O MAÇOM É JUSTO E PERFEITO QUANDO...



1. Sobe a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida sem ferir os Irmãos neste percurso;

2. Realiza o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas ações as arestas dos vícios e da insensatez;

3. Socorre o Irmão nas dificuldades, chora com ele as suas angústias e sabe comemorar a seu lado as suas vitórias;

4. Reconhece nas viúvas e nos órfãos a continuidade do Irmão que partiu para o Oriente Eterno;

5. Vê na filha do Irmão a sua filha e na esposa do Irmão, uma Irmã, Mãe ou Filha;

6. Combate o fanatismo e a superstição sem o açoite da guerra, mas com a insistência da palavra sã;

7. É  modelo da eterna e universal justiça para que todos possam concorrer para a felicidade comum;

8. Sabe conservar o bom senso e a calma quando outros o acusam e o caluniam;

9. É  capaz de apostar na sua coragem para servir aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento;

10. Sabe falar ao povo com dignidade ou de estar com reis e presidentes em palácios suntuosos e conservar-se o mesmo;

11. Sendo religioso e político respeita  o direito da religião do outro e da política oposta à sua;

12. Permite e facilita o desenvolvimento pleno das concorrências para que todos tenham as mesmas oportunidades;

13. Sabe  mostrar ao mundo que nossa Ordem não é uma Sociedade de Auxílios Mútuos;

14. Dominado pelo princípio maior da TOLERÂNCIA suporta as rivalidades sem participar de guerras;

15. Abre-se para si e permite que outros, vendo-o, sigam-no no Caminho do Conhecimento e da Iniciação;

16. Conforma-se com suas posses sem depositar inveja nos mais abastados;

17. Absorve o sacerdócio do Iniciado pela fé no Criador, pela esperança no melhoramento do homem e pela caridade que abrir-se-á em cada coração;

18. Sente a realidade da vida nos Sagrados Símbolos da Instituição;
19. Exalta tudo o que une e repudia tudo o que divide;

20. É Obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para manter o equilíbrio exato entre a razão e o coração;

21 Promove o bem e exercita a beneficência, sem proclamar-se doador;

22. Luta  pela FRATERNIDADE, pratica  a TOLERÂNCIA e cultiva-se integrado numa só família, cujos membros estejam envoltos pelo AMOR;

23. Procura  inteirar-se da verdade antes de arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julga opositores

24. Esquiva-se das falsidades inverossímeis, das mentiras grosseiras e das bajulações humanas;

25. Propõe-se sempre a ajudar, amar, proteger, defender e ensinar a todos os Irmãos que necessitem, sem procurar inteirar-se do seu Rito, da sua Obediência, da sua Religião ou do seu Partido Político;

26. É  bom, leal, generoso e feliz, ama  a Deus sem temor ao castigo ou por interesse á recompensa;

27. Mantém-se humilde no instante da doação e grandioso quando necessitar receber;

28. Aprimora-se moralmente e aperfeiçoa o seu espírito para poder unir-se aos seus semelhantes com laços fraternais;

29. Sabe ser aluno de uma Escola de Virtudes, de Amor, de Lealdade, de Justiça, de Liberdade e de Tolerância;

30. Busca  a Verdade onde ela se encontre e por mais dura que possa parecer;

31 Permanece livre respeitando os limites que separam a liberdade do outro;
32. Sabe usar a Lei na mão esquerda, a Espada na mão direita e o Perdão à frente de ambas;

