BATEM À PORTA DE NOSSO TEMPLO



Se nos maçons não podemos possuir todos esses atributos em alto nível, optemos pela Santidade – não aquela do santarrão que finge devoção ou moralismo, mas a Santidade do homem Justo, Virtuoso e Puro como preconiza a Senda da Iniciação.
Uma análise superficial nos permite distinguir cinco processos do espírito humano:
Primeiro: a INTELIGÊNCIA, capacidade de compreender idéias. Cada um de nós nasce com certo grau de inteligência para resolver problemas, planejar, raciocinar e, em nível mais elevado, abstrair idéias. Inteligência é também poder de adaptação: segundo Piaget, é “uma organização cuja função estrutura o universo assim como o organismo estrutura o meio imediato”.
Consiste na faculdade de conhecer, compreender, aprender e resolver novos problemas e conflitos, adaptando-se a novas situações. Inteligência é, portanto, a capacidade de colocar em movimento as funções psíquicas e psicofisiológicas para o conhecimento e a compreensão da natureza das coisas e significado dos fatos.
Há vários tipos de inteligência que podem (ou não) ser desenvolvidos durante a vida: A inteligência motora é a mais corriqueira: funda-se na expressão corporal e na concepção de espaço, distancia e profundidade relacionadas com o controle sobre o corpo. É o caso dos esportistas e dançarinos.
A inteligência lingüística é a aptidão de a pessoa se expressar oralmente ou por escrito. A inteligência intrapessoal é o dom de se entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Aliada à inteligência interpessoal, forma a base da liderança. Ninguém pode liderar se entende errado o que o grupo pensa, sente ou deseja; nem mesmo se distorce essa realidade impondo seus devaneios e vaidades sobre os objetivos de uma instituição.
Há ainda a inteligência espacial: criar, imaginar e construir formas e enxergar as coisas num âmbito tridimensional. E a inteligência musical: criar, imaginar, expressar idéias no tempo e no âmbito sonoro. Todavia, a mais refinada de todas é a inteligência lógica – facilidade para encontrar solução de problemas complexos, sem a qual nenhuma das anteriores funciona a contento e ao máximo.
O segundo processo do espírito é a CULTURA que abrange todas as formas de vida e crenças partilhadas por grupos sociais e a interação com os outros, dentro e fora do grupo. Cultura depende de elevada inteligência.
Quanto maior a inteligência, maior a facilidade de se assimilar o conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, tradições, valores morais, espirituais e costumes de um grupo social.
Quanto mais inteligência, maior a facilidade de serem integrados na personalidade o complexo de atividade e novos padrões. Por causa disso, pessoas de cultura são invejadas e erroneamente taxadas de “intelectuais “.
Podem ser perseguidas, levadas “para a fogueira” ou simplesmente deixadas de lado para morrerem à míngua. A politicagem e os projetos de poder são os maiores inimigos da Cultura.
Todos os grandes cientistas, escritores e líderes autênticos tinham elevada cultura: Arquimedes, Isaac Newton, Sigmund Freud, Niels Bohr, Machado de Assis, Fiador Dostoievski, Louis Pasteur, James Joyce, Albert Einstein, Guimarães Rosa, Charles Darwin, Winston Churchill e outros.
A SABEDORIA (terceiro aspecto) também depende da inteligência e de certo grau de cultura. Sabedoria é, antes de tudo, a capacidade que movimenta o homem rumo à identificação de seus erros e em saber corrigi-Ias.
A sabedoria usa o conhecimento para edificar a felicidade, pois as coisas deste mundo devem ser úteis ou produzir felicidade; de outra forma são prejudiciais e devem ser descartadas. Dizem que Salomão pediu a Deus “apenas” a sabedoria. Pediu muito, pois, assim, pediu tudo: o justo conhecimento, a temperança, a reflexão, a sensatez e o discemimento inspirado…
A SAPIÊNCIA (quarto aspecto), sabedoria elevada à sua mais alta potência toma-se. As Ordens Iniciáticas chamam sapiência de GNOSE, Luz ou proficiência. É o tesouro procurado nos umbrais do Inefável, é o Santo Graal ou Palavra Perdida. Só uma minoria chega a esse ponto, pois “muitos são os chamados e poucos os escolhidos “.
A sapiência (Magnum Opus, Iluminação) é a única e verdadeira Arte (Arte Real) de usar o conhecimento de forma adequada, visando o lado humanístico – ou seja – a perspectiva antropocêntrica no domínio lógico (eficácia relativamente à ação humana) e no ético (criação dos valores morais). Salomão tinha sabedoria, mas não alcançou a sapiência de um Buddha.
Por último (mas não a última) temos a SANTIDADE que se resume em virtude e pureza elevadíssimas.
A santidade pode dispensar a cultura, mas não existe sem, algum tipo de inteligência e sabedoria.
Paradoxalmente, é um Grau acima da sapiência. O exemplo marcante na história humana é São Francisco de Assis, mas todos os Grandes Mestres (reais ou mitológicos) foram Santos e Sapientes: Rama, Orfeu, Lao-Tse, Krishna, Jesus, Hermes, Buddha.

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