa. Este costume se institucionalizou no Grande
Oriente de França, passou para o Grande Oriente Lusitano e foi incorporado pela
maçonaria brasileira.
Procedimento
que deveria ter o uso restrito a transmissão da Palavra Semestral, com o
ocultismo presente na doutrina maçônica, tendo a frente os obreiros mais
ligados ao misticismo e espiritualismo, passaram a se utilizar também da Cadeia
de União para atingir outros objetivos, guiados pala fraternidade e pelo amor,
objetivos tão importantes quanto ao primordial.
Aqueles
que não creem em poderes místicos ou que julgam deva ser a Cadeia de União
utilizada apenas para a qual foi criada, tudo o que for lido daqui para adiante
será inócuo, sem sentido, imaginário. Que dispense sua leitura.
Aos que
creem que “querer é poder”, que nossa vontade pode produzir tais realizações, na
existência de uma força mental inata em cada um de nos, que nosso
desejo/pensamento possam atuar a distâncias, para estes crédulos, poderemos
continuar na abordagem do assunto.
Antes
demais nada, para a obtenção de qualquer resultado, três fatores são
fundamentais:
ACREDITAR
– DESEJAR – DIRECIONAR.
ACREDITAR
– A crença é o combustível que movimenta o procedimento, pois temos, obrigatoriamente,
que acreditar que este procedimento possibilita resultado, que ele promove
aquilo que desejamos; acreditar, também, na potencialidade de cada um de per
si, potencialidade esta que é aumentada pelo somatório da quantidade dos irmãos
que formam o conjunto (Cadeia); acreditar que nossos desejos, nossa força
pensamento, possam atuar a distância; acreditar que a cadeia de União não é um
mero formalismo; acreditar....acreditar....acreditar. Acreditar na que já foi
feita, acreditar na que está sendo feita, acreditar nas futuras que serão
feitas. Se acreditarmos, o objetivo pode ser alcançado; se não acreditarmos o
objetivo jamais será alcançado.
DESEJAR –
É ter a vontade de que realmente do resultado proposto seja alcançado; é
querer, com a mais pura sinceridade, se realize, que aconteça. Não basta compor
o grupo, mas compor com o desejo do grupo. Normalmente a fraternidade, o
conhecimento, a amizade são fatores formadores ou intensificadores do
“desejar”, pois este “desejar” é um ajudar. E quem não se sente bem,
recompensado quando pode
oferecer
uma ajuda?
DIRECIONAR
– Esta, talvez, seja a parte mais difícil de ser realizada, ou melhor, de ser
bem
realizada,
e se não for feito corretamente todo o nosso ACREDITAR e DESEJAR serão em vão e
nossa energia, a força de nosso pensamento enviada se perderá no espaço, vagando
e se dissipando.
Direcionar
não é só saber o caminho, mas qual o porto de chegada, conhecer o ponto final,
já que tenho de, mentalmente, visualizar onde meu desejo quer chegar: é ali! É naquela
pessoa! O “fim” tem que ser materializado no pensamento, ou seja, visualizado
dentro de nossa mente.
Não
havendo possibilidade desta visualização mental, nosso desejo jamais chegará a
nosso objetivo. Pode-se estar se tornando repetitivo nesta condição, mas é de
suma importância que nos conscientizemos que isso é fundamental.
O “alvo”
tem que ser de nosso conhecimento, temos que formar sua imagem em nossa mente.
Como
podemos criar a figura de algo que não conhecemos?
Imaginar o
que não sabemos? Sem este conhecimento não resolve, não adianta! É enganarmos a
nós mesmos.
E quando
formos realizar um procedimento para um “alvo” não conhecido sem que as
energias emanadas sem percam ou se tornem inócuas?
Vamos
citar um exemplo prático, que embora hipotético, é muito comum e esclarecedor:
um irmão angustiado comunica que determinado ente familiar seu, muito próximo, padece
de grave enfermidade, hospitalizada, etc, etc, etc e solicita aos irmãos uma
Cadeia de União para a tal pessoa.
Esta
pessoa não é conhecida dos irmãos, e o que fazer?
Negar o
procedimento de uma Cadeia de União?
Não
atender o pedido de ajuda de um irmão?
Não! A
cadeia de União deverá ser efetuada, a solicitação do irmão deverá ser
atendida.
Mas como
mentalizar o “alvo”?
Como
materializar em nossa mente a figura de uma pessoa que não conhecemos?
É possível!
É simples!