33. Procura amar o próximo, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA



O ingresso do candidato na Instituição Maçônica constitui o princípio mais importante previsto em toda sua legislação, pois é o passo primeiro para sua vivência na Fraternidade até onde desejar ou, em alguns casos, tornar-se um anátema.
Mas mesmo assim será sempre um maçom! Uma vez iniciado, jamais deixará de ser maçom. Haja o que houver!
Reza o Artigo 28 da Constituição do Grande Oriente do Brasil que “Não poderá ser admitido na Ordem maçônica nenhum candidato que não se comprometa, formalmente e por escrito, a observar os princípios da Ordem”. Os postulados também devem ser cumpridos e todos esses preceitos estão contidos nos Artigos 10 e 20 da citada Carta Magna e foram elencados em trabalho denominado “Princípios e Postulados Maçônicos” publicado anteriormente.
Sendo a Maçonaria uma sociedade milenar e universal, possui suas próprias peculiaridades que são observadas desde seus primórdios e nenhum pretendente nela ingressa sem que seja convidado por um maçom regular que será seu “avalista moral” e ficará conhecido como “padrinho”, surgindo daí sua responsabilidade perante seus pares.
Nenhum Ser Humano Masculino integra a Sublime Ordem ex-officio, ou seja, sem que algum maçom regular o apresente e afiance seus predicados morais, além de outras exigências contidas no Artigo Terceiro do Código Landmarks de Mackey: crença do Ser Supremo do Universo, vida post-mortem, bons costumes, amante da liberdade com responsabilidade e cultivo da moral e ética.
São exigências que integram a substância maçônica figurando como Landmarks de Albert Galletin Mackey admitidos pela quase unanimidade da consciência maçônica.
Até mesmo o recrutamento de obreiros por meio de outros métodos mais abrangentes, como divulgação da doutrina exotérica da Ordem, conferências abertas ao público em geral ou publicidades em livros e revistas especializadas, o candidato que se apresentar estimulado por esses meios, será submetido a uma investigação que pode levar meses e a equipe investigatória afinal apresentará seu relatório ao colegiado da Loja que proferirá a decisão que julgar acertada. Sendo aprovado, será nomeado “um padrinho” que dará ciência ao postulante e a data da cerimônia de iniciação. O mesmo acontecerá em caso contrário.
Etimologicamente, a palavra iniciar, do latim initiare – in, para o interior e ire, ir, caminhar – exprime a idéia de caminhar para dentro de algo, ir em direção ao seu interior para começar uma nova atividade que, na Sublime Ordem é tornar-se um Filho da Luz, saindo das trevas que é a vida profana. Esse momento de ingresso faz surgir para o iniciado uma nova vida voltada para seu aperfeiçoamento espiritual, intelectual e material, mas também direcionado ao amor fraterno, ajuda aos necessitados na medida do possível (filantropia), tolerância, respeito ao próximo, especialmente quando se defrontar com situações nas quais suas idéias sejam rejeitadas. Na vida profana essas virtudes são também exigidas, mas na Maçonaria assumem o caráter de obrigações legais com o respeito “às convicções e dignidade de cada um;” – Art. 10., Parágrafo Único, Inc.III, Constituição do Grande Oriente do Brasil.
Essas exigências genéricas acima mencionadas são especificadas pela Lei Maçônica n0 0099 de 9 de dezembro de 2008, E.’. V.’., editada obviamente pelo Grão Mestrado Geral do Grande Oriente do Brasil que instituiu o Regulamento Geral da Federação que em seu 10 artigo estabelece os requisitos formais para a admissão do candidato na Ordem e o respectivo processo para essa eventual finalidade.
Realmente, o citado dispositivo legal exige a comprovação de requisitos abaixo enumerados para o pretendente alcançar o acesso à nossa Fraternidade: ser maior de 18 anos de idade e do sexo masculino; estar em pleno gozo da capacidade civil; ser de bons costumes e ter reputação ilibada; possuir, no mínimo, instrução de ensino fundamental completo ou equivalente e ser capaz de compreender, aplicar e difundir os ideais da instituição; ter profissão ou meio de vida lícito, devendo auferir renda que permita uma condição econômico- -financeira que lhe assegure subsistência própria e de sua família, sem prejuízos dos encargos maçônicos; não apresentar limitação ou moléstia que o impeça de cumprir os deveres maçônicos; residir, pelo menos, há um ano, no município onde funciona a Loja em que for proposto, ou dois anos em localidades próximas; aceitar a existência de Princípio Criador; contar com a concordância da esposa ou companheira; se solteiro, obter a concordância dos pais ou responsáveis, se deles depender e comprometer-se, por escrito, a observar os princípios da Ordem. E esses princípios são a própria iniciação, estudos filosóficos, filantropia, progresso e o processo evolucionista, como citados anteriormente – Princípios e Postulados Maçônicos.
Os Lowtons, os De Molay, os Apejotistas e os estudantes de curso superior de graduação serão admitidos como maçons na forma da Constituição.
Reza ainda o artigo segundo desse diploma legal que “A falta de qualquer dos requisitos do artigo anterior, ou sua insuficiência, impede a admissão”.
Vemos, assim, que a preocupação legislativa de um modo geral, desde os Landmarks, Constituições das diversas Potências, Regulamentos e outras normas legais esparsas, é proceder a um bom recrutamento de obreiros para o reforço das Colunas da Entidade Fraternal.
Enviado pelo Ir.’.José Geraldo de Lucena Soares
ARLS Fraternidade Judiciária N0 3614 • GOSP/GOB

LUZ E TREVAS



Para que se possa compreender e se libertar das dicotomias absolutas e absurdas, para que possa se libertar do dogma, do “tabu” e do senso comum, Luz e Trevas não são o clichê que se costuma pensar.
A Luz não é o bem, e a Escuridão não é o mal. Não existe bem absoluto na Luz nem o mal absoluto nas Sombras. A escuridão nada tem a ver com o Diabo dogmático (pois esse não existe) nem com o mal que assola o mundo. A escuridão simplesmente significa aquilo que está oculto, significa mesmo o próprio Oculto, o Mistério, aquilo que é “proibido”, que é secreto, aquilo que é escondido como um tesouro.
Portanto, a iniciação (metafísica e espiritual) das Trevas é a mais importante, pois o Mistério das Sombras é o mais secreto e o mais sagrado e o mais íntimo para um ser. Nas Sombras, o iniciado se recolhe para desvendar tudo o que está oculto, para acessar conhecimentos “proibidos” e profundos. Nesse sentido, Luz significa consciência, e Trevas significa subconsciência, o repositório de todo conhecimento oculto, esquecido e abandonado pela Luz, ou seja, pela consciência ordinária, de vigília, pela personalidade que se manifesta no dia a dia.
Por meio da introspecção nas sombras interiores, o indivíduo pode então confrontar os elementos mais profundos, “perigosos” e “proibidos” de sua subconsciência (Trevas) e trazê-los assim para a consciência, ou mente consciente (Luz), assimilando os conhecimentos mais secretos de seu Daemon (Eu Superior, Logos, etc.) A Luz verdadeira, portanto, é a consciência desenvolvida e expandida após essa imersão nas Trevas, é o conhecimento assimilado e consciente, percebido sobre o fundo negro no qual essa Luz brilha e pode ser vista.
Pelo que precede, a Luz sem as Trevas jamais poderia ser percebida. Sem o contraste entre Luz e Escuridão nada poderia ser visto (ou seja, nada poderia se manifestar). Para que a Luz possa se manifestar e iluminar, a Escuridão é necessária. Em sentido filosófico e metafísico, Luz e Trevas, dia e noite, são a manifestação e a não manifestação, consciência e subconsciência, inteligência e imaginação, razão e emoção… Em termos de individualidade humana, Luz é atividade, intelecto, mente racional; e Trevas é inatividade, repouso, reflexão intuitiva, imaginação e instintos (quase sempre elementos negados, rejeitados, reprimidos e menosprezados pela imposição dos dogmas e dos preconceitos sociorreligiosos).
Podemos ilustrar essa questão com alguns exemplos: no ser humano, a Escuridão é o subconsciente repleto de forças primais que trazem experiências interiores e sabedoria; é o útero psicomental do qual nasce a consciência superior; os seres vivos nascem da escuridão do útero de suas mães e quando “morrem” voltam para as trevas da terra; os minerais e pedras preciosas se formam na escuridão da terra; as plantas brotam também do interior escuro da terra; o universo nasce da escuridão do caos; as estrelas surgem na matéria escura do espaço e a encrustam com seu brilho visível, porque sem a escuridão elas não poderiam brilhar; e o dia e a noite intercalam-se na manifestação do tempo em nosso mundo, do mesmo modo que a vigília e o sono em nossa vida.
Portanto, as Trevas não são o mal (como o conhecemos), e a Luz não é o bem. Tal dicotomia não existe, pois a Luz e as Trevas são gradações que se manifestam em toda Existência.
Todo aquele que nega e menospreza a Escuridão está negando a própria Luz que jaz nas profundezas de si mesmo, na caverna escura que é o abrigo protetor do tesouro, da jóia brilhante que é a gnosis, que é a Luz do conhecimento, que é a consciência do Eu Superior.
Enviado Camargo Monteiro • ARLS Madras Nº 3359 • GOB/GOSP
Enviado pelo Ir.’.Adriano Camargo Monteiro • ARLS Madras Nº 3359 • GOB/GOSP

