A afirmativa é a mais
absoluta verdade! Realmente a Maçonaria nada pode fazer, considerando-se sua
condição de Instituição Jurídica formada por homens Livres e de Bons Costumes,
mas sendo ela formada por Homens, eles tudo podem fazer. Eu tudo posso fazer!
A Maçonaria originária do período operativo vive hoje seu período especulativo, esta é a afirmativa mais constante que ouvimos dos Mestres instruindo aos Aprendizes e Companheiros, me permitam discordar, há algum tempo a Maçonaria Brasileira vive um período Contemplativo, contemplando embevecida os grandes feitos do passado, há como fomos importantes no passado, a Independência, a Libertação dos Escravos, a República, etc.
Como ficamos
orgulhosos em discorrer sobre os feitos da maçonaria aos Aprendizes,
Companheiros e não Maçons; em princípio já existe um grande erro nessa
dissertiva acerca dos feitos da Maçonaria, ela nada fez além de cumprir os seus
objetivos, congregar, unir e instruir Homens Livres e de Bons Costumes, que
através de suas ações puderam alterar a sociedade, mudar o mundo.
Os feitos que
reclamamos serem realizações da Maçonaria, na verdade foram realizações de
Maçons, que movidos pelos princípios da Liberdade, da Fraternidade e da
Igualdade, tríade sustentáculo da força maçônica, envidaram todos os seus
esforços nas transformações sociais, que se faziam necessárias para a
concretização do ideário maçônico.
Desde que se implantou
o Estado Novo no Brasil, e posteriormente durante o início da Segunda
República, a Maçonaria, ou melhor, os Maçons, se recolheram ao interior de seus
Templos, dedicando-se aos assuntos internos da Ordem, criou-se uma verdadeira
barreira à ação externa explícita da Ordem, a Maçonaria não deve se envolver em
política, a maçonaria não deve manter relações com o poder público, a única
ação externa permitida é a filantrópica, somente o atendimento aos carentes era
possível aos maçons.
Hoje, quando o
Grão-Mestrado Geral e os Estaduais buscam ocupar novamente o espaço político
perdido. Alguns Irmãos ainda impregnados dos valores Contemplativos criticam
essas iniciativas que buscam inserir a Maçonaria, através da ação desses
Maçons, novamente no contexto político nacional.
Ouvi que foi bobagem o
Grão-Mestre Geral, Ir. Laelso Rodrigues, reunir-se com o seu adjunto Ir. Marcos
José, os Grão-Mestres Estaduais e alguns de seus adjuntos, o Presidente da
Soberana Assembléia Federal Legislativa, os Presidentes dos Tribunais Federais,
os Grandes Secretários Gerais e alguns Irmãos convidados, para discutir,
estudar e buscar soluções para os principais problemas que afetam a sociedade
brasileira, inserida no grande contexto globalizado mundial, e produzir um
documento apresentando um estudo minucioso e propondo soluções para os
problemas da Educação, Saúde, Meio Ambiente, Drogas e Soberania Nacional (com
um enfoque prioritário a Amazônia), e vejam que grande bobagem, reunirem-se por
quarenta minutos com o Presidente da República, Fernando Henrique, e depois com
o Presidente do Senado, que é nosso Irmão, com o Presidente da Câmara, e depois
divulgarem publicamente o mencionado documento no Centro de Comando do
Exército, quanta perda de tempo, que pretensão do Grão-Mestrado, achar que com
isso poderá intervir na situação nacional.
Essa forma de pensamento, esse descrédito em
nosso poder sócio-político como seguimento social organizado, é que nos levou a
Maçonaria Contemplativa, que esses mesmos Irmãos tanto criticam, quando sonham
com os feitos do passado, e perguntam: “O que a Maçonaria está fazendo Hoje?”.
A resposta é óbvia, a
Maçonaria nada está fazendo! Mas alguns Maçons estão lutando, procurando
através de ações claras e objetivas, reinserir uma das maiores Organizações
Sociais Organizada, no cenário sócio-político nacional e regional, quando o
Grão-Mestre Geral é recebido pelo Presidente e outras Autoridades Constituídas,
quando funda e regulariza uma Loja Indígena, formada e administrada por Índios,
em Roraima, na Amazônia, quando os Grão-Mestres Estaduais procuram levar aos
governantes regionais, as idéias, apreensões e sugestões do povo maçônico de
suas jurisdição, como acabou de ocorrer no Piauí, e vem acontecendo
sistematicamente em nosso Estado, quando algumas Lojas através de seus membros
buscam uma interação efetiva e producente com as autoridades locais, procurando
através de ações objetivas levar a essas autoridades o apoio quando acertam e a
crítica construtiva, com sugestões eficientes, quando erram, temos certeza
absoluta que estamos abandonando o período Contemplativo e retornando aquela
Maçonaria que tanto admiramos.