Quem for
conduzir a Cadeia de União, os procedimentos iniciais, a sintonia entre os
irmãos, a preparação psico/mental do grupo, pedirá ao irmão solicitante que, no
momento adequado, mentalize e materialize em sua mente a pessoa necessitada e o
beneficio a receber e que os demais irmãos participantes se fixem mentalmente
naquele irmão e direcione a ele, através da força mental de cada, o desejo
solicitado.
Assim nos
canalizamos nossas energias para aquele irmão que por sua vez, sintonizado com a
pessoa necessitada, as encaminhará para ela. É questão de conhecermos as “vias
alternativas” de percurso para chegarmos, efetivamente, ao ponto final.
Convém
lembrar que por mais que acreditemos, por maior que seja nosso desejo, por mais
energias que emanemos, esta procedimento, que ocorre no campo astral, (um dos
três campos de atuação da Maçonaria Adonhiramita) não podemos aguardar
milagres.
Os mortos
não vão se levantar, os cegos não irão enxergar ou os surdos ouvirem, nem os
coxos voltarão a andar. Estes acontecimentos milagrosos ocorreram a mais de 2
000 anos e foi operado por Jesus, e nos não somos Jesus.
Cadeia de União
não cura o incurável nem desfaz o já feito. E nem sempre, quando produz
resultados (?????) são os exatamente solicitados.
Eis um exemplo: “O fato a ser narrado foi
comprovado apenas pelos familiares e sem explicação médica. Ocorreu no Oriente
de Minas Gerais, procedido numa loja do REAA altamente espiritualizada”.
Certa
feita o Irmão, quando todos em loja para inicio da sessão, solicita que ao
final seja feita uma Cadeia de União para sua mãe, hospitalizada, padecendo de
doença incurável em fase adiantada.
Na loja, todos conheciam e gostavam daquela
senhora que, freqüentemente, participava dos jantares comemorativos da loja,
brincava com todos, sempre alegre, etc.
Na realização da dita Cadeia de União, por ser
conhecida, foi fácil materializá-la na mente de cada irmão; por ser querida de
todos, a entrega de cada um, a energia liberada por cada integrante foi total;
por ser conhecida de todos, todas a trouxeram a sua mente, a visualizaram como
se presente estivesse.
E assim,
com todos os requisitos exigidos para a realização de uma Cadeia de União
exitosa, ela foi realizada.
E a
senhora, melhorou, sarou ?
Não!
Dentro de poucos dias veio a falecer. Mas ela, que no estágio final da doença,
padecia diuturnamente de dores terríveis, naquela noite, mais precisamente no
final daquela noite e por toda a madrugada, conforme testemunhado pela pessoa
que a acompanhava, foi tomada de uma paz, de uma serenidade e sem dor nenhuma,
dormiu profundamente como não fazia a muitos meses, e nesse estado ficou por
grande parte da manhã.
Ao final da manhã, já com o retorno das dores
costumeiras, ao ser visitada por seu medico e lhe narrando aquele tempo sem
dor, o médico ficou sem acreditar, atribuindo o fato à medicação, medicação que
embora aliviasse a intensidade da dor, jamais a afastara totalmente.
O que
teria realmente ocorrido? Teria sido o resultado da Cadeia de União? Se não
foi, houve muita coincidência.
Os irmãos
daquela loja, em especial o filho daquela senhora acreditam que tenha sido a Cadeia de União.
Se eles
acreditam, basta! Devemos saber que para a realização de uma perfeita Cadeia de
União, os irmãos que a compõem devem estar harmonizados e sintonizados, ou
seja, em uníssono, todos com um mesmo pensamento, com uma mesma vontade, com um
mesmo foco, tudo a um único tempo.
Existem
técnicas para se conseguir esta uniformidade e a intensidade de tal uniformidade
vem com a prática.
Também
temos que saber que quando liberamos esta energia cósmica, acarreta um certo
cansaço mental que enfraquece a energia liberada.
É necessário uma pequena interrupção para
recuperação, um simples relaxamento, um “desligamento” são suficientes.
E como cada objetivo necessita uma realização
particular, Cadeia de União com múltiplos objetivos, levará, obrigatoriamente,
a focar em um objetivo por vez, relaxar, nova preparação e realização para
outro objetivo, relaxar, e assim por diante.
Como todo
bom cirurgião para chegar ao estágio de “qualidade” necessita de conhecimento
sempre constante do oficio, atualização e incessante prática, a Cadeia de União
necessita igualmente do conhecimento de causa de seus integrantes e prática quanto
a sua realização, de muita prática.
* Edison Carlos Ortiga
(Ir.·.Feliciano)
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