PRINCÍPIO FILOSÓFICO NA MAÇONARIA



A Instituição Maçônica desde sua fase de nascimento passou a cultivar a Filosofia, pois sem essa medida não poderia mesmo, com o passar dos tempos, progredir, especialmente, no início do Século XVIII quando se instalou o Departamento Especulativo, época da Franco-Maçonaria.
Naquela fase, todos os ramos do conhecimento humano tiveram grande expansão e a Filosofia dos clássicos gregos (Sócrates, Platão e Aristóteles) serviu de modelo principal para o rumo intelectual não só da Fraternidade, mas consolidar todo acervo cultural que já vinha se desenvolvendo desde a Antiguidade.
Sócrates marcou sua doutrina com o “Conhece-te a ti mesmo” para que gere sua felicidade com correção de suas falhas e harmonia na comunidade. Com esse autoconhecimento o Ser Humano refletirá e será capaz de chegar ao ideal divino. Platão com o estudo das idéias servindo para construção de uma sociedade justa e pacífica e Aristóteles com a criação da Lógica, cujos fundamentos ainda hoje são incontroversos.
Mas outros Sistemas Filosóficos também foram recepcionados pela Fraternidade Maçônica.
O ceticismo que elege a dúvida como resultado na investigação da verdade; o cinismo, criado por Antístenes, apregoando que os valores da vida deveriam amoldar-se à natureza e não somente as regras da sociedade; o estoicismo, proclamava uma blindagem no homem para torná-lo forte a suportar e revolver as dificuldades vividas com firmeza e pureza de caráter; o epicurismo, buscando o prazer pelo exercício da virtude e a escolástica, pensamento cristão medieval que enaltecia a Razão em consonância com a Fé.
Na Era Moderna, adotou-se também o racionalismo que realça o pensamento na razão e a lógica aristotélica como instrumentos para cognição e descoberta da verdade. Só com esses elementos a inteligência humana é capaz de produzir um resultado correto da realidade.
O empirismo doutrinando que todo conhecimento emana da experiência que se adquire com a vivência ao longo do tempo, surgindo daí o subjetivismo; o Iluminismo do século XVIII caracterizado pela concentração científica e da racionalidade com rejeição dos modelos políticos e religiosos daquela época; o liberalismo, preconizando a defesa da liberdade individual sobre questões econômicas, políticas, religiosas e intelectuais da intromissão indevida do poder público; o positivismo de Augusto Comte (século XIX) que entende a predominância das ciências experimentais na investigação da verdade, como modelo, afastados conceitos ou versões metafísicas e teológicas dos temas estudados; Bentham e Stuart Mill (século XIX) desenvolveram a teoria do utilitarismo, segundo a qual, as boas ações e regras de conduta conduziam a um prazer de utilidade para o seu próprio autor e, por via de regra, para toda comunidade e o pragmatismo, doutrinado por Charles Sanders Peirce (1839-1914), que somente a aplicação de conceitos e princípios na vida real levaria ao êxito do empreendimento, pois seria a prova concreta dessas ideias de conceitos e princípios postas em prática.
Outros ramos da filosofia são também aceitos, em maior ou menor extensão, dependendo da matéria em debate e a preferência do obreiro.
Entretanto, o maior destaque estudado na Ordem é a Filosofia Hermética (O Caibalion) atribuída a Hermes Trimegistro, o “Três Vezes Grande”.
Segundo essa teoria, “o Hermetismo acabou derivando da alquimia, que buscava transmutar chumbo em ouro. No entanto, o sentido do hermetismo é mais profundo. Trata–se de transformar tudo o que é grosseiro em algo sutil. Assim, seu significado maior é transformar não os metais, mas os homens… O primeiro princípio hermético descrito em ‘O Cabalion’ é o do mentalismo: ‘tudo é mente’. De acordo com esse princípio, todo o mundo fenomenal é simplesmente uma criação mental do Todo” – (por Cláudio Blanc – Revista Vida & Religião – Ano 1 – Número 1 – Ed. On Line – p. 29/31).
Ainda seguindo a explanação desse especialista Cláudio Blanc, a Filosofia Hermética reuniu sete fundamentos ou princípios sendo o primeiro o já enunciado “Mentalismo” e o segundo o da Correspondência, consistente na linguagem de alquimia – “o que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima.”, significando que tudo se origina da mesma fonte que em última análise, no meu entender, é a própria Natureza, podendo ser interpretado como o G.’. A.’. D.’. U.’.
O terceiro fundamento da Filosofia Hermética é o da Movimentação exprimindo a ideia que tudo está em movimento ou vibração; nada se encontra inerte ou parado. Tudo que imaginamos abrangendo o corpo físico e o espírito é o resultado de vibrações ou movimentos diferenciados; o quarto princípio refere-se à duplicidade das coisas com polos distintos e opostos. Os opostos se diferenciam apenas em escalas ou graus e os extremos se tocam. Esse quarto princípio tomou o nome de Polaridade. O quinto fundamento é o do Ritmo: tudo o que sobe, desce; tudo o que entra sai; o ritmo é o elemento de compensação para justificar essas movimentações.
A Causa e Efeito marcam o sexto princípio hermético. Nada acontece por acaso e no mundo espiritual existe a máxima de que “colhe-se o que se planta”. Se a plantação é de Bondade, a colheita é, obviamente, de Bondade. Se o plantio é de Maldade, colher-se-á Maldade.
Finalmente, o sétimo fundamento refere-se ao Gênero. “Ele atesta que o gênero não é característica apenas do plano físico, mas se manifesta também nos planos mental e espiritual. “Todas as coisas machos têm também o elemento feminino; todas as coisas fêmeas têm o elemento masculino”, afirma O CABALION. “Somados aprofundados os princípios herméticos permitiram ao estudante de ocultismo transmutar a mente: a razão da nossa evolução”. (autor e obra já citadas).
Esse modesto trabalho é o terceiro de uma pretendida série sobre o primeiro artigo da Constituição do Grande Oriente do Brasil de 17 de março de 2007, E.’. V.’., mas com vigência a partir de 25 de junho de 2007, E.’.V.’., conforme Decreto número 0879 de 25 de junho de 2007, E.’.V.’. emitido pelo Grão-Mestrado Geral do Brasil – Brasília – DF.
Os dois outros trabalhos “Princípios e Postulados Maçônicos” e “Iniciação Maçônica” já foram publicados nos números 10 (2009) e 11 (2010) desta conceituada revista especializada.
O princípio seguinte é o da Filantropia e poderá ser objeto de outras considerações.

