Para entender a
criação e a falsa associação desta figura meio homem meio bode com a Maçonaria,
teremos que seguir um longo e tortuoso caminho iniciando no século XII.
Depois da Primeira
Cruzada, no ano 1119 em Jerusalém, surge um pequeno grupo de militares formando
uma ordem religiosa tendo como seu principal objetivo proteger os peregrinos
visitantes à Palestina. Ficaram conhecidos como os Cavaleiros Templários.
História, história e
mais história... E os Templários deixaram de existir, e muitos de seus membros,
inclusive Jacques de Molay foram torturados e obrigados a se declararem
"réus confessos" para uma miríade de crimes, inclusive uma lista 127
acusações e 9 subitens! Estas incluíram tais coisas como a “reunião noturna
secreta”, homossexualismo (embasado no símbolo da Ordem, que é dois soldados
montando o mesmo cavalo), cuspir na cruz, negar a Cristo, etc… Entre as
acusações contra os Templários havia uma que haviam produzido algum tipo de
“cabeça barbuda”. O tal do Baphomet.
Após ser torturado por
7 anos, o Mestre Jacques de Molay acabou, após sua prisão, queimado vivo em
praça pública com fogo brando e muitos templários foram mortos, outros fugindo
para outros países. O que vem a ser exatamente o "Baphomet" nunca foi
descrito pela Inquisição, mas é fácil perceber que se trata de uma confusão
feita pela Igreja dos ritos antigos egípcios, gregos e romanos.
Mais de 500 anos
depois dos Templários, em 1810 na França, nasce Alphonse Louis
Constant, filho de um
sapateiro que mais tarde, após abandonar o segmento de estudos dogmáticos do
catolicismo, seguiu o caminho esotérico e adotou o pseudônimo judeu de Eliphas
Lévi, que dizia ser uma versão judaica de seu próprio nome.
O trabalho de sua vida
foi escrever volumes enormes sobre Magia que incluíam comentários extensos
sobre os Cavaleiros Templários e o Baphomet.
Existem várias
teorias, inclusive a de que seria um relicário contendo a cabeça de João
Batista ou a cabeça de Cristo, a Mortalha de Turin, uma imagem de Maomé (o pai
da religião islâmica) entre outras.
Mas para analisarmos
como esta figura foi parar nas mãos dos ignorantes, precisamos conhecer quem
foi Leo Taxil (seu verdadeiro nome era Gabriel Antoine Jogand Pagès).
Taxil havia sido
iniciado na Maçonaria.'., mas fora expulso ainda como aprendiz. Por vingança,
acabou por inventar uma ordem maçônica "altamente secreta" chamada
Palladium (que só existia na imaginação fértil de Taxil) supostamente comandada
pelo G.'. M.'. da Maçonaria.'. na época.
Seu objetivo, então, era revelar à sociedade tal misteriosa e maléfica Ordem ao
seu ponto de vista.
Ficou famoso com isso
e ganhou uma audiência com o Papa Leão VIII em 1887. Assim,
a Igreja Católica alegremente patrocinou e financiou a campanha de Taxil,
inclusive a edição de seus livros.
E no panfleto de
lançamento do livro de Taxil pode-se ver Baphomet com algumas modificações e um
avental Maçônico cobrindo o falo.
Em suma, Baphomet
nasceu de uma lenda dos Templários, ganhou forma nas mãos de Eliphas Leví
e foi associado à Maç.'. por Leo Taxil.
A fraude, apesar de
ter sido revelada por seu criador, continua e é aceita como "verdade
absoluta e incontestável" por novas gerações de religiosos de má-fé.
Desta forma, a
Maçonaria.'. é difamada por uma acusação absurda e também por aqueles que
pensam ser religiosos corretos e acabam por perpetuar uma mentira
inconscientemente.
E daqui adiante, o
resto é história.
Pesquisa:
Ir.´. Daniel Martina
Muito esclarecedor o texto. É importantíssimo separar o joio do trigo e desfazer os mitos em torno da Ordem Maçônica.
ResponderExcluirotimo
ResponderExcluirmeu irmao excelente.
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