Uma “Prancha de Traçar”, ou “Prancha
Traçada” como também é costume se designar, pois é o resultado final
que é avaliado, não é mais do que um trabalho efetuado por um maçom.
Independentemente do material do qual é elaborado ou tema abordado, ela é
sempre de extrema relevância no processo de aprendizagem e formação do maçom bem
como no seu trajeto pelos vários graus do rito que pratique.
O fato de se designarem
por Pranchas de Traçar, os trabalhos apresentados em Loja e
executados por Maçons, é originário da Maçonaria Operativa, a maçonaria dos
artífices pedreiros da época da Idade Média.
Era nas suas pranchas que eles
desenhavam as plantas dos imóveis, criavam os seus projetos de construção e
montavam a maqueta da construção a realizar. Algo que nos dias de hoje, é
efetuado pela classe dos arquitetos (provindo dessa classe outra designação
pela qual também é conhecida a prancha de traçar, a “Peça de
Arquitetura”).
É através da execução
de pranchas que o maçom toma um maior
contato com a vasta simbologia maçônica e a interpreta à sua própria maneira.
Ele nas suas pranchas emprega o seu cunho pessoal e a sua noção sobre os
vários assuntos ou temas maçônicos em análise.
Qualquer assunto é passível de ser
traçado numa prancha, devendo apenas o mesmo ser executado através de um
método de estudo e pesquisa sobre o tema, de forma a completar ou inovar o
que já existe sobre a matéria em análise, ou se possível, criar algo novo que
ainda não exista comentado ou feito, nomeadamente no caso de pranchas em
que a pintura ou a música são a temática central.
Todas as pranchas são
passíveis de serem comentadas, apesar de ser costumeiro se afirmar que “prancha
de Mestre não se comenta”, as críticas e comentários existem à
mesma, nem que seja para assertivar ou elogiar o Irmão que a executou para
além do tema que serviu de base à construção da prancha. Já em
relação às pranchas dos Aprendizes e Companheiros, essas recebem as críticas
necessárias à formação dos mesmos, na medida em que tal seja necessário.
E tal como a construção
mais simples é fruto de uma intensa pesquisa e enorme trabalho no seu
desenvolvimento, também as pranchas dos pedreiros,
agora “livres”, são executadas com o mesmo sentido de
responsabilidade e labor. Sendo que a prancha a realizar, independentemente
do seu tema, dever acima de tudo conter as três grandes qualidades
maçônicas, “Força, Sabedoria e Beleza”.
“Força”, porque deve
ser forte o suficiente para ficar impregnada na
alma do maçom; “Sabedoria”, porque uma prancha
deve conter informação relevante que ensine os demais; e “Beleza”, porque
neste mundo nada pode ser forte e sapiente, se não encerrar em si algo de
belo.
Agora se esta prancha que
eu “tracei” engloba as qualidades maçônicas, só os leitores o poderão
afirmar…
Disse.
Nuno Raimundo
|
A PRANCHA DE TRAÇAR
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