Enviado pelo Ir.’. José Geraldo de Lucena Soares
ARLS Fraternidade Judiciária N0 3614 • GOSP/GOB

PRINCÍPIOS E POSTULADOS MAÇÔNICOS



A Maçonaria como qualquer Instituição possui seus princípios e postulados que servem para seu governo e sobrevivência ao longo dos séculos.
Sem essas medidas iniciais não haveria nenhuma chance de atravessar os tempos desde sua criação até nossos dias com seus ensinamentos puros de moralidade, ética, crença no GADU, vida eterna, filosóficos, esotéricos, simbólicos, alegóricos, amor ao próximo e tantos outros sentimentos nobres que devem ser cultivados pelos seres humanos, especialmente os iniciados na Ordem.
Todo esse acervo de virtudes e conhecimentos consubstancia a doutrina maçônica que com o passar da vida, o maçom deve aprender e executá-lo, na esperança de ser um bom obreiro honrando a si mesmo e homenageando a Fraternidade da qual é um membro.
Assim, podemos afirmar que princípio é o ponto inicial, que algo tem sua origem ou o instante em que uma ação ou omissão desencadeia um processo de conhecimento objetivando um resultado.
Na Sublime Ordem esses princípios são iniciático, filosófico, filantrópico, progressista e evolucionista, cuja finalidade suprema nos conduz à Liberdade, Igualdade e Fraternidade, reminiscência da Revolução Francesa que, por sua vez, inspirou-se no Iluminismo do século XVII.
Além desses princípios e objetivos, a Ordem preconiza 14 cultivos para auxiliar sua caminhada no âmbito social que são: prevalência do espírito sobre a matéria;
Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade;
Proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um;
Declara a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito fundamental do ser humano, observada correlata responsabilidade;
Reconhece o trabalho como dever social e direito inalienável;
Considera IIr.’. todos os maçons, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades, convicções ou crenças;
Afirma que os maçons têm os seguintes deveres essenciais: amor à família, fidelidade e devotamento à Pátria e obediência à lei;
Determina que os maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela superfície da terra; recomenda a divulgação de sua doutrina pelo exemplo e pela palavra e combate, terminantemente, o recurso à força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos;
Adota sinais e emblemas de elevada significação simbólica;
Defende que nenhum maçom seja obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei;
Condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, enaltecendo, porém, o mérito da inteligência e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade;
Declara que o sectarismo político, religioso e racial são incompatíveis com a universalidade do espírito maçônico e, por fim, combate a ignorância, a superstição e a tirania.
Esses são, portanto, os princípios, fins e cultivos ou recomendações sociais que o sistema maçônico enumera para cumprimento de sua comunidade.
Por outro lado, os postulados são afirmações consideradas verdadeiras e que não precisam ser comprovadas face às evidências.
Estes postulados a seguir enumerados são os adotados pela Maçonaria Universal e, assim, temos a existência de um Ser que não teve começo e não terá fim, que é o Grande Arquiteto do Universo;
O sigilo que é da essência da entidade maçônica em se tratando de matéria esotérica;
O simbolismo que é uma comunicação de uma geração para outra;
A Maçonaria Azul dividida em três graus, também conhecida como Simbólica ou ainda Operativa;
A Lenda do Terceiro Grau e sua incorporação aos Rituais; exclusividade de iniciação masculina; proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria político-partidária, religiosa e racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome; manutenção das Três Grandes Luzes da Maçonaria: o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, sempre à vista, em todas as sessões das Lojas e o uso de avental durante as sessões.
Esses princípios, fins, cultivos sociais e postulados estão previstos nos artigos primeiro e segundo da Constituição do Grande Oriente do Brasil promulgada em 25 de junho de 2007.
Observe-se ainda que essa Carta Magna Maçônica vige somente no âmbito da Maçonaria Operativa Brasileira e se amolda expressa e implicitamente ao “Código Landmarks de Mackey.”
O Decreto nº 0879 da mesma data da promulgação (25/6/2007, E.V.) editado pelo Grão-Mestrado Geral do Grande Oriente do Brasil reza na parte que ora interessa a essa exposição à comunicação “a todos Grandes Orientes Estaduais, Delegacias, Lojas e Maçons da Jurisdição, para que cumpram e façam cumprir, que a Assembléia Federal Constituinte adotou e promulgou a Nova Constituição do Grande Oriente do Brasil, pela qual passará a reger-se a Maçonaria Simbólica Brasileira, com validade a partir de 25 de junho de 2007 da E. V., ficando o Grande Secretário Geral de Administração incumbido da notificação.”
Esses preceitos constituem todo alicerce da Instituição Maçônica Universal, inspirados nos Landmarks compilados por Albert Galletin Mackey em 1856.

