Há várias obediências, devido vaidade da natureza humana.
Não devemos esquecer que, embora a Ordem seja portadora de
uma mensagem de AMOR UNIVERSAL, ela é composta por simples mortais: seres
humanos vaidosos, falhos e limitados, com ambições em poder e cargos, que ainda
não assimilaram em nível do coração, as grandes virtudes ou os seus grandes
princípios universais.
O ideal fosse que houvesse apenas uma Potência no Brasil ou
no mundo. Mas…
O Grande Oriente do Brasil foi
a primeira Obediência do Brasil em1822,
da qual fizeram parte todos os grandes vultos nacionais que a escreveram nas
páginas de ouro da História do País.
Em 1927 desentendimentos inerentes à humana
condição provocaram uma dissidência que resultou na criação das Grandes
Lojas.
Outra dissidência no GOB ocorreu em 1973 e desta formou-se o Grande Oriente Independente.
Hoje em dia, mentes abertas buscam o entendimento. Acordos
de cavalheiros, que podem ser o primeiro passo em direção à união das forças.
É necessário que se entenda que essa divisão existente na
maçonaria é, APENAS DE ORDEM ADMINISTRATIVA, pois os ritos são os mesmos para
as três Obediências.
Por isso, os ideais supremos da Maçonaria, seus princípios
e seu programa de ação continuam inalterados.
As Potências e Lojas
Maçônicas
Os Maçons se congregam em Lojas, que se organizam em potências
ou obediências. As lojas, que são a base fundamental, se constituem com um
determinado número mínimo de membros, obrigatoriamente iniciados em uma loja
regular de acordo com os Landemarques. Essa tradição na formação de novas lojas
mantém uma transmissão regular que vem dos tempos dos maçons medievais e foi
assumida pela Maçonaria Moderna. Esta é a legítima e única regularidade
maçônica.
Uma nova loja pode surgir sempre que o número de membros de
alguma loja regular ultrapassar certo nível, definido de acordo com a região
geográfica e os interesses de ampliação da Maçonaria. Em alguns casos, bastante
raros, uma nova loja pode ser fundada por motivo de dissidências internas.
Qualquer ato de fundação, contudo, dependerá sempre da autorização administrativa
do Grão-Mestrado a que pretende se ligar.
Quando não há essa autorização a nova loja é considerada
espúria e normalmente tem existência atribulada e curta. Essas lojas espúrias
geralmente são fundadas com terceiras intenções e, por vezes, provocam escândalos
prejudiciais ao bom nome da Ordem.
As lojas são absolutamente autônomas quanto ao
direcionamento de seus trabalhos, às suas atividades maçônicas internas e às
atividades sociais externas. Fazem seus próprios estatutos que, depois de
submetido à aprovação formal do grão-mestrado, passam pelo registro oficial
para lhes dar personalidade jurídica legal.
Têm também seus próprios regimentos internos, que regulam o
seu funcionamento administrativo. Ambos os documentos devem estar conforme os
Landemarques e a constituição do respectivo grão-mestrado.
O grão-mestre somente pode interferir administrativamente
nas lojas quando nelas se verificam práticas antimaçônicas ou quando houver
desrespeito formal ao regulamento geral do grão-mestrado, ou quando se ferirem
os Landemarques.
Administrativamente as lojas se compõem em potências
administrativas formadas por um determinado número mínimo de lojas. Estas
potências são conhecidas como grandes orientes ou grandes lojas. Cada potência
tem sua própria constituição cujo resumo, devidamente registrado, lhe dá também
personalidade jurídica legal. Para seu funcionamento interno têm um regulamento
geral, que regula também administrativamente o funcionamento das lojas.
As potências maçônicas têm sempre uma jurisdição territorial
bem definida. Há grandes orientes nacionais que supervisionam os grandes
orientes estaduais, ou regionais, chamados de grandes orientes confederados. É
o exemplo do Grande Oriente do Brasil, um órgão superior administrativamente
que supervisiona todos os grandes orientes estaduais confederados do Brasil.
Há os grandes orientes independentes, que não adotam o
sistema federativo dos grandes orientes nacionais. Suas jurisdições podem
abranger uma unidade administrativa de um país, como um estado no Brasil, ou
apenas uma parte dela. As grandes lojas seguem o mesmo sistema dos grandes
orientes independentes.
Os grandes orientes e as grandes lojas são administrados
por um grão-mestre que é, administrativamente, a autoridade máxima dentro da
sua jurisdição maçônica, exceção feita ao sistema de confederação dos grandes
orientes nacionais, cuja maior autoridade é o grão-mestre geral.
Os grão-mestres são as instâncias últimas dentro da
Maçonaria e não há nenhuma autoridade maçônica acima deles. Nem mesmo as
confederações maçônicas, como a Comab, no Brasil, podem interferir em seu
âmbito administrativo. Acima deles estão apenas os Landemarques. Os
grão-mestres devem seguir rigorosamente as constituições de seu grão-mestrado
que, sempre aprovadas por colegiados, não podem ferir as tradições maçônicas e
nem os Landemarques.
As lojas, por sua vez, são administradas por um venerável
mestre, que é a autoridade máxima em sua loja em assuntos administrativos
comuns previstos nos estatutos e no regimento interno. Decisões que extrapolem
esse âmbito devem ser submetidas à aprovação da assembléia da loja, ou
grão-mestrado.
Nem o grão-mestre, nem o venerável mestre, nem qualquer
outro maçom componente de seus respectivos grupos administrativo e nem mesmo
qualquer irmão individualmente podem se manifestar oficialmente em nome da
Maçonaria, a não ser que, em cada caso, estejam especialmente autorizados por
uma assembléia da loja ou do grão-mestrado. Essas autorizações, sempre
especiais somente podem ser dadas em caráter excepcional e somente sobre
assuntos gerais precisamente predeterminados, ou para situações e ocasiões
especiais.
Dessa forma, quando alguma autoridade maçônica se pronuncia
em público sem autorização, sobre assunto que não digam respeito aos poderes do
seu cargo, ela o faz apenas em seu próprio nome e não em nome da Maçonaria ou
dos maçons.
Essas disposições de organização e essa forma de exercício
de autoridades fazem parte dos Landemarques e impedem que se possam travar
diálogos de qualquer espécie entre a Maçonaria, como ordem, e outras
instituições profanas. Esse é um dispositivo que mantém intacta a tradição
maçônica moderna já por mais de três séculos.
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