Mas tudo isso depende
de nós, depende de cada maçom em particular, quem entra em qualquer batalha ou
competição não acreditando na vitória, já está derrotado! A vitória depende da
fé, da crença firme e convicta na vitória, quem em qualquer empreendimento já o
inicia sem convicção de alcançar os seus objetivos, nunca os alcançará. As
derrotas devem servir de estímulo para a busca pertinaz da vitória, se as ações
empreendidas não alcançarem no momento o resultado esperado, devem servir de
estímulo para novas e mais eficientes e eficazes ações, os Maçons do passado
não se deixaram abater com as derrotas que sofreram, a pertinácia foi, é deve
continuar sendo, uma característica fundamental da personalidade maçônica, o
verdadeiro maçom tem fé, pois um dos princípios da Ordem é a Fé, mas essa Fé
não é somente no Grande Arquiteto do Universo, é também uma fé em si, uma fé
que todo maçom tem em si e nos seus Irmãos, uma fé inabalável de suas
capacidades e de seus Irmãos, uma grande fé em sua capacidade de criar,
produzir, operar, mudar, agir, de lutar permanentemente por um mundo melhor,
junto com os seus Irmãos, somente a fé em nossa capacidade de realizar nos
conduzirá a vitória.
O Maçom não pode,
nunca, deixar-se abater pelo desanimo, pela descrença em sua capacidade de
influenciar a sociedade, estamos cansados de ouvir dos não maçons que somos
criadores de opinião, que somos capazes de criar idéias na sociedade, que somos
capazes de influenciar os vários seguimentos sociais, por que somente nós não
acreditamos em nosso potencial? Por que somente os Maçons não acreditam em si?
Portanto, amados Irmãos, deixemos de lado nossa descrença e inércia, é hora de ação, cada Maçom é um formador de opinião, cada Maçom está preparado para observar, analisar, discutir e propor soluções para os problemas sociais que estamos vivenciando, possuímos em nosso meio, Irmãos com as mais diversas formações, com as mais diversas experiências vivenciais, somente do GOB-RJ temos ao nosso lado cerca de 6.000 Irmãos, considerando as três potências, somos cerca de 11.000 a 12.000 Maçons fluminenses, exercendo as mais diversas ocupações e nos mais diversos níveis sócio-político-econômicos, em nossos Templos possuímos um dos maiores bens humanos.
A liberdade de
pensamento e expressão, talvez seja essa a grande força de união e crescimento
da Maçonaria Cubana, que nos possibilita discutirmos sem quaisquer restrições
todos os problemas enfrentados pela sociedade.
Finalmente, estamos prontos, unamo-nos pela fé, não a fé na divindade, mas a fé em nossa capacidade de ação, fé em nossa capacidade de influir na sociedade, fé em nossa capacidade de através de ações eficientes mudarmos nossa Comunidade, nossa Sociedade, o Mundo, confiar em si, confiar em suas capacidades este é o grande segredo.
Eu confio em mim, Eu
confio em minha capacidade de ação, Eu estou trabalhando dia a dia, hora a
hora, sempre que posso, e algumas vezes até quando não poderia, pelo meu Ideal,
pelo ideal de minha Ordem, estou procurando me superar, participando ativamente
e conscientemente, nunca me furtando a contribuir com todas as minhas forças e
minha inteligência, para alcançarmos o nosso Grande Paradigma, estabelecido em
nossa tríade, um Mundo em que a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade sejam
comuns a Homens Livres e de Bons Costumes, o Mundo sonhado pelo Grande
Arquiteto do Universo e que cabe a nós Homens Maçons, sua criação máxima,
construí-lo.
Eduardo Gomes de Souza
Ex-Grão-Mestre Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro GOB-RJ
Ex-Grão-Mestre Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro GOB-RJ
Colaboração
do Ir.’. Edson Fernando S. Sobrinho
Loja Maçônica Acácia
Sertaneja Nº 2690 GOB.
Or.’. de
Feira de Santana – BA
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