Enviado pelo Ir.’. José Geraldo de Lucena Soares • ARLS Fraternidade Judiciária Nº 3614 • GOSP/GOB


O USO DA ESPADA NA MAÇONARIA



Etimologia:
espada
[Do gr. spáthe, pelo lat. spatha.]
Substantivo feminino
1) Arma branca, formada de uma lâmina comprida e pontiaguda, de um ou dois gumes. [Aum.: espadão, espadagão. Dim.: espadim.]
2) Fig. Poder militar.
Acessório muito usado nas cerimônias maçônicas, geralmente como símbolo do poder e autoridade, e emblema dessipador das trevas da ignorância. Nas reuniões de banquetes ritualísticos, é o nome que se dá à faca. É usada como jóia do Primeiro Experto, Cobridor Interno e Externo.

ESPADA FLAMÍGERA

A que tem a lâmina ondulada, qual língua de fogo serpentino. É usada pelo Venerável Mestre como símbolo do poder criador do G.’.A.’.D.’.U.’. Ao seu triplo tinir com os golpes do malhete (símbolo da autoridade, de que o Venerável se acha investido pela constituição maçônica), é o recipiendário iniciado e admitido nas fileiras da Ordem. Em alguns países latinos é também usada pelo cobridor que assim guarda o Templo qual Cherubim a “guardar o caminho da árvore da vida” (Gênesis 3:24).
A espada, em Maçonaria, é a arma da vigilância com a qual o maçom defende a Ordem; representa o poder e a autoridade dirigidos com justiça e equilíbrio. É um símbolo de igualdade entre os MM.’.MM.’.e, no Rito Adonhiramita é usada em todos os graus do simbolismo, apenas por MM.’.MM.’..
Empunhada com a mão direita, representa uma arma: a Ação Física; a Proteção dos Segredos e dos Princípios da Tradição Maçônica; a Vingança que se abate sobre o traidor e a Consciência que atormenta o perjuro; o compromisso de manter o sigilo, de vencer as paixões que o mundo apresenta entre suas ilusões (as quais o Tempo, inexorável Guardião da Eternidade, consome).
Ao penetrarem no Templo, todos os MM.’.MM.’. devem estar munidos de uma espada introduzida na extremidade inferior da Faixa de Mestre, no local apropriado, exceto os IIr.’.Cobridor e M.’. de CCer.’. que terão suas espadas em esquadria.
Após a abertura dos TTrab.’. , todos os MM.’. que se deslocarem, exceto quando transportando material litúrgico, estarão portando suas espadas.
O Manual do M.’. de CCer.’., na parte que trata da Formação do Pálio, prevê que em Grau de Aprendiz, o Pálio sempre é formado por um Mestre da Col.’. do Sul e outro Mestre da Col.’. do Norte, a convite formal do M.’. de CCer.’., os quais formarão o Pálio portando suas espadas como extensão de seu Bra.’. Dir.’. em ângulo de 52º sobre o A.’. dos JJur.’., estando na abertura, a espada do M.’.de CCer.’.por baixo das demais, dando sustentação, e no encerramento, por cima das demais, sobrepondo-as.
Ao permanecerem sentados os citados OOfi.’.seguram suas espadas com a mão esquerda para a produção da descarga de energia saturada que todos os AA.’. IIr.’. trazem do Mundo Profano; com exceção do Cobridor Interno que deve sempre segurar sua espada com a mão direita, aspecto do comando e da autoridade, capaz de repelir o intruso seja no plano físico, astral ou espiritual que é sua missão em Loja. A lâmina da espada não deve ser tocada para que não se altere sua imantação, interferindo no fluxo energético que se estabelece com a ritualística.
Apesar disso, o ato litúrgico que envolve o uso de espadas na Maçonaria não está ligado à magia ritual primitiva, ainda que os antigos magos empunhassem numa mão uma vara e na outra uma espada. Tão pouco se prende exclusivamente ao sentido guerreiro ou militar! O uso da espada está relacionado a efeitos geomânticos uma vez que todo ritual interfere em correntes de energia.
Esta é uma breve explicação sob dois pontos de nossas sessões, lembre-se de que cada vez que praticamos um ato dentro de loja as suas conseqüências se refletem em cada um dos IIr.’., pois a energia que exalamos é distribuída aos IIr.’. e com eles compartilhada.
Que o G.’.A.’.D.’.U.’. possa sempre nos iluminar e energizar os nossos pensamentos para que possamos sempre trilhar o caminho da verdade, justiça do amor fraternal e nos basear na liberdade, igualdade e fraternidade para que os nossos pensamentos sejam justos e as nossas ações perfeitas caminhando pela régua e se guiando pela esquadria.
Geomancia:
(cí) [Do gr. geomanteía, pelo lat. tard. geomantia.]
Substantivo feminino
1. Adivinhação que se faz deitando pó de terra sobre uma mesa e examinando as figuras que se formam.

Enviado pelo Ir.’. Vicen Ferreres Oliveira de Souza • AP.’.M.’.ARLS Sabedoria, Luz e União Nº 2561 • Feira de Santana • BA
Liturgia e ritualística na incensação e uso de espadas
Flávio Dellazzana, M.’.M.’.
ARLS PEDRA CINTILANTE, 60 – GOSC
Dicionário Aurélio Digital – 5
Simbolismo,Liturgia e Ritualística
Organizado por: Ap.’.M.’.Vicen Ferreres
Professor e Jornalista.

FILHO DE MAÇOM


Até onde consigo recordar e ter consciência de minhas recordações a Maçonaria faz parte delas.Com 5, 7 anos de idade lembro que perguntava ao meu pai aonde ele ia já que havia acabado de chegar do trabalho e sua resposta, semana após semana, ano após ano era sempre a mesma: "Vou à loja".Mas que diabo de loja é esta que não conheço! Pensava. Meu pai tem escritório (de contabilidade), ele não tem loja nenhuma! Continuava meu raciocínio.

Mesmo não entendendo a resposta tinha uma tremenda raiva da tal "Loja" pois tirava meu pai de casa e eu ficava sem sua companhia.

Poços naquela época fazia muito frio no inverno e mesmo assim meu pai ia na 'Loja'. Ele tinha um sobretudo que chamava de 'capote'. Quando ele perguntava para minha mãe do 'capote' eu pensava: Lá vai ele de novo para a tal 'Loja'!

E assim os anos foram passando.

Quando tomei consciência do que era o dia de Finados e que neste dia íamos a um lugar chamado Maçonaria, onde várias pessoas com espadas, com gravata, um caixão com várias flores sobre ele, e uma cerimônia onde todos participavam quietos e só alguns falavam e que estes que falavam usavam aventais e que uma destas pessoas usando avental era meu pai, compreendi que ele era 'da Maçonaria'. Não pela boca de meu pai, mas desta forma, descobri que ele era Maçom.

Vim a saber que ir 'na Loja' era ir à Maçonaria, anos depois destas cerimônias de Finados, mais precisamente durante a cerimônia de adoção de 'Lowton' da qual fiz parte. E de novo não pela boca dele. Esses maçons antigos!

Enfim sempre fui filho de maçom até o dia que um bom amigo que mais tarde reconheci como irmão, convidou-me também a participar da Ordem (Meu pai já havia passado para o Oriente Eterno). Minhas lembranças como filho de maçom são ao mesmo tempo de ser 'importante' e de incompreensão porque nada sabia sobre a Ordem. Em mim foram sentimentos antagônicos.

Meu pai além de nunca ter comentado nada sobre Maçonaria e hoje entendo sua postura, nunca intercedeu junto a Ordem para que eu fosse convidado e isto eu não entendo. A melhor explicação que tenho para este fato é que como ele nunca falava sobre maçonaria eu também nunca perguntava e como eu nunca perguntava talvez ele tenha concluído que eu não me interessava. Enfim, sou “filho de maçom” e hoje meu filho também é 'filho de maçom' como eu.

Quais são as respostas que devo a ele para que um dia a Maçonaria que indiretamente já faz parte da vida dele não seja o que foi para mim?

Quando saio para ir a 'Loja' digo ao meu filho, hoje com 11 anos, que vou a uma reunião na Maçonaria. E ele já sabe que sou maçom.

Uma vez escutei "Pai, você vai de novo à reunião? O que é que vocês conversam ia?”

Tal como eu, meu filho também não tem as respostas que o satisfaça, pois o que ele quer é que eu não saia de casa, ele quer minha companhia! Ensaio algumas respostas mas percebo que não é o que ele quer ouvir.

Concluo que como meu pai, eu ao falar com meu filho 40 anos depois não estou sendo muito diferente dele.

Aliás ele também já participou da cerimônia de adoção de Lowton. Esta é uma das faces da Maçonaria.

Ano após ano e no meu caso décadas, permanece firme em seus anseios de melhorar o homem e por conseguinte a humanidade e com a mesma essência em seus ensinamentos. Presumo que desde o ano de 1700 e pouco vem se falando a mesma coisa. Posso concluir que: ou somos incapazes de compreendê-la tal quais as crianças que nada sabem mas são curiosas, ou seus ensinamentos são utópicos, justos e perfeitos, portanto inatingíveis e a busca constante deles recomeça a cada novo Aprendiz que admitimos.

Ao tempo certo, pretendo interceder junto a Ordem para que meu filho um dia torne-se maçom e espero que meu neto também.

Por José Sólon de Oliveira

O TRONCO DE BENEFICÊNCIA



Desde a construção do templo por Salomão em Jerusalém o tronco já fazia parte dos rituais maçônicos. Naquela época foi criada pelos arquitetos uma coluna em miniatura, denominada de tronco, que girava por entre as bancadas recebendo as contribuições, a mão era introduzida pelo alto do capitel, que a ocultava, havendo uma fenda no cimo do fuste para a passagem da oferta.

Com o tempo passou a se denominar tronco da viúva, tronco de solidariedade ou tronco de beneficência. O tronco é o ato de recolher que se faz através de um saco ou bolsa e o seu produto é a medalha cunhada, também conhecida por óbolo (pequena moeda).

Tronco é uma palavra que deriva do francês “tronc”. Em época mais remota o Papa Inocêncio III, criou o tronco dos pobres que era uma caixa que existia nas entradas das igrejas.

Era costume nas antigas “guildas” recolher contribuições dos que podiam ofertá-la, para socorrer os congregados, entre os quais se encontravam todos os tipos de homens: senhores, trabalhadores e serviçais. A proteção se estendia às viúvas, órfãos, inválidos e servia até para defesa judicial dos membros. Essa tradição passou à Maçonaria.

A função caritativa da Maçonaria se tornou tão destacada que a ordem passou a ser identificada como benemérita pela pratica da filantropia, se ouvia falar que a imagem da Maçonaria era Fraternidade e Caridade.

Não descuidando de nosso foco, devemos entender o significado de nossas ações: a prática da filantropia alcança os infelizes e necessitados pela entidade beneficente que a praticou, benemérita é a loja que proporciona a pratica dessa beneficência pelo elevado espírito de nossa fraternidade.

A filantropia por mais autêntica que seja não engloba a fraternidade, uma vez que a filantropia arrasta por tradição nuclearmente o conceito de esmola, porquanto a prática da fraternidade é um sentimento que possui em seu núcleo o amor fraterno da união dos maçons.

Assim podemos dizer que a fraternidade é diferente da filantropia, mas não a exclui e ambas devem coexistir.

O templo não é lugar de esmola, mesmo que o óbolo seja uma manifestação mínima que se possa dar, este deve ser evitado, pois se nos organizarmos financeiramente iremos colaborar bem mais que o mínimo.

Vejamos o preceito bíblico em (Mateus 6:2-4)
Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê em segredo, te recompensará.”

As interpretações dessa passagem bíblica são muito amplas e não se faz necessário entrar no mérito para buscar a verdade dessa doutrina, o certo é uma profusão de sentimentos nesse sentido.

Devido à multiplicidade de orientações religiosas dos maçons, a ordem é adogmática; assim a nossa participação no tronco ocorre com neutralidade de espírito onde se participa com liberdade e isenção, a compaixão a generosidade e a solidariedade falam mais alto em nossos corações vindo a dispensar quaisquer recompensas por este ato.

Este momento é mágico, todo especial que envolve uma elevada mística vibracional para a formação do tronco como observou em seu post o Ir José Maurício Lima da A RLS José Antonio Guimarães nº 192, do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro: no momento em que se inicia a circulação do tronco algo mágico desprende do hospitaleiro como se fosse um incenso queimado é como se fosse o somatório de nossas energias, emocional, mental, psíquicas, na forma de papel moeda para que esta energia possa ser objeto de transformação de pessoas, de condutas, então o que você chama de dinheiro, nós temos um nome muito mais profundo para isso, pois na maçonaria se trabalha com mentes, que partilham energias com as pessoas menos favorecidas, não é o ato de colocar a prata é muito mais amplo, lembra a lei de Amra – causa e efeito.

O tema filantropia, beneficência e Fraternidade, para muitos não é pacífico, primeiro pela falta de entendimento do seu conceito, segundo pela nossa capacidade de escolher a política mais adequada para o enfrentamento dessas questões e terceira a própria conjuntura atuais das Lojas e obediências: casos de inadimplência mórbidos, pagadores com atraso, lojas que descuidam de seus compromissos junto à obediência, estes exemplo são reflexos existenciais entre o primo e o irmão:
“quando vos conto do primo notem que é mais triste a minha fala, porque o primo é uma mala mas pensa que é um arrimo. É mais liso que limo e floresce em qualquer chão, mas lhes digo de antemão garnizé nunca foi galo, petiço não é cavalo e primo não é irmão” ... e seguem assim os versos de um poema gauchesco.

Frente ao estado de necessidade não há razão alguma para juízo de valor, a ação pelo amparo me parece mais adequado, assim é o trabalho filantrópico, de outra banda não havendo estado de necessidade a atuação fraterna dá margem a juízos de valor sobre o pleito solicitado. Eis aqui a grande diferença no tratamento para assuntos similares, mas muito diferentes na sua essência, pois nem tudo é o que parece ser.

Esta realidade esta diretamente relacionada com a nossa capacidade de enfrentamento onde podemos quantificar o valor das medalhas cunhadas pelo tronco em nosso País:

Tomando-se por base a média de 20 obreiros por sessão,
Considerando a média do óbolo é de R$ 5,00 por obreiro, a
4 sessões ao mês
E uma plataforma aproximada de 5.627 lojas no Brasil têm:

20x5, 00= R$100,00 por sessão de loja
100x4= R$ 400,00 a. m. por loja
400,00x 5.627 = R$ 2.250.800,00 a.m
X 12= R$ 27.009.600,00 anual

Conclusão:
a. O número parece gigantesco, VINTE E SETE MILHÕES ANUAIS, porém diluídos por loja parece muito pouco, não dá para fazer muita coisa, todavia ameniza qualquer situação em auxílio-concreto, tornando-se muito eficiente.
b. Aqui não estão computados os trabalhos sociais desenvolvidos pelas Lojas e potências e também não é considerada a verba de captação.
c. Se nos contentarmos com o óbolo puro e simples chegaremos facilmente à conclusão que:
NESTE TEMA HÁ MAIS RETÓRICA QUE AÇÃO.
Voltando às considerações:

A proposta de priorizar o atendimento ao público interno é matéria vencida para a maçonaria bem antes da idade moderna, mesmo que tenhamos entendimentos diversos, o bom senso demonstra que os assuntos devem ser tratados separadamente.

Se a nossa satisfação é limitada pela arrecadação da Loja nos moldes apresentados e a sua utilização for canalizada para atender o nosso público interno, estaremos como instituição dando as costas aos flagelos que atingem à sociedade.
Há inúmeras maneiras de transpor esta barreira, basta usar a imaginação e por a mão na massa, pois somos aquilo que desejamos ser, ou seja, o que somos hoje é o produto de ontem.

A maçonaria nada mais é do que princípios.
Ela não é como eu quero e como penso que deve ser a maçonaria se materializa pelo produto de nosso trabalho quando agimos de acordo com o nosso coração.
Na maçonaria não existe prato feito, temos que trabalhar constantemente sempre em busca do consenso.

O consenso tem como limite a legislação onde se emprega a tolerância ilimitadamente para a livre manifestação do pensamento, e nunca para justificar comportamentos equivocados, fatos errados, descumprimento de normas como, por exemplo: o não depósito de metais junto à tesouraria da Loja.

Muitas vezes a Loja é reflexa de seus dirigentes, o V M prestou um compromisso solene de cumprir as Leis, normas e regulamentos, ele não pode prevaricar, tem que passar o seu povo a prumo.

Os casos isolados, as exceções devem receber um tratamento especial com acompanhamento da comissão de beneficência da Loja, inclusive apontando soluções saneadoras para impedir a recorrência ou difícil resolução. Não há e nunca houve restrição alguma em auxiliar um irmão ou parente porque estes são os próximos mais próximos que temos.

Cabe aqui salientar uma lição do Ir
Aderbal Bate Bergo M M ARLS LUX AETERNA Nº 236 GLESP. 

“Dentre os caminhos que elevam o ser humano na espiritualidade, a primeira das virtudes é a CARIDADE.

Principalmente a caridade de dimensão ESPIRITUAL na medida em que se consegue ajudar o próximo por amor a Deus.

O Compasso é o símbolo: você está na ponta do centro, sobe para Deus e desce para os outros homens, sem muitas preferências, todos devem estar mais ou menos à mesma distância de nossa bem-querência, do nosso amor, da nossa fraternidade, mas sempre passando por Deus.

O Compasso, que é um dos nossos símbolos principais, não estabelece uma ligação direta de uma pessoa com seu semelhante.

“O Compasso é a ida de nosso pensamento ao Grande Arquiteto do Universo, e este pensamento, abençoado por Ele, volta para ajudar os semelhantes, que simbolicamente estão na outra ponta.”

Somos múltiplos e devemos agir em várias frentes ao mesmo tempo, temos qualificação e aptidão para isso.

Somos capazes, instruídos, e fomos devidamente escolhidos para entrar na ordem através de um padrinho que nos avaliou segundo os nossos costumes e leis, detendo-se inclusive com a nossa capacidade honrar com esses novos compromissos.

Hoje tudo é previsível, assim sendo não se transfere as nossas responsabilidades para as mãos dos outros irmãos.

Os fatos isolados devem ser administrados pela loja ao arrepio do tronco de solidariedade, por uma chamada extra ou outros mecanismos que podem ser adotados:

a.    A loja deve possuir contas correntes necessárias para sua gestão, mas no mínimo deve ter duas contas bancárias atualizadas.

b.    A primeira para a gestão da Loja e a segunda para a gestão da conta Fraternidade, sem desvio de finalidade (este é o entendimento de nossa obediência).
b. O V
M possui a disponibilidade de colocar preferencialmente na presidência das comissões um M M (I) ou na falta deste um mestre mais antigo.
Como construtores sociais, sabemos o nosso papel na ordem e na sociedade.
A ordem não pode e não deve voltar-se a proteção somente de seu umbigo, não devemos cultivar somente a introspecção e sim continuarmos a ser progressistas, fomentar a nossa família a fim de ocuparmos melhores espaços sociais, ou seja, é melhor dar do que pedir, para tanto devemos estar preparados para o dia de amanhã onde os degraus foram feitos para ser galgados, respeitando sempre as condições contextuais de cada um, cada realidade é uma realidade.

Enganam-se quem entra na maçonaria para ser ajudado, a maçonaria nos exige muito mais, devemos nos doar muito e com responsabilidade, a maçonaria tem que entrar em nós.

As Lojas são independentes, suas histórias são diversas e seus assuntos devem ser resolvidos a coberto, mas excedido a capacidade da Loja, é nosso dever sair em socorro de nossos irmãos, quer onde se encontrem segundo a nossa capacidade de ajuda.

Assim, não há como tratar desiguais com medidas iguais, as realidades das Lojas não são as mesmas, a Carta de Londrina pode ser adequada aquele momento histórico e não deve ser entendida como um produto pronto e acabado, até porque seu foco é quebra de paradigmas, por exclusão deste.

Por derradeiro o assunto pode ser observado pelo silogismo:
1) O homem criou os PRINCÍPIOS;
2) Pelos PRINCÍPIOS o homem criou a MAÇONARIA;
3) O Choque de LIBERDADES é o princípio gerador do CAOS;
4) A reorganização do CAOS se dá através do CONTROLE;
5) O CONTROLE só é possível através do PODER;
6) O PODER é delegado por quem detém a LIBERDADE;
7) A LEI e os REGULAMENTOS limitam à liberdade;

c.    Logo é NATURAL a existência de várias interpretações como um processo natural do comportamento humano frente às atividades da maçonaria, porém a maçonaria é filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se destinam ao bem-estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou etnia. Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranqüilidade da consciência, portanto como ela não faz distinção não podemos discriminar.

Aplaudo a Loja que auxilia o seu público interno quando se faz necessário, não descuidando da finalidade do tronco de beneficência como determina o nosso estatuto.

d.    A filantropia, a beneficência e a fraternidade devem andar de mãos dadas o tempo todo e para todo o sempre para que tudo permaneça justo e perfeito.

e.    Adil Moura – MM (